O Escolhido escrita por woozifer


Capítulo 26
♕ 26


Notas iniciais do capítulo

Desculpe se houver erros.



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Uma semana. Nem notícias do Josh.

Preciso dizer que eu já estava enlouquecendo? Preciso? Então, eu estava enlouquecendo.

Eu estava descendo as escadas meio que correndo naquele dia, havia quatro dias que Amanda tinha ido embora, e os noruegueses também.

- Opa, opa, calma aí – disse minha mãe me parando no meio do corredor.

- Oi? – falei impaciente.

- Oi, tudo bem? Pode vir comigo ao Salão das Mulheres?

- Não posso mãe, desculpa, fica pra próxima – falei e lhe dei as costas então saí andando rapidamente, meus saltos faziam aqueles “tec,tec,tec” irritantes.

- Isabella – disse ela séria, eu suspirei e girei nos calcanhares – vamos conversar.

Não era um pedido, era uma ordem.

- Ok – falei e voltei até minha mãe que estava em frente as portas do Salão das Mulheres.

Ela abriu a porta e eu entrei calada, ela entrou atrás de mim e dispensou todos os fucionários que estavam trabalhando ali.

Fodeu tudo, sem testemunhas? Serei assassinada. Adeus mundo, deixo minha coroa aos pobres, que eles derretam e tenham dinheiro para comprar comida decente e...

- O que está acontecendo? – perguntou ela interrompendo meus pensamentos.

- Nada mãe – falei sem deixar minha expressão de modificar.

- Estou te perguntando porque não quero ter que perguntar aos criados, Isabella – disse ela calmamente.

- Não é nada, sério – falei passando a língua nos lábios.

- Então você não está a procura de Josh Leger? – disse ela com uma sobrancelha arqueada.

Ah meu Deus. Vou ser morta agora? Sou sua única filha, America, pense que você iria ficar com a consciência pesada.

- Josh Leger? – falei me fazendo de desentendida.

- Sim, eu sei que você pergunta dele todos os dias para todos os criados que vê, Isabella, o que você quer tanto com ele?

- Eu... Nada mãe, andam falando isso por aí?

Vou matar que está falando isso por aí.

- Estão, e você não vai matar quem me falou isso – disse ela séria como se lesse meus pensamentos. Ok, mas vou torturar – e nem torturar a pessoa.

- Certo – falei suspirando exasperada – o que as pessoas tem falado?

- Nada demais, só que você anda perguntando muito dele. O que você quer com ele e quem é esse rapaz?

- Não quero nada com ele mãe, eu só o via algumas vezes pelo palácio e depois do ultimo ataque rebelde não tenho visto mais, fiquei preocupada...

- Preocupada? E você se preocupa com soldados desde quando?

Abri a boca para responder, mas eu simplesmente não tinha resposta.

- Não te quero perto desse rapaz, Isabella Schreave. Não quero ver você perto de nenhum rapaz que não sejam os Selecionados, mas não te quero perto – disse séria me encarando com os olhos verdes – principalmente desse rapaz.

Eu ia me defender, mas minha boca resolveu que tinha vida própria e fez uma pergunta idiota:

- Porque principalmente do Leger, mãe?

- Porque... – ela olhou para os cantos irritada – Porque sim!

- Isso não é motivo suficiente para eu me afastar dele – falei.

Claro que eu sabia que estava praticamente assinando meu atestado de óbito ao falar desse jeito com a minha mãe, mas eu estava curiosa demais para saber o que ela tinha contra Josh.

- Ok, vou te contar uma história que apenas eu e seu pai sabemos. A história do meu primeiro namorado... –ela inspirou fundo e olhou para o teto – Antes de eu entrar na Seleção eu era uma Cinco, e eu namorava um rapaz de casta Seis, mas ninguém nunca soube disso, nem seus avós sabiam que eu o namorava, era um namoro escondido, quebrávamos a regra do Toque de Recolher em Carolina sempre, enfim, eu o amava, mas tudo acabou quando fui chamada para a Seleção.

- E o que o Josh tem haver com isso? – perguntei e me condenei por tê-lo chamado pelo nome, isso mais que provava que éramos íntimos.

- Me deixe continuar por favor – pediu ela e eu mexi nos cabelos impaciente – depois de eu ter vindo para a Seleção, eu conheci seu pai e me apaixonei, mas então num dia, vi que meu ex-namorado tinha virado um soldado, ele se explicou para mim e voltamos a nos ver secretamente aqui no palácio... – fiquei chocada com aquilo, ela tinha traído o meu pai? É isso? – Seu pai sabia que eu era apaixonada por outro rapaz, Isabella, ele sempre soube, mas então num dia eu me dei conta de que eu realmente amava o seu pai e o escolhi, e ele também me escolheu, então nos casamos... Meu ex-namorado continuou servindo como soldado aqui por uns anos, e se casou com uma das minhas ex-criadas, Lucy...

- Qual era o nome do seu ex-namorado mãe? – perguntei me esquecendo completamente o motivo pelo qual ela tinha começado a me contar aquela história.

- Aspen... – disse ela e colocou uma mecha dos cabelos ruivos atrás da orelha – Aspen Leger.

- Leger? – falei de olhos arregalados e ela assentiu cansada – Como o Josh?

- Aspen era o pai de Josh, Isabella.

- Mas... Ele nunca me contou isso.

- Talvez ele nem saiba disso – disse minha mãe franzindo o cenho – Talvez Aspen tenha morrido sem algum dia ter contado ao menino que já namorou a Rainha de Illéa.

- Uau – falei sem saber ao certo o que fazer.

- Não duvido que Josh seja uma boa pessoa, Isabella, mas pode ser que ele não seja, talvez ele saiba dessa minha história com Aspen e esteja tentando se aproximar de você para... Sei lá, vingar o pai de alguma forma.

- E... Seria errado se eu me envolvesse com ele não é? – falei baixo e ela assentiu.

Dava pra ver nos olhos de minha mãe que ela sabia que eu e Josh já tínhamos nos envolvido.

- Vocês já ficaram juntos não é? – disse ela.

- Isso não importa – falei me levantando – ele provavelmente morreu no ultimo ataque rebelde.

E após ter dito isso fui em direção a porta, mas antes que eu saísse minha mãe me chamou.

- Isabella – me virei segurando as lágrimas – ele não morreu.

Assenti e saí de vez do lugar apenas para encontrar... Josh... Não, não era Josh, embora que quisesse que fosse, era Louis. E meus olhos estavam marejados, que beleza.

- Bells... – sussurrou ele de olhos arregalados – O que foi?

- Nada – falei gesticulando e baixei o olhar então saí andando rápido pelo corredor.

Fui para o jardim e passei por tropas de soldados novos... Como no dia em que eu tinha conhecido Josh.

Ai caralho, seja macho Isabella! Para de chorar!

Inspirei fundo e segurei as lágrimas enquanto passava quase correndo por eles em direção a floresta, corri mais alguns metros ainda de salto e então os arranquei e os peguei, tirei também minha coroa e a segurei numa mão enquanto segurava meus sapatos na outra, aí corri o mais rápido possível pela floresta com meus olhos se enchendo de lágrimas enquanto eu corria cada vez mais floresta adentro, até chegar a minha casa de arvore, entrei lá e fechei a porta, então caí de vez no choro.

Mas só pude chorar por poucos minutos antes de ouvir uma voz familiar gritar:

- Isabella?

Olhei para a frente confusa.

Louis?

- Isabella! Cadê você? Isabella! – ele gritava meio assustado.

Subi a escada em espiral e fui até minha “varanda” e vi Louis no pé da arvore vizinha, gritando meu nome.

- O que você quer? – perguntei com a voz meio embargada ainda.

Minha intenção não era destratá-lo, mas eu realmente precisava ficar sozinha.

- Cadê você? – disse ele olhando em volta confuso.

- Aqui em cima, francês – falei fungando e Louis olhou extremamente para cima, para a copa das arvores, então foi baixando o olhar até me encontrar ali.

- Como você subiu aí? – perguntou ele de testa franzida.

- Pela escada – respondi meio fria.

- E cadê a escada?

- Vai embora, Louis, por favor – pedi tentando ser o menos ríspida possível.

- Você está mal, Bells, não vou sair daqui enquanto você não for comigo.

- É claro que não, você não sabe o caminho – falei revirando os olhos e ele sorriu.

- Exatamente.

- Ok, vou te deixar entrar – resmunguei e voltei pra dentro da arvore, então fui ao primeiro andar e abri a porta, Louis estava em frente dela e quando viu a porta se abrir deu um pulo pra trás todo assustado.

- O que isso? – perguntou assustado.

- Uma casa de arvore – bufei – vai querer entrar ou não?

Ele estava hesitante.

- Hã... É claro – disse ele se aproximando e entrou na minha casa de arvore, eu fechei a porta e ele olhou em volta meio assustado e meio maravilhado com tudo ali dentro – que legal que é aqui...

- É – resmunguei e deixei meu corpo cair num banco mais ao canto.

- Que foi o arquiteto que planejou isso?

- America Singer e Maxon Schreave.

- Eles... Uau – disse ele olhando abobado para todo canto, funguei e mexi nos meus cabelos, inquieta.

Somente eu, meus pais e mais um cara havíamos ido ali, e esse cara era o motivo pelo qual que estava chorando há pouco.

- Tem andar de cima?

- Sim.

- Posso subir? – perguntou Louis me olhando com os olhos brilhando de excitação, dei de ombros e funguei.

Vi Louis subir apenas dois degraus antes de descê-los e vi ao meu lado, então sentou-se e pegou minha mão.

- Porque você está chorando? – perguntou.

- Por nada – murmurei baixo. Louis era a ultima pessoa para quem eu gostaria de contar meus problemas com Josh... Quer dizer, com o pai dele que havia sido ex-namorado da minha mãe e que... Ai caramba, é coisa demais pra mim.

- Não quer falar? Tudo bem – disse ele me abraçando pelos ombros e pouco o queixo no alto da minha cabeça – mas saiba que eu estou aqui se quiser falar alguma hora.

Abri a boca para xingá-lo e mandar que ele saísse dali, e minhas mãos já estavam prontas para empurrá-lo de perto de mim, mas então notei que tudo o que eu queria era ser consolada, e não escutada.

Abracei Louis e deixei que as lágrimas fluíssem livremente. Podia não ser certo eu estar chorando por outro com um cara que era candidato a ser meu noivo e marido, mas eu sabia que Louis provavelmente não se importaria de me ajudar e de me segurar quando eu surtasse, e naquele momento eu notei que Louis era o cara que eu manteria até o final da competição.

Talvez eu não pudesse lhe dar o amor e carinho necessário para que nos casássemos, mas era mais do que obvio que ele não era apenas meu amigo, que meus sentimentos por ele não eram meramente amizade, que eu o amava.

Louis... Cara, eu queria tanto te dizer que simplesmente te amo, te dizer que te quero e que você é meu melhor amigo, te dizer que seria tão fácil me casar com você... Mas eu não posso fazer isso, simplesmente não posso porque eu não tenho certeza Lou... Não tenho certeza sobre nós dois e não posso te deixar criar falsas esperanças, não posso mais ver esse brilho no seu olhar quando me vê e quando sorri pra mim... Droga Louis, eu não posso te dizer o quanto eu te amo porque tenho medo de um dia te decepcionar, de descobrir que não te amo e que eu amo outro, que tudo o que eu sinto por você se resume a amizade, a um amor de irmão ou... Não é isso, eu sei que não é isso, eu sei que amo você, que realmente te desejo mas eu não posso te dizer que...

- Eu te amo.

Não fui eu que disse isso, foi ele, seus lábios quentes deixaram essas três palavrinhas escaparem num sussurro tão baixo e rápido que imaginei ser minha imaginação, mas quando ergui os olhos para seu rosto vi que ele me olhava, e que parecia meio aliviado e meio hesitante, seus olhos procuravam nos meus algo, talvez ele quisesse saber se era correspondido, talvez quisesse saber se eu estava brava. E eu já estava imaginando que realmente eu havia tido alguma alucinação rápida, quando ele abriu novamente os lábios quentes e rosados e disse um pouco mais firme:

- Eu amo você, Isabella.


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Notas finais do capítulo

Alguém surtando por aí? :c HSUAHSUAHS

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