A Aurora escrita por rkaoril


Capítulo 7
Gigantes cantam


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAEOW XD
Esperaram muito pelo capítulo dessa semana? De qualquer forma, aqui está, espero que gostem!



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Antes de qualquer coisa, quero deixar claro meu eterno desprezo pela deusa Nêmeses. Primeiro, ela tinha roubado minhas fritas (minhas fritas! Que falta de educação!), segundo, ela estava com a cara da minha avó (o que é um insulto mais pra ela mesma do que para qualquer um que olhe para ela) e terceiro, ela sumiu com meu prato de comida (eu não estava nem na metade!) e me mandou para o meio do nada.

Minha primeira impressão foi de estar molhada até os ossos. Antes mesmo que eu abrisse os olhos, senti o vento frio que vinha como um tapa e senti a chuva molhada e forte dando outras bofetadas em mim e acima de tudo senti uma vontade escaldante de espancar a deusa da vingança pelos motivos anteriormente citados.

Ao abrir meus olhos e me deparei com uma montanha nevada. Não era Ben Cruachan – graças aos deuses – mais era tão linda quanto. A meu ver, estava a algumas subidas do topo, e para baixo me deparei com pouca neve, que era fatalmente derretida pela chuva. À minha esquerda e direita, pude ver a entrada de uma floresta, mais estive incerta sobre o caminho e ainda mais sobre onde eu estava e por que estava (provavelmente uma pegadinha de Nêmeses).

Quando me movi para direita, senti um peso vacilar sobre meu pé e encontrei minha mochila que estava apoiada no meu tornozelo. Com um tsc tsc peguei ela e vi um papel dobrado muito visível em um dos bolsos externos. Desdobrei com cuidado, tentando proteger o papel da chuva forte.

A mãe mandou ajuda pra você – ou melhor, você para a ajuda. Siga para a direita e encontrará uma forte aliada, siga para a esquerda e será devorada por gegenes.

Foi o que eu consegui ler antes que a chuva transformasse as letras em borrões. Mesmo naquele frio dos infernos, fiquei encarando as letras enquanto se borravam. Estranhamente, percebi que eram letras gregas, como as da carta da vovó, como as do livro da vovó. Não pude me impedir de me perguntar como a velha Forbes sabia escrever em grego, mas deixei o vento levar o papel, peguei a mochila e disparei pela direita em direção à floresta, escorregando acidentalmente em muitas pedras enlameadas antes de chegar ao começo da montanha e finalmente a proteção de centenas de árvores ao meu redor.

Uma vez na floresta, as grandes árvores transformaram o vento forte em uma brisa gelada e a chuva congelante em uma garoa fina. Torci meus cabelos enquanto caminhava, ouvidos atentos a qualquer possível monstro ou aliado.

Perdi a conta de quanto caminhei em linha reta na floresta com o estômago roncando e os ossos tremendo. Meus pés começavam a doer e as árvores me impediam de ver o céu – eu não tinha ideia se já era de noite ou no meio da tarde. Recostada numa árvore, eu tentava ordenar os pensamentos e organizar minhas opções – continuar buscando por ajuda ou deitar e morrer, muito promissores ambos – quando uma flecha se cravou ao meu lado.

Eu mal ouvi o zumbido, mas arregalei os olhos pra a flecha cravada a míseros centímetros do meu rosto. A segunda flecha veio com a mesma velocidade, mas a minha guarda estava mais alta então aproveitei para desviar e me esconder atrás de uma árvore da direção das flechas.

Ouvi passos silenciosos no chão, alguns baixos sons de folhas se esmagando e galhos secos quebrando. Senti quanto a faca veio em minha direção e girei facilmente desviando e virando o braço do agressor ao contrário.

Infelizmente, o agressor era muito forte e se livrou da minha técnica, atacando de novo e de novo. Recuei tanto que me vi espremida contra outra árvore, girando rapidamente enquanto a faca se cravava profundamente na árvore.

Uma vez desarmado olhei para o meu agressor, ou melhor, agressora.

Na minha frente, havia uma menina que parecia pouco mais velha do que eu, mais sua pele parecia ter um brilho sutil. Ela tinha um rosto com traços suaves, uma pele de marfim e olhos de um azul muito claro. Seu cabelo era muito escuro, caído pelos ombros e muito bagunçado. Ela usava uma alijava e arco nas costas, e roupas marrons de camuflagem.

Assustador, exceto pelos olhos de um azul claro e as sardas, a menina era bem parecida comigo.

Ela parecia tão chocada quanto eu, piscou uma ou duas vezes e deu um passo para trás coçando o topo da cabeça e bagunçando um pouco mais os cabelos pretos.
- Uh, desculpe. – ela disse sem jeito – Eu pensei que você fosse um gegene.
- É um erro comum – eu disse, a garota sorriu.
- Sou Thalia – ela me estendeu a mão.
- Me chamo Eeve. – eu disse, apertando a mão dela, então me lembrei – Você não é uma caçadora? – ela assentiu um pouco confusa, então pareceu ter se lembrado de algo.
- Pessoal! Não é um inimigo – ela disse, instantaneamente uma dúzia de outras garotas com mais ou menos a idade dela ou a minha apareceram, usavam a mesma roupa de inverno camuflada marrom, suas peles eram de tons variados, mais apresentavam o mesmo brilho sutil. Caçadoras de Ártemis – Sou de qualquer forma, - ela disse sorrindo – você é uma semideusa não é? É perigoso andar por aí sozinha, que tal acampar conosco hoje? – ela perguntou, instantaneamente me lembre do resto da minha história.
- Thalia, estou em missão. Agente podia conversar? - ela assentiu, fazendo com a mão um sinal de espere.
- Phoebe – ela chamou, uma garota deu um passo a frente, não como um soldado ou algo assim, apenas como uma companheira – você poderia, por favor, montar acampamento? Livramos esse lado oeste da montanha de Gegenes, acho que é o suficiente por hoje. – a tal de Phoebe assentiu, e então percebi que tanto Thalia quanto as outras caçadoras pareciam terrivelmente cansadas: ombros caídos, cabelos encharcados, círculos escuros ao redor dos olhos e expressões famintas.

A tal de Phoebe armou o acampamento em incríveis 5 minutos, um conjunto de tendas anti-tudo-o-que-viesse. As outras caçadoras arrumaram uma fogueira, espetando o que parecia ser um javali selvagem e fazendo todo o tipo de coisa.

Thalia me guiou até uma tenda, que parecia ser a principal. Dentro havia boas acomodações campestres, uma fogueira particular e todo o tipo de coisa útil. Thalia me emprestou uma toalha para os cabelos, assim como roupas que não estavam completamente encharcadas. Quando estávamos ambos um pouco mais confortáveis, sentamos próximas à lareira e ela pediu que eu contasse minha história.

Contei pra ela tudo o que pude me lembrar desde a profecia, mencionando minha conversa com Annabeth, meu sonho com Tanatos, a minha viagem, as empusai em crise, meu encontro com Nêmeses e como eu vim parar ali. Thalia era uma boa ouvinte, e até me ofereceu chocolate quente.

Após tomar um gole, ela fitou a lareia.
- A sua missão é injusta. – ela disse – É injusto você ter um fardo tão grande para aguentar sozinha. – assenti, até então não tive nenhum êxodo.
- Não é como se eu tivesse escolha Thalia. – eu disse – Se eu não manter Érebo dormindo, ninguém mais vai. Sou eu ou o mundo, e sinto dizer não me sentir muito egoísta.
- Eu entendo. – ela disse, seus olhos azuis de repente me analisando – Você derrotou meu irmãozinho em? Talvez seja mais durona do que parece, filha de Nyx certo? – assenti.
- Aparentemente sim.
- Você deve ter uma penca de problemas. – ela disse, tomando outro gole de seu chocolate quente – Porém, se sua mãe te mandou pra cá parece que precisa de ajuda para essa missão importante: Érebo não pode ser reerguido ou a terra terá mais um forte aliado. – ela olhou para a saída da fenda, vacilante, e olhou de volta para mim – O que você precisa? – sorri para ela.
- Por enquanto, de informação. Onde estamos?
- Carolina do Norte – ela disse – estamos em um vale com colinas, cortado por uma montanha. – ela respondeu.
- Ainda bem longe de LA – eu disse, suspirando. Ou Nêmeses era louca, ou pirada (ou mais provavelmente ambos).
- Não se preocupe. – ela disse sorrindo – Eu conheço um modo de chegar lá bem rápido.
- Estou toda ouvidos.
- Existem essas coisas chamadas pérolas de Poseidon – ela disse – são objetos mágicos azuis que transportam você para uma praia do oceano. Você pode usar uma, e pensar na praia de Santa Monica, assim você chega a tempo.
- E onde eu posso achar uma? – ela pensou por um momento.
– Eu sinceramente não tenho ideia. Meu amigo, Percy, ganhou algumas de uma nereida. Talvez você possa saber falando com uma náiade. – eu assenti
– Qual é o lago mais próximo? – ela olhou para o seu chocolate quente, pensativa.
- Ele fica do outro lado da montanha, a área na qual ainda não nos livramos dos gegenes. – ela disse, fitando o chocolate quente – Mas Eevelyn, sinto dizer que mesmo sendo filha da noite, você vai ter uma penca de problemas se ir agora, e pelo que me disse mal almoçou ou tomou café. Que acha de passar a noite conosco? Já é bem tarde, e tenho certeza que a senhora Ártemis não iria se importar. – ela sorriu para mim, o que me fez instantaneamente revogar o pensamento de que éramos parecidas: encaremos os fatos – sou completamente pirada por caras, mas ela era muito bonita.
- Uh – eu resmunguei com meu chocolate quente, sentindo pena de mim mesma – acho que não tem problema, não é como se tivessem me dado um prazo ou algo do tipo. – sorri miseravelmente para ela, e então ela assentiu parecendo um pouco mais alegre.

Até o fim da noite, Thalia e eu conversamos um pouco sobre algumas coisas: ela fez questão de atualizar-me e que eu a atualizasse sobre os acontecimentos, ela também me deu outra lista de monstros, possíveis rotas de fuga, itens mágicos de sobrevivência e etc. Mais não foi só puramente “trabalho” por assim dizer. Thalia era bem simpática, me perguntando algumas coisas sobre mim (meu tipo favorito de chocolate, se eu gostava mais de gatos ou cachorros, esse tipo de coisa) e eu fiz algumas perguntas pra ela (onde havia comprado a maravilhosa jaqueta de couro, se gostava de rock – ela pareceu bem entusiasmada sobre isso, mostrando-se tão revoltada quanto eu). Após comer uma saborosa carne de javali – eu juro solenemente que as caçadoras eram merecedoras do nome – vi que todas estava entusiasmadas a dormir, e que pareciam muito diferentes da imagem que eu fiz com as explicações do pessoal do acampamento: elas eram meninas com mais ou menos a minha idade. Elas gostavam de chocolate, fofocar sobre os cobertores e guerras de travesseiros. Elas gostavam de contar piadas maléficas sobre meninos – nas quais eu muito satisfatoriamente adicionei minhas próprias, elas ficaram maravilhadas – e gostavam de simplesmente conversar. Não eram garotas fúteis, não eram grandes retardadas piradas. Eram garotas que escolheram ser felizes com a deusa Ártemis, e todas pareciam satisfeitas. Olhando para a lua antes de dormir – Thalia disse que eu poderia ficar na tenda dela, me senti honrada – eu me perguntei se eu me encaixaria com as caçadoras melhor do que sozinha, procurando pelo ex-marido de uma mãe que deixara meu pai morrer.

--

A primeira coisa que eu soube foi que estava escuro, a segunda foi que eu estava sonhando. Ótimo – pensei – outro sonho louco com um meio-irmão que me odeia. Mas a ideia pareceu muito melhor no momento que eu percebi onde estava.

Até onde eu podia me lembrar, nunca estive no mundo inferior – mas algo nas paredes de pedra escura como uma caverna, um teto tão alto que você só podia ver sombras e um grande rio negro deixaram uma boa pista. Eu estava aparentemente do outro lado do rio, já dentro do submundo. Eu não sei se os mortos, espíritos-de-semideuses-sonhando ou o que quer que seja tem pernas, mas caminhei em frente sem considerar as opções – provavelmente por que ei, eu estava no mundo inferior! Se não estava morta, significava uma boa oportunidade de explorar o lugar.

A minha frente, havia uma espécie de portão. Ele era negro, e o muro era feito de pedras tão pretas que pareciam pontos na minha visão. Entre mim e o muro, havia o maior cachorro que eu já havia visto: ele tinha o tamanho de um cavalo com a forma de um cachorro, só que com três cabeças a mais. Seu pelo era bonito, admito, um belo tom de negro.

O cachorro olhou para mim, seus três pares de olhos me fitando. Então ele deu um pulo, a língua balançando e as três cabeças indo para os lados contentes como a sua calda.

Ei moça! – veio uma vozinha na minha cabeça. Olhei de um lado para o outro, procurando qualquer um que estivesse falando comigo, e então olhei para o cachorro. Não, não poderia ser.... – É claro que sou eu! Quem mais seria?!

- Uh... oi. – eu disse, o cachorro mostrou as três línguas para fora animadamente.
Oi! – ele disse – Você está morta? – ele perguntou. Fiz que não com a cabeça, ele então deu um passo para frente me cheirando, o que foi bem estranho considerando que a) eu não era um corpo, mais propriamente um espírito de mim mesma adormecida e b) ele tinha três narizes para apenas uma Eevelyn. – Você não está morta – conclui ele – mas entre de qualquer jeito! E cuidado com o precipício!
- Que precipício? – eu perguntei, mas era tarde de mais: ele se moveu para o lado, o portão se abrindo e me sugando para dentro.

Confesso que não sei o que esperava, mais fui literalmente tele transportada para um lugar muito mais adentro do que alguns paços do portão, inicialmente sem quaisquer sentidos. Primeiro, ouvi a música: era terrível, como uma mistura de gritos com uivos, e então senti um cheiro de lenha queimando, o que devia ser muito bom mais tinha mais algo no ar...

Percebi horrorizada que devia se carne assando, e duvidei que fosse de boi. Então eu pude ver, e desejei ser cega de novo: na minha frente, havia um precipício. Não era como aquelas lindas montanhas com névoa e os pássaros voando ao seu redor, não, era como se aquilo desse literalmente no fim do mundo, uma escuridão profunda acabando com a minha vista de dentro do precipício. Mas isso não era o pior: a alguns metros da barra do precipício, havia um rio, e nas suas margens uma grande fogueira com um gigante sentado ao seu redor amolando uma espada.

Sim, você ouviu bem: um gigante.

Fiquei certa de que se estivesse no meu corpo estaria tremendo: o gigante era simplesmente horrível – ele tinha um corpo meio humanoide, dos joelhos para baixo (ele tinha joelhos?) eram grandes cobras que se enrolavam grossas e roxas. Seu rosto era uma mistura de uma cerâmica enorme que devia ser um rosto e que foi espancada com uma tábua cheia de furos. Ele usava uma grande armadura, e estava como eu antes mencionei amolando uma espada enorme enquanto cantava – gritava? uivava? – a música horrível.

Então ele subitamente parou de cantar e amolar e olhou para o rio com uma expressão de triunfo. Eu imediatamente soube que o rio era o Aqueronte, aquele no qual o tal de Érebo estava hibernando, e que eu teria que lutar com o maldito gigante. Então ele recomeçou a cantar, sua voz ainda parecia uma mistura de uivo com grito, mais quando ele entoou, entendi parcialmente a letra da música:

Agora só faltam quatro dias, será uma festa
logo logo ele acordará,
escuridão a morte quase certa.
A vingança no seu manto trará,
as lagrimas serão das estrelas
quando da noite ele se vingar.

Antes que eu pudesse ter qualquer reação (gritar, chorar ou enlouquecer) seu olhar encontrou o meu e ele sorriu triunfantemente enquanto a minha visão borrava. Eu esperava acordar do pesadelo, mais simplesmente fui para outro lugar.

Na minha frente, havia uma grande floresta – eu quase chorei de alívio quando a vi, mas fui impedida pela sensação: alguém ali. Me virando rapidamente, notei uma silhueta envolta em... escuridão? Chamas negras? Cara, eu não devia tomar tanto chocolate antes de dormir (cá entre nós, eu não quis dizer isso), porque tudo simplesmente desapareceu e eu vi o vulto. Não me pergunte a cor do seu cabelo, olhos e pele. E também esqueça as roupas: ele era um simples borrão. Por que fora censurado do meu sonho eu não compreendi, uma vez que o gigante era feiura em pessoa e eu o vi em detalhes. Tudo o que eu sei é que o borrão se deitou no chão próximo a uma fogueira, e embora fosse completamente borrado o lugar era muito nítido.

Focando no rosto do borrão, ele começou a tomar forma – aparentemente a névoa ou o que quer que impedia minha vista não era tão forte comigo – e então tudo ficou branco e eu ouvi uma voz.

Ainda não – disse a voz, e eu reconheci como aquela que falou comigo pouco antes de eu falar com Annabeth – siga sua busca, não se prenda nos detalhes e não se esqueça... – nesse momento o primeiro verso da lúgubre música do gigante tocou e embora fosse ainda uma letra horripilante não parecia mais uma mistura de uivo com grito:

Agora só faltam quatro dias...
logo logo ele acordará...

E então eu acordei na tenda de Thalia, suando e chorando enquanto uma tempestade retumbava acima de mim. Me sentei num súbito, notando que ainda era de madrugada. Thalia se acordou com a minha agitação, esfregando os olhos e os arregalando quando um forte trovão retumbou no céu. Sendo uma filha de Zeus, achei que consideraria isso um bom presságio mas ela tomou como um gato preto.

Thalia olhou para mim, seus olhos ardendo em compreensão enquanto eu suplicava para ela silenciosamente.
- Não... – ela disse, se levantando num pulo – Eevelyn, é muito perigoso! – ela disse. Eu estava na verdade tremendo, mas suspirei.
- Thalia eu tenho um prazo, eu juro que adoraria ficar mais eu tenho que ir... há um gigante no Mundo Inferior e eu não sei o que diabos mas...
- Eevelyn – ela disse – há gegenes para o lado do rio e você não sabe onde deve ir. E uma tempestade! Sabe o que isso significa não é? – ela me pressionou, as palavras de Quíron lentamente voltando para mim. Eu receio, Eevelyn, que Zeus possa complicar as coisas para você.
- Eu sei Thalia. – eu disse. Meus joelhos estava tremendo, meu coração estava acelerado. Mas quando o próximo trovão retumbou, eu me endireitei e puxei o ar. Zeus não ia com a minha cara, e se não gostava de mim, ele que se danasse – Mas eu não posso desistir. – ela me olhou longamente, seus olhos com uma preocupação digna de mãe. Senti que ela no fundo desprezava seu pai, talvez não por estar atormentando uma garotinha de treze anos ou por seu um mané, mas por algo muito profundo e pessoal. Assim como Annabeth, me senti tentada a abraçar Thalia, que me poupou e fez isso ela mesma.
- Eu vou te levar até o rio. – ela disse no meu ombro – E eu vou te dar suprimentos. Não desista Eeve. – ela disse, e eu abracei ela mais forte, sentindo uma ternura que nunca tive de uma amiga, tia, avó ou mãe.
- Obrigada Thalia – eu disse, temendo que fosse a última vez que alguém me abraçaria.


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