A Aurora escrita por rkaoril


Capítulo 16
Eeve e o pé de feijão


Notas iniciais do capítulo

Aeee pessoal!

Lendo as Cronicas dos Kane? Esperando ansiosos pelos próximos capítulos? XD

Eu estive um tanto limitada essa semana (tradução: não arrumei a casa e a minha mãe me pos de castigo) então não pude postar antes v.v

Mas aqui está, então aproveitem!

(aliás, a fic já ta bem grandinha né? Se quizerem fazer uma recomendação eu juro que não brigo ;D)



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Gratão puxou sua espada – ela era tão grande quanto um poste e estava tão afiada que o movimento que ele fez para coloca-la em posição de combate deve ter separado os átomos de oxigênio do ar. Sua cara – um espécie de pedaço malfeito de argila que foi espancado com uma tábua com um prego na ponta – estava ainda mais desfigurada em um sorriso doentio, e ele olhava para mim como se fosse um bacon ambulante.
- Oh, você está aqui para me enfrentar – ele disse – quem te mandou? Ártemis?
- Nyx – eu disse.
- Uh, Nyx. – ele disse chutando um pedregulho no chão com suas pernas de cobra – Aquela velha... – mas então ele olhou para a parte mais negra do rio e riu descontrolada mente – Ah, Nyx. Sim, Ártemis viria com uma de suas caçadoras. E além do mais, Nyx não iria querer um oponente à altura nessa guerra. – ele gargalhou de novo.
- Um oponente à altura? – eu disse. Pouco me importava, na verdade. Eu só queria mantê-lo distraído tempo suficiente para bolar um plano.
- Sim! – ele disse – Veja bem: quando Nyx não se juntou à Gaia na primeira Gigantomancia*, Gaia se desesperou por que assim ela não teria chances. Mas Gaia apelou para seu outro irmão, Érebo o marido de Nyx. Ele era o único dos deuses capaz de se igualar à deusa da noite em poder. Então, quando ele veio para nos libertar do tártaro depois que perdemos a guerra, Nyx, Hades e Zeus o prenderam no rio Aqueronte.
- Nossa! – eu disse, o plano se formou rapidamente na minha cabeça assim que ele disse isso – Por pouco vocês não ganham! – ele assentiu, como se fosse uma ironia do destino.
- É mesmo – ele disse, então apontou sua descomunal espada na minha direção – mas agora parece que eu vou ter que te matar. – ele disse sorrindo.
- Sério? – eu o encarei cruelmente, pensando em todo o mal que os gigantes causaram para os meus amigos, para mim. Senti um arrepio bom passar pela minha espinha, como se estivesse me embriagando em poder – Acho que você não pode.

Ele estreitou os olhos para mim por um tempo, então riu como um louco.
- Ah, você é cria de Nyx! – ele disse, com a mão livre dando tapinhas na barriga – Desculpe criança, você não pode usar terror comigo: eu sou um gigante! Nós plantamos o terror! Agora, se você fosse cria de Afrodite e usasse charme, quem sabe...

Nesse momento, peguei uma das ametistas na pilha – ela ainda estava em seu estado bruto, e era bem pesada. Joguei-a na direção do gigante, que quicou em sua cabeça careca e deformada. O gigante então parou seu discurso sobre como ele preferia Afrodite à Ártemis e olhou para mim em descrença.
- O que...? – ele disse. Com um plano, eu me senti um pouco mais confiante e sorri para o gigante.
- Ah senhor gigante – eu disse, girando outra ametista bruta na minha mão – sabe, a senhora Nyx não está afim de topar com o senhor Érebo novamente. – então eu arremessei outra que deu entre as sobrancelhas dele,  o que só adiantou para que ele ficasse mais zangado – Parece que eu vou ter que te parar.
- O que você... – ele disse, e eu lancei outra em sua direção. Nessa hora, ele ficou tão bravo que seu rosto deformado se tornou uma beterraba.
- E eu estou com um pouco de pressa. – eu disse.

Então o gigante enlouqueceu. Ele era descomunalmente grande em relação à mim – e a qualquer outra coisa também – mas uma coisa que balanceava isso, era que o tanto que ele  tinha de força eu tinha de cérebro. O gigante correu em minha direção e embora fosse muito rápido com suas pernas de um metro e meio, eu consegui girar para esquerda ao mesmo tempo que ele tropeçou na pilha de ametistas e cambaleou alguns passos, por pouco não caindo no rio. Ele então deu um urro tão alto que o chão tremeu, puxou sua espada e começou a golpear o chão, abrindo crateras e mais rachaduras no chão do mundo inferior.

Como estávamos perto de um precipício para o inferno, não achei aquilo muito inteligente – mas, ei! O cara era um troglodita!

Enquanto eu fazia o impossível para desviar de seus ataques – mesmo com meus truques da névoa para parecer um borrão, seu alcance de ataque era tão alto que destruía coisas num raio de 5m de onde ele mirava – eu fiz o maior dos esforços para pensar em qualquer nome de espada, na verdade qualquer nome celta que viesse na cabeça.
- Morrrigan! – eu gritava enquanto dançava pelo chão rachado do mundo inferior – Avalon! Viviane! Lancelot! – eu gritava – Gwyndion! Prydewinn!

Nada funcionava, e cada vez era mais difícil escapar dos golpes do gigante. Meus braços estavam todos cheios de pequenos cortes, e as mangas do casaco haviam praticamente desaparecido. Então eu dei um passo para trás, desviando de mais um ataque dele e o chão vacilou debaixo de mim. Eu cambaleei para o lado, o que era infelizmente na direção da espada do gigante.

Como ela estava parada, eu consegui dar uma cambalhota improvisada no chão – o que embora tenha salvo meu pescoço me deixou com as costas doloridas.
- Ha! – o gigante gritou – Eu vou acabar com você, criança! E então acabaremos com a sua mãe! Assim como todos os heróis, e os pais deles!

Isso foi um click na minha cabeça.
- Como uma herança? – eu perguntei.
- Exatamente! – ele gritou.

Então a ficha caiu. Uma espada que controlava os ventos, uma espada que retaliava as pessoas e que foi encontrada no arsenal de Hefesto, o deus das forjas – que fora forjada pelos deuses. Uma espada que foi passada de pai para filho.

Sim, eu conhecia Retaliadora, mas não por esse nome. Se os gregos quando colocaram as mãos naquela espada tivessem gravado seu segundo nome, a Solucionadora – a espada que quando na garganta de alguém força esse alguém a falar a verdade, a espada que destrói muros de qualquer tipo – eu teria sacado mais cedo.
- Fragarach. – eu disse para a espada, pensando em um arco.

Por um assustador momento, nada aconteceu. Então a espada brilhou prateado, e começou a ficar mais fria na minha mão eu pensei em um arco recurvo, traçado como se fosse feito de raízes prateadas e perfeito para o meu tamanho. Nas minhas mãos, a espada tomou forma – um lindo arco como eu imaginei, ele era todo recurvado, como uma chave }. Ele brilhava como prata encrustada em diamantes, e tinha lindos detalhes azul escuro. Em sua lateral, se via um nome gravado em letras célticas – fragarach. A corda do arco era tão fina e transparente que eu só podia ver quando a luz virava contra ela.

- Ah, você tem a lâmina dos ventos. – ele disse, então sorriu maldosamente – Sim, você poderia me machucar com um arco, mas onde estão suas flechas.

Eu tinha uma reles teoria sobre as flechas desse arco, mas se estivesse errada colocaria tudo em risco – e provavelmente morreria fatiada pela espada dele. Eu segurei o arco com minha mão direita, sendo destra. O braço direito ainda estava meio dormente, mas eu consegui mirar o centro do arco no gigante – eu tinha feito apenas uma aula de arquearia no acampamento, mas aprendi o básico.

- Onde estão suas flechas, criança? – ele gargalhou ainda mais alto – Vamos, teste o arco, eu vou deixar. Duvido que pode me machucar com uma flecha imaginária!

Eu suspirei, e peguei a corda do arco puxando até a minha bochecha. Ártemis guie esta flecha, por favor. – pensei. E quando larguei a corda, a coisa mais incrível aconteceu.

De novo, eu observava tudo em câmera lenta – enquanto a corda ia em direção da concavidade do arco, o vento girava empurrado pela corda. O vento tinha uma forma transparente, azulada, como uma flecha de gelo. Enquanto a expressão do gigante mudava de zombaria para horror, a flecha ia em direção ao seu peito, quebrando sua armadura e o perfurando no lado esquerdo de seu peito.

- ARGH! – ele urrou, cambaleando. Eu olhei para o arco, que de alguma forma fez o vento perfurar a armadura dele. Então me lembrei que Fragarach destruía qualquer muro, por que não qualquer armadura – VOCÊ VAI PAGAR CRIANÇA TOLA! SEM UM DEUS NÃO PODE ME MATAR.

Ele então recomeçou a fatiar o chão tentando me acertar. Eu pulava de seus ataques estranhamente ajudada pelo vento, enquanto acertava cada lugar no qual eu mirava. O gigante era apenas temporariamente entorpecido – suas feridas se recuperavam rapidamente.

Foi então que eu comecei a colocar o meu plano em prática – enquanto o gigante estava muito louco para perceber onde ia, quanto mais onde atacava, eu comecei a desviar cada vez mais para perto da borda do tártaro.

Quando meus pés tocaram o chão instável do ponto mais perto do precipício que eu tencionava ir, eu me senti diferente – como seu uma névoa pesada, carregada de algo antigo, estranho, me envolvesse. De novo o tempo pareceu parar, e eu senti um leve cântico – um murmúrio dolorido – envolver os meus ouvidos, quanto mais eu prestava atenção, mais percebi que não era grego, ou qualquer outra língua conhecida.
- Mágica – eu disse, enquanto as palavras negras eram absorvidas pela minha cabeça. Então a lâmina do gigante estava indo na minha direção, e eu concretizei o meu plano.

Enquanto ele golpeava a borda do tártaro, eu dei uma rasteira por entre suas pernas, parando à dois metros das costas dele. Eu puxei meu arco, mirando em seu pescoço e acertando uma rajada de vento tão forte que o fez cambalear um passo para o precipício. Eu me senti zonza – provavelmente usar de mais os poderes do arco desgastaria minha energia – mas eu estendi o arco na minha frente.
- Fragarach! – eu gritei, pensando em um martelo pesado, com um cabo longo. A espada atendeu a minha urgência, e brilhando rapidamente se transformou no martelo que eu imaginei.

Antes que o gigante pudesse reagir, eu golpeei com todas as minhas forças a base da pernas de cobra dele, que já mal o mantinha em pé o fez cambalear ainda mais para a borda do tartáro.
- GAROTA! O QUE DIABOS VOCÊ PENSA QUE ESTÀ FAZENDO?! – ele gritou, mas era tarde de mais para uma reação, por que eu acertei sua outra perna de cobra.

O gigante foi em disparada para frente, e quase que dando uma pirueta vacilou para dentro do abismo. Ele provavelmente não teria caído sem a ajuda do vento oportuno que veio com força total na direção do gigante e o fez ir gritando para dentro do abismo. Quando eu me aproximei para checar se ele tinha caído, quase morri do coração quando vi uma mão deformada na beira do abismo.
- ARGH! – ele urrou quando me viu o olhando de cima.
- Como está o tempo aí em baixo, nanico? – eu perguntei, e então bati com tudo em seus dedos com o martelo, o que fez ele cair para a escuridão de um modo que João do pé de feijão ficaria orgulhoso de mim.

Transformando então Retaliadora em um punhal – que era muito mais leve do que aquele super martelo – eu então me senti um pouco realizada – havia derrotado o gigante! – mas o centimento durou pouco, por que quando cheguei um pouco mais perto do rio e olhei para ele, a escuridão estava transbordando da borda do rio.
- Não, não não! – eu gritei – Eu já derrotei o gigante, volte! – mas não aconteceu nada, exceto por uma gargalhada de gelar o sangue que deve ter ecoado por todo o mundo inferior. Então o rio parou seu curso e por um momento a escuridão parou de trasbordar dele. Antes que eu pudesse ter qualquer esperança, toda a luz do submundo desapareceu, e eu fui banhada por uma escuridão tão profunda quanto o tártaro.


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Notas finais do capítulo

*gigantomancia - pra quem não fez o dever de casa, é a guerra dos gigantes contra os olimpianos.

AEEEW
ANSIOSOS PELO PRÓXIMO? XD

Por favor, comentem! >:D