Nossa História escrita por Maria


Capítulo 7
Capítulo 7 - Como lidar com os sentimentos?


Notas iniciais do capítulo

Eu não vou poder postar amanhã, por isso vou postar dois capitulos hoje. Obrigada a todos que comentam, vocês realmente me dão o impulso necessário para continuar a escrevendo e postando.



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Era final da tarde de terça-feira, eu estava chegando em casa e estacionando meu carro na garagem quando notei a moto de Rachel parada logo na entrada e a menina sentada na escada, me esperando.

“Rachel, se eu soubesse que você viria, eu não teria passado no mercado após as aulas” Ela se levantou e pegou parte das sacolas em minhas mãos.

“Eu não queria que você mudasse seus planos por minha culpa” Eu abri a porta e fiz sinal para Rachel entrar primeiro “Não se importa de eu ter vindo, né? Ver Zak”

“Claro que não, eu até estranhei você não ter perguntado nada dele na aula” Ontem depois do nosso pequeno passeio com Zak e Jesse, nos não tínhamos nos falado, até mesmo no colégio Rachel apenas entrou no Glee e assistiu sua aula, claro que o tempo todo abraçada a Finn, o namoro deles parecia perfeito, acho que se eu não tivesse ouvido a briga, depois a conversa dela com Jesse e é claro, o beijo, eu iria acreditar que eles são um modelo de casal, Finn é sempre carinhoso e Rachel é sempre receptiva a todo carinho dele, embora eu realmente não lembre do contrário, não consigo lembrar de um dia aonde foi ela quem o abraçou ou o beijou.

“Onde ele está?” Rachel deu uma olhada em volta.

“No meu quarto, é bom deixar ele preso quando saio por muito tempo, assim ele só destrói meu quarto e minhas coisas e Santana não tem tanto o que reclamar” Colocamos as compras no balcão da cozinha “Vamos lá vê ele” Chamei Rachel.

“Ir para o seu quarto?” Rachel falou em um tom levemente mais grave.

“Não exatamente ir para meu quarto, mas resgatar Zak, ele já deve estar estressado” Falei tentando não dar importância ao seu tom de voz ou ao fato de ser meu quarto.

“Ok”

Subimos a escada e fomos até meu quarto, meu quarto não era nada diferente de qualquer outro, era de tamanho médio, tinha uma cama de casal, o criado mudo, uma escrivaninha e a porta que levava a um closet e outra ao banheiro, era tudo simples mais aconchegante. Abri a porta e minha reação foi igual à de Rachel, ambas gememos frustrada.

“Zak você fez uma bagunça” Rachel repreendeu o animal que nos olhava abanando o rabo e com olhar fofo e carente, porém seu olhar fofo não tinha o mínimo poder sobre nenhuma de nos duas, não naquele momento com o quarto uma bagunça. Zak conseguiu abrir a porta do closet e espalhou metade das minhas roupas pelo quarto, praticamente todos os meus sapatos se encontravam babados e roídos, de alguma forma surreal ele conseguiu até mesmo tirar a roupa de cama e deixa o colchão desforrado.

“Menino mal” O repreendi, mas ele abanou mais o rabo, como se eu tivesse o parabenizando. Vi Rachel começar a pegar os sapatos do chão.

“O que você está fazendo?” Questionei.

“Arrumando” Ela disse como se fosse obvio.

“Não precisa, pode deixar que eu arrumo”

“Praticamente eu te obriguei a ficar com o Zak, o mínimo que posso fazer é te ajudar na bagunça que ele faz” A verdade é que eu tinha aceitado o Zak só por causa de Rachel, eu não pensava em ter um cão, ao menos não no momento, porém eu tinha me apegado aquela bolinha de pelo que só apronta.

“Eu realmente gosto dele, ele me faz companhia, não sinta-se obrigada a nada” Fui sincera, Rachel não falou nada, continuou catando as coisas e eu fui ajudar, levamos quase uma hora para arrumar tudo. “Nem acredito que acabamos tão rápido” Me joguei na cama deitando de costas “Ontem eu levei o dobro desse tempo para arrumar tudo”

“Ele fez isso ontem também?”

“Sim, porém acho que ontem ainda estava menos piorFalei brincado, mas parei de rir quando vi Rachel em pé me olhando, me dei conta da situação, eu estava deitada na minha cama, provavelmente meu vestido tinha subido cerca de um palmo e eu estava praticamente mostrando toda minhas pernas, levantei em um pulo com o rosto corado “Você fica para o jantar, certo?” Rachel arranhou a garganta antes de responder o que me deixou mais corada ainda.

“Acho que posso aceitar o convite”

“Ótimo” Sorri amplamente “O que você que comer? Tenho muitos legumes”

“O que você quiser fazer está bom”

Rachel foi me esperar na sala e eu troquei de roupa e prendi meu cabelo, me encontrei com ela e fomos para a cozinha, resolvi fazer uma salada e frango, Rachel obviamente ficaria apenas com a salada. Santana chegou poucos minutos depois que tínhamos começado a prepara a comida, eu estava em pé temperando o frango e Rachel estava sentada cortando os legumes.

“Cheguei” Santana gritou da porta, ouvi a porta se fechar e passos se aproximando da cozinha “Olha a pequena polegar voltou” Ela disse assim que viu Rachel.

“Santana” A repreendi.

“Voltei para visitar a doce Margarida e, é claro, a inconveniente Maga Patalógica” Rachel fez uma alusão ao desenho do Pato Donald, eu já estava pronta para separar a Santana do pequeno corpo de Rachel, porém minha amiga simplesmente começo a rir. Rir? Aquilo não tinha sentido.

“Baixinha atrevida” Santana disse ainda rindo “Eu acho que gostei de você”

“Eu não sou tão mais baixa que você”

“Você é praticamente um Hobbit, e é mais baixa do que qualquer outro adulto normal”

“Falou a menina com altura suficiente para acertar uma bola na cesta de basquete” Sua voz saiu irônica.

Qualquer um que ouvisse aquela conversa iria pensar que ambas estavam tendo uma briga, mas eu conhecia Santana e sabia que ela estava apenas tendo uma boa conversa, o que era surpreendente já que a latina nunca gostava de ninguém. Olhei para Rachel e acho que sorri, Rachel Berry era uma menina de mil faces, na escola ela era uma aluna irritante com roupas estranhas, no dia-a-dia ela era uma pessoa incrível e apaixonada pela vida, em alguns momentos ela era extremamente madura, enfim percebi que ela era mil pessoas em apenas uma, eu só queria ter a chance de conhecer todas as outras, até mesmo as mais sombrias.

Eu já tinha colocado o frango no fogo, Rachel se levantou para preparar o molho da salada enquanto Santana continuava de pé, escorada na parede.

“E você, não faz nada?” Rachel perguntou a Santana, ela parecia totalmente a vontade na minha casa.

“Eu faço, arrumo a mesa e ajudo a comer”

Rachel começo a preparar o molho, senti ela enganchando seu dedo indicador na parte da minha calça aonde eu deveria usar pra prender o cinto, ela me puxou para mais perto dela, eu fui sem relutar, ela sorria.

“Prove isso, e me diga se está bom” E novamente ela colocou a colher perto da minha boca, mas dessa vez ela tinha um sorriso mais travesso, provei o molho que estava divino.

“Isso é uma delicia Rachel” Falei empolgada, comida sempre me deixava empolgada.

“Sabia que você ia gostar” Ela disse feliz e em um gesto de surpresa, me puxou mais ainda e me beijou na bochecha, depois desenganchou seu dedo da minha calça. Obviamente não olhei para Santana, mas sei que ela provavelmente tinha um olhar questionador.

O jantar foi mais que agradável, Rachel e Santana estavam praticamente virando melhores amigas, a pequena menina demostrou que podia ser tão ácida em suas frases como a latina. Após o jantar, Santana arrumou a mesa e colocou a louça na lavadora, Rachel e eu fomos andar com Zak e assim que voltamos o pequeno filhote foi logo arrumando um canto e indo dormir.

“Você tem certeza que é seguro andar nisso?” Perguntei a Rachel enquanto ela colocava o capacete.

“Eu estou viva” Rachel me olhou questionadora e subiu a viseira do seu capacete “Você nunca andou em uma moto?”

“Não acho seguro” Coloquei minhas mãos dentro do bolso, eu já imaginava aonde aquilo tudo iria levar, ela certamente me convidaria para uma volta, mas não, definitivamente eu não aceitaria. Jamais.

“É só você me segurar firme, um pouco acima do quadril e quando eu fizer a curva, irei inclinar meu corpo, e você deve acompanhar o movimento” Me agarrei forte na cintura de Rachel, como diabos eu tinha subido nessa moto? Não me pergunte, eu não sei, mas agora eu estava na garupa da moto e com tanto medo que nem podia raciocinar.

“Isso não é uma boa ideia” Eu disse.

“Relaxa, não vou fazer nada que coloque nossas vidas em risco, além do mais não estamos indo pegar a estrada para o México e nem fazer um Rally, é só uma volta no quarteirão”.

“É só uma volta no quarteirão” Repeti as últimas palavras dela, a moto ligou e em poucos segundos Rachel acelerou e começamos a andar “É só uma volta no quarteirão” Eu gritei para me convencer, ouvi Rachel rindo, apertei sua cintura o mais forte que eu pude. O passeio foi terrível, eu senti que poderia cair a qualquer momento, não passou carro nenhum ao nosso lado e mesmo assim o medo me consumiu.

“Nunca mais vou andar nisso” Sai da moto e Rachel continuou sentada nela.

“Você ficou tensa demais, porém não pode mais dizer que nunca andou de moto” Tirei o capacete e entreguei a Rachel, ela tinha ido sem, ela insistiu que eu que deveria usa-lo “Da próxima vez será melhor”

“Não haverá uma próxima vez” Falei categórica.

“Sempre há uma próxima vez Quinn” Ela tinha um sorriso presunçoso e eu descobri que odeio aquele sorriso nela. Ela ligou novamente a moto “Até amanhã”

“Até” Ela afivelou o capacete “Pode me ligar quando chegar?” Minha voz saiu baixa e tímida.

“É claro”

“Tenha cuidado” Gritei enquanto vi Rachel saindo em uma velocidade bem maior do que a que andamos. Entrei dentro de casa e Santana estava no sofá.

“Dessa vez tenho que dizer que acertou na namorada, Rachel realmente é uma boa garota e gosta de você” Joguei minhas chaves na bancada e sentei ao lado de Santana.

“Não seja doida, eu já disse, ela  não é minha namorada e tão pouco gosta de mim, não desse jeito. Lembra que ela tem namorado e ainda aquele idiota de ontem?”

“Você é cega ou se faz de cega? A menina flertou com você a noite toda, a todo momento te tocava e sorria com todos aqueles dentes brancos te olhando” Santana falava sério.

“Isso não é verdade”

“Tudo bem, mas aposto que no caso você não é cega, apenas esta se fazendo de cega” Santana se levantou para sair, eu olhei para o chão.

“Ela ainda vai fazer dezoito anos” Eu falei e Santana voltou a sentar ao meu lado.

“Esse é o problema? Olha Quinn, não somos tão velhas assim, você tem 25 anos, é uma diferença aceitável”

“Ela tem namorado”

“E ele tem chifres” Eu ri do comentário da latina, só mesmo ela para me fazer rir nessas horas.

“Ela é minha aluna”

“Só por mais alguns meses, depois vocês estariam livres” Santana segurou meu queixo e me fez olhar para ela “Me diz Quinn, o que acontece para você nem ao menos querer tentar algo? Essa menina está claramente te cercando, o cachorro é só a desculpa que ela usa.”

“Eu ..” Eu comecei a travar uma batalha comigo mesma “Eu...” Eu repeti, era difícil aceitar aquilo tudo “Merda” Fechei os olhos “Eu acho que gosto dela, de verdade” Abri os olhos e vi Santana sorrindo.

“Quinn Fabray está apaixonada” Ela disse como uma adolescente e tive que revirar os olhos.

“Não estou apaixonada, mas acho que posso assumir que eu gosto de Rachel”

“Você está apaixonada” Santana repetiu, mas dessa vez de forma séria “Porém te conheço bem e sei que não vai assumir isso no momento” Ela me deu um olhar que não sei descrever “Quinn, não tenha medo de viver isso” Abracei Santana, eu estava confusa, talvez eu tivesse realmente apaixonada por Rachel, talvez eu poderia investir em algo e, talvez, bom, talvez era só talvez. Certo?

Fui para meu quarto e tomei um longo banho, eu precisava clarear minhas ideias, pensar se deveria ou não tentar algo, tudo me dizia que não, eu não deveria entrar nesse jogo, Rachel era uma menina de 17 anos que logo iria se aventurar na faculdade, ela tinha um belo namorado e traia ele com outro belo rapaz, segundo Santana, nas horas vagas ela ainda fretava comigo, isso mostrava o quanto pouco confiável ela é em relacionamento, mais ainda, talvez isso mostre o quanto ela ainda é imatura, ela não estava pronta para algo sério e eu tinha 25 anos, já não tinha mais vontade de viver relacionamentos sem sentido. Deixei a água do chuveiro embaçar minha visão, era um modo de eu enxerga como estava por dentro, embaçada, confusa. Por que me preocupava se Rachel estava pronta ou não para um relacionamento sério? Será que eu realmente queria um relacionamento sério com ela? Será que eu estava apaixonada por ela? Tudo era tão confuso.

Sai do banho enrolada na toalha, ouvi meu celular tocando e fui atender.

“Cheguei em casa” Rachel disse, sua voz me fazia sorrir.

“Fico feliz, ainda tem 20 dedos, dois braços e duas pernas?” Perguntei brincando.

“Eu acabei de chegar, ainda não deu tempo de contar” Trocamos pequenas risadas, o senso de humor dela era ótimo e ela sempre tinha resposta para tudo “Quinn, eu tenho que te falar uma coisa” Seu tom saiu sério.

“Diga”

“No caminho da sua casa para a minha, minha mãe me ligou e perguntou se eu poderia almoçar com ela no feriado da sexta-feira. Eu queria saber se você realmente pode ir comigo”

“É claro que eu vou, vamos descobrir juntas tudo que você quer saber e quem sabe, você não consegue construir uma relação com ela”

"Quem sabe ..." Sua voz vagou um pouco mais.

Conversamos quase que por uma hora, eu geralmente não ficava mais que 5 minutos com alguém ao telefone, 5 minutos para mim era uma conversa longa e que já começava a ficar entediante, mas com ela não foi assim, simplesmente o assunto vinha e o tempo passou sem ser notado.

Cada vez mais eu via que tinha coisas que apenas Rachel Berry conseguia fazer comigo, e a principal delas era me deixar sem noção do tempo. Aquela pequena garota aos poucos deixava meu mundo ao contrário.


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Notas finais do capítulo

*menos pior foi colocada no texto apenas para dar um leve ar de piada, creio que tanto eu quanto todos que leram, realmente sabemos que tal expressão não é correta, porém para construir a história, tudo vale :)



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