At The Ballet escrita por Luiza Brittana4ever


Capítulo 6
Lady's Academy of Dance


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada pelos comentários e espero que gostem!



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Santana acordara uma hora antes de ter que ir para sua primeira aula na academia de Ballet. O dia, que era uma quarta-feira, nascera nublado, acinzentado e com alguns ventos que sopravam fortes, mas para Santana o dia amanhecera lindo e nada poderia estragar o dia tão esperado.

Depois de pronta, e checar sua mala pela quinta vez, Santana desceu até a cozinha aonde Felícia preparava a mesa do café e Joanne e George conversavam animadamente.

-Bom dia mamãe, bom dia papai e bom dia Felícia! – disse Santana e se sentando à mesa.

-Bom dia, querida! Coma alguma coisa, daqui a pouco já saímos. – disse Joanne e tomou um gole do líquido quente que enchia sua caneca de porcelana.

-Bom dia, filha. Ansiosa? – perguntou George com tom de divertimento.

-Um pouco e não estou com fome, mamãe. – disse Santana, que olhava os pães e os queijos como se seu estômago estivesse cheio.

-Então, pelo menos tome um chá. – disse Joanne.- Felícia, traga mais uma xícara.

Felícia depositou a xícara, já cheia com o líquido quente e transparente, na frente de Santana e sorriu.

-Joanne, já são sete e cinco. – disse George, que olhava seu relógio de bolso.

-Céus. Já é assim tão tarde? – perguntou Joanne deixando seus olhos esbugalhados.- Santana, querida, sua maleta já está pronta?

-Desde de ontem. – disse Santana.

-Ótimo, vá pega-la. Partiremos em cinco minutos. – disse Joanne sorrindo ao ver sua filha quase cair da cadeira e correr em direção da escada.

O caminho até a academia foi em total silêncio, um silêncio confortável. Quando faltava apenas uma quadra, Joanne murmurou que estavam chegando. Enquanto o carro parava na rua larga, o coração de Santana batia tão rápido que Santana levou a mão direita até o peito e por cima de seu casaco de viagem ainda sentia o coração.

A academia era colossal. Possuía quatro andares, que na visão de Santana e Joanne eram bem grandes. Na rua um grupo de garotas, mais velhas que Santana, conversavam enquanto fumavam. Santana encarou por mais uns dois segundos desnecessários o letreiro em rosa bebê, onde se lia “Lady’s Academy of Dance”. Joanne empurrou as portas brancas com detalhes dourados e esperou Santana entrar, e quando a mesma passou por ela sussurrou “Vamos até a sala da senhora Palender”. As duas atravessaram um pequeno corredor, que estava cheio de alunas já prontas, vestindo os collants ou macacões, era um corredor que possuía três escadas em espiral, pela qual as alunas subiam correndo, e que Santana estava muito ansiosa para saber onde davam. Seguiram até um corredor mais largo e com menos movimento. Os corredores eram brancos e o carpete era azul marinho, que subia pelas escadas. Santana e Joanne pararam diante de uma porta de ouro com uma plaqueta em cima da maçaneta que dizia ”Eleonor Palender diretora e coordenadora” em preto. Joanne bateu na porta e ouviu um “Entre” sonoro e entusiasmado.

- Bom dia, senhora Palender. – disse Joanne ao fechar a porta atrás de si.

- Já se encontram aqui? Céus! Bom dia, senhora Kutterin. – disse a diretora da academia, Eleonor Palender.

Eleonor era uma mulher de classe. Já beirava os sessenta anos e suas formas e expressões faciais afirmavam isso. Com os cabelos negros, que mesclava com o cinza, presos num coque perfeitamente feito. Seus trajes eram roxos, uma saia que ia até o começo da panturrilha, um terno feminino, em lenço enrolado no pescoço escondiam a blusa de dentro.

A sala de Eleonor tinha um clima agradável. Era limpa e cheirava a pinho. A sala estava na penumbra, mas Santana não pode deixar de olhar os objetos que brilhavam com a mínima luz, como o piano de calda negro, a estante de livros e a mesa de Eleonor, que mais parecia uma mesa de jantar de tão grande.

- Madame.- disse Santana fazendo uma pequena reverência.

- E você deve ser Santana, nossa nova aluna. – disse Eleonor sorrindo.

Santana confirmou com a cabeça.

- Pois bem. Teriam alguma dúvida? Algum assunto que não ficou esclarecido? – perguntou Eleonor que olhou de Santana para Joanne e de Joanne voltou para Santana.

As duas negaram.

- Tudo o que tenho à dizer é que será um prazer imenso ensinar tudo que oferecemos. Que faças bom proveito e sejas bem-vinda! – disse Eleonor.- Agora se quiserem me acompanhar, vamos em direção do estúdio quatro, onde a professora Henrisson está dando aula de Dança de Representação, que como planejei seu horário é sua primeira aula toda a quarta-feira e segunda-feira.

Santana pegou o horário oferecido pela mulher mais velha e correu os olhos pelo papel em busca das aulas de Ballet clássico, que por sorte tinha na quarta-feira, antes do almoço.

-Seu horário é baseado pela turma da sua idade. – informou Eleonor, que seguia por uma das escadas em espiral.

Chegaram até o estúdio quatro, estava com as portas brancas fechadas. O carpete azul percorria por todo aquele andar. Eleonor abriu as portas do estúdio. Havia dezessete meninas, loiras e morenas, todas trajavam o mesmo macacão azul Royal e ao lado do rádio estava uma mulher mais velha que usava trajes verdes.

-Senhorita Henrisson, avisei que chegaria uma nova aluna para este grupo. O que você acha de uma polca? Para se familiarizar com as outras alunas? – perguntou Eleonor em direção de Santana que fitava o carpete azul.

-Claro. – afirmou Santana.

-Muito bem, venha até aqui. Prazer, meu nome é Alene Henrisson, mas poderás me chamar de Senhora Henrisson. – disse a mulher que estava ao lado do rádio.

- Santana. Santana Kutterin. – disse Santana sorrindo.

-Deixe me ver sua altura.- disse Alene que girou duas vezes ao redor de Santana.- Segunda fileira, acho que não és tão baixinha para estar na primeira.

-Venha, senhora Kutterin. Deixe se familiarizar com o ambiente e venhamos a discutir os assuntos finais.- disse Eleonor que puxou Joanne para fora do estúdio.

-Turma, primeira posição. – disse Alene, depois de dar duas palmas repetidas.- Você começa aqui, senhorita Kutterin. A polca é um ritmo bem entusiasmado e aprenderás rápido.

Santana se dirigiu ao lado de uma menina morena que sorriu gentilmente e se virou para frente. Santana nem conseguiu perguntar se não deveria trocar de roupa, a senhora Henrisson já pusera a música e a fileira da frente começara a dançar. Depois da aula de Dança de Representação, Santana teria Mímica mas estava tão perdida e não conseguia se achar. As alunas foram em direção da próxima aula, que também seria mímica, mas estavam tão ocupadas em correr para trocar de roupa que nem viram Santana encarando seu horário. De repente, um fio de vento, vindo do escapamento de ar, fez o horário de Santana voar e ela, é claro, foi atrás do mesmo.

-Isso é seu? Estás precisando de ajuda? – perguntou uma voz suave que Santana levantou a cabeça tão rápido só para saber de quem era a maravilhosa voz.

Uma menina loira, com corpo escultural, pernas torneadas, lábios rosados igual à suas bochechas, suas mãos, que Santana queria poder segurar e nunca mais soltar, seguravam o horário de Santana e os seus olhos, a parte que mais chamou a atenção de Santana. Eram os mais bonitos e curiosos que Santana já havia visto. Eram tão azuis e tão profundos que lembravam o Oceano.

Santana não acreditava, aquela é a menina com qual sonhou durante semanas, dias e agora poderia finalmente tocá-la e sentir seu perfume. Uma dúvida martelava na cabeça de Santana, “Seria sonho ou estava revendo-a? Ela era uma pessoa ou um anjo? Talvez os dois...”


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando da história, qualquer opinião...
Beijos