Assimetria conveniente escrita por DeadPmoon


Capítulo 8
Os sentimentos dela, nostalgia e intimidade.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos. É claro que eu não deixaria vocês com apenas aquilo, aqui está o capítulo de verdade, e vejam bem. Já estou avisando, vou fazê-lo em partes pois vai ser loongo. Tem muitoo KiMa pra sair quentinho do forno! Bem, aqui está a primeira parte. Espero que esteja dentro de suas expectativas. Boa leitura!



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Capítulo 8. Os sentimentos dela, nostalgia e intimidade.

MAKA P.D.V

–Bom dia, Kid. – Sorri amena e recebi um cumprimento gentil em resposta. Ele já estava em perfeitas condições logo de manhã, vestindo sua roupas simetricamente ajeitadas e com o penteado impecavelmente arrumado, como o esperado dele. Ele logo se sentou e então eu o servi com o omelete que havia preparado para o café da manhã. Eu havia insistido a Liz que me permitisse preparar a refeição naquela manhã como forma de agradecimento pela hospitalidade por parte dos anfitriões da mansão. Tamanha insistência resultou na tão almejada permissão.

–Foi você quem fez? – Ele indagou ao olhar o prato.

–Sim, como forma de agradecimento. – Respondi em tom gentil. Sentei ao lado dele e ele então provou o omelete. Aguardei uma reação por parte dele, ansiando positividade, mas antes de qualquer palavra dele já me senti elogiada, pois apenas observando expressões faciais percebi a tamanha satisfação por parte dele em degustar minha receita.

–Está maravilhoso! – Ele exclamou sorridente. – Sabores perfeitamente equilibrados! Isso é que é simetria! – Ele disse, parecendo realmente se deliciar com o omelete. Apesar de tanta estranheza desse TOC dele, definitivamente ele era uma pessoa que esbaldava gentileza e espontâneidade. Qualidades, aliás, que apreciava muito nele. Não somente isso, mas também a inteligência e o cavalheirismo. Realmente, Kid era uma pessoa admirável. É, de fato, a primeira vez que sinto tanto interesse por um garoto.... Sorri levemente pra mim mesma, corando devido aos meus pensamentos e decidi começar a comer do prato que servi para mim, afim de espantá-los.

–Então, Kid, sobre o encontro de hoje... Onde nós iremos? – Indaguei, já ansiando por nosso passeio em conjunto. Eu geralmente não me animava muito em sair. Porém, desde pouco depois do incidente da troca de corpos, criei uma afinidade maior com o Kid e notei o quão divertido é ficar ao lado dele. Passar um tempinho com ele me soava agora uma ótima ideia. Aliás, tinha certeza que seria um programa interessante.

–Bem, onde... vamos? – Ele questinou a si, parecendo desnorteado.

–Que tal na praia? – Uma terceira voz surgiu no ambiente, se intrometendo na nossa conversa.

–Liz! Você estava ouvindo a conversa? – Kid indagou, extremamente surpreso e corado. Eu não estava em uma situação diferente.

–O que? Não, eu estava pensando alto, não tem nada haver com vocês. Por favor me ignorem e continuem a conversa! – Ela saiu sorrateira com um sorriso maroto, após o claro discurso mentiroso e sugestivo. De qualquer forma, apenas ignoramos-a como o requisitado e ficamos por um tempo pensando em alguma opção pertinente.

–Já sei! – Kid exclamou.

–No que pensou? – Indaguei curiosa.

–É uma surpresa. Não querendo te apressar, mas como o que eu pensei em fazer exige bastante tempo, a senhorita poderia ir se vestir para irmos logo cedo? Tenho certeza que irá valer a pena. – Ele sorriu para mim, parecendo ansioso.

–Certo. – Preferi não questionar, gostava de surpresas. Levantei-me para me dirigir ao quarto.

–Ah, tenho um pedido. Vista uma calça pois para fazer o que pretendo usar saia pode tornar as coisas um pouco... Inviáveis. – Ele alertou, o que me fez ficar ainda mais tomada pela curiosidade. Apenas assenti e segui rumo a meu quarto temporário.

Estava quase pronta para sair, já com as roupas vestidas, quanto escutei batidas em minha porta. Quando abri, logo vi que era Liz. Ela adentrou o quarto sem permissão e começou a revirar minhas roupas.

–O que está fazendo, Liz? – Indaguei suspeitosamente, um tanto incomodada.

–Vou te arrumar apropriadamente. Você usa sempre as mesmas roupas, menina! Um encontro é algo especial! Tem que mudar um pouco.

Ela pegou um conjunto a escolha dela e tentou me ajudar a trocar minhas roupas. Rejeitei educadamente.

–Olha Liz, para começo de conversa, como você soube que vamos sair? Estava nos espionando?

Ela olhou para o lado em silêncio, assumindo a culpa.

–Certo, tudo bem... Mas sabe, é só um passeio normal entre amigos. Deixe-nos decidir o que fazer. Por que tanta preocupação conosco?

–Bem, é que.. É a primeira vez que o Kid se apaixona, então tudo tem que sair perfeito e.... Opa! – Ela levou as mãos na boca para se silenciar, evitando que falasse mais alguma palavra. Então... o Kid estava...apaixonado? Por mim?

–Apaixonado, é... – Murmurei baixinho, corando violentamente. O constrangimento era naquele momento explícito, porém o que ela havia dito não era uma surpresa tão grande para mim pois imaginava que algo assim poderia estar acontecendo já fazia um tempo... Quer dizer, eu sou totalmente sensível a almas, consigo perceber mudanças emocionais ligadas a uma aura. Posso não estar antenada com o Soul perception ligado a todo momento mas consigo sentir vibrações vindas das pessoas, dependendo da situação e intensidade do sentimento exposto. Já faz um tempo que noto uma sensação calorosa e acolhedora originada das vibrações de alma dele, e só as sinto quando ele está próximo de mim. Havia feito suposições sem muita preocupação, mas Liz acaba de afirmar minha hipótese. E provavelmente ela não está mentindo. Afinal, posso sentir a aura dela cercada de arrependimento por ter dito que acabou de dizer. Então... eu não estava errada...

–Por favor, finja que não escutou isso. – Ela implorou, desesperada.

–Bem, na verdade... Eu acho que já suspeitava. – Comentei.

–Sério? – Ela indagou, incrédula.

–É. Digamos que... Sou sensível a emoções, e quanto mais sensível a pessoa é, mais fácil é de notar certas coisas.

–Vindo do você, faz sentido... – Ela pareceu convencida. – Então... Já que você já sabe... O que me diz sobre isso? O que acha do Kid? Você gosta dele?

De fato, Kid era uma pessoa incrível e que tinha gostos muito semelhantes aos meus. Eu... provavelmente gostava dele... Talvez mais do que imaginava há pouco tempo atrás... Mas não poderia simplesmente dizer isso na frente da Liz, era muito constrangedor. Sorri tímida e corei fortemente. Ela logo entendeu e sorriu em resposta.

–Certo, vou parar de intrometer, agora estou mais tranquila. Espero que se resolvam logo. – Ela deu um tampinha gentil em minhas costas e saiu do quarto. Refleti por uns instante. Me olhei no espelho e suspirei. É.. O que a Liz havia dito sobre minhas roupas há pouco estava totalmente correto. Não custava eu me arrumar melhor. Troquei novamente minhas vestimentas e soltei meu cabelo, deixando-o totalmente livre. Ajeitei-o com um creme, peguei uma bolsinha para guardar a carteira e afins e finalmente desci. Kid estava me esperando no sofá ao lado do Belzebub e de uma câmera fotográfica.

DEATH THE KID P.D.V

Escutei a Maka se aproximando e então me levantei para explicar a ela o que eu havia programado. Todavia, por um instante não consegui falar absolutamente nada pois me deparei com uma belíssima visão. Ela estava tão encantadora... Tão linda. É possível se apaixonar duas vezes seguidas pela mesma pessoa? Passados alguns segundos me recompus afim de evitar constrangimentos e me lembrei que devia instruí-la ao que faríamos a seguir.

– Venha comigo até o quintal, Maka, por favor.

Ela pareceu estranhar a instrução porém me seguiu sem questionar. Eu carregava o meu skate em uma das mãos e a câmera em outra. Ao chegarmos, me virei para encara-la com um sorriso estampado no rosto.

– Maka, já quis saber qual a sensação de voar no Belzebub?

– Na verdade eu nunca havia pensado nisso, mas agora que você perguntou soou interessante.

– Ótimo! Que acha de dar um passeio por cima de Death City e de cidades vizinhas? Podemos fotografar belas paisagens.

– Parece maravilhoso Kid! Apesar de que... Racionando melhor agora, eu acho que tenho um pouquinho de medo de altura...

–Ah, não se preocupe, é só uma questão de costume! Pode confiar em mim! – Exaltei com animação. Coloquei o Belzebub no chão e subi na ponta dele, deixando espaço para a Maka atrás de mim. Ela então pegou a câmera de minha mão, guardou na bolsa dela e se acomodou em cima do skate.

–Podemos levantar voo? – Perguntei educadamente.

– É, acho que sim... – Ela parecia levemente trêmula. Olhei-a e sorri de leve.

– Pode confiar. Segura em mim. Eu não vou te deixar cair. – Disse gentilmente e a Maka então pareceu se acalmar um pouco. Ela segurou firme em minha cintura e logo estávamos levantando voo, o que a fez se amendrotar um pouco, fazendo-a mudar de apenas mãos me segurando a um forte abraço por trás. Corei de leve mas tentei não demonstrar constrangimento. – Vamos lá então.

Subi a uma altura razoável e em pouco tempo Maka se acostumou com a altura e já estava apreciando a paisagem. Ela parecia admirada.

–É lindo, Kid! Você sempre vê essa paisagem maravilhosa, né. Tenho inveja!

–É, tenho que concordar que é realmente invejável... – Eu disse, jubiloso.

– E para onde iremos primeiro?

– Quero te mostrar o meu lugar.

–O seu lugar?

–É, onde eu gosto de ir para pensar, sabe?

Em pouco tempo chegamos a nosso destino. Pousei o Belzebub e descemos dele.

MAKA P.D.V

O lugar que Kid queria me mostrar era incrível, imediatamente fiquei estupefata. Mal eu sabia que havia uma pasiagem tão bela ao redor de Death City, tão repleta de gramíneas e arbustos intensamente verdes, mesmo que no topo de uma montanha terrosa. Haviam, ainda, flores de todos os tipos, alguns macaquinhos e pássaros sonorizavam o ambiente. Esse mundo é realmente recheado de surpresas... Já fazia um tempo que não me surpreendia com uma paisagem natural. Caminhamos por alguns minutos até nos deparar com um precipício que enquadrava uma vista maravilhosa de toda a Death City. O lugar de Kid cada ver mais me deixava maravilhada. Como será que ele descobriu esse lindo lugar?

–Meu pai me trazia aqui quando eu era pequeno. Não sei bem o motivo, mas ele me apresentou esse lugar há muito tempo atrás. Não pessoalmente, pois não haveria como, mas lembro-me dele indicando a um criado que cuidava de mim esse lugar, para me trazer aqui quando eu estivesse muito triste. Até hoje me encanto com a exuberância dessa paisagem e essa atmosfera me acalma, principalmente em momentos críticos. – Ele respondeu, quase como que se tivesse lido meus pensamentos. – Inclusive é um ambiente que naturalmente me traz lembranças boas. Quando criança, sempre me traziam aqui quando eu resmungava muito, e hoje, por conta própria, ainda venho aqui para refletir. E sempre me fez muito bem. É nostálgico. Me satisfaz muito saber o quão meu pai me conhece para indicar um lugar como esse e saber que será tão bom para meu conforto. Isso mostra o quão ele se importa comigo e me entende. Aliás, outro grande motivo de eu gostar tanto daqui. – Explicou. Respirei fundo, e me senti extasiada com a atmosfera acolhedora a qual o ambiente realmente exalava. Um sentimento de admiração por Kid se fortaleceu ainda mais ao ouvir suas palavras. O carinho dele por aquele lugar era devido a motivos tão inocentes e dignos. Certamente ele era alguém com quem valia a pena ter uma forte amizade.

– Sabe, Maka. Você é a primeira pessoa que trago aqui. Na verdade, é a única que sinto vontade em compartilhar tamanha nostalgia. Não sei bem o motivo, mas... Me sinto bem contando sobre esse lugar para você... – Ele disse em baixo tom de voz, sorrindo tímido e com os olhados voltados ao chão.

–Fico feliz em saber... Eu não conhecia esse seu lado, Kid. Gostei de saber um pouquinho mais sobre você e de conhecer essa sua outra parte. – Sorri com satisfação porém um pouco encabulada por tamanha honra concedida a mim.

–Bem, eu sei que é chato pedir assim, mas pode guardar segredo? – Ele perguntou, um tanto envergonhando.

–Claro, Kid. Eu já não pretendia contar a ninguém sobre isso. Você quis contar só para mim sobre isso, então não tenho motivo nenhum de sair espalhando para outras pessoas. É um segredo nosso. – Expliquei gentilmente e sorri, dando-o segurança de meu sigilo. Ele sorriu de volta em resposta.

–Obrigada Maka... Bem... Que tal tirarmos uma foto aqui? – Ele sugeriu.

–Eu não perderia uma recordação desse lugar por nada! – Anunciei, frenética, peguei a câmera e me posicionei ao lado dele, a paisagem aérea era o cenário da fotografia. O envolvi com uma das mãos, apoiando um dos meus braços sob o ombro dele e então registramos o momento. Sugeri então ficarmos mais um tempo por ali para apreciar a beleza natural e em pouco tempo estávamos sentados lado a lado, bem próximos entre si, apenas contemplando a paisagem juntos. Nunca me senti tão bem e ao mesmo tempo tão a vontade perto dele. Não queria que aquela sensação fosse embora de forma alguma e certamente o sentimento era recíproco. Cada vez mais eu notava o quão íntima de Kid eu estava me tornando. E era inevitável: Isso só me fazia querer me aproximar ainda mais dele.


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Notas finais do capítulo

Aí vocês perguntam: "Mas o Belzebub pode voar tão alto?" Na verdade eu não me lembro muito bem como que é no mangá, mas aqui ele pode. Imaginação gente. Mas enfim, é só detalhe. O que acharam? Ainda tem muita coisa para eles fazerem! Vai ser um encontro e tanto né. Sobre a Maka, resolvi explorar um pouco os sentimentos dela, já que havia feito demais com o Kid e pouquissimo com ela. Enfim, comentem!



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