O Castelo Dos Meninos escrita por Lady Padackles


Capítulo 5
Capítulo 5




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Sam alcançou o muro da escola pouco antes de escurecer. Estava exausto e com os joelhos e mãos esfolados. Foi direto para seu quarto dormir. Foi só no dia seguinte que se lembrou que teria que inventar uma desculpa por ter matado aula de história e não ter entregue o trabalho. Antes de ir tomar o café da manhã, pegou o trabalho que ainda estava em cima da mesa e foi procurar a Senhorita Evans na sala dos professores.

– Senhorita Evans? Eu queria explicar a minha ausência na aula de ontem – disse Sam, assim que avistou a mulher.

A professora olhou o menino com cara de poucos amigos e fez sinal com a cabeça para ele prosseguir.

– É que... Eu comecei a me sentir muito mal ontem a tarde, fiquei vomitando e não consegui sair mais do quarto. Devo ter comido alguma coisa que me fez mal... Mas eu trouxe o trabalho para lhe entregar.

– Não aceito trabalhos atrasados, Sam. E por favor, não me venha com desculpas.

– Mas... professora... Não é desculpa, eu...

– Menino, cumpra com as suas responsabilidades, você já é um rapaz. E eu não vou ficar controlando quem mata aula para tomar sol no pátio.

E dizendo isso a Senhorita Evans se retirou fazendo cara feia. Sam ficou sem graça, só então notando o bronzeado adquirido no dia anterior. Ninguém haveria de acreditar que estivera o dia inteiro em seu quarto. Sam saiu de lá sem graça com a professora, e ainda com mais raiva de Dean. Por culpa daquele louro idiota ele ficaria com zero em uma avaliação. Mas pelo menos a Senhorita Evans provavelmente não aceitaria as desculpas dele também. Sam adoraria estar por perto para ver Dean levar uma bronca.

– Por onde você andou? - Castiel foi logo perguntando quando avistou Sam chegando para o café da manhã.

– Eu... - Por algum motivo, Sam não quis dizer. Toda aquela aventura na praia era de alguma forma vergonhosa para ele. Afinal ele havia seguido Dean sem motivo, ficado igual um idiota pulando onda sozinho, e depois seguido o louro de volta, com a roupa toda molhada. Tudo o que havia conseguido fora um raladão no joelho e um zero em história.

– Eu... Fiquei a tarde inteira pegando sol no pátio...

Errr... Eu detesto aula de história – disse ele então, sem graça.

– Você é doido, Sam... E o trabalho que era para entregar? Você disse que ia correndo até o seu quarto para buscá-lo e a gente não te viu mais... - insistiu o amigo, confuso.

– Eu pensei que a professora fosse me deixar entregar hoje, mas ela não deixou... - Justificou-se Sam.

– Ahh, Sam, como você é otário! Claro que ela não ia te

deixar entregar o trabalho hoje. E que desculpa você deu para ter faltado aula? - Perguntou Clark, se intrometendo na conversa.

Sam então contou que tinha dito que estava doente, com todo aquele bronzeado. Todo mundo riu. Ficaram os quatro conversando e comendo, quando Sam avistou Dean. Ficou examinando-o de longe. Notou também a professora de história sentada em uma mesa próxima, tomando seu café da manhã. Viu quando os dois terminaram de comer mais ou menos ao mesmo tempo e iam se encontrar casualmente na saída do refeitório. Sam engoliu um último pedaço de bolo, disse para os amigos que precisava ir ao banheiro e se levantou esbaforido. Não podia perder o encontro de Dean com a Senhorita Evans de maneira alguma.

– Dean, querido. Você está se sentindo melhor? - Disse a professora se aproximando do menino.

O louro acenou afirmativamente e sorriu com docilidade.

– O seu trabalho está ótimo – a professora então completou – Ainda não acabei de corrigir, mas com certeza terá uma nota boa. Parabéns.

Sam assistiu àquela cena estupefato. Dean havia enganado a professora direitinho, e ainda havia entregue o trabalho... Mas como? Assim que a professora saiu, Sam imprensou Dean na parede.

– Quando você entregou o trabalho de história? - perguntou o moreno, revoltado.

– Ontem, antes da aula.

– E disse que estava passando mal?

– Isso mesmo.

– E por que ela não desconfiou do seu bronzeado?

Dean olhou para Sam incrédulo, e só então o moreno percebeu que Dean estava mais branco que uma vela. Além de ter ficado na sombra o tempo todo, o infeliz ainda devia ter usado um protetor solar.

 Seu veadinho de merda! - vociferou Sam.

Dean apenas deu um risinho de lado e respondeu baixinho.

– Acho que é isso que você queria... Que eu fosse viado...

O ódio tomou conta de Sam. Ele sentiu suas pernas tremerem e uma sensação de calor subir do pescoço até a cabeça. Nessa hora Castiel, Clark e Oliver se aproximaram. Viram então Sam empurrar Dean com força. A cabeça do louro bateu perigosamente contra a parede, e ele escorregou para o chão.

– Sam, você enlouqueceu! – gritou Castiel nervoso.

Os três meninos correram para perto de Dean, que parecia ter perdido os sentidos. Sam ficou tão assustado que perdeu a capacidade de raciocinar. Ficou parado, observando o que acontecia.

Em poucos segundos Dean voltou à consciência. Clark ajudou ele a se sentar.

– Vamos chamar alguém. É melhor você não levantar daí – disse Castiel, preocupado. Afinal uma pancada na cabeça poderia ser perigosa.

– Não... Eu já estou bem – Dean respondeu. Estava bastante pálido e parecia tonto.

O menino tentou se levantar, e foi ajudado por Oliver e Clark.

– É melhor você ir descansar um pouco no quarto. Pode deixar que a gente avisa ao professor de física que você não está passando bem – disse Oliver.

Dean concordou e Oliver e Clark fizeram questão de acompanhá-lo até o dormitório. Castiel olhou feio para Sam.

– Nunca mais se descontrole desse jeito! Você podia ter machucado ele feio! Está querendo ser suspenso? Esses grupos de valentões violentos que vivem batendo nos outros estão sempre encrencados. Por favor, não nos meta em encrencas, Sam!

Sam apenas olhou para o chão, sem encarar o amigo. Quando Clark e Oliver voltaram, estes também estavam chateados com Sam, e o garoto teve que ouvir sermão de todos.

Sam não conseguiu prestar atenção alguma a aula de física. Será que Dean estava bem? Ele bateu com a cabeça com tanta força que chegou a desmaiar... No mínimo devia estar com um galo muito dolorido. Por que Sam havia se descontrolado daquela maneira? Que espécie de monstro ele era para sair agredindo os outros assim?

No meio da aula Sam sentiu que não conseguiria mais segurar as lágrimas. Correu para o banheiro e lá, sozinho, finalmente conseguiu aliviar a tensão. Chorou como uma criança, e sentiu-se patético por isso. O que estava acontecendo com ele afinal?

Sam voltou para a aula com os olhos inchados e o rosto vermelho. Na hora do recreio matinal, seus amigos perceberam como ele parecia triste.

– Sam, desculpa, a gente não queria gritar daquele jeito com você... - Castiel então desculpou-se. - Se o Dean não fosse tão metido a "superior" teria corrido para contar a algum professor e agora você estaria encrencado.

– Não fica chateado – disse Oliver – A gente se assustou, foi só isso. Mas eu sei que o Dean pode tirar qualquer um do sério. Eu mesmo já tive vontade de esmurrar a cara dele várias vezes.

Sam agradeceu a compreensão dos amigos e pediu desculpas por seu comportamento impulsivo. Continuava entretanto se sentindo péssimo pela atitude que tivera.

– Sam, não fica desse jeito... Eu tive uma ideia que vai te animar – disse Clark, então, também se pronunciando. - Foi ruim você ter se descontrolado, mas o Dean é mesmo um idiota e merece ser castigado. Vamos fazer uma competição. Cada um de nós pensa em alguma coisa par fazer contra o Dean e o vencedor é aquele que conseguir que ele tenha a pior reação. Só não vale violência física!

– Gostei! - disse Oliver entusiasmado.

Castiel também concordou, afinal seria um desafio fazer Dean perder aquela pose de inatingível. Sam, entretanto, se sentia muito mal em relação a Dean. Acabou pedindo licença e se retirando de perto dos amigos antes de dar qualquer opinião. Queria ficar sozinho.



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Notas finais do capítulo

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