O Castelo Dos Meninos escrita por Lady Padackles


Capítulo 17
Capítulo 17




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Sam não se conformava. Como Dean poderia tê-lo trocado por aquele garoto tão sem graça? Frederick Guilbert era esquisito, e tinha a rizada mais irritante do mundo inteiro! Sam fantasiou arrancar dente por dente do infeliz com um alicate. Depois, enojado, não conseguiu dormir pensando naquela boca mole babando a carne macia do seu lourinho...

No dia seguinte estava irritado. Logo de manhã avistou Dean conversando com Fred e precisou controlar a vontade de correr até eles e socar Fred até a morte. O máximo que fez for torcer para que a Gangue do Chute pegasse o desgraçado.

– Sam, que bicho te mordeu? – peguntou Oliver, obviamente reparando no semblante contrariado do amigo. Ele e Castiel haviam se aproximado da mesa em que Sam estava sentado, sozinho, observando de longe Dean e Frederick.

Assim que Oliver e Castiel se sentaram, Sam despejou sobre eles todas as suas frustrações. Além de Dean não querer mais a sua amizade, agora andava grudado com Fred. Será que estavam namorando, e era por isso que Dean não queria mais saber dele?

– Sam, essa história está muito mal contada... – disse Castiel pensativo – Até antes de você se ausentar o Dean estava totalmente na sua...

– Será que ele ficou bravo com você por causa da detenção que levou no dia em que seus pais te buscaram? – opinou Oliver.

Aquela era uma possibilidade, apesar de Dean não ter realmente motivo para se voltar contra Sam quando a culpa não havia sido dele. Pensaram também na possibilidade de Dean estar sofrendo bullying da homofóbica Gangue do Chute, porém lembraram-se que o louro seria a última pessoa a se intimidar com aquilo. Sam, desesperado, era adepto a teoria de que Frederick tinha feito macumba e agora Dean estava perdidamente apaixonado por ele.

Os meninos decidiram então que ajudariam Sam a descobrir o que estava acontecendo de fato, principalmente em relação a Frederick. Iriam seguir Dean e Fred após as aulas, e enfiar o ouvido atrás das portas se fosse necessário. Estavam os três animados com a ideia, quando Sam recebeu a triste notícia de que haveria de cumprir detenção naquele mesmo dia após as aulas. O diretor alegava que ele ainda devia um detenção devido ao mal comportamento no dia da tempestade.

– Não se preocupe, Sam, nós investigaremos o Dean para você. No final do dia deixaremos um relatório em baixo da sua porta – brincou Oliver.


Sam agradeceu... Sentia-se grato por seus amigos estarem ao seu lado, sem condená-lo por ser gay e apaixonado por um garoto. Estavam inclusive dispostos a ajudá-lo.


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A detenção, como sempre, foi chata e cansativa. Sam não via a hora de se libertar das garras do Dr. Crowley e ter notícia das investigações de Castiel e Oliver. Os exercícios que o diretor passara pareciam infindáveis, e quando ele o liberou já estava escurecendo.

– Sr. Winchester, o senhor não concluiu todos os exercícios, mas já está tarde. Amanhã o senhor deverá me encontrar aqui novamente de manhã cedo – Anunciou o homem secamente.

Sam o xingou baixinho. No dia seguinte, uma sexta-feira, teriam o dia livre, supostamente para estudar e fazer trabalhos. O menino pretendia ficar na cola de Dean e tentar descobrir mais coisas, mas o chato do diretor estragara seus planos.

Após despedir-se de Crowley, Sam correu para o quarto de Oliver, onde eles haviam combinado de se encontrar. Bateu na porta, e por um momento tremeu nas bases com medo de Dean ter sido pego em flagrante namorando “Fede-Fred” (Sam dera esse apelidinho a ele enquanto cumpria detenção na sala do diretor). Detestaria que sua suspeita fosse confirmada.

Quando Oliver abriu, Sam adentrou o quarto aflito.

– E então, descobriram alguma coisa?

Oliver e Castiel pareciam desanimados.

– Quase nada... – Revelou Castiel cabisbaixo. – Não conseguimos achar Dean depois da aula. Não estava em lugar nenhum... Mais tarde ele surgiu do nada, e foi se encontrar com Fred no quarto dele.

– Ele devia estar na praia... –suspirou Sam, interrompendo o amigo. Castiel prosseguiu:

– Sim, talvez, nem pensamos nisso... Oliver reparou que as mãos dele estavam sujas de tinta...

– E estavam mesmo... – disse Oliver – Depois que ele entrou no quarto, nos encostamos atrás da porta e ouvimos Dean dizer que estava pintando um quadro.

– E foi tudo – concluiu Castiel – porque depois disso a faxineira começou a zanzar pelo corredor e a gente precisou se afastar...

Sam não havia contado a seus amigos sobre os quadros de Dean, e quase teve um piripaque imaginando que agora seu lourinho dedicava uma pintura à feia fuça de “Fede-Fred”. Lembrou quando Dean lhe dissera que pintou as pessoas as quais realmente amou na vida. Ficou tão abalado que acabou não dizendo mais nada, simplesmente agradecendo a tentativa de seus amigos em descobrir alguma coisa.

– Terei que cumprir detenção amanhã novamente – suspirou tristemente, mudando de assunto.

Oliver precisava terminar uns trabalhos, mas Castiel se prontificou a vigiar Dean na dia seguinte pela manhã, talvez na tentativa de descobrir alguma coisa mais interessante que o fato dele estar pintando um quadro. Não fazia a menor ideia de que essa informação era relevante para Sam.

Sam despediu-se dos amigos e seguiu em direção ao seu quarto. Sentiu o coração doer ao passar pelo quarto de Dean, que ficava pelo caminho. Quantas recordações... Por que seu lourinho o traíra desse jeito? Como podia amar Fred tanto assim? Reparou que o corredor estava deserto e encostou seu ouvido na porta na tentativa de ouvir um suspiro que fosse.

O quarto de Dean estava tão quieto que Sam deduziu que ele ainda devia estar no quarto de Fred. Seguiu para lá sem pensar. Agora era a sua vez de vigiar Dean.

Mal Sam se aproximou, notou que Dean e Frederick já se despediam na porta. Tentou se esconder como pôde e, tremendo da cabeça aos pés, esperou para ver se se despediriam com um beijo. Ele precisava ver com seus próprios olhos.

O beijo não veio. Sam viu com espanto que assim que Dean se afastou e Frederick fechou a porta, o louro desabou em um choro compulsivo. Sam nunca o havia visto chorando tanto assim. Por mais que não quisesse que o namoro de Dean e Fred desse certo, partia seu coração ver seu lourinho sofrendo daquele jeito. O que o desgraçado do Fred fizera contra ele?

Não se contendo, Sam correu em direção à Dean, surpreendendo-o.

– Dean, o que aquele infeliz fez com você? – vociferou o moreno já segurando o ex-amigo pelos ombros.

Dean se afastou.

– Nada... – Disse ele com a voz entrecortada. Depois olhou Sam nos olhos. – Sam, por favor, vá para o seu quarto, não piore mais as coisas...


E dizendo isso, Dean saiu depressa em direção ao seu quarto.


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Então Dean Campbell estava perdidamente apaixonado por Frederick Gilbert, ou “Fede-Fred” para os íntimos... E Fred o estava o machucando de alguma forma... Talvez Fred não correspondesse a todo aquele amor, assim como Dean não correspondia o amor de Sam. Talvez fosse esse o motivo de Jensen não querer mais a amizade entre eles, pois sabia que Jared o amava e não queria fazê-lo sofrer...

Sam sentiu um certo alívio pelo acontecido, entretanto seu coração partira em dois ao ver Dean chorando daquele jeito. A vontade que tinha de acabar com a vida de Fred triplicou. Iria se vingar daquele maldito assim que se livrasse da detenção no dia seguinte...

Seu plano de vingança era um tanto infantil, e provavelmente afetaria a Dean muito mais que a Guilbert. Sam Iria até a praia para pintar chifres e bigodes na mais nova obra prima do louro.


“Vai ficar mais feio do que já é” – Sam pensou, sorrindo por dentro. “Fede-Fred” não merecia ser eternizado pelas mãos de um garoto lindo que sofria por ele...


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No dia seguinte, após finalizar os exercícios passados pelo diretor, Sam saiu correndo. Tudo o que queria era chegar a praia o mais depressa possível para destruir a pintura. Nem estava se lembrando que havia combinado de encontrar Castiel para saber de suas investigações, e foi pego de surpresa ao ouvir a voz do amigo chamando por ele.

– Sam, vai tirar o pai da forca? Vem cá, tenho informações para lhe dar.

Sam então lembrou-se que Castiel ficara de plantão na espionagem. Olhou para ele a procura de mais respostas.

– Dean ficou no quarto quase o dia todo, mas saiu um momento e foi até o correio. Estava com uma carta nas mãos.

O correio da escola era um serviço interno que servia tanto para encaminhar cartas dos alunos a seus pais e amigos, como também para entregar cartas de um aluno a outro. Era comum que os meninos trocassem cartas entre si, mais como uma forma de entretenimento.

– Deve ter sido uma carta para Fred... – Sam murmurou, pensando alto.

Claro, típico Dean... Fred havia feito alguma besteria e agora Dean escrevia uma carta pedindo desculpas. Tudo para fazer as pazes com o seu amor...


– Castiel, obrigado – disse Sam rispidamente – Agora tenho que ir. Desculpa, estou com pressa. A gente se fala mais tarde.


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Sam andava determinado, movido por uma fúria imensa. Primeiro descobrira sobre a pintura, e o que ela revelava: Dean amava Frederick. Em seguida testemunhara um desentendimento entre os dois, com Dean saindo imensamente abalado. Trincou os dentes pensando novamente na cena – a pintura de Fred não ganharia apenas bigodes e chifres, perderia também um dente ou dois, caso estivesse sorrindo.... Aquele sorriso irritante...

E quem sabe o “Fede” agora não estivesse recebendo uma cartinha carinhosa, escrita a mão, exibindo a letrinha torta mais linda do mundo? E leria que Dean sentia muito pelo que quer que fosse, e finalmente que louro o amava. Sim, Dean provavelmente declarava todos os seus sentimentos naquela carta. Coisa que Sam nunca conseguira fazer... O menino não conseguiu segurar o choro pensando naquilo.

Com o coração apertado, desceu o despenhadeiro em tempo record e correu em direção ao baú onde Dean guardava suas pinturas. Antes de abri-lo, avistou a tela que, por estar ainda úmida, era mantida do lado de fora, repousando sobre uma toalha no interior da gruta.


Pegou um pincel, molhou de tinta preta, e seguiu em direção à sua vítima com um sorriso cruel estampado no rosto. apelido


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