O Castelo Dos Meninos escrita por Lady Padackles


Capítulo 16
Capítulo 16




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/365628/chapter/16

Capítulo 16

As pedras escorregavam, e os meninos mal conseguiam enxergar um palmo diante de seus olhos. Praticamente precisaram engatinhar sobre as pedras para não cair, o que lhes custou vários machucados nos joelhos e braços. Para piorar, apesar do esforço que faziam para subir, não conseguiam se aquecer. Ambos tremiam de frio.

Pensaram em desistir e esperar o tempo melhorar para prosseguir. Entretanto, tinham medo do que aconteceria quando os pais de Sam chegassem e ele não fosse encontrado em canto algum da escola. No mínimo iriam colocar a polícia atrás dele. Além disso, ficar no meio do caminho morrendo de frio não era também uma opção muito agradável.

A subida demorou uma eternidade, e eles perderam noção do tempo. Quando chegaram ao topo, estavam parecendo dois sobreviventes de alguma catástrofe ecológica: Sujos, machucados, rasgados, exaustos e encharcados. Correram atordoados em direção ao dormitório. Antes que conseguissem chegar ao seu destino, entretanto, foram interceptados pelo diretor, que caminhava a passos largos em direção a eles, furioso.

– Senhores Winchester e Campbell! O que pensam que estão fazendo!? – o homem estava vermelho e gritava - Os seus pais estão lhe aguardando na diretoria, Winchester! Estamos tentando localizá-lo há muito tempo. Você deveria estar pronto para partir, mas está neste estado deplorável!

Sam e Dean ficaram sem palavras. Não sabiam que desculpa haveriam de inventar. Apenas olharam o diretor, trêmulos de frio e assustados.

– Andaram brigando na chuva? Nem sei como conseguiram ficar neste estado!Os senhores se comportam como se tivessem três anos de idade... Vão imediatamente tomar banho e se trocar – ordenou ele – Campbell, esteja pronto para cumprir detenção em minha sala daqui a meia hora. Winchester, vá se aprontar o mais depressa possível para sair com seus pais.

Dizendo isso o diretor saiu carrancudo. Dean e Sam correram cada um para seu quarto, e nem puderam se despedir direito. Sam se aprontou as pressas, se sentindo muito culpado por ter causado toda aquela confusão. Afinal, fora ele quem insistira para irem a praia... Agora, o pobre Dean, exausto depois daquela subida em meio à tempestade, teria que ir direto para a sala do diretor cumprir detenção. Seu coração doía só de pensar nisso.

Sem opção, Sam pegou sua mala e rumou a sala do diretor para se encontrar com seus pais. Ainda tinha alguma esperança de ver Dean uma última vez antes de partir, porém não o viu.


A viagem foi longa. O funeral foi chato. Sam não gostava do clima tenso e triste do velório, cheio de gente chorando. Sua mãe acompanhava os parentes na choradeira. Para piorar, não se sentia bem. Estava gripado, provavelmente por causa de toda a chuva e frio que pegara.

Em casa, Sam estava calado e pensativo. Torcia para o tempo passar logo para que pudesse retornar a escola. Mal podia esperar para reencontrar Dean, principalmente agora que tinha certeza de que seu amor era correspondido. Desejava muito colocar o que sentia em palavras e declarar-se ao louro. Queria ser seu namorado, e depois se casar com ele. Adotariam um casal de filhos lindos, e seriam a família mais feliz do mundo. Seus devaneios foram cortados pela voz de sua mãe. Foi com muito desgosto que recebeu a notícia de que não voltaria a escola na segunda-feira de manhã.

– Sam, querido, eu liguei para a escola. Você está doente, é melhor ficar em casa mais alguns dias... – disse sua mãe, carinhosamente.

– Não, mãe! Já estou bom... Deixa eu ir para o colégio! – o menino retrucou, colocando no rosto o seu mais triste olhar de cachorrinho pidão.

Sherri sorriu.

– Nossa, meu menino está mesmo crescido! Tão responsável... Eu sei que não quer perder as aulas, querido, mas você não está em condição de ir. Precisa. Descansar.

Dizendo isso, a mulher se aproximou do filho e verificou que estava febril. Ponto para ela – Sam não estava bem ainda. Mandou o menino ir se deitar e o fez tomar um chá muito amargo.

Os dias se arrastaram, e Sam suplicava para voltar a escola. Estava desesperado em pensar que Dean pudesse estar preocupado com ele. O louro poderia estar imaginando muitas coisas ruins que pudessem justificar a ausência de Sam na escola. Sam, por exemplo, poderia ter sofrido um acidente, e estar agora morto e enterrado. Pobre Dean...


Era quarta-feira a tarde quando Sam finalmente retornou a escola. O menino correu até seu quarto para deixar a mala e saiu a procura de Dean. Seu coração batia forte, afinal fazia quase uma semana que não via seu amor. Sentia-se trêmulo só de pensar naqueles olhos verdes penetrantes, que logo estariam a fitar os seus.

Sam caminhou até a cafeteria, depois foi até o pátio. Encontrou com Castiel e Oliver, mas nada de Dean. Foi até a biblioteca, a sala de estudos, mas nada... Só então Sam se lembrou da praia. Local improvável para quem deveria estar preocupado com o desaparecimento do namorado... De qualquer maneira, o moreno correu até o tão conhecido murinho, e avistou Dean voltando.

O menino esperou o amigo. Ressentiu o fato dele estar aparentemente tão tranquilo, curtindo a praia, porém acabou deixando esse sentimento de lado. Queria mesmo era jogar-se em seus braços, e compensar todos aqueles dias sem ele. Sam já estava até pensando em se enfiar no quarto de Dean para passar a noite, e quem sabe poderiam até ir mais adiante. Sam corou pensando em como seria sua primeira noite de amor. Quem sabe não seria aquela? E então Sam poderia se declarar no momento mais romântico de sua vida...

Quando Dean alcançou a escola, pareceu assustar-se ao avistar o moreno.

– Sam, v.. você está bem? - perguntou ele, gaguejante.

– Eu estava gripado, mas já melhorei! Agora estou ótimo! - Respondeu o moreno entusiasmado.

Dean permaneceu calado.

– Dean, eu estava com saudades de você... - disse então o moreno, caminhado ao encontro de seu amor.

Dean deu um passo para trás, olhou para baixo e tomou fôlego. Esperou um ou dois segundos, e então disse.

– Sam, me desculpa, mas nossa amizade precisa acabar. Por favor, não me procure mais.

Sam ficou em choque, tentou falar alguma coisa, mas sua voz embargou e não saiu. O menino acompanhou com o olhar o seu louro amado se retirando sem olhar para trás.

O que ele havia feito de errado afinal? Por que Dean não queria mais estar com ele? Seria medo de um relacionamento mais sério? Ou será que ficara com raiva por causa da detenção no último dia em que se viram? Ele não podia entender... Talvez simplesmente não gostasse mais dele.

Sam sentiu-se sem chão. Foi como se um balde de água fria o tivesse atingido e levado seus sonhos embora. Então eles nunca fariam amor? Nunca adotariam Thomas e Justice? Sam até já havia dado nome às crianças... Nunca viveriam felizes para sempre?

Voltou para o seu quarto sem conseguir conter as lágrimas. Chorou, chorou e chorou mais um pouco. Queria morrer. Não dormiu quase nada pois acordava durante a noite para sentir pena de si mesmo e chorar mais ainda.


– Sam, por Deus, o que aconteceu com você?

Essa foi a primeira coisa que Castiel falou ao ver seu amigo cedo pela manhã. O menino estava mesmo um caco, com o rosto todo inchado.

Sam precisava desabafar. O olhar compreensivo de Castiel era um convite a fazer isso... Ele então tomou coragem e desabou sobre ele todos os seus problemas amorosos.

Castiel ouviu tudo com atenção, desde o primeiro beijo até o momento em que Dean dissera que não queria mais ser amigo de Sam.

– Sam, se acalme, pode ser que nem tudo esteja perdido... – disse o moreno de olhos azuis. - Se Dean estiver assustado com o rumo do relacionamento de vocês, talvez uma conversa possa resolver as coisas. Talvez ele só esteja mesmo amedrontado e confuso, pois pelo que você me relatou, ele parece gostar bastante de você!

– Você acha? - perguntou Sam, mas para confirmar as próprias suspeitas.

Castiel assentiu, e Sam tentou sorrir apesar da vontade que tinha de chorar.

Então nem tudo estava perdido... Sam falaria com Dean e o tranquilizaria. Não precisavam ir tão depressa, a noite de amor podia esperar... Queria o seu louro de volta, não podia viver sem ele.


Sam seguiu para o quarto de Dean após as aulas. Bateu na porta, porém ninguém atendeu. Onde estaria o menino? Estava chovendo, então ele com certeza não estava na praia... Talvez estivesse estudando na biblioteca. Sam já estava se dirigindo para lá quando avistou Dean entrando no quarto de algum outro aluno, o 901.

De quem seria aquele quarto, e o que Dean estaria fazendo nele? O coração de Sam quase saiu pela boca, pois não sabia mais o que pensar. Lembrou-se do quadro de avisos na entrada do dormitório com a relação de quartos e alunos, e correu para lá.

901... 901... Os olhos verdes de Sam escanearam o quadro a procura da resposta. O nome que leu quase o fez cair para trás: "Frederick Gilbert". O rosto do menino tornou-se grená. Então era isso... Bastava ele passar alguns dias fora e Dean já estava se encontrando com outro. E logo com o maldito do Fred... Sam sentiu-se furioso, iria enforcar aquele desgraçado por ter roubado Dean dele!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Castelo Dos Meninos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.