O Castelo Dos Meninos escrita por Lady Padackles


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Queridos leitores,

Não adianta, eu bem que tentei publicar os capítulos apenas um vez por semana, mas não consigo... Assim que eu escrevo eu fico querendo saber o que vocês acharam! Por favor, comentem!

Bem, então vou voltar ao velho esquema de publicar assim que o cap. estiver pronto... O cap. 15 está bem grande, espero que gostem! Beijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/365628/chapter/15

Capítulo 15

– Sam, acorda! - O moreno abriu os olhos atordoado e viu Dean nervoso, chamando por ele.

– São 7:50h, Sam, dormimos demais! Temos prova de física as 8h, lembra!? - Enquanto dizia essas palavras, Dean já ia enfiando uma roupa qualquer.

Sim, era verdade, tinham prova as 8h, e a professor de física era um sujeito durão, que detestava atrasos. Sam levantou-se da cama de um pulo, e começou a se aprontar também, afobadamente.

Café da manhã nem pensar. Sam pegou uma caneta emprestada com Dean, e sairam os dois correndo dali diretamente para à sala de aulas. Nem puderam disfarçar quando chegaram juntos, esbaforidos, sem fôlego, e meio descabelados.

– Veadinhos nojentos... Nem quero imaginar o que andaram fazendo ontem a noite... - Sam ainda ouviu Clark sussurrar para um colega grandão, que pertencia a "gangue do chute". Pelo jeito seu ex-amigo agora andava com o pior grupo de garotos da escola...Sam engoliu a raiva e tentou se concentrar na prova.

Tentou mas não conseguiu... A falta de concentração, entretanto, não teve nada a ver com o comentário de Clark... É que Sam só conseguia pensar no enigma que era Dean. Desviou o olhar para a carteira do louro, que fazia sua prova compenetrado.

Dois corpos se atraem com força proporcional à massa de cada um deles e inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separa. Lei da gravitação universal... Sam olhou Howard, o menino gordo sentado na carteira ao lado, e teve certeza de que Newton estava errado. Sam reformulou: Dois meninos se atraem com força proporcional à cumplicidade de seus olhares, multiplicado pela compatibilidade da textura de suas peles, mas, infelizmente, inversamente proporcional ao quadrado da facilidade que eles tem de se entender...

Ahhh Dean, tão complicado... Estavam aparentemente tão bem, em um momento tão prazeroso na noite anterior, que Sam quase tivera a chance de se declarar. Mas então Dean começara a chorar...

Lei da ação e reação. Sam beija Dean, Dean chora... Reação mais esquisita...

Por que? Será que não aceitava bem a sua homossexualidade? Não estaria disposto a superar as dificuldades e preconceitos para viver uma história de amor com ele? Estaria com medo daquele relacionamento?

Era sexta-feira. Após a prova, teriam o resto do dia livre, sem nenhuma aula. Depois viria o fim de semana. Sam queria tanto se acertar logo com Dean para poderem aproveitar todo aquele tempo juntos... Mas será que os planos do louro eram os mesmo que os dele? O moreno queria ter tido tempo de conversar sobre isso com Dean antes da prova, mas infelizmente não fora possível.

Princípio da Inércia reformulada: Um relacionamento que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele. Ahh então Sam faria a tal "força resultante", e adeus inércia, alô amassos no lourinho!

– Sr. Winchester! - Os pensamentos de Sam foram interrompidos por uma voz masculina que o chamava. Sam encarou o diretor. "Ah meu Deus... O que será que eu fiz de errado", ele pensou, congelando.

– Por favor, passe na minha sala depois da prova, preciso conversar com o senhor.

Sam acenou afirmativamente, e o diretor se retirou da sala, deixando que os alunos voltassem a se concentrar na prova. Todos menos Sam, é claro, que apavorado via o tempo passar sem que conseguisse responder a uma questão sequer. Agora mais uma coisa para se preocupar: "O que o Dr. Crowley queria com ele?"

Em momentos como esse, mentes amedrontadas são invadidas por pensamentos dramáticos e improváveis. Com Sam não foi diferente. Já estava imaginando que o diretor descobrira sobre ele e Dean, e que os dois seriam expulsos dali. Vai ver até era por isso que Dean havia chorado no dia anterior, mas não tivera coragem de lhe contar. E então eles iriam embora daquela escola, cada um sendo arrastado para um canto do mundo, e nunca mais se veriam de novo.

Para que aprender as malditas leis de Newton... Eles deviam era estudar as leis de Murphy...

– Acabou o tempo. Senhores, por favor entreguem as provas – anunciou o professor em voz alta.

Sam, apavorado, rabiscou qualquer coisa em uma das questões só para não deixar a prova em branco. Envergonhado de seu desempenho, seguiu em direção à sala do diretor. Antes cruzou com Dean pelo caminho e combinou de se encontrar com ele na cafeteria logo após falasse com Sheppard.

– Sr. Winchester, sente-se por favor – Disse o diretor apontando para a cadeira grande e pesada que ficava de frente para a sua mesa.

Sam sentou-se, engoliu em seco. Sentia suas pernas tremerem de nervoso.

– Sinto muito ter que lhe dar essa noticia, mas sua tia Alba faleceu.

Sam olhou interrogativo. Ele nem se lembrava dessa tal Tia Alba. Mas o alivio foi tão grande que ele sorriu de uma orelha a outra.

O diretor pareceu estranhar o sorriso do menino. Esperou alguns segundos para ver se ele diria alguma coisa, e depois, como Sam permanecesse calado, prosseguiu.

– Sr. Winchester, seus pais virão lhe buscar hoje as 15h. Esteja pronto e trajado adequadamente para o funeral. O Sr. Passará o final de semana com sua família, e deverá retornar à escola na segunda-feira pela manhã.

– Ahh não, que não quero ir pro enterro! - protestou Sam. - Eu nem me lembro dessa tia Alba! Quero ficar na escola.

A verdade é que Sam, apesar de sentir falta de seus familiares, estava mesmo esperançoso em ter um fim de semana cheio de Dean: com beijos, abraços, carinhos, e declarações de amor. Além disso, dali a uma semana e meia iria ver seus pais, pois estava programado um novo dia de visitas dos parentes à escola.

Crowley olhou severo.

– Sr. Winchester, sem discussões. O Sr. Obedecerá a vontade de seu pai. Agora vá e espere por ele com a mala arrumada e trajando roupas apropriadas.

– Sim, senhor - Sam respondeu cabisbaixo.

Enquanto se dirigia à cafeteria, tratou de colocar na cabeça que talvez Dean nem mesmo quisesse passar aqueles dias com ele. Só esse pensamento para amenizar a sua decepção de ser retirado dali em um momento tão promissor de seu romance...

– Sam! O que o diretor queria com você? – Disse Dean, que apareceu de repente por trás do moreno. Sam olhou para ele, e reparou em como estava lindo.

– Uma tia minha por parte de mãe morreu... Meus pais vão me buscar pro enterro, vou ficar o fim de semana todo fora... – o menino suspirou tristemente.

Dean baixou os olhos

– Ahh, Sammy, sinto muito...

"Sammy? Como assim? Dean estava chamando ele por um apelido?!" Sam não pôde deixar de sorrir. Já era a segunda vez que sorria pela menção da morte da tia Alba... Dean pareceu confuso.

– Você não está triste?

"Estou triste por não passar o fim de semana te amassando...".Sam pensou, soltando sem querer um sorrisinho safado. Entretanto guardou o pensamento para si.

– Não, eu nem conhecia ela, Deany... - disse enfatizando o apelidinho que acabara de criar.

Dean enrubesceu, mas não comentou. Em seguida pareceu decepcionado e olhou para a cesta que carregava nas mãos.

– Pelo menos você vai ficar uns dias com a sua família! - Dean então acrescentou forçando um meio sorriso.

– O que é isso? - perguntou Sam se referindo a cesta.

– Ahh... Eu tinha comprado umas coisinhas para a gente fazer um piquenique na praia. Mas tudo bem, fica pra outro dia...

Ah não... Sam não podia ver seu louro decepcionado desse jeito! Além disso sentia-se infinitamente feliz ao saber que os planos de Dean, pelo menos para aquele dia, incluíam ele.

– Não precisamos adiar... Meus pais só vem as 15h. Dá tempo...

Dean ficou em dúvida, afinal seria um pouco corrido. Já eram quase 10:30h da manhã. A descida até a areia demorava em torno de 40 min, e a subida em torno de 60 min. Sam ainda tinha que fazer as malas. O moreno, entretanto, garantiu que não seria nenhum problema para ele, e que poderia aproveitar o piquenique e ainda voltar em tempo para a escola. Combinaram então de se encontrar as 11h, depois que Sam fizesse as malas e separasse as roupas que usaria mais tarde.

Sam ainda se encontrou com Castiel e Oliver rapidamente para dar a noticia do falecimento de sua tia, e seu afastamento durante o fim de semana. Depois acrescentou orgulhoso que iria almoçar com Dean, em seu local secreto. Ficou muito feliz em poder dizer isso abertamente a seus amigos.

As 11h, como combinado, os dois se encontraram em frente ao murinho. Dean com a cesta nas mãos, parecia bastante animado de ir até a praia, apesar do dia estar nublado e muito frio. Sam achou que ele estava especialmente adorável, falando sobre as guloseimas que havia comprado para os almoço dos dois, com os olhinhos acesos de vontade. Desceram conversando descontraidamente.

Chegando na praia, Dean, assobiando animadamente, pôs-se a arrumar tudo com muito gosto. Estendeu uma enorme toalha quadrada na areia e começou a tirar da cestinha pães, bolos, frutas, biscoitinhos e suco. Sam nunca havia visto nada tão lindo em toda a sua vida. Para ele não existia nada mais maravilhoso do que ver Dean feliz.

Assim que o louro terminou de ajeitar tudo, ambos sentaram-se na toalha, e quando iam começar a comer começaram a sentir os primeiros pingos de chuva que caiam do céu. Sam olhou para cima, e o que viu não foi nada animador. Uma tempestade estava se aproximando, e a chuva já começava a cair sem piedade.

Dean olhava da comilança ao céu sem saber exatamente o que fazer. A água já começava a molhar tudo, inclusive os dois meninos.

– Vamos salvar alguma coisa e correr para a gruta – sugeriu Sam, já agarrando o bolo de chocolate que era bom demais para ser desperdiçado.

Dean agarrou os biscoitos e o suco e ambos correram para se proteger da chuva. Encharcados e com frio, os pobres meninos sentaram-se na areia a puseram-se a comer o pouco que lhes havia sobrado da comida molhada.

– É melhor a gente voltar assim que a chuva parar. Com tudo molhado vamos ter que ser mais cuidadosos na subida, e vamos levar mais tempo que o de costume – Dean disse, com uma expressão claramente decepcionada.

Sam concordou. Realmente não tinha sentido ficarem ali com aquele tempo horroroso. O moreno engoliu um punhado de bolo empapado e desforme. Estava nojento. Descontente, olhou em direção a Dean e viu que o louro sorria.

– Está rindo de que? - surpreendeu-se Sam.

– De como nós somos um bobões nos lamentando por tão pouco... - o louro respondeu divertido. Em seguida olhou Sam nos olhos, segurou seu pescoço com uma das mãos, e acariciou seu rosto com a outra. O coração do moreno disparou. Ele envolveu Dean com os braços e puxou-o para mais perto de si. Beijaram-se ardentemente.

De repente o vento cortante que vinha do mar deixou de existir, o frio não mais incomodou, e o barulho da tempestade silenciou-se. Para Sam só havia Dean. Para Dean, só havia Sam.

Mãozinhas inocentes brincaram por dentro dos casacos e das camisetas. Depois se aventuraram explorando partes ainda mais intimas, deixando ambos os meninos louquinhos de tesão. Sentaram, e depois deitaram na areia úmida, pouco se importando com a falta de conforto.

Talvez Sam pudesse ter aproveitado o momento tão cheio de paixão para se declarar. Faltou-lhe raciocínio, faltou-lhe ar, faltou-lhe palavras. Tudo o que faltou sobrou em vontade. Vontade de comer aquele louro com batatinhas. De abocanhá-lo até arrancar pedaços. Controlou-se, entretanto, e Dean saiu quase ileso, com no máximo dois ou três hematomas.

O tempo passou depressa. Quando deram por si já eram 13:40h. Tinham apenas uma hora e 20 minutos para subir o despenhadeiro molhado e escorregadio, e para Sam tomar banho e se arrumar.

A chuva não dava trégua. Os garotos deram-se as mãos e seguiram assustados em direção às pedras. A pouco visibilidade, o vento e a chuva torrencial tornariam aquela escalada um desafio e tanto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? Qualquer comentário me fará muito feliz! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Castelo Dos Meninos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.