O Castelo Dos Meninos escrita por Lady Padackles


Capítulo 10
Capítulo 10




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Que sentimento era aquele? Sam estava assustado. Não podia estar apaixonado por um garoto... Ou podia? Ele não era gay, de jeito nenhum! Então porque se sentia daquela maneira perto de Dean? Talvez fosse a falta de contato com garotas... Sim, só podia ser isso. Sam tinha 16 anos, e seus hormônios estavam aflorados. Talvez Dean fosse a coisa mais parecida com uma menina que existisse naquela escola... Aqueles lábios carnudos, pele delicada, e lindos olhos com cílios gigantes. Não, ele não tinha culpa de Dean ser assim tão bonito... Talvez devesse se afastar dele, evitá-lo... Estava decidido. faria isso. Iria simplesmente sentar junto de seus amigos no café da manhã e parar de pensar no louro.


Sam então lembrou-se de Clark e da briga. Sentiu raiva. Como aquele garoto podia ser assim tão cruel? Como ele poderia encarar seus amigos depois do que acontecera? Confuso em seus pensamentos e sentimentos, Sam se dirigiu até a cafeteria. Já estava atrasado para o café da manhã.



Após pegar torradas, suco e bolo, com a bandeja nas mãos, Sam olhou a sua volta. Viu Clark, Castiel e Oliver sentados em uma mesa distante. Do outro lado do salão, avistou Dean, sozinho. Seu coração disparou. Apesar da resolução que fizera há poucos minutos atrás, Sam viu-se andando em direção ao louro. A vontade de se aproximar e falar com ele eram irresistíveis.



– Bom dia, Dean. Posso me sentar com você? - Disse o moreno, de forma contida.



Dean sorriu para ele.



– Bom dia – respondeu. Sam se sentou e então Dean subitamente pareceu surpreso.



– Sam, por que não vai se sentar com seus amigos?



O moreno não esperava por aquela pergunta, e sentiu-se desconfortável. Talvez estivesse forçando uma intimidade que não existia. Por sorte ele tinha uma ótima razão para não se sentar com seus amigos



– Eu e Clark brigamos, lembra? - respondeu ele.



– Vá pedir desculpas, então... - o louro disse como se fosse uma atitude óbvia. Sam ficou estupefato.



– Pedir desculpa? A culpa foi toda dele!



– A culpa foi TODA dele? - o louro perguntou, enfatizando a palavra “toda”.



– Sim! - reclamou Sam. - Ele lançou o Ben penhasco abaixo, Dean! Pelo amor de Deus, ele mereceu os socos que levou! - o moreno agora já estava ficando irritado. Afinal de contas, ele havia brigado com Clark por causa de Dean. O louro agora queria que ELE se desculpasse?



– Sam... O que o Clark fez foi errado. Mas você não devia ter partido para a agressão... Você também teve culpa nessa briga!



– Que seja... Mas ele teve muito mais culpa que eu! Ele que venha me pedir desculpas se quiser.



– Então você vai ficar afastado dos seus amigos por causa de um orgulho besta? Mesmo que a culpa tivesse sido toda dele, não valeria a pena pedir desculpas para restabelecer a sua amizade?



– Você acha então que devo ir pedir desculpas? - perguntou Sam.



– Claro que sim! Você vai ver como vai te fazer bem... - respondeu Jensen



“Hipócrita”, pensou Sam. Como todo aquele discurso podia estar vindo de alguém que não tinha amizade por ninguém? Por que Dean se importava com as amizades de Sam? Talvez o louro estivesse apenas querendo afastá-lo dali... Sam, entretanto, acabou decidindo acatar seu conselho.



– Tudo bem, farei isso então. - Sam se levantou, e foi se afastando. “Ahhh, mas Dean não podia se livrar dele assim tão facilmente...”. Então o menino tomou coragem, virou para trás e lhe fez um convite:



– Dean, você quer ir comigo a praia depois da aula? Está um dia lindo...



Dean pareceu surpreso com a pergunta, mas concordou. Combinaram de se encontrar em frente ao murinho depois da última aula do dia.



Sam então se aproximou de seus amigos. O clima ficou tenso quando Clark fingiu descaradamente que não o enxergava. Sam, seguindo o conselho de Dean, pediu desculpas. Clark não esperava aquela atitude, e não teve como não perdoá-lo. Sam explicou que gostava de bichos, e que havia achado uma crueldade o que Clark fizera. Logo os quatro já estavam conversando animadamente, como se nada houvesse acontecido. Sam sentiu um peso sair de cima de seus ombros. Talvez Dean não estivesse de todo errado em sua passividade.



O acontecimento, entretanto, fez Sam refletir sobre suas amizades e o que elas significavam. Se ele fora capaz de aceitar Clark com toda a sua crueldade, Clark e os outros haveriam de aceitá-lo do jeito que fosse. Então, na hora do recreio, quando Clark, Castiel e Oliver saíram para roubar merendas, Sam dirigiu-se a cantina para comprar a sua.



– Sam, o que está fazendo? - Castiel o repreendeu.



– Não vou roubar mais merendas, não sou ladrão! Eu me sinto muito mal fazendo isso...



O menino respondeu com tanta segurança e propriedade que nenhum dos três amigos teve coragem de respondê-lo. Finalmente estavam sendo capazes de respeitar sua vontade. Aquele dia estava correndo bem demais para ele.



Sam esperou ansioso o final das aulas. Não conseguiu pensar em outra coisa a não ser em estar na praia com Dean, dividindo mais um momento único com ele. Quem sabe Dean até aceitaria ir nadar naquela tarde ensolarada? Assim que o sinal tocou, o menino disse a seus amigos que estava cansado e que iria para o quarto. Em vez disso, correu em direção ao ponto de encontro.



O moreno esperou ansiosamente durante alguns minutos até Dean aparecer. Quando o louro chegou, cumprimentou-lhe cordialmente e puseram-se a descer o despenhadeiro. Pouco conversaram pelo caminho. Sam agradeceu pelo conselho dizendo que estava novamente se entendendo com os amigos. Perguntou por Ben. Dean respondeu que o ratinho estava bem, e cada vez mais esperto. Contou de suas travessuras brincando pelo quarto e roubando pedacinhos de biscoito.



Quando chegaram na praia, Dean foi logo se encaminhando para a gruta.



– Me mostra os seus quadros? - perguntou Sam.



Dean assentiu. Levou Sam até seu baú e tirou de lá quatro telas. Todas elas retratavam pessoas, e eram extremamente bem feitas.



– Esta é a minha mãe – disse Dean mostrando uma moça loura e muito bela. Mostrou também uma tela retratando seu pai, e depois seu irmão. O irmão se parecia com ele, porém era mais pálido e magro, e não tão bonito. Por fim Dean mostrou a tela inacabada que retratava a si mesmo. Era a tela que Sam havia visto Dean pintando a primeira vez que estivera na praia. O moreno notou uma carinha de rato saindo do bolso do menino na pintura.



– Está muito bonito! - Sam exclamou olhando para a última tela. Depois acrescentou sem graça. - Todas elas... Todas as telas estão muito bem feitas!



– Obrigada – respondeu Dean.



– Está pintando toda a sua família? - perguntou Sam.



– São todas as pessoas que eu amei na vida vida – respondeu o louro – E eu.



Sam tinha curiosidade em saber o que havia matado a mãe e irmão de Dean, porém não tinha coragem de tocar no assunto. Só olhar para as telas já parecia deixar Dean melancólico.



– Onde você vai pendurá-los? - Sam então perguntou, mais por falta de assunto que curiosidade.



– Em lugar nenhum. Elas vão ficar aqui na praia mesmo. Assim minha família vai permanecer junta para sempre.



Sam achou estranha a reposta. Então quando Dean terminasse a escola largaria ali aqueles quadros tão bonitos!? Não fazia sentido algum! Achou melhor não comentar.



Então, inesperadamente, Dean falou de sua mãe:



– Foi a minha mãe que me ensinou a pintar... - disse ele, após alguns minutos em que os dois ficaram em silêncio.



Sam engoliu em seco. Não sabia o que dizer. Dean nem mesmo devia saber que ele sabia das mortes em sua família.



– Eu fico feliz que ela tenha me ensinado, porque assim eu pude pintar esses quadros depois que ela morreu.



“Bem, então ele queria falar no assunto...” Sam forçou-se a prosseguir a conversa.



– Oh, puxa, sinto muito que ela tenha morrido, Dean... Faz muito tempo?



– Fazem quatro anos. E o meu irmão morreu ano passado... Sabe, ele não costumava ter essa cara de doente aí do quadro... Mas é assim que eu me lembro dele.



– Ah nossa, deve ter sido difícil para você e seu pai... Foi doença?



– Sim, os dois morreram da mesma doença... Uma doença rara, que o médico não conseguiu diagnosticar.



Aquele conversa já estava deprimente demais, e por isso Sam resolveu não perguntar mais nada a respeito.



– Dean, você não quer ir nadar comigo? - Ele então perguntou, abruptamente.



O louro olhou para o mar e respondeu um pouco hesitante.



– Hmmm, acho que não...



– Não sabe nadar?



– Sei...



– Hmm, então não vai me dizer que tem medo do mar? - Sam perguntou sorrindo.



– Um pouco... - Dean respondeu com sinceridade. - Me lembro de ter entrado no mar quando era muito pequeno. A gente nunca teve o costume de ir à praia...



– Eu não vou deixar que nada te aconteça. Você vai ver como vai ser gostoso!



Dean hesitou, mas acabou cedendo aos apelos de Sam. Ambos se despiram, ficando apenas de cueca. Sam vendo o louro assim tão descoberto sentiu-se excitado e tratou de se enfiar no mar para que Dean não percebesse. A água estava gostosa. Dean se assustou com as ondas que se formavam, mas Sam ficou todo tempo ao seu lado lhe ajudando a enfrentá-las.



Foi então que em um momento de distração, uma grande onda apareceu e empurrou Dean com força em direção a Sam. O moreno conseguiu manter o equilíbrio e segurou o louro em um abraço. Seus rostos aproximaram-se perigosamente. Seus lábios quase se tocaram. Dean e Sam olharam-se nos olhos por um momento, e o moreno sentiu que teria um enfarte. Sua vontade era de devorar aquele menino lindo, porém apenas deixou que ele lhe escapasse dos braços assim que a onda se dissipou.



Logo em seguida Dean sugeriu que voltassem, preocupado com o horário do pôr-do-sol. Sam sentia seu coração aos pulos enquanto subiam ribanceira acima. Sim, ele estava apaixonado, não havia mais nenhuma dúvida. Talvez ele fosse mesmo gay, mas e daí? Isso pouco importava. A única coisa que importava para ele era poder estar com Dean. Queria poder abraçá-lo sem medo e sentir seus lábios macios de encontro aos seus.



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