Ele É Apenas O Meu... (MODIFICADO 2020) escrita por lubizinha
Oi pessoal! Eu terminei o capítulo agora então se tiver algum erro podem dizer com um comentário. Não se esqueçam de comentar! É muito importante para eu poder continuar a escrever a história. Boa leitura. AVISO: esse capítulo pode ter algumas cenas de gatilho.
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Quando sentei na mesma cadeira no dia posterior, encontrei o meu caderno embaixo da mesma. Eu não sei porquê esperava que fosse receber na mão do garoto que havia me enviado o e-mail ontem. Abri e comecei a ver as páginas com os meus desenhos. Parei ao notar algo escrito em uma das páginas que não estava ali antes.
"Você é muito talentosa. Continue desenhando.". Sorri ao ver o comentário deixado pelo misterioso garoto. A resposta que eu queria muito saber era o porquê dele não ter me entregue o caderno pessoalmente, a gente poderia se apresentar e virarmos amigos de verdade. Mas algo dentro de mim já sabia a resposta, o que me deixava triste. Ele não queria ser visto comigo.
Os dias se passaram e finalmente era quinta-feira. Parece que tudo aqui na escola é igual todos os dias: os professores entram na sala, dão o assunto e vão embora; todo mundo senta sempre no mesmo lugar; os mesmos cochichos dos populares (os professores fingindo que não estão ouvindo); os nerds são os únicos a levantarem a mão; o pessoal do meio (incluindo eu) quieto, copiando, tentando prestar atenção apesar dos populares falando alto o suficiente para nos atrapalhar; existem até pessoas dormindo no fundo da sala durante as aulas.
Olhei para a janela e fiquei observando os pingos de chuva caindo. Pensando que eu ficaria ali para sempre, não teria futuro, nunca teria amigos. Eu estava naqueles dias depressivos. Então vesti o meu cardigã branco e botei o capuz. De repente o professor olhou para mim e mandou-me tirar o capuz porque não era permitido dentro da sala de aula. Eu o encarei irritada. Eu não podia ficar de capuz, mas os populares podiam conversar o tempo todo e até dormir na sala de aula? Eu odeio essa escola!
O sinal tocou para o intervalo, eu peguei o meu lanche e caminhei até a porta da sala. Porém um garoto popular, bem alto, musculoso, de cabelos loiros e olhos azuis escuros barrou a minha passagem antes que eu pudesse sair.
— Posso passar? – perguntei educada.
— Não, não pode. – respondeu ele em tom de brincadeira. Os amigos dele começaram a rir, olhei para eles e vi o Nathan ali, ele não ria, mas ele também não fez nada; eu vi a sua boca mexer como se fosse dizer algo, porém não o fez. O professor já havia saído, não havia ninguém para me ajudar e mesmo que houvesse aposto que não me ajudaria.
— Se não me deixar passar...
— O quê? – perguntou o garoto cruzando os braços. – O que você vai fazer?
— Deixe a passar, Gregory. – disse uma voz masculina atrás de mim. Quando me virei, vi um garoto de altura mediana, cabelos loiros ondulados, olhos castanhos escuros.
— Se não o quê? O que você vai fazer, Justin? – perguntou o garoto, que eu acho que se chama Gregory.
— Vou falar com o diretor. – respondeu o garoto chamado Justin. Gregory saiu da frente, deixando a passagem livre.
— Cuidado garotinho, com o que diz e com o que faz. – disse Gregory para Justin. Ele foi embora junto com os seus amigos para o refeitório, inclusive, junto de Nathan.
Sai da sala meio tonta, estava passando mal. Tudo parecia girar a minha volta.
— Você está bem? – me virei e vi o garoto que havia me ajudado.
— Não, mas vou ficar. Obrigada pela ajuda. – disse me virando novamente. De repente eu me senti caindo e me segurei em um armário do corredor. O garoto chamado Justin veio até mim e pegou um dos meus braços para apoiar em seu pescoço para eu poder me equilibrar.
— Precisa ir para a enfermaria. – falou ele com tom preocupado.
— Não! – protestei. – Eu estou bem, não preciso ir à enfermaria. Só me leve para algum lugar que eu possa ficar sozinha. – ele assentiu e foi me guiando.
Ele me levou para a quadra da escola, não havia ninguém ali porque estava chovendo e havia algumas goteiras que deixou o chão molhado e impossível para jogar. Eu me sentei na arquibancada e o garoto se sentou ao meu lado.
— Obrigada, mas prefiro ficar sozinha agora, se não se importa. – disse agarrando as pontas do meu cardigã com os dedos. Sei que estava sendo antipática, ainda mais que ele havia me ajudado duas vezes, mas eu queria ficar sozinha.
— Não vou deixar você sozinha nesse estado. – falou Justin. – Tudo bem se você não quer ir para a enfermaria, mas não vou te deixar sozinha desse jeito.
— Quer mesmo ficar com a garota novata, estranha e feia? – perguntei deixando uma lágrima cair dos meus olhos que estava presa antes, sem nem eu mesma ter notado, tentei virar o rosto para que ele não visse.
— Se você conseguir ficar com o garoto estranho, avoado e sem amigos. – disse ele e eu olhei para o seu rosto melhor. Ele era muito bonito, era impossível ele não ser popular ou não ter amigos.
— Você não parece ser esse tipo de cara. – falei.
— Você também não parece ser esse tipo de garota. – disse ele sorrindo. – A propósito, meu nome é Justin.
— Lena Darren.
— Você está melhor agora? – eu assenti. – Por que você ficou assim?
— Eu não sei. Acho que estou há muito tempo sem comer nada... – respondi com vergonha.
— Acho melhor você comer alguma coisa. – disse Justin. Peguei do bolso do meu casaco salgadinhos e abri.
— Você quer? – perguntei para Justin e ele pegou algumas batatinhas. – Obrigada de novo por me ajudar.
— Disponha.
— Você não entende. Ninguém nunca fez isso por mim... Nem mesmo um professor. – falei. – Parece que os professores preferem os populares. Aliás, como você conseguiu fazer com que esse tal de Gregory parasse de bloquear a passagem? Sem ofensa, mas ele é o dobro de você.
— O pai dele é o diretor da escola. – respondeu Justin. – E eu sei de algumas coisas do Gregory, coisas que ele não vai querer que o pai saiba.
— Por que não estou surpresa? - disse bufando. Então esse tal de Gregory era mesmo um valentão.
— Ele disse que ia me deixar em paz contando que eu ficasse de bico fechado. – falou Justin. – Ele tem medo de levar uma surra do pai.
Terminei de comer os salgadinhos em silêncio quando tocou o sinal.
— Está se sentindo melhor? – perguntou Justin me ajudando a levantar.
— Estou. – respondi. – Mas não quero voltar para a sala de aula.
— Quer matar aula? – perguntou Justin entusiasmado. – Comigo?
— Eu não sei, eu nunca fiz isso antes... Para onde iríamos? – perguntei sem jeito.
— Vem comigo. – ele pegou a minha mão e me puxou para fora da quadra.
Saímos nos desviando dos alunos pelos corredores, que voltavam do refeitório para a sala. Paramos de frente a uma porta que havia escrito numa plaquinha: Jornal da Escola.
Justin tirou uma chave do bolso e abriu a porta. Ele me esperou entrar e depois fechou de novo. Estava escuro até ele abrir as persianas das duas janelas e eu pude ver o cômodo pequeno cheio de mesas com computadores antigos, cadeiras, uma impressora, uma copiadora grande no fundo da sala, um quadro negro médio e várias caixas no chão.
— Está meio bagunçado. – disse Justin empurrando algumas caixas. – Eu geralmente mato aula aqui porque é mais seguro.
— Geralmente? Você mata aula sempre? – perguntei.
— Nem sempre, duas ou três vezes por semana. – respondeu Justin se sentando em uma das cadeiras. – Eu mato aula porque simplesmente detesto os professores e os populares. Mas eu estudo em casa as matérias perdidas.
— Então você é nerd? – perguntei confusa.
— Não, nerds sentam na frente e nunca matam aula. – disse Justin.
— Os nerds daqui fazem isso, mas não necessariamente do mundo todo. – falei me sentando numa cadeira ao seu lado. – Como tem a chave daqui? Você roubou? – perguntei preocupada.
— Não. – respondeu Justin tranquilo. – Eu faço parte do jornal da escola.
— Ah que legal! E sobre o que você escreve? – perguntei.
— Eu não escrevo, eu apenas tiro cópias. – respondeu Justin apontando para a copiadora. – Tenho uma cópia da chave porque às vezes eu preciso tirar cópias em cima da hora. Nossa! Acho que repeti muito a palavra cópias... – rimos.
— E se alguém do jornal aparecer aqui? – perguntei preocupada de novo.
— Não vai. Ninguém do jornal mata aula além de mim. – falou Justin. – A maioria é nerd. – ele deu de ombros. – Quer mexer no computador? Você pode, se quiser.
Liguei o computador e fui procurar algum joguinho nele. Mas não havia nenhum, nem campo minado tinha. Olhei para Justin para ver o que ele estava fazendo e o encontrei escrevendo alguma coisa em um caderno.
— O que é isso? – perguntei e ele tomou um susto.
— Nada. – respondeu Justin fechando o caderno.
— Me deixa ver! Agora fiquei curiosa. – disse me levantando para pegar o caderno, ele não deixou, ficou desviando o caderno até eu me cansar de tentar pegar. – Ai não, a Sra. Berry! – apontei para a porta, Justin se virou preocupado e eu peguei de sua mão o caderno assim que ele se distraiu.
— Você me enganou! – falou Justin fazendo uma expressão de ofendido enquanto se levantava. – Me dá de volta! – era tarde, eu já havia visto as páginas do caderno repletas de poemas, muito bons inclusive.
— Você que escreveu isso? – perguntei apontando para uma das páginas, Justin assentiu envergonhado. – São incríveis!
— Não são nada. – disse Justin tomando o caderno de minhas mãos.
— Tá brincando? Você tem talento, sabia? Porque não faz isso no jornal? – ele começou a rir. – Não tem graça nenhuma, eu estou falando sério. – Justin guardou o caderno atrás de uma mesa, acho que era onde ele escondia para ninguém pegar e quando matasse aula pudesse ficar aqui escrevendo poemas.
— Vai matar só uma aula ou todas? – perguntou Justin para mim.
— Todas. Eu estou me sentindo bem rebelde hoje. – respondi me sentando de novo. – Sem falar que eu não suporto aqueles populares.
— Nem eu. – disse Justin se sentando. – Quer ouvir uma piada? – eu assenti.
Ficamos lá até as três últimas aulas terminarem, Justin contou piadas e eu fiquei rindo. Depois fizemos uma bola de papel e ficamos brincando para acertar numa caixa o mais longe possível. Também brincamos de jogo da forca no quadro negro. De repente o sinal tocou. Justin abriu a porta, eu sai primeiro, ele saiu logo depois fechando em seguida. Paramos no corredor de frente a nossa sala.
— Por que paramos? – perguntei.
— Shhhh! Temos que esperar todo mundo sair da sala. – murmurou Justin.
Olhei para baixo e percebi que ele segurava a minha mão. Ele percebeu também e soltou envergonhado. Os últimos a saírem foram os populares. Nathan saiu e olhou para mim depois para o Justin com uma expressão que eu não consegui decifrar. Eu e Justin entramos na sala e pegamos as nossas coisas.
— Tchau Lena. – disse Justin.
— Tchau. – falei antes que ele fosse embora.
Sai da escola e entrei no carro, já familiarizado, do Sr. Mcdeall.
— Por que demorou tanto? – perguntou Nathan irritado quando eu entrei.
— Estava me despedindo dos meus amigos. – respondi imitando o que ele havia me dito uns dias atrás. Ele percebeu e ficou calado com raiva, o que me fez sorrir. Eu não pude deixar de me perguntar se o Justin seria a pessoa que havia escrito aquele e-mail para mim.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
REVIEWS? Digam-me o que acharam do Justin! E digam-me qual das capas vocês gostaram mais (dessa ou da antiga). :*