I Hate Myself escrita por Lady SunDame, Lia Mayhew


Capítulo 4
Indiferente




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A pessoa que havia me empurrado era, ninguém mais ninguém menos que Kelsey Hayes.

A mesma pessoa em que, neste momento, estava caída, abaixo de mim, com os lábios junto aos meus.

Não era engano. Muito menos sonho.

Nós dois estávamos em um estado de choque.

Até que Kishan puxou-a e colocou-a perto dele.

— Você ficou maluco? – Ele quase gritou.

Eu não disse nada, apenas encarei o corpo trêmulo da jovem.

Ela levantou-se, tremendo.

Antes que eu pudesse dizer algo, vi alguma coisa vir contra mim em uma forte velocidade.

E no segundo seguinte, eu estava no chão, com um filete de sangue escorrendo pelo canto direito da boca.

— Você ficou louca? – disse, em um tom de voz que era quase um grito.

— O único louco daqui é você! – Ela disse, com uma voz firme – Eu pelo menos não fico beijando qualquer um.

Senti novamente a raiva me transbordar. Quem era ela para falar daquele jeito comigo?

— Sua va... – Disse, enquanto me levantava do chão gelado.

— Hey! – Durga interrompeu-me – Deixe a garota em paz. Ela não tem culpa. Foi você quem começou

— Eu? O que eu fiz? – perguntei, tentando me manter calmo.

— Você tentou dar um soco no Kishan – Kelsey disse, finalmente.

Aquela garota havia passado dos limites, não foi só uma vez... Foram duas, e para piorar, Kishan estava do lado dela.

Kelsey estava a todo momento me surpreendendo, mas eu não sabia se isso era bom ou ruim.

Ela era bonita, tinha de admitir, porém... Me desafiava... Muito.

Kelsey Pov.

— Você tentou dar um soco no Kishan – respondi, sem pensar.

Ren me fuzilou com os olhos e então, deu meia volta e saiu.

Ele era estranho... Muito.

Eu, Nílima e Yesubai passamos o resto da festa evitando Dhiren e Kishan.

Durga havia insistido para que eu ficasse com suas roupas.

— Hey! Como que Durga fez com que você vestisse um vestido? – Yesubai perguntou, entrando no carro.

Dei de ombros.

— Ela me ajudou... Não podia simplesmente dizer que, eu não usava vestidos e saias.

Nílima riu, enquanto colocava o cinto de segurança.

— Durga faz milagres.

Yesubai concordou com a cabeça.

Passamos o resto do caminho conversando sobre Durga.

***

Levantei-me da cama, sonolenta.

Bocejei e fui até o banheiro. Tomei uma ducha, escovei os dentes e arrumei os cabelos em uma trança malfeita.

Fui até meu closet, despi-me de meu pijama e coloquei um shorts de moletom e uma camiseta qualquer e sai daquele ambiente.

Arrumei meu quarto. Cada pedaço, a som de uma de minhas músicas preferidas.

Ao fim de tudo, estava cansada.

Não é fácil arrumar um quarto do tamanho de uma sala.

Sentei-me no canto da minha cama e desliguei o som.

Suspirei e murmurei algo para mim mesma.

Escutei meu celular tocar e o atendi.

— Alô? – Perguntei

— Alô? Kells? – uma voz feminina perguntou.

— Quem é?

Escutei algo do outro lado da linha

— Sou eu, Nílima.

—Ah, oi.

— Eu estou te ligando pra saber se você pode vir aqui em casa.

— Posso, mas... Por quê?

— Por favor... Não pergunte nada... Apenas venha.

— Ãhn... Ok...

Trocamos mais algumas palavras e desliguei.

Fui até meu closet e coloquei uma roupa confortável, acompanhada de um de meus tênis All Star.

Coloquei meu celular em um dos bolsos de minha calça e desci as escadas.

Abri a porta e sai de casa.

Atravessei a rua e andei alguns metros, em direção à casa de Nílima.

Toquei a campainha.

Fiquei esperando durante alguns segundos, até que alguém abriu a porta.

Nílima.

Ela suspirou pesadamente ao me ver, como se estivesse aliviada.

— Venha, entre.

Logo que entrei na casa, consegui escutar um estranho som. Era dócil e infantil.

— Nílima... O que... – Tentei falar.

— Por favor, me ajuda – Ela me interrompeu, em uma voz chorosa.

— O que aconteceu?

Ela abriu a boca para falar algo, mas foi interrompida pelo estranho som. Só então, pude perceber que aquele som não era nada mais que o som de alguém chorando.

Nílima levou-me até a sala e então, eu vi.

Havia um bebê na sala. Um bebê frágil e pequeno. Ele estava nos braços de Yesubai.

— O-O que... – Gaguejei

— É a meia-irmã de Yesubai – Nílima disse, tentando me explicar a situação.

— Meia-Irmã? – perguntei, ainda olhando fixamente o bebê chorando.

O bebê parecia estar com medo, chorava e abria a boca assustadoramente.

Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, segurei-o em meus braços e tentei acalmá-lo.

Yesubai espantou-se.

— Kells...

Fiquei em silêncio.

Não gostava de ver pessoas chorando. Não gostava de ver ninguém chorando.

O bebê havia parado de chorar e então, entreguei-o para Yesubai, que me olhou perplexa.

— Como você fez isso?

— Eu não sei.

Nílima pareceu ficar mais relaxada ao perceber que o bebê havia parado de chorar.

— E então? Alguém me explica o que está acontecendo? - perguntei.

Yesubai fez um gesto com a mão, pedindo para que eu me sentasse, e eu, o fiz.

— Ela na verdade, não é minha meia-irmã – explicou – Ano passado meu pai se casou de novo e esta daqui, é a filha da esposa dele.

— E...?

Yesubai suspirou.

— E, a minha madrasta é uma mulher que não pensa na filha e por isso, ela a deixa comigo, enquanto está por ai, em um bar qualquer.

— Quantos anos sua madrasta tem? – perguntei curiosa.

— E isso importa?

Balancei a cabeça. Ela estava certa.

Voltei minha atenção ao bebê.

Ele era delicado e pequeno... Lembrava minha mãe.

— Qual o nome dele? – perguntei

— Dela – Yesubai corrigiu – O nome dela é Jennifer.

Sorri.

— Jennifer – murmurei para mim mesma.

A menininha olhou para mim e ficou me observando.

Eu, Nílima e Yesubai ficamos observando Jennifer por um tempo e então, ela ameaçou chorar.

Yesubai tentou acalmá-la, porém, foi uma tentativa inútil.

A jovem de olhos violetas entregou-me o bebê, esperando que eu pudesse acalmá-la.

Segurei a criança e tentei acalmá-la.

Nílima e Yesubai olhavam atentamente para mim.

— O que foi? – perguntei.

— Você a acalma – Nílima respondeu.

— O quê?

— Ela para de chorar, quando está com você.

— Eu não gosto de ver outras pessoas chorando – respondi

***

Tomei uma ducha rápida e coloquei meu pijama. Estava cansada.

Deitei-me em minha cama e liguei a TV.

Estava passando um documentário sobre tigres e eu adormeci enquanto o assistia.

Acordei de manhã, bem cedo.

Olhei para o relógio que estava na minha mesa de canto

07h30min.

Bocejei e levantei-me.

Coloquei uma calça jeans e um moletom.

Estava frio.

Desci até a cozinha, com um livro debaixo de braço, e esquentei um pouco de café com leite e passei manteiga em uma torrada.

Comi lentamente, enquanto lia um livro de Rick Riordan.

***

Fui para o colégio no meu horário habitual.

Yesubai estava lá. Começamos a conversar sobre assuntos aleatórios.

Nílima chegou alguns minutos depois e o sinal tocou.

Tivemos três aulas e então, o sinal tocou.

— Kells, eu e Nílima temos que resolver um negócio na biblioteca – Yesubai disse apoiada em minha mesa – Você... Pode nos esperar para almoçar?

Assenti e elas foram embora.

Eu continuei sentada em minha carteira e guardei os livros.

Pude perceber a presença de outra pessoa naquela sala.

Levantei-me e sai da sala.

O corredor estava vazio. Todos haviam ido almoçar.

Suspirei.

Desci as escadas e sentei no último degrau.

Alguns minutos depois, Yesubai apareceu.

— Ah, você está aqui – Ela sorriu – Vamos? Nílima está nos esperando na fila.

Levantei-me e acompanhei-a.

Fizemos nossos pratos e nos sentamos em uma mesa vaga.

— O que vocês foram fazer na biblioteca? – perguntei.

Nílima olhou para o próprio prato.

— Eu tive que entregar um documento.

—Hum...

Ficamos conversando sobre assuntos aleatórios até que, nós nos levantamos da mesa.

— Eu vou no banheiro – Yesubai disse – podem ir na frente.

Eu e Nílima fomos para a sala de aula e ela sentou-se em cima de minha mesa.

Antes que pudéssemos dizer algo, a porta da sala se abriu e Kishan entrou.

Para minha sorte – ou azar – Nílima saiu da sala e nos deixou a sós.

— Mas que diabos, Nílima... – murmurei para mim mesma.

Imaginei Nílima rindo.

Fiquei em silencio e sentei-me em minha carteira.

Kishan me olhou em um tom de desaprovação.

— Não é muito legal da sua parte, ignorar as pessoas, sabia?

— Qual é o problema em ignorar as pessoas? Você mesmo, sempre faz isso.

Pensei ter escutado Nílima rir.

Kishan riu ao escutar minha resposta.

— Você está emburrada?

— Por que eu estaria emburrada?

Kishan me olhou, segurando o riso e mudou de assunto.

— Quer ir lá em casa, hoje?

Pensei ter escutado Nílima rir.

Senti meu rosto queimar.

— Que mudança de assunto é essa? – perguntei no mesmo tom de voz de antes.

Kishan deu de ombros

Foi então que, a porta se abriu e, Dhiren entrou seguido de Nílima.

Ele ficou nos observando durante alguns segundos e então, fechou a cara.

— O que vocês estão fazendo? – ele perguntou.

— Nada – Kishan respondeu

Ren andou em direção à sua carteira e sentou-se.

Nílima veio para perto de mim e, começamos a conversar.

Enquanto conversávamos, eu pude perceber que Dhiren às vezes, dirigia seu olhar mim.

Que droga estava acontecendo?


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