I Hate Myself escrita por Lady SunDame, Lia Mayhew


Capítulo 3
Beijo Inimígo




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Eu havia lhe dado um soco.

Um soco – aparentemente – forte

— Ficou louca?! – Ele berrou – Por acaso está procurando briga?!

— Estou! Não me importo se me baterem ou se me humilharem, deixe de ser tão convencido! – soltei, sem pensar – Está é uma declaração de guerra! Enfrente-me se tiver coragem, seu idiota!

***

Eu havia ficado louca.

Que tipo de pessoa com uma santa consciência, faria o que eu fiz?

Eu estava deitada de bruços na cama, quando a campainha tocou.

Desci as escadas e abri a porta.

Parada na calçada estava Nílima.

Forcei um sorriso.

— Ãhn... Oi – Eu disse.

Ela acenou e disse ‘’Oi’’.

Fiz um gesto com a mão, pedindo que ela entrasse.

***

— Ãhn... Me desculpe ser indelicada, mas... O que você está fazendo aqui? – perguntei, jogada sobre a cama.

Ela deu de ombros.

— Achei que você estivesse surtando... Não é todo dia que se vê alguém dar um soco em Dhiren, então...

Sentei-me na cama, suspirando.

— Tem razão... Eu sou uma tonta! Que tipo de pessoa com uma sã consciência faria o que eu fiz? - eu interrompi-a

Nílima arregalou os olhos.

— Se você parasse de surtar, seria melhor.

Respirei fundo e deitei-me novamente na cama.

— Eu sou uma idiota... Uma tremenda idiota... Eu não devia ter dado aquele soco no Dhiren... Eu vou passar o resto da minha vida sendo zoada...

Nílima levantou-se de uma poltrona qualquer que ela estivesse sentada.

— Para, Kells. Chega de ser dramática. Levanta dessa cama e troque de roupa.

Fechei meus olhos.

— Por quê? Eu estou confortável aqui.

Ela revirou os olhos.

— Eu teria dito, se você não tivesse me interrompido.

— Fale... – Eu pedi ainda de olhos fechados e deitada.

— Eu vim aqui para te chamar pra jantar, comigo e com Yesubai.

Sentei-me rapidamente.

— Sério? – perguntei.

Ela assentiu.

— Eu não vou. – Falei

Nílima me encarou.

Ela se dirigiu até o meu closet e voltou, logo em seguida, segurando uma troca de roupa.

— Eu não perguntei se você ia. Troque-se logo.

Nílima me empurrou da cama, me fazendo cair em cima do chão revestido por um tapete felpudo cinza.

Ela me entregou a troca de roupa e me empurrou para o banheiro.

Vesti-me e sai.

Nílima arrumou meu cabelo e olhei-me no espelho.

Eu fiquei em silêncio.

Pouco me importava se usava shorts ou não. Eu tinha outras preocupações no momento.

— Yesu quer comer em um restaurante ‘’chique’’ – Nílima quebrou o silêncio.

Virei-me para ver Nílima.

Só agora, havia percebido que ela estava muito bem vestida.

***

Saímos de casa e Nílima me levou para sua casa.

Ao abrir a porta, pude ver uma figura feminina sentada, de pernas cruzadas, sobre o sofá.

Yesubai

Ela usava uma roupa simples, mas estava muito bonita.

Ela era bonita.

Ao nos ver, ela pulou do sofá.

— Vocês demoraram! – Ela exclamou.

Nílima revirou os olhos.

— Ela estava com preguiça – disse, apontando para mim.

***

Pegamos um taxi até o restaurante.

Yesubai havia feito uma reserva.

Sentamos-nos à mesa e fizemos o pedido.

***

Comíamos tranquilamente enquanto conversávamos.

Escutei a porta do restaurante se abrir.

Corri meus olhos para a porta do mesmo.

Olhos dourados encontraram os meus

Kishan trouxe Dhiren para perto da nossa mesa.

— Hey! – Kishan disse ao se aproximar da mesa.

Nílima e Yesubai ficaram surpresas.

— Oh... O que vocês estão fazendo aqui? – Nílima perguntou.

— Jantar... Normalmente é isso o que se faz em um restaurante, não? – O homem de olhos dourados, brincou.

Eu podia sentir Dhiren me fuzilando com o olhar, o que aumentou mais a minha vontade de dar um soco no meio de seu nariz.

***

Dhiren e Kishan foram se sentar em uma outra mesa.

Eu, Nílima e Yesubai estávamos pagando a conta, e eu estava prestes a sair, quando Kishan me segurou pelo braço.

— Ah? – eu soltei surpresa.

Kishan soltou meu braço e sussurrou em meu ouvido:

— Obrigado por dar um soco naquele idiota.

E dito isso, foi embora.

***

Passei o final de semana inteiro tentando entender as palavras de Kishan.

O que era isso? Ele ria de mim e depois, dizia obrigado por dar um soco no irmão?

Ele era estranho... Muito.

***

Acordei Segunda-Feira, temendo o meu dia.

Tomei uma ducha e escovei os dentes.

Fui até meu closet e vesti uma roupa confortável

Peguei minha mochila e desci as escadas, andando em direção à cozinha.

Sarah colocava leite em três canecas.

Mike lia seu jornal enquanto bebericava uma xícara de café.

Sammy e Rebecca olhavam, firmemente, um para o outro, brincando de ‘’Quem Pisca Primeiro’’.

Sentei-me junto à mesa e observei Sarah colocar um prato de waffles em minha frente.

Alimentei-me e sai de casa.

***

Sentei-me – como sempre - apoiada contra um tronco de árvore

Olhei para o relógio do meu celular.

09h30min.

Suspirei.

— Você ainda não me passou o seu número – Disse uma voz, atrás de mim.

Virei-me instintivamente.

Suspirei, aliviada.

Nílima.

— Desculpe... Você nunca pediu o meu número – respondi, sorrindo.

A figura feminina sentou-se ao meu lado.

— Bem... Me passa o seu número?

Assenti com a cabeça e passei meu número de celular para ela, que anotou, com um sorriso.

Olhei para frente por um instante e pude ver uma figura de olhos azuis entrando no colégio.

O inferno começou Pensei

Continuei sentada, como se nada tivesse acontecido.

Pude perceber um par de irritantes olhos azuis me observarem, mas tentei ao máximo, ignorar.

***

O sinal tocou e levantei-me para me retirar da sala.

Quando estava passando pela porta, senti uma mão tocar no meu ombro.

Virei instintivamente.

— Sr. Kadam? – perguntei.

Ele sorriu e fez um gesto com a mão, indicando que eu voltasse para a sala.

Voltei ao ambiente, um pouco nervosa.

— Acho que é a primeira vez que eu vejo alguém tão corajosa – Ele disse, simplesmente.

Arregalei os meus olhos.

— Oq-Oq-O quê? – gaguejei, tentando processar a frase.

Ele riu com a minha reação.

— Eu não sabia que por trás de alguém tão tímida, estaria alguém tão corajosa, a ponto de socar alguém.

—Ah...

Minha mente organizou-se rapidamente.

Era isso mesmo? Ele estava falando sobre EU dar um soco em Dhiren?

Ele riu.

— Aprecio sua coragem.

— Mi-minha co-co-coragem? -

— É... Eu nunca havia visto alguém dar um soco tão bem dado antes.

Senti meu rosto corar.

— O senhor... Viu?

Ele riu.

— Claro. Como não ver, não? Foi um tanto forte demais.

— Olha... Me desculpe, mas é que eu não...

— Se desculpar pelo o quê? –ele me interrompeu.

— Ãhn?

— Você não fez nada demais... Socar alguém que te deprime não é tão estranho assim. Mas devo te alertar para não fazer isso novamente, pelo menos, dentro das áreas do colégio. Pode causar algo como uma detenção, suspensão, ou, até mesmo, pode te levar a ser expulsa.

 Como o senhor sabe que... Ele me deprime? – perguntei um pouco confusa.

— Acho que é meio difícil não saber... Todos nós já sabemos qual é a personalidade dele.

Pisquei algumas vezes.

— O que o senhor quer dizer?

— Ele te zoa... Deprime... Irrita... Essa é a infeliz personalidade dele... Espero que você possa mudá-lo.

E dito isso, saiu da sala, me deixando sozinha.

***

— Por que você demorou tanto? – Nílima perguntou, quando me sentei junto à mesa.

— Desculpe... Sr. Kadam quis conversar comigo.

— O que ele quis? – Ela perguntou.

Contei sobre a conversa e então, percebi algo.

Ninguém ria de mim.

Eu estava realmente aliviada.

Feliz.

Nós três levantamos da mesa.

Íamos em direção à escada e então, senti que alguém nos seguia.

Antes que eu pudesse me virar, algo foi jogado em mim.

Água.

Muita água.

Quando enfim abri os olhos, vi Nílima e Yesubai me olharem, perplexas.

Virei- me rapidamente, para ver quem havia feito aquilo.

— Idiota – murmurei para mim mesma.

Eu me segurei para não dar um soco em seu nariz ali mesmo.

Dhiren segurou meu rosto com as mãos e me olhou nos olhos.

— Você pediu guerra. Você vai ter guerra.

— Não pense que você também não irá ter.

Soltei-me e subi as escadas, em direção ao banheiro.

Nílima e Yesubai me seguiram e me ajudaram a me secar.

— Aquela coisa... – Eu murmurei

Yesubai então riu.

— O que foi? – perguntei

— Eu ainda não acredito que você deu um soco nele. É totalmente hilário!

Sorri.

— Onde você aprendeu isso? – Nílima perguntou.

— Isso o quê?

— Socar alguém.

Nílima e Yesubai me olhavam, ansiosas pela resposta.

— Eu... Nunca havia feito isso.

As duas me olharam perplexas.

— Como você pode dizer isso? Você deu um soco no Ren!

Eu ri nervosa.

— Na hora eu não sabia o que fazer... Estava com tanta raiva... – Respondi.

— E se o Ren tivesse desviado o que você faria? – Nílima perguntou.

Balancei a cabeça.

— Não sei... Talvez eu tentasse dar outro soco nele.

Yesubai riu.

— Gostaria de ser que nem você. Não se preocupar com esse tipo de coisa.

***

Tivemos mais duas aulas e então, o sinal tocou.

Eu e Nílima seguimos por um caminho. Yesubai, por outro.

***

Joguei minhas coisas na cama e tomei uma ducha.

Coloquei um pijama qualquer que estava no meu closet e me coloquei sentada na cama.

Peguei uma revista que estava na mesa de canto e folheei-a.

Não li uma palavra sequer.

Joguei a revista para o alto e ela caiu no chão.

Deitei minha cabeça no travesseiro e tentei dormir, porém, era impossível. Eu ficava pensando no que eu havia dito... ‘’Não pense que você também não irá ter’’.

De onde havia saído tamanha coragem?

Pressionei o travesseiro contra meu rosto e gritei, do mesmo modo que as garotas faziam em seriados americanos.

Quando enfim parei de gritar, liguei a televisão e assisti uma programação qualquer.

Fiquei assistindo por alguns minutos, até que fui interrompida por alguém batendo a porta fechada do meu quarto.

Abri-a.

— Oh! – soltei, sem pensar.

— Er... Kelsey... Você pode me ajudar com... A lição de casa? – Rebecca perguntou, timidamente.

Assenti e levei Rebecca para dentro de meu quarto.

Desliguei a televisão e ajudei-a em uma conta matemática.

— Obrigado... – Ela disse, quando terminamos a tarefa.

— Pelo o quê?

— Minha mãe, meu pai, meu irmão... Eu... Nós quase não olhamos para você... Mas mesmo assim, você me trata bem... Obrigado.

Eu sorri.

— Eu não me importo muito se me tratam assim... Querendo ou não, vocês são minha família.

Ficamos em silêncio por um tempo, até que ela perguntou:

— Nós... Te tratamos muito mal?

Me assustei.

Ela está... preocupada... Comigo? Pensei

 Você não precisa se preocupar comigo... Ok?

Quando terminei a frase, a porta de meu quarto foi aberta.

Nós duas viramos nossas cabeças instintivamente e vimos uma figura feminina.

— Rebecca Neilson – a figura disse, quase gritando.

Rebecca levantou-se, rapidamente.

— Ma-mãe... Kells estava me ajudando com a tarefa de casa e...

Sarah interrompeu-a.

— Somente para a tarefa? – Perguntou, com uma voz de dar calafrios em qualquer um.

Rebecca assentiu e Sarah fez um gesto com o dedo indicador, ordenando que eu fosse até ela.

Levantei-me e obedeci.

— Não quero ver vocês duas conversando, a não ser que não seja para uma tarefa dela... Entendeu? – Ela disse em voz baixa, para que somente eu pudesse escutar.

Assenti e engoli em seco.

Sarah saiu de meu quarto, levando Rebecca junto com ela.

Joguei-me sobre minha cama e fiquei murmurando xingamentos aleatórios.

Por mais que eu tentasse, eles me rejeitavam de um jeito ou de outro.

***

Acordei no mesmo horário de sempre, tomei uma ducha, escovei meus dentes e coloquei uma roupa.

Comi algumas torradas e sai de casa.

Quando estava no meio do caminho – por sorte ou por azar – dei de cara com, ninguém mais ninguém menos que: Kishan, que no mesmo segundo, me cumprimentou.

Após alguns segundos caminhando silenciosamente ao meu lado, ele quebrou o silêncio.

— Sabe... Eu estou do seu lado na guerra contra o meu irmão.

— Por quê? Você deveria torcer para aquele boboca que você chama de irmão. – resmunguei.

Ele riu em silêncio.

— Só por que ele é meu irmão, não quer dizer que eu tenha que torcer para ele. Além do mais... É a primeira vez que alguém bate nele.

Parei de andar.

Primeira vez que alguém bate nele?

— Como assim... Primeira vez? – perguntei

— Meus pais nunca bateram nele. Nem mesmo quando fazia algo errado... Ele sempre era bajulado por todos.

Voltei a andar, mesmo não querendo.

— É por isso que, eu estou torcendo por você – ele terminou.

— Não deveria.

Ele me parou e me segurou pelo rosto, exatamente como Dhiren havia feito.

— Mas eu quero. E não me importo se você não quiser.

Ele me soltou e continuou andando, me deixando para trás.

Algo está errado Pensei.

Meus batimentos cardíacos estavam mais fortes e minha respiração, descontrolada.

Que droga estava acontecendo?

***

Passei o resto do dia evitando contato com Kishan.

Também não contei o acontecido à Nílima e Yesubai.

Eu estava com medo... Não sabia o que era aquilo que sentia... Isso me deixou nervosa... Muito

Cada vez que eu via Dhiren, eu sentia vontade de lhe dar um soco no meio de seu nariz.

No fim do dia, acabei mal prestando atenção na aula.

—Deve ser a TPM – Pensei.

Quando enfim o sinal tocou, corri para o banheiro e me deixei cair lá mesmo.

Segundos depois, Yesubai apareceu, me procurando.

— Hey, Kells... O que aconteceu? – Ela perguntou, sentando-se ao meu lado.

Apenas balancei a cabeça.

— Nada, eu só estava com... Cólica – menti

Ela me olhou, desafiadora.

— Ok, conta.

— Contar o quê? – disse, enquanto apoiava minha cabeça nos joelhos

Ela revirou os olhos.

— Olha aqui, não fique me fazendo de boba. Kishan ficou a aula inteira olhando para você. O que está acontecendo entre vocês?

Senti meu rosto queimar.

— Na-Nada – disse, com uma voz quase inaudível.

Ela me olhou e deu um sorriso de canto.

— Kells, pare de mentir. Você está corada!

Essa frase fez com que meu rosto queimasse mais ainda.

Yesubai empurrou meu ombro.

— Vocês estão saindo juntos? – ela cochichou.

— Nã-não. Claro que não.

Ela riu.

— E o que está acontecendo, então? Eu vi ele chegando com você!

Engasguei com minha própria saliva.

— Não é nada. Eu juro!

E dito isso, me levantei.

Encontrei Kishan encostado na parede ao lado da porta do banheiro

Ele deu um leve sorriso ao me ver.

— Por que está aqui? – perguntei.

Yesubai, ao sair do banheiro, me lançou um olhar malicioso como se estivesse querendo dizer : ‘’Nada mesmo?’’

— Eu queria te convidar para a festa de boas vindas de minha prima... Mas você me ignorou durante o dia todo.

— Ah... Entendo

— Eu acho que você deve conhecer ela...

— Quem? – perguntei, tímida

— Durga... Aquela famosa modelo – Ele disse, indiferente – Ela estava em Los Angeles e eu e meu irmão quisemos fazer uma festa de boas vindas para ela...

No final de tudo, eu conhecia aquela famosa modelo, Durga. Mas também, quem não conheceria? Ela era a mulher muito famosa.

Descobri que Kishan havia convidado mais da metade de nosso colégio para a festa de boas-vindas.

Ele acabou me informando a data e o horário...

***

Os dias foram se passando e meu coração ficava cada vez mais confuso.

Até que certa noite, Nílima apareceu na porta de minha casa, vestida elegantemente.

— Você vai para a... Por que está assim? – Ela perguntou, quando abri a porta de casa.

Eu vestia apenas uma calça jeans, um moletom velho e tênis.

— Assim como? – perguntei

— Você não vai para a festa de boas vindas da prima do Kishan?

Balancei a cabeça, negativamente.

Nílima me lançou um olhar terrívelmente medonho.

— Troque de roupa. Não precisa ser nada formal. Você vai para aquela festa, querendo ou não.

Nílima me puxou para o meu quarto e me fez colocar outra roupa.

Coloquei outro jeans, um moletom mais novo e um all star preto.

***

Nílima havia me obrigado a entrar no carro do pai de Yesubai.

E então, fomos para a festa da prima de Kishan e Dhiren.

As pessoas vestiam roupas bonitas e elegantes. Aparentemente, caras.

A festa era na casa de alguém. Supus ser a casa dos pais dos dois irmãos.

Dhiren estava na porta da mesma e me viu quando desci do carro.

Ele me olhou, indiferente.

Eu estava envergonhada.

Era a única com calça jeans e moletom.

Várias pessoas me olhavam, e torciam o nariz ao ver o que eu vestia.

A maioria das garotas usavam vestidos e os garotos, ternos.

***

Eu, Nílima e Yesubai estávamos sentadas em uma das mesas que havia no jardim da casa. Até que uma garota loira e com seios fartos apareceu perto de nossa mesa.

— Kelsey, certo? – ela perguntou

Assenti com a cabeça.

— Randi – disse, apertando minha mão – Acho que nunca conversei com você antes... Sou de sua classe... Se lembra de mim?

— Não... Desculpe.

Ela fez um gesto com a mão, indicando que eu me levantasse e fosse conversas a sós com ela.

E eu o fiz...

Quando eu sai da mesa, seu tom de voz mudou.

Não era nada dócil ou amigável.

Era ameaçador.

— Você pode me fazer um favor? – Ela perguntou

— Qual?

— Por favor, saia de perto de Kishan e de Dhiren.

— Ãhn?

— Oras, não se faça de boba. Ultimamente você tem conversado muito com Kishan, e tenho percebido você lançar muitos olhares ‘’maliciosos’’ para ele (N/A: Para de mentir, Randi u.u)

— Eu acho que você se enganou.

Ela revirou os olhos.

— Não precisa se fazer de coitada na minha frente – ela bebericou um pouco do conteúdo do copo de champanhe que estava em uma de suas mãos – Só quero que se afaste deles e que não tenham nenhum contato

— Ãhn... Randi... Eu realmente acho que você se enganou. Se eu pudesse, realmente me afastaria deles.

— Está dizendo que eles é que te perseguem? – implicou

— Sim.

Ela me olhou, ameaçadoramente.

— Por favor, vá embora, agora. A não ser que queira ser motivo de piada do homem que você gosta.

Eu tive vontade de socar seu nariz e dizer : ‘’Quem é o homem que eu gosto? ‘’Mas não fiz.

— Se bem que... Eu tenho quase certeza que ele não vai se importar com garotas como você – Ela continuou – Ele já ficou com melhores... Tipo... Eu!

Foi neste momento que, algo caiu na minha cabeça.

Champanhe.

— Oh! Desculpe... Escorregou – Ela disse, fazendo novamente sua voz dócil.

Nílima e Yesubai levantaram-se da mesa no mesmo instante.

— Além disso, alguém ‘’excluida’’ como você, não devia estar aqui. Esta é uma ocasião importante para Durga... Não queremos que ela se preocupe com alguém como você... Bem... Se você não voltar para sua casa agora, pegará um resfriado. Apresse-e e vá.

Eu estava prestes a chorar... Ninguém nunca havia me intimidado assim. Mas alguém apareceu ao meu lado

Kishan.

Ele vestia um terno como todos os outros, porém, estava mais bonito...

Muito mais bonito.

— Você está bem? – ele me perguntou, enquanto entregava um lenço.

Eu fiquei em silêncio, com a cabeça baixa.

Todos estavam em silêncio.

Percebi um movimento à minha frente.

Uma mulher alta, longos cabelos negros.

Durga

Ela aproximou-se de Randi e disse:

— Espero que esteja aproveitando a festa.

Randi abriu um enorme sorriso.

— Estou sim. Obrigado.

Durga olhou para mim e veio em minha direção.

Enquanto andava, ela empurrou Randi, que caiu na grama em uma posição não muito favorável para ela.

A loira deu um gritinho, levantou-se e saiu correndo, envergonhada.

Durga sorriu satisfeita e falou comigo:

— Venha.

Segui-a por entre os enormes corredores da casa, chegando até um quarto branco com o dobro do tamanho do meu.

Havia uma cama, vários espelhos e imensos guardas-roupas embutidos, além de sofás, estantes repletas de livros e, caixas.

— Por que estamos aqui? – perguntei.

Ela sorriu.

— Se você continuar com essa roupa, vai pegar um resfriado, não?

***

Durga havia lavado, secado e arrumado o meu cabelo rapidamente.

— Por que você está fazendo isso? Me ajudando?

— Kishan mencionou uma garota muito interessante... Eu sabia que era você desde o momento em que te vi.

Corei.

Durga remexia em alguns cabides dentro de seu guarda-roupa.

— Como? – perguntei

— Kishan sempre ficou com várias garotas... Mas ele nunca protegeu nenhuma e nunca demonstrava interesse. Com você é diferente... Suponho que ele esteja interessado em você.

Corei e arregalei os olhos.

— Não, não, não... Isso é impossível

Durga tirou uma roupa do cabide e foi em direção a uma prateleira cheia de sapatos.

Ela me entregou uma roupa e um sapato, que, supostamente, havia sido dela em sua época no colégio.

***

REN POV.

Eu e Kishan estávamos sentados no sofá da sala.

Kelsey havia acabado de tomar um ‘’banho’’ de champanhe.

Senti pena dela...

***

Durga saia do corredor e ao seu lado estava...

Deuses...

Aquela era... Kelsey?

Ela estava totalmente bonita.

Vestia um vestido cinza claro de mangas, uma sapatilha da mesma cor e cabelos arrumados.

Era a primeira vez que eu a via de vestido.

Pude perceber que ela olhava para Durga e logo em seguida para Kishan.

Algo dentro de mim não gostava daquilo.

Na verdade, odiava.

Kishan levantou-se e foi em sua direção.

— Você está muito bonita – ele disse

Pela primeira vez, eu a vi sorrir.

Ele a havia feito sorrir

Ela sorria de um jeito dócil e infantil. Um sorriso que caia bem nela.

Eu estava transbordando fúria.

Queria arrancar o meu coração e jogá-lo para tigres o devorarem... Mas... Eu não sabia o por quê

Antes que me desse, conta, levantei-me do sofá e fiquei cara a cara com Kishan.

— Hey! Quem te deu permissão para falar com ela? Essa garota propôs guerra contra mim

Vi Durga revirar os olhos.

— Ora Ren, pare com isso. Você não a acha bonita? – ela disse, indicando Kelsey

Senti novamente a fúria transbordar.

— Mesmo que você seja minha prima – eu disse – Não vou permitir que fale comigo dessa maneira.

Kishan então, colocou-se em frente as duas.

— Então... Eu não vou perdoar aqueles que falarem com ela dessa maneira – Ele disse.

— Você... Meu irmão... Irá mesmo me tratar dessa forma? – Perguntei

— Vou.

Sem mais nem menos dei-lhe um soco.

Estava com raiva. Muita raiva.

Precisava descontar em alguém.

Quando estava me aproximando dele para dar outro soco, algo me impediu e me empurrou.

Naquele momento, escutei várias pessoas dizerem, baixo : ‘’Deus... Não pode ser’’ ou até mesmo ‘’Não parece tão ruim’’

Então... Eu havia percebido.

A pessoa que havia me empurrado era, ninguém mais ninguém menos que Kelsey Hayes.

A mesma pessoa em que, neste momento, estava caída, abaixo de mim, com os lábios junto aos meus.

Não era engano. Muito menos sonho.

Nós dois estávamos em um estado de choque.

Até que Kishan puxou-a e colocou-a perto dele.

— Você ficou maluco? – Ele quase gritou.

Eu não disse nada, apenas encarei o corpo trêmulo da jovem.


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Notas finais do capítulo

Sun: RAAAAAAAWR ♥
*Tradução: Eu amei os petiscos que vocês me enviaram ♥*
Soonkyu: Pois é ^^ Obrigado a todos os leitores que enviaram reviews. Eu AMEI todos.