Amanhecer Eterno escrita por Mary Lopes


Capítulo 10
Capítulo 10




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POV Bella

Acontecia um milagre! Minhas 2 FILHAS eram amigas... Sim! Rose aceitou de devolver Ally pra mim. E Edward achou petróleo e fundou uma empresa que ficou rica de noite pra dia. Só que toda coisa boa... Acaba... Eu tinha pego ele dando um beijo em Viveka, uma parceira de trabalho dele. Fiquei triste por muitos dias. Num dia de reunião, ele apenas voltou as 22:00 com os braços dados à ela. Com um sorvete na mão... De...de...de...Morango...Meu sabor favorito... Ele costumava fazer isso comigo. Sai pra rua a fim de dar umas voltas pra me descontrair. Ainda bem que Mary, a nossa empregada estava em casa e tomou conta das minhas princesinhas. Fui até uma rua, comprei o jornal e li um pouco no carro. Depois de ver as tirinhas acelerei o carro ao caminho de casa. Ouvi o toque do meu iPhone que boto pros celulares de casa e do Edward e pronta para gritar ouvi uma voz de passarinho, ou melhor, dois passarinhos:

-Mamãe? Somos nós duas, Ally e Nessie! Ligamos pra dizer que Mary teve de ir visitar a mamãe dela no hospital, pois ela está muito doente. Será que ela está bem?

-Oi filhas... Vocês estão em casa sozinhas?

-Sim. Já estamos em nosso quarto, de pijama, com os dentinhos escovados.

Ouvi um barulho de algo estar mordendo, mastigando.

-Por acaso alguma das minhas princesinhas está comendo Cookies?

-Hã...-Ouvi mordidas rápidas- Não!

Ri um pouco e depois alertei

-Mais escovem os dentes que já estou quase chegando em casa ok?

-Sim! Mamãe? Conte um conto pra nós!

-Ok... Era uma vez... 2 princesas bem bonitinhas chamadas de Allyssa Mia Cullen e Renesmee Carlie Cullen...

Eu só parei quando não ouviu mais a respiração delas  e quando ouviu o telefone de casa cair ao chão. Eu murmurei um “até amanhã, queridas”, desliguei a chamada e continuei a dirigir pela cidade.

Obviamente que eu quebrei algumas regras: não parei quando devia, andava a 100km/h, não me prioridade a uns quantos carros…

Mas eu não queria saber disso. Eu precisava de afastar meus pensamentos. Eu não posso chegar a casa neste estado, chorando. E se Renesmee e Allyssa por alguma razão, estivessem levantadas? Elas ficariam preocupada comigo! Eu não queria isso. Jamais!

Quase uma hora e meia depois de ter saído dali é que eu voltei para casa.

Deixei o carro de um modo qualquer, nem me dei ao trabalho de o fechar, e, ao entrar em casa, descalcei meus sapatos e andei sorrateiramente até ao quarto de minhas filhas. O telefone de casa estava no chão e Renesmee junto com Ally estavam dormindo encolhidas juntas. Eu sorri, peguei no telefone, desliguei a chamada que ainda contava os segundos e aninhei suas pequenas nos lençóis. Depois, fui para meu quarto. Eu peguei na blusa, no travesseiro e nos sapatos de casa de Edward e os coloquei encostados à porta do nosso quarto, do lado de fora. Edward seria inteligente o suficiente para perceber que eu não o queria ali.

Também tranquei a porta. Eu não costumava fazer isso por causa de minhas filhas, mas hoje decidi fazer isso. Também, eu acordaria se Renesmee batesse à porta. Eu sempre acordei. Porque hoje seria diferente? Eu não conseguia adormecer. Eu vesti um roupão e sentei na sacada do quarto. A meio da noite, começou a nevar. Era Janeiro. Normal nevar em Forks. Vi a neve cair. Eu suspirei. Achava que minha vida era bonita, nessa altura. E, depois, com o fato de Edward se tornar seu namorado, sua vida ficou perfeita. Fiquei a noite toda na sacada, vendo a neve cair e, por vezes, derreter quando caía sobre minha pele. Edward apenas voltou de manhã. Eu nem me dei ao trabalho de ir ver como ele estava. Eu tinha de mudar. Tinha de se tornar mais forte, de o enfrentar mais vezes e de não se preocupar tanto. Não ouvi mais Edward, então, acredito que ele se mandou para o sofá e dormiu lá. A minha cabeça  começava a doer, por ter chorado tanto. Me levantei, fui até ao banheiro da suíte e peguei num remédio para a dor de cabeça e bebi com a água que corria na pia. Depois, peguei numa coberta preta e voltei para a sacada. Parou de nevar por volta das cinco da manhã. Eu assisti a tudo isso. Quem me visse ali, naquelas horas, com aquele frio, me chamaria louca. Mas não me importei.Estava farta de seguir os outros. Farta de ser submissa aos outros. Farta de mostrar quem não sou.

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POV Narradora

Bella saiu da sacada quando seu despertador tocou. Ela fez sua higiene, se vestiu, maquiou – hoje com mais cuidado para tentar disfarçar suas olheiras e seu cansaço – e penteou e foi acordar suas filhas, não sem antes pegar nas coisas de Edward que tinha colocado fora do quarto. Ela não queria preocupar as pequenas nem que elas vissem que as coisas de seu pai tinham sido colocadas fora do quarto do casal. Bellafoi acordar Renesmee, que vestiu seu uniforme. Depois pegou Ally em seu colo e a aninhou, descendo as escadas e indo para a cozinha. Bella tentou entreter Renesmee e Allyssa para não olharem para o sofá e ver o pai dormindo lá. A mãe olhou discretamente para o sofá. Seu marido estava lá, como esperava. Seu cabelo estava mais desgrenhado que o normal, sua roupa desarrumada e sua gravata afrouxada e completamente desajeitada. Ela suspirou baixo o suficiente para suas filhas não ouvirem. Bella e Renesmee se sentaram nos seus lugares habituais, onde seu café da manhã já estava servido. Depois botou Ally em sua cadeirinha florida.  No meio da mesa, estava um bilhetinho numa folha branca.

-Deixa eu lewr, mamãe! – Ally pediu, ao ver o papelinho. Bella sorriu e assentiu. A bebê era espertinha já que é imortal aos 3 anos, ela já conseguia falar e dava um jeito para tentar ler um pouco... Mas ela falhava.

Senhol Cullen, Menina Wenesmee, Menina Awyssa e Bella,

Fui ao melcado. Plecisava delestablewquea dispensa.

Já deixei o café plepalado.

Bom dia.

-Precisava de o quê? – Bella perguntou, divertida. Alyssa tinha lido mal a palavrarestabelecer.Era uma daquelas palavras difíceis que ela não conseguia falar. Já ia entrar na escolinha. E iria aprender.

A pequena corou com a pergunta da mãe e lhe passou o papel.

-Ah! Restabelecer! – Bella exclamou, rindo.

Depois de comerem, Bella pegou as duas filhas e colocou gentilmente no carro. Após isso levou Renesmee para a escola. Enquanto Bella via sua filha entrar na escola, lhe acenando contente, o celular dela tocou. Ela olhou para quem era.

Mamãe

-Oi, mãe. – Bella cumprimentou, se sentando no lugar de motorista de sua Mercedes.

-Bella? Bella! Como você se sente?

-Bem. – ela mentiu. Não. Ela não se sentia bem. Se sentia cansada física e psicologicamente, machucada e preocupada com suas filhas e com seu casamento.

–Está mesmo mal, não é, querida?

-Eu não sei o que fazer, mamãe! Eu o amo tanto mas ele… eu acho que ele não nos ama mais. Eu não sei, mãe. Este casamento está machucando todos! Até Carol, mãe! Nossa empregada está sofrendo! Então e Renesmee e Ally? Mamãe… eu já a ouvi chorar depois de a deitar. E isso me custou tanto, mamãe… E o Edward ele… ele… mamãe, ele me trai! Mas e se Ally e Renesmee ficarem meio que traumatizadas com o divórcio? Além disso, eu levaria elas comigo, obviamente, mas do que viveria? Fora do casamento já não tenho nada! Nada, mamãe! Eu não trabalho, ou seja, não tenho dinheiro! Não me posso separar porque estou completamente dependente dele, assim como minhas filhas estão dependentes de mim… - ela desabafou. Bella já chorava e soluçava. Exteriorizar tudo o que ela sentia não foi fácil. Sua mãe sabia que o casamento não estava cor-de-rosa, e muito menos famoso, mas não sabia que tinha chegado ao ponto de Bella cogitar o divórcio! Ela que sempre amou e lutou pelo marido… E também jamais pensou que tinha chegado ao ponto de Edward trair Bella! O que mudou? Eles sofreram tanto juntos… e agora, anos depois detudoter acontecido, é que Edward se torna assim? – Mamãe? – ela perguntou, por fim, estranhando sua mãe não lhe responder.

–Como achas que te sentirias melhor?

-Com elas felizes. – ela sussurrou, limpando as lágrimas.

Renée, do outro lado da linha, suspirou.

–Como achas que elas ficariam felizes?– ela voltou a perguntar

-Longe de discussões. – Bella suspirou. Ela estava chegando a uma conclusão.

–Bella, querida…

-Eu não me posso divorciar, mãe! Eu não tenho nada, absolutamente nada!

–Tens um curso, tens um nome já conhecido no que gostas de fazer.

-Não tenho uma casa, perdi minha independência, não tenho salário… E se Edward depois me denuncia à segurança social? Me tiram Renesmee e Allyssa, porque eu não teria condições para cuidar delas e entregariam elas a Edward. Mamãe, ele já não sabe cuidar delas!

-Isabella! Cadê aquela garota que se meteu em confusões só para salvar quem ama?! Cadê aquela garota que lutou contra tudo e todos para conseguir quem ama!? Cadê aquela garota que ficou triste pelo que aconteceu, mas que se manteve firme e forte porque tinha quem dependesse dela?!– Renée ralhou.

Bella sempre lutou para ter o que quer.

-Bella, você lutou por Edward. Não me diga que é incapaz de lutar por suas filhas, que tem seu sangue!– Renée informou

-Eu… eu vou pensar. – Bella prometeu.

–Já é bom.– Renée sorriu um pouco.

-Vou desligar, ok, mamãe? Adeus. Te amo.

-Adeus, meu amor. Eu também te amo.

E Bella desligou o celular, o mandando para o lugar de passageiro.

As palavras de Renée não saiam de sua cabeça. Bella tinha que tomar uma decisão. E rápido. Suas filhas não poderiam crescer neste ambiente.

Houve um grande silêncio no carro. Depois de alguns minutos Allyssa, já esperta pra sua idade lhe perguntou:

-Táw tudo bewm mwommy?- Bella amava o apelido dela “mwommy”

-Filha... Olha... Até que... Não...

Ela ameaçou a chorar e começou. Bella não aguentava ver sua filhinha de apenas 3 anos estar chorando por algo que ninguém tão criança entenderia. Ela foi ao banco de trás do carro e ficou abraçada com a pequena... Ally começou a dormir e ela saiu do carro com a filha.

Bella suspirou e, depois de se acalmar e retocar sua maquiagem.

-Senhora Cullen! – uma senhora a recebeu na escola.

-Pretendo falar com a diretora, por favor. – Bella pediu, calma.

-Se passa algo com a Renesmee? – a senhora perguntou, preocupada. Renesmee era uma das alunas mais importantes na escola. Tudo por causa de seu pai. Edward Cullen. E, além disso, a menina era simpática, carinhosa e, apenas no segundo ano de escola, uma das melhores alunas. Como a mãe.

-Não directamente. Diretora, por favor. – Bella repetiu. Ela não estava com muita paciência. Além do mais não queria acordar Ally.

A senhora assentiu e a encaminhou até ao gabinete da diretora.

-Senhora Gabriella, está aqui a Senhora Cullen para falar consigo. – ela informou.

-Oh! Senhora Cullen! – Gabriella Vang diretora da escola onde Renesmee aprendia, caminhou até à porta e a abriu rapidamente. Não era todos os dias que recebiam tal pessoa importante na sociedade.

-Bom dia. – Isabella cumprimentou, sorrindo.

Sra. Vang cumprimentou ela e depois de curvou e viu a Allyssa.

Senhora Vang respirou fundo e foi até sua cadeira.

-Sente-se. – ela convidou, apontando para a cadeira. – Então, o que faz aqui, senhora Cullen? Está tudo bem com Renesmee?

-Quero cancelar a inscrição de minha filha. – Bella foi direta.

-Oh. Cancelar? – a ruiva não pode esconder sua surpresa com o pedido da morena à sua frente. O que se passaria com Renesmee?

-Sim.

-Mas, senhora Cullen, a Renesmee tem seus amiguinhos aqui e…

-Não quero saber. Minha filha sairá desta escola o mais rápido possível. – Bella informou, fria e grossa, colocando sua bolsa bordô no colo, pronta para pegar os documentos de Renesmee, se necessário. Depois se acalmou pois sua pequenininha estava dormindo.

-Mas por quê?

-Senhora Vang, isso apenas me interessa a mim, à minha filha, minha outra filha e ao meu marido. – ela informou se levantando a cadeira com atitudes rudes.

-Claro, claro. Até quando ela fica aqui?

-Até esta sexta-feira. – informei.

Ela assentiu a contra gosto. Os Cullens eram uma das famílias que mais contribuía monetariamente para a escola, para além da mensalidade que eles pagavam para manterem Renesmee ali.

-Sexta-feira será o último dia de minha filha nesta escola.

-Senhora Cullen, tem certeza?

-Se não tivesse não faria isso. – Bella garantiu, apertando a mão da diretora. Com a outra mão em Ally.

E Bella saiu. Ela entrou no carro e, desta vez, conduziu até sua casa.

-Carol! Cheguei! – Bela informou, ao fechar a porta.

-Bom dia, Bella! – Carol cumprimentou, sorrindo. Ela estava com um avental e as mãos sujas de sangue. Deveria estar fazendo peixe.

-Como está? – Bella perguntou.

-Bem, obrigada. Eu vi uma revista... Onde aparece você...E o Sr. Cullen...-Ela disse entregando a morena.

Bella passou pela sala e pegou as revistas antes de subir para o quarto. Se sentou na cama arrumada e abriu uma das revistas

Isabella Swan tem um vestido de cor diferente da gravata do marido! Será o final do casamento?

Parece bobeira. Um casal utilizar cores diferentes na gravata e vestido. Nada anormal, no geral. Mas, para Isabella e Edward Cullen, que sempre usaram cores iguais nas gravatas e vestidos (fotografias no canto direito), é uma coisa importante. Eles sempre foram um casal em sintonia. Até faziam gestos em conjunto! Mas ontem, na 1º comemoração do aniversário daCullen’s Association. Será um deslize ou um sinal da não-sintonia deles? Lembre que o casal tem duas filhas, Renesmee Carlie Cullen, de seis anos (fotografia no lado esquerdo)e Allyssa Mia Cullen (fotografia no lado direito). Será que o casal perfeito já não é tão perfeito?”

Bella suspirou. Estaria assim tão na cara? E porque tinham eles de incluir Renesmee e Ally na notícia?!

Ela olhou para a fotografia que eles diziam ser Renesmee. Era ela, realmente. Foi um dia em que eles foram a um almoço de Natal para as pessoas e para a família das pessoas que trabalhavam naCullen’s Association. Renesmee tinha um vestidinho branco com uma fita preta na cintura, o cabelo cacheado e solto – ou seja, o cabelo natural – mas com um grampo preto, as unhas pintadas de vermelho – Renesmee quase chorou para a mãe pintar suas unhas de vermelho – e uns sapatos também pretos. Ela estava de mãos dadas com Bella, que usava um vestido preto e uns sapatos vermelhos e o cabelo também solto, mas fez cachos e uma maquiagem suave. Estava segurando Ally, que estava com uma camisa rosa (sua cor favorita), Maria-chiquinha, uma saia listrada e uma meia-calça roxa. O seu sapato era preto também.  Edward usava um terno preto, uma camisa branca e uma gravata preta. Poucos eram os momentos em que estavam os quantro, juntos, sorrindo – mesmo que o sorriso de Edward seja falso.

Tinha sido no ano passado.

Então, Isabella se permitiu chorar, fechada em seu quarto, olhando para a revista. As lágrimas salgadas e quentes da morena caiam na revista, deixando gotas marcada na página.

(…)

Era sexta-feira. O último dia delas em Forks. Bella estava olhando para sua aliança, enquanto lágrimas silenciosas desciam por sua face. Era como se Bella se despedisse de seu casamento.

Então, ela simplesmente soluçou uma vez, se levantou da cama e procurou suas malas de viagem no closet do casal. Colocou alguma roupa lá dentro – não muita, apenas o suficiente para sobreviver uma ou duas semanas (até ter sua vida orientada) sem precisar de ir comprar roupa. Colocou sapatos, blusas, calças, saias, vestidos, roupa íntima, acessórios. Isto tudo ocupou uma mala grande e outra pequena. Numa mala tipo a da escola, colocou sua câmara fotográfica, suas coisas de desenho e seus álbuns. Aqueles que ela jamais deixaria ali, porque era ali que estavam suas memórias, suas recordações. Bella tirava fotografias de quase tudo. E isso ocupava quatro ou cinco álbuns, sem contar com os que ela deixou em casa dos pais e em seu apartamento.

Ela saiu de seu quarto e entrou no closet de suas filhas e fez o mesmo: procurou sua mala, colocou lá as roupas que Bella sabia que eram as favoritas das meninas, colocou alguns brinquedos e livros que as pequenas amavam e fechou as malas.

Ao todo, eram nove malas: 3 de Bella, 3 de Renesmee e 3 de Allyssa.

-Carol! – Bella exclamou, saindo do quarto e indo até à cozinha. A senhora olhou para a morena. – Pode ir comprar biscoitos e sucos, por favor? E também comida para o Boo. É só para termos por aqui. – Bella informou. – Mas comida do Boo está acabando.

-Ah, claro.

-Desculpe apenas lhe dizer agora, em vez de lhe dizer hoje mais cedo.

-Claro. Mas… quais sucos, biscoitos e comida para o Boo?

Bella lhe disse uma marca rara dos três. A senhora assentiu e pegou no dinheiro que Bella lhe estendeu. Ela saiu de casa.

Bella não precisava de biscoitos ou sucos. E Boo, o cachorro de Renesmee e Allyssa, também não precisava de comida. Mas Bella precisava de ficar sozinha para colocar as malas e Boo no carro e ainda de escrever uma carta para seu marido.

A morena olhou pela janela e não viu Carol.

Isabella subiu as escadas e levou as malas até seu Mercedes. Bem arrumadinhas, couberam todas.

Ela trataria de Boo apenas quando fosse pegar Renesmee, não queria fazer o cão sofrer no carro durante uma hora, junto com a caçulinha.

Bella foi até ao escritório de seu marido e se sentou na cadeira confortável. Pegou um papel e uma caneta e escreveu.

Edward,

Aqui é a Bella, tua esposa, ou ex-esposa, como preferires. Eu estou indo embora e levando Renesmee e Allyssa comigo.

Primeiro que tudo quero agradecer. Sim, agradecer. Pelos anos em que me fizeste feliz, pelas vezes em que me fizeste sorrir, pelas vezes em que me disseste “eu amo você”, pela forma como olhavas para mim. Mas, principalmente, por Renesmee e Allyssa. Elas foram o maior presente que já me deste até agora.

Te lembras quão éramos felizes? Vinhas todos os dias a correr para casa para ficares conosco. Para seres feliz connosco. Como uma família normal. Seus sorrisos eram tão lindos. Vossa relação era tão linda. E eu também amava. Meus três amores estavam felizes. Porque eu não haveria de estar também?

Te lembras de nosso casamento? Das lágrimas de minha mãe? Do espetáculo que meu pai fez?

E de nossa lua-de-mel? De nossa árvore? Te lembras?

E de quando eu descobri que estava grávida? E do dia em que Renesmee nasceu?E no dia que Allyssa nasceu?

Foi tudo tão perfeito.

Como chegámos a este ponto? Eu chorando porque estou indo embora, enquanto escrevo uma carta de despedida para você. Renesmee e Allyssa tristes e desiludidas com o pai – ou o que você for delas. E você, vivendo ‘la vida loca’.

Espero sinceramente que sejas feliz e que tomes consciência do que fizeste. Renesmee e Allyssa não merecem o pai que tem.

Adeus, Edward.

Sempre sua,

Bella.

Algumas lágrimas caíram enquanto ela escrevia a carta.

Ela dobrou o papel e o deixou sobre a secretária.

Pegou noutro papel.

Carol,

Aqui é a Bella.

Estou-lhe escrevendo esta carta para me despedir. Quando ler esta carta, provavelmente, eu, Ally e Renesmee já estaremos um pouco longe.

Eu sinto muito por a deixar sozinha com Edward. Acredito que será mau. Mas eu não podia permitir que minhas filhas continuassem vivendo num ambiente tão desagradável quanto este. Elas não seriam felizes. Por isso, estamos indo. Não direi para onde, Edward a obrigará a dizer. E eu não quero que ele saiba – por enquanto – para onde nós vamos.

Me perdoe, Carol.

Com carinho,

Bella.

P.S.: Cuide de Edward, por favor.

Novamente, ela dobrou o papel, mas, desta vez, o levou para a cozinha. Deixou ele sobre o balcão da cozinha.

Carol ainda demoraria. Bella lhe pediu pouca coisa, mas era difícil encontrar. Poppy era esquisito com a comida. Se ele não gostasse da comida, não a comeria nem por nada.

Bella voltou para o quarto de casal e pensou em todos os momentos felizes que passou ali com o marido.

Bella abanou a cabeça e foi até à cozinha. Pegou numa lancheira e colocou comida caso Renesmee e Ally quisessem. Elas iriam fazer uma viagem de carro. Elas iriam ter fome. E também colocou alguns biscoitos para Boo.

Ela colocou a lancheira no ombro, pegou num vestido, numa meia calça, numa jaqueta e nuns sapatos para Renesmee e colocou tudo no carro. Depois aprontou a caçulinha, com um vestido amarelinho. Voltou para casa e foi para o quintal.

-Hey,Boo! – Bella chamou, batendo nas suas coxas para chamar o cãozinho branco.

Booladrou e foi até Bella, com a cauda a abanar.

-Vamos pegar Renesmee, vamos? – Bella perguntou, pegando nas coisas dele. Ele ladrou novamente.

Ela levou o cão para o carro, dentro de uma casinha de plástico que eles tinham comprado quando compraram ele.

-Ok, Ally...Boo… vamos embora. – Bella olhou uma última vez para a casa.

Ela pisou fundo e conduziu até à escola de sua pequena.

–Mamãe! – Renesmee exclamou, correndo até Bella.

-Oi, anjo.

Ambas sorriram uma para a outra.

-Renesmee, querida, se vá despedir de suas professoras e de seus amiguinhos, por favor. – Bella pediu, sem olhar nos olhos da filha.

-Por quê, mamãe? – Bella ainda não tinha contado a Renesmee. Ela achava que era o mais correto a fazer na altura. Renesmee iria sofrer por antecipação ao saber que estaria longe de seus amiguinhos e longe de tudo o que ela sempre conheceu.

-Nós vamos mudar de casa.

-Vamos? – Bella assentiu. – Mas porque não posso continuar aqui, com meus amigos?

-Porque vamos viver longe. E não vamos vir aqui durante algum tempo, querida. – Bella evitava olhar nos olhos de Renesmee. Ela sabia que sua filha estaria confusa e com algum sofrimento por se afastar dos amiguinhos. Mas é necessário.

Renesmee assentiu e saiu de ao pé da mãe, entrando na escola e se despedindo dos coleguinhas e de suas professoras.

A diretora Vang olhava para a pequena, de braços cruzados. A pequena se pôs em biquinhos de pês para dar um beijo na diretora, que se baixou, recebendo um beijo.

Renesmee acenou a todos e voltou para a mãe. Ela abriu a porta do carro e colocou se cinto.

-Pronta? – Bella perguntou.

-Uhum. – Renesmee respondeu, olhando para sua irmã mais nova. Que antigamente a chamava de “montrinho”, “aberração”, “coisa ruim”...


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