Amanhecer Eterno escrita por Mary Lopes


Capítulo 11
Capítulo 11




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–Mas porque estamos indo embora? – Renesmee perguntou, olhando para Allyssa, que estava meio que assustada. Ela não gostava muito de andar de carro.

Bella respirou fundo, se preparando para responder à filha. Ela já estava esperando esta resposta, portanto, na última meia hora, ela estava tentando arrumar uma resposta satisfatória para Renesmee. Mas pareceu que todas as palavras fugiram de sua boca. Bella tinha perdido todas as respostas que ela pensou.

–Por vezes, num casamento, as pessoas deixam de gostar uma da outra. Ou então começam a se dar mal e discutir muito. Então, aí, as pessoas se divorciam. Um deles sai de casa. E foi o que aconteceu comigo e com seu pai.

–Vocês se vão separar? – Renesmee perguntou.

–Sim, filha. – Bella respondeu, num suspiro, olhando para a filha pelo espelho retrovisor, esperando sua reacção.

–Hum… e eu vou ver o pai?

–Creio que não, anjo.

–Não? – Bella abanou a cabeça. – E se eu o quiser ver muito, muito, muito?

–Logo se vê, querida. – Bella falou. Ela não queria dar um não à filha. Não queria que ela metesse uma ideia que pode não ser certeza. As probabilidades de Renesmee ver o pai de novo eram pequenas. Edward não as queria ver. Pelo menos, foi isso que ele mostrou nestes últimos tempos. E Bella não iria pôr Renesmee e Allyssa em frente ao pai, sendo que este a trataria mal, como tem tratado nos últimos tempos.

–Ok. – a resposta não satisfez a pequena. Ela gostava muito do pai e queria ver ele como via antes: quase todos os dias. Mas se sua mãe não queria, Renesmee não forçaria.

Bella se perguntou se sua empregada ou se Edward já tinham lido as cartas. Provavelmente, Carol já. Edward apenas chegaria tarde a asa e apenas aí é que leria a carta. Se, hipoteticamente, lesse.

Ela abanou a cabeça, saindo da cidade de Forks.

–E vamos para onde, mamãe? – Renesmee perguntou, curiosa.

–Nova York. – Bella respondeu.

–De carro? – a pequena perguntou, desesperada. Ela não gostava de andar muito tempo de carro.

–Sim, querida. – Bella suspirou, se lembrando de uma das últimas viagens grandes de carro que ela fez.

“–Edward, cuidado! – a garotinha pediu, gritando.

Umas luzes foram contra eles, fazendo um estrondo enorme. Um choro soou, assim como alguns gemidos de dor.

–Bella! Não! Amor! Acorda! Por favor, não nos deixes! Acorda! A ajuda vem a caminho! Amor, por favor! - a voz parecia estar longe. Parecia um anjo. Um anjo chamando por ela. – Por favor! Nossa filha, amor, ela… está machucada, querida! Acorda, Bella!

-Cadê ela? Em coma no hospital...

-NÃÃÃÃÃO!!!!!!!!!!”

–Quanto tempo demora até chegarmos? – Renesmee perguntou.

Bella fechou os olhos com força, tentando desviar as memórias e reprimir as lágrimas que teimavam em cair. Ainda lhe custava muito lembrar aquilo. Doía demais pensar naquele dia, naquele momento.

–Mamãe? – Renesmee chamou, vendo que sua mãe não lhe respondeu.

–Sim?

–Quanto tempo demora até chegarmos? – ela voltou a perguntar.

–Cerca de quatro horas. – Bella informou, tentando manter seu tom de voz calmo, uma missão complicada, já que ela estava quase a chorar.

–Hum… ok.

A menina voltou a olhar pela janela, com sua mão acariciando a cabeça de sua irmã.

Bella parou o carro, uma hora depois de começarem a viajem, em frente a uma estação de gasolina com uma lanchonete e um pequeno mercado ao lado. Suas filhas precisavam almoçar.

–Vamos, querida. – Bella convidou, saindo do carro e abrindo a porta para Renesmee sair, pegando Ally. Boo queria ir atrás, mas Bella o colocou dentro do carro de novo. O cão não poderia entrar na lanchonete.

Na lanchonete não havia muita coisa para comer. Era uma lanchonete pobre. Não estava ali ninguém, a não ser uma senhora que tinha a roupa dali.

–Boa tarde! – ela cumprimentou.

–Boa tarde. – Bella fez os pedidos.

–Estarão prontos em dez minutos! – a senhora de uniforme informou, indo até à cozinha da lanchonete.

–Depois queres ir ao banheiro? – Bella perguntou. A pequena assentiu.

–Ok, mamãe irá contigo.

Os pedidos vieram. Elas comeram em silêncio. Renesmee estava triste. Ela tinha de deixar tudo para trás. Os seus amigos. A sua escola. O seu pai… Será que ela voltaria a ver ele outra vez?

Bella também estava triste, ao ver que sua pequena menina não estava feliz. Será que aquela tinha mesmo sido a decisão certa?

Depois de acabarem, Bella bebeu um café – ela não se podia dar ao luxo de adormecer enquanto conduzia – e Renesmee pediu um chocolate. Bella pagou e pediu a chave do banheiro, que lhe fora logo concedida. A mãe e as filhas foram ao banheiro. Bella entregou a roupa que preparou para Renesmee, para a menina não andar de uniforme, que a mãe trouxe na bolsa. Ela vestiu o vestido, a meia calça e a jaqueta e entregou o uniforme à mãe, que o guardou na bolsa. Depois trocou a fralda de Allyssa. E colocou uma roupa idêntica a de Renesmee. Ela ama fazer isso!

-Mãe por que? Ela está com ESSA roupa?

-Filha! É pra vocês ficarem bonitinhas juntas!

-Ok vou fingir que acredito...

Elas voltaram para o carro. Bella iria pôr gasolina na Mercedes.

–Querida, porque não colocas a guia em Boo e vão dar uma pequena voltinha junto com Ally perto de mim enquanto eu abasteço o carro?

A pequena assentiu e entrou no carro. Colocou a guia azul no Boo e o cão saiu do carro. Segurou na mão de Ally e saíram andando.

Bella olhou as pequenas enquanto a gasolina entrava no carro. Ela andava com o cãozinho por ali perto, sem dar muita atenção a nada.

A morena suspirou. Ela detestava ver sua filha triste.

Bella viu que uma mensagem tinha chegado em seu celular. Seguida de uma ligação. Foi ver que era.

Alice

Ela suspirou e atendeu

-Alô?

-BELLA COMO VOCÊ PODE?

-COMO EDWARD PODE NÃO É ALICE?

-Bella vocês deviam ser almas gêmeas! Eu vi! Vocês passariam o seus “Para Sempre” juntos! Não faça isso!
-Tarde demais!

-Não Bella! Volte pra ele!
-Voltar pra que? Ser traída para sempre? Alice vou embora não importando sua opinião!

Bella desligou o celular brava e continuou a abastecer o carro. Ela ouviu um gritinho mas não se importou, ouviu outro só que ignorou completamente. Só no terceiro grito viu uma cena horrível: Renesmee e Allyssa estavam sendo ameaçadas por metralhadoras carregadas cheias de munição quando elas gritavam “Mamãe! Nos salve”! Ela ficou espantada pois suas filhas estavam sendo reféns. Elas estavam longe e se ela fosse até lá os homens atirariam. Ela se aproximou e depois se lembrou, teve um flashback...Ela conhecia esses homens... Eram os caras que... Edward a salvou bem no ano que se conheceram. Ela estava passeando nas ruas, de noite quando esses homens a ameaçaram e Edward a salvou. Tudo era feliz naquele tempo... Como as coisas mudaram para ela... Ela ficou parada, se lembrando da cena daquele dia. Quando um dos homens a prendeu e como fez com suas filhas, tapou sua boca com um pano que a fez desmaiar.

(...)

Era de manhã e a morena não sabia onde estava. Até que ela notou que estava num canto de uma rua. Viu suas 2 filhas com os olhos arregalados cheias de olheiras.

-O que foi que aconteceu?-Ela se viu cheia de pancadas e com sangue no chão.

Renesmee estendeu a mão pra mãe mais depois de ver o estado de Allyssa chorando recusou a memória.

Ela procurou o carro e o achou.Vinte minutos depois, a Mercedes preta de Isabella Swan (ex-Cullen) já deslizava pela estrada cinzenta. Renesmee olhava inanimada para a paisagem que passava.

O silêncio no carro era perturbador.

–Meu amor, por favor, não fique chateada comigo… - Bella pediu, olhando para Allyssa pelo espelho retrovisor.

–Eu não estou chateada! –Alyssa exclamou, rapidamente.

Era mentira. A pequena estava chateada. Aliás as 2 estavam chateadas.

–Certeza? Pode dizer, se quiser. – Bella permitiu.

–Certeza, mamãe. – a pequena garantiu. A mãe assentiu, sorrindo um pouquinho. Ela detestava quando sua filha ficava chateada com ela.

Meia-hora depois, Allyssa já dormia no seu lugar. Assim como Boo e Renesmee. O cão tipo o estava de cabeça pousada no colo de Renesmee.

Algum tempo depois, já se conseguiam ver as luzes de Nova York. Bella sorriu.

Já era de noite em Nova York. Forks e Nova Iorque tinham o mesmo fuso horário. Eram cerca de dez horas da noite em ambas as cidades

Mas, apesar de já se conseguir ver a cidade que nunca dorme, ainda faltava algum tempo até Bella chegar a casa dos pais. Esta se situava bem no centro de Manhattan, num dos prédios mais caros da capital do mundo. Quer dizer, para a maioria da população era caro. Mas, para Renée e Charlie Swan obviamente não era. Eles aceitaram de se casar de novo e surgiram com ovas carreiras: Ela, estilista famosa, ele, gerente da marca de carros de gama média, Chrysler, e, em conjunto, donos do maior Shopping de Nova Iorque, jamais achariam uma casa de 20 milhões de dólares cara.

Foi por volta das onze da noite que Isabella parou o carro no lugar mais próximo à entrada do prédio que conseguiu arrumar. Ela olhou para trás, encontrando Renesmee dormindo com sua mãozinha repousada na cabeça do Boo e Ally.

Bella não queria acordar todos.

A mãe saiu do carro, deu a volta e abriu a porta do carro. Ela estava meio que com raiva de sua viagem ter sido longa, da ligação de Alice e o que tinha acontecido...Então pegou um pedaço de madeira de uma árvore que se encontrava e bateu no pobre cãozinho de cima de Renesmee, tirou o cinto a Allyssa, a embrulhou numa mantinha que a pequena tem desde bebê e pegou nela, fechando o carro com o controle. Só que tinha se esquecido de alguém...Sua filha mais velha Renesmee...

–Boa noite. Creio que não pode entrar aí sem permissão. – o segurança informou, se colocando em frente à porta do 15 Central Park West, impedindo a senhora com a pequena ao colo de entrar.

–Eu sou a Isabella Swan-Cullen, filha de Charlie e Renée Swan.– ela informou, arrumando melhor Allyssa nos braços.

Custou dizer Swan-Cullen, principalmente porque se lembrou que saiu de casa, deixando seu marido e, consequentemente, o Cullen.

–Preciso de ver seus documentos, senhora. – ele informou.

–Claro, me dê só uns minutinhos – Bella pediu, tentando segurar Ally com apenas um braço e com o outro tirar seus documentos.

Quando encontrou seus documentos, os entregou ao moreno e voltou a segurar.

Foi só ele ver Swan que permitiu ela entrar

–Ahm… Teus documentos. – ele informou, levantando os documentos de Isabella.

–Ah, sim, claro. Os coloque dentro de minha bolsa, por favor. – Bella pediu, se virando de lado para o guarda.

–Pode subir.

Bella carregou no botão para chamar o elevador. A casa de seus pais era no vigésimo andar. Ela não se podia dar ao luxo de subir as escadas a andar, principalmente, com Allyssa no colo.

Quando o elevador chegou, ela encostou suas costas à parede e olhou para sua filha, que dormia calmamente, com a cabeça no ombro da mãe e os braços enlaçados em seu pescoço.

Naquele andar apenas haviam duas casas. A e B. Os pais de Bella viviam no A.

Abriu se a porta a Charlie que começou a falar com Bella.

–Mamãe? – era a voz de Allyssa.

–Oi, querida. – Bella cumprimentou, olhando para a filha.

–Onde estamos?

–Em Nova Iorque, na casa dos avós.

–da avó Renée e do avô Charlie? Cadê? Cadê eles, mamãe? –Allyssa perguntou, olhando em redor e se remexendo no colo da mãe.

Bella riu e mostrou eles.

De repente, o celular de Bella tocou, a assustando. Bella o tirou da bolsa e olhou para o número de celular. Era o telefone de casa.

Bella apontou a Allyssa e ao seus pais que foram brincar com ela.

A morena foi para a sacada, se arrepiando ao sentir o vento frio de Nova Iorque.

–Alô?

–Senhora Cullen! – era a voz de Carol.

–Agora é Swan. Não vou ter mais Cullen no nome, Carol.

–Porquê? Senhora, porque foi embora?

–Carol, minha filha não podia viver aí. Ela… era triste. E eu também. Eu estava aí por causa de Edward. Agora que ele não nos dá atenção, não vale a pena estar aí, longe de minha família.

–Então e a escola da menina?

–Eu arrumarei uma escola boa para ela.

–E o trabalho da senhora?

–Eu ainda tenho meu nome conhecido na arquitetura. Recomeçarei lá. – Bella murmurou.

Carol! – Bella ouviu alguém gritar. Era Edward.

–Tenho de ir. Minha filha precisa de ir dormir. Adeus, Carol. – e Bella desligou o celular.

Bella foi para a sala de estar onde estavam seus pais em redor de Ally, ouvindo atentamente o que ela dizia.

Pinguina, vamos para a caminha? – Bella perguntou. Pinguina era o apelido que Renée utilizava para chamar Bella, quando Bella era pequena. A morena sempre gostou de neve, pinguins e ursos polares. Sempre teve um fascínio por isso. Quanto ela tinha cinco anos, uma vez, disse à mãe “Eu gostava de ser um pinguim, mamãe. Posso ser um pinguim?”. Renée apenas riu adoravelmente da pergunta inocente da filha. “Podes, querida, qualquer dia serás um lindo pinguim, minha pinguina.”. E, desde aí, Renée passou a chamar pinguina a Isabella. E o apelido passou para Ally.

–Sim, mamãe. Estou ficando com sono. –Allyssa informou, indo até sua mãe.

–Onde a vais deitar, Bella?

–Em meu quarto. – ela informou, dando a mão à pequena e a encaminhando para seu quarto.

–Ok. E o que ela vai vestir?

–Droga! Ally, fique aqui com a vovó e o vovô enquanto eu vou rápido lá a baixo, ok? – Bella pediu.

–Ok.

–Fazer o quê? – Renee perguntou

–Pegar as malas. Pai, me ajude, por favor.

           –Posso trazer o Boo? – Bella perguntou.

–Boo? Quem é o Boo? – Renee perguntou, baralhada.

–Meu cãozinho! – Ally exclamou.

–Oh! Cãozinho?

–Posso ou não trazer o cão? – Bella perguntou, impaciente. Allyssa tinha de ir dormir!

–Podes! Se o velho rabugento tem um cão rabugento, minha neta adorável também pode ter um cão adorável! – Renee informou, apertando as bochechas de Ally.

Bella e Charlie foram até à Mercedes de Isabella.

–Você e ele se vão separar, não é? – Charlie perguntou, de repente, enquanto tirava duas malas de dentro do carro. Bella parou o que fazia e ficou estática, chocada com a pergunta de seu pai.

–Q… Que… Que ideia é essa pai? É ób… óbvio que não! – Bella gaguejou, nervosa. Ela queria que sua mãe fosse a primeira (depois de ela, de sua filha, de Edward e de Carol) a saber.

–Bella...

–Pai… - Bella suspirou, fechando a porta da Mercedes com Boo ao colo.

–E hoje foi o cúmulo! Desde quando você viaja sem o Edward? – ele perguntou.

Bella abanou a cabeça, evitando responder à pergunta do pai

–Temos de voltar para cima. Allyssa precisa dormir.

Eles foram subindo o elevador enquanto Bella falava

-Aí pai! Você não sabe o quanto minha Ally tem que dormir! Ela deve estar cansada!

-E a outra?

-A O QUE?

-Sua outra filha! A Renesmee.

O mundo tinha caído pra morena! Como podia ter esquecido Renesmee dentro do carro?! Ela enlouqueceu começou a pular no elevador só que ele ficou preso. 

Eles se entreolharam com medo e Bella gritou

-Não! Nessie está lá fora! O que pode acontecer com ela?

-Calma Bells...

-Calma nada!

Ela arrancou a engrenhagem do elevador que desceu para baixo e ela saiu correndo para o carro... Tarde demais... Ela estava deitada... Talvez dormindo... Talvez dormindo pra sempre... Eu não escutava o coração dela.


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