The Extermination escrita por Velvet Blue


Capítulo 4
Não Adianta Ter Medo


Notas iniciais do capítulo

Oie *-*



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–Quem é ela?

–Eu não sei...ela está mordida?

–Não.Nenhum machucado...nada.

–Por que está desmaiada?

–Não faço a mínima ideia.

Essas vozes de novo?Isso significa que eu estava sonhando,certo? Errado.Não esperei tempo algum e abri os olhos.

–Olá.-a menina disse.

Olhei para cima,estava deitada.As vozes eram de um garoto de mais ou menos dezoito anos,com cabelos negros e olhos azuis cativantes e de uma menina um pouco mais nova,talvez com dezesseis.Os dois me encararam surpresos e se afastaram.

–Você está viva?-o garoto perguntou,tirando uma enorme faca da mochila que carregava.A menina apenas ficou atrás dele,sussurrando algo.

–O que? Abaixe isso!-andei pra trás,sem entender nada.

–Ufa.Está viva.-ele suspirou e colocou a faca dentro da mochila novamente.

–Ainda bem!-a menina sorriu e saiu de trás do rapaz.-Por que estava desmaiada?

–Eu não sei...eu tenho que achar meus tios!Para que lado é a fronteira?-sacudi a cabeça,tentando me recordar para qual lado eu corria.

–Pelo jeito você ficou bastante tempo desmaiada...sorte que ninguém te devorou.-ele se aproximou e deu de ombros.

–Bastante tempo desmaiada?-minha voz falhou,a minha garganta ardia de sede.

A garota pegou uma garrafa de água no bolso de fora da mochila dela e jogou para mim.Bebi com vontade.

–Hoje é dia 15/08/2017.

–Já é dia quinze? Oh,meu Deus.-abaixei a cabeça.Estava encharcada.

–Você precisa de um banho...-interrompi.

–A única coisa da qual eu preciso agora é uma explicação.O que aconteceu?O que aconteceu nesses três dias que eu fiquei desmaiada?

–O que aconteceu? Simples.Um apocalipse.As fronteiras foram bloqueadas,depois abertas.Logo fecharam novamente.Metade do pessoal que estava esperando as fronteiras serem abertas não conseguiu escapar.O vírus se espalhou por toda a cidade.Alguns agentes da Umbrella também foram contaminados.Bem,resultou que os navios que partiam do porto foram invadidos por algumas dezenas deles e acabamos exportando o vírus para o resto do mundo.Igual com aviões que foram invadidos antes de decolarem.Ninguém estava preparado.Ninguém sobreviveu.

–Errado.Nós sobrevivemos.-encarei-o.

–Sim.Agora que você tem a explicação,tem que vir conosco.É perigoso estar sozinha e desarmada por aí.-ele se virou e abriu sua mochila.-Fique com isso.

Ele colocou nas minhas mãos um facão igual ao seu.

–Então...qual é o nome de vocês?-coloquei a faca no bolso interno do meu casaco.

–Liam.

–Blair-a garota antes não identificada por mim anunciou,baixo.

–E o que vocês pretendem fazer?

–Nada.-ele me olhou confuso.-Os humanos foram exterminados.Não temos o que fazer.Apenas sobreviver.A não ser que queira se suicidar.

Nesse momento,olhei para o bolso se Liam.Havia um celular preto saindo para fora.

–Me dê isso!

Arranquei o celular de seu bolso e sorri para o objeto.Talvez eu ainda pudesse ligar para a minha família.

–O que está fazendo?

–Ligando para os meus pais.

Disquei o número e esperei que tocasse.Tocou,tocou,tocou.Ninguém atendeu.Liguei de novo,o mesmo aconteceu.

–E agora?-sussurrei.

–Qual é o seu nome?-Liam se aproximou.

–Mich...Michaella.-solucei,mas as lágrimas não saiam.

–Escute.É impossível que você os veja novamente.Eu sei que é difícil aceitar,mas não tem mais chance.Agora...bem,nós vamos ser a sua família.Certo,Blair?-Liam passou a mão no meu ombro e logo olhou para Blair.

–Certo.-ela disse,séria e melancólica.

–Obrigada por...me ajudarem.

–Não há de quê.

Liam se virou e,vendo que eu não me movi,chamou meu nome.Começamos a caminhar na direção Norte.

–Então,Michaella,tem alguma ideia de esconderijo?-Liam se pronunciou.

–O apartamento dos meus tios.Lá...-fui interrompida por um grito gutural.

–Cuidado!!!-era Blair.

Do nosso lado esquerdo,três errantes saíram de um beco.Foi a primeira vez que vi um contaminado.Sua pele pálida estava suja de sangue a partes dos seus corpos eram deformadas.O cheiro de morte estava invadindo meu nariz.Eles estavam famintos pela nossa carne.Rapidamente,Liam se atirou na minha frente,pois eu estava na esquerda,ou seja,"devorável".Liam puxou o facão de sua mochila e cravou em um.Outro errante foi na sua direção,mas levou um chute.Vi que Liam não conseguiu descravar o facão do crânio do errante e peguei o meu.

–Ei,nojento!-gritei,o ser se virou e pulou na minha direção.

Esperei o morto estar bem próximo e cravei a faca em seu estômago.Se é que ele ainda possuía um.Liam descravou a faca do primeiro errante e golpeou o segundo.Foi por pouco.

–Oh.Esses caras vivem aparecendo do nada.Temos que ficar bem mais atentos.-Liam se levantou e bufou,guardando sua arma.

–Blair,você não tem nenhuma faca?Poderia ter dado um jeito naquele idiota.

Blair se encolheu e olhou para Liam.

–Ela não deixou eu dar a faca para ela.Tem medo de usar.

Revirei os olhos.Adianta ter medo de alguma coisa quando se está no meio de um apocalipse zumbi?

–Michaella,estava falando do apartamento dos seus tios?-Liam retomou a posição e começou a andar conosco.Dessa vez,do lado esquerdo.

–É.Acho que é melhor irmos para lá,eu tenho a chave...

–Ótimo.-Blair disse,esperançosa.

Caminhamos mais de meia hora em silêncio.Eu observava o céu.Não parava de olhar para cima.Ele ainda estava azul.O mundo era o mesmo.As pessoas que mudaram.Isso,apenas as pessoas mudaram.Isso me deu força para continuar andando e não desabar em lágrimas.Tudo o que eu queria no momento era sobreviver.

–Chegamos.

Parei de repente no mesmo prédio que vira três dias atrás.Ele estava igual.Só um pouco melancólico.

–Vamos pela escada.-Liam entrou no saguão e apontou a escada coberta por um carpete silencioso.

–Eles não podem ouvir nossos passos?-Blair questionou.

–Não quando existe eco,como aqui.-Liam informou.

Eu ia na frente,contando os andares para saber em qual corredor entrar.De repente,levo um susto.Um errante invade meu caminho na escada.

–Oh!-me joguei contra o corrimão para evitar o contato físico.

Ouço um gemido.

–Argh!

Olho para baixo.Liam tinha sua faca em mãos.Olhei para cima e continuei.

–Agora sim.Este é o apartamento.

Paramos na porta e apalpei os meus bolsos,procurando a chave.Assim que a achei,coloquei na fechadura e no meio da rotatória,parei.

–O que foi?-Liam questionou.

–Eu não sei o que vou encontrar aqui.

Abri a porta sem coragem,mas com determinação de sobra.Nada.Tudo estava igual.Ou seja:meus tios não voltaram aqui.Os dois entraram e eu fui até a cozinha.

–Finalmente.

Abri a geladeira e lá estava a peça de bife que não tinha sido terminada.Tirei a bandeja da geladeira e coloquei o bife na frigideira,largado a faca na pia.

–Você fica encarregada de fazer as refeições.-Liam entrou no cômodo,atraído pelo cheiro dos bifes que eu fritava.-Algum problema quanto a isso?

–Sim.Não sou empregada.-Não sorri.-Cada um faz a sua comida.Algum problema quanto a isso?

–Nenhum.-ele levantou as mãos e riu.

Revirei os olhos e depois de um tempo preparando o almoço,voltei para a sala.Blair ainda estava de pé.Liam não estava alí.Ele devia estar checando os outros cômodos.Coloquei três pratos na mesa e servi.

–Que fique claro que você também vai ajudar.

–Sinceramente,não sei fazer nada.

–Já percebi...-sussurrei.Ela não ouviu.

Liam saiu do meu quarto e sentou na mesa.Comeu mais rápido que eu,que não comia há 72 horas.Blair comeu metade do prato e o colocou na pia.Louça? Não agora.

–Vamos para o terraço do prédio.Lá deve dar pra ver um pouco das ruas seguintes.Michaella,tem algum binóculo aqui?

–Por que eu teria um binóculo?

Ele não respondeu,apenas se virou pra porta.

–Não vamos fazer isso agora.Ainda são...-olhei o relógio perto da televisão.-Onze e meia.

–Se vocês não forem,eu vou.

–Liam,não descuta..

–Eu vou.-Blair interrompeu e se colocou na frente da porta.

–Vai ficar aí sozinha?

Bufei.Liam era teimoso,descobri.Partimos sem as mochilas,apenas com as facas.Eu sabia que algo ia dar errado.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? :3 ~le first zombie appears~ kkk
Até o próximo cap!