The Extermination escrita por Velvet Blue


Capítulo 36
Matar ou Morrer


Notas iniciais do capítulo

É, pessoal. Tia Darkzinha está de volta. Glória.
Amei esse capítulo, por mais que seja meio "lacrimoso" e.e

P.S.: Clique em "Victoria". Tem o link dela.



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Acordei com um leve barulho. Parecia algo caindo no chão. Abri os olhos devagar, sentindo embaixo de mim o chão totalmente parado. Kris deve ter dormido e Liam resolveu me dar mais horas de sono; Tirei essa conclusão assim que vi os dois estirados nos bancos do caminhão. O barulho se repetiu, mas estava muito escuro para ver o que era. Não poderia ser um errante, porque a porta estava intacta. Além disso, ele já teria me devorado. Tateei meu coldre, tentando achar a arma. Nada.

–Quem está aí?-perguntei, quase sabendo o que aconteceria em seguida.

A pessoa me deu uma coronhada, fazendo-me cair. Levantei rápido, dando um soco em quem me atacou. Olhei para trás, vendo Liam e Kris se aproximando. A luz da cabine foi acesa e pude ver a pessoa no chão. Era uma garota. Tinha cabelos castanhos e olhos azuis. Sua roupa estava gasta, como se fosse uma sobrevivente esforçada. Aparentava ter 20 anos.

–O que vamos fazer?-indaguei, olhando para o corpo no chão.

–Primeiro precisamos saber se ela está viva.-Liam disse, se agachando e pressionando o pescoço da garota.-Está viva.-concluiu.

Kris olhou para seu coldre e em seguida para a garota.

–Ela ia levar nossas armas!-disse, indignada.-Não é confiável, melhor nos livrarmos dela.

–Está maluca?-Liam perguntou, num sussurro.-Não podemos matar uma pessoa sem mais nem menos.

Ele tirou as palavras da minha boca. Nesse momento, a garota no chão abriu os olhos. Kris correu para pegar nossas armas, dentro de um saco branco. A garota se assustou, levantando-se e preparando-se para pegar o saco.

–Tarde demais.-disse Kris, apontando uma magnum para a sua cabeça.

–Não, por favor!-exclamou, levantando as mãos.

Eu e Kris nos entreolhamos.

–Você estava levando nossas armas. Quer que confiemos em você?-perguntei, estreitando os olhos.

–Escutem, eu apenas quero achar a minha irmã. Estou sozinha há meses, esbarro em sobreviventes e acabo os perdendo de novo. Numa dessas perdi minha arma, e entrei em desespero. Eu não... eu não fiz por mal!-disse rápido, sem na verdade responder a minha pergunta.

Liam sacudiu a cabeça em desaprovação.

–Qual é o seu nome?

Victoria.-respondeu, levantando a cabeça abaixada para nos encarar.

Pensei por alguns instantes. Não poderia negar ajuda, por mais que desejasse voltar para a base sem ninguém a mais.

–Victoria... como perdeu sua irmã?-indaguei, me aproximando. À cada passo, seus traços se pareciam mais com o de... Blair.

–Eu e minha irmã morávamos com nossa mãe em um chalé. Ele foi invadido pelos mortos...-disse, e fez uma pausa. Logo continuou.-Eu pulei a janela e escapei, mas Blair não me seguiu e foi para o segundo andar da casa...-nesse momento, silenciei-a.

–Espere!-falei um pouco alto demais.-Liam, venha aqui.

Liam me olhou, confuso. Com certeza ele estava descrente de que estávamos olhando para a irmã de Blair. Ou não.

–Pensou o mesmo que eu?-indagou, em um sussurro.

–Claro. Você disse que achou Blair em um chalé, não disse?-sussurrei de volta.-É ela!

A garota desviou o olhar para Kris, que se encontrava igualmente confusa. Eu e Liam nos distanciamos novamente.

–Victoria... como é a sua irmã?-perguntou, estreitando os olhos.

–Ela tem dezesseis anos, cabelos castanhos e não é muito alta. Estava usando uma blusa bege e uma calça jeans no dia da invasão.-respondeu, esperançosa.

Eu e Liam nos entreolhamos. Kris ainda estava confusa, e se pronunciou.

–Ei, Blair não é aquela garota que vocês trouxeram para a base com vocês?

Mordi o lábio inferior, esperando a reação de Victoria. A mesma deu um sorriso de orelha à orelha e pulou em Kris.

–Vocês estavam com a minha irmã?-berrou.

Kris a empurrou, fazendo-a voltar sorridente para onde estava. Victoria não se abalou.

–Onde está ela? Ela está bem?

–Blair está bem, na base.-Liam respondeu, acalmando-a.

Nesse momento, senti um frio na espinha. A sensação desagradável passou. Em seguida, ouvi uma batida na porta do caminhão.

–Fizemos muito barulho.-disse Victoria, tão baixo que me esforcei para ouvir.-Me dê essa...

Kris pegou a mão da garota, impedindo-a de tocar no facão em seu coldre.

–Ei, ei. Ainda não conversamos sobre sua entrada no grupo.-disse, com vigor.

Victoria se afastou.

–Mas... eu preciso encontrar a minha irmã! Não podem me deixar aqui!

Liam deu uma leve cotovelada em Kris, que bufou e entregou o facão para a recém-chegada. Só então lembrei que devíamos sair e nos livrar dos walkers. Ainda me sentia inconformada pela sensação estranha. Era como a voz de Melanie transformada em um aviso físico. Balancei a cabeça, lembrando da boa notícia. Como Blair ficaria feliz em reencontrar sua irmã! 

–Melhor irmos.-disse Liam, me dando o rifle e uma magnum.

Em seguida, chutou a porta, sem aviso. Os walkers tentaram entrar, mas foram bloqueados por mim e por Kris. Liam estava abrindo caminho, sem saber ao certo para onde ir. Eram muitos deles, o que me dava medo. Saber que eu poderia morrer a qualquer minuto, saber que meu futuro não era certo. Precisávamos voltar para a base. Assim que conseguimos sair das docas, nos dirigimos para uma rua que aparentava estar deserta. Nela havia um Fiat preto.

–A chave está na ignição.-disse Kris, olhando pelo vidro.

Entramos, Liam no banco no motorista. Sentei ao seu lado e Kris sentou atrás de mim.

–Liam... para onde estamos indo, exatamente?

–Embora.-disse, segurando minha mão.-Vou dar um jeito de voltar para a base, não importa quando e como.

Pisquei duas vezes. Novamente, aquela sensação. Eu não me sentia mais a mesma. O uniforme começou a esfriar, percebendo meu suor repentino. Limpei-o, sentindo o frio de Londres entrando pelas frestas da janela entre-aberta. Por algum motivo que cutucava a minha mente, algo estava errado. Eu só não sabia o que. Queria poder falar com Melanie, agora. Mas parecia que ela só se comunicava comigo quando eu estava em uma situação de extremo perigo.

–É, parece que somos meros sobreviventes de novo.-murmurei, decepcionada.

–De algum modo, nunca deixamos de ser.-disse Liam, dando de ombros.

Olhei para a frente, encarando a rua. Carros que capotaram, cadáveres, cadáveres vivos. Eu me sentia indefesa, até porque estava novamente longe da minha família; Até porque, novamente, não sabia se minha família estava bem. Agora era matar ou morrer; Novamente.


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Notas finais do capítulo

Ficou maior do que eu imaginei! Se gostaram, deixem reviews.

Até mais o/



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