The Extermination escrita por Velvet Blue


Capítulo 22
Existem Limites?


Notas iniciais do capítulo

AEEEEW,FINALMENTE ESSES DORGADOS CHEGARAM NA BASE,NÉ? EU HEIN,QUE DEMORA! Será que você adivinha qual tragédia vai acontecer? :3 Só lendo!
Bjusz,boa leitura e...Oi,Simele *-*

Leiam ouvindo My Last Breath-Evanescence. Por favor,é o tema do capítulo.Se não fizer isso,um zumbi estará atrás de você.
#Parey
Boa leitura!



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Acordei com alguém me sacudindo.Por que diabos eu dormi em plena luz do dia? Agora,quando todos estivessem dormindo,eu ia acabar ficando acordada e sozinha.Odeio esta sensação. Abri os olhos e vi que quem me balançava era Liam.

–Para com isso.Irrita.-falei,desgrudando as mãos dele dos meus ombros.

–Desculpa,mas estamos tentando te acordar há mais de meia hora e você parece uma pedra dopada.

Ri com isso.Eu tenho sono leve!

–Querem me acordar pra que? Quanto mais sono,menos tempo para chegar.-disse,dando as costas para ele e me ajeitando no banco.

–Acontece que eu e John vamos buscar comida.Só temos algumas porcarias,mas não vão durar até a Austrália.Achamos melhor pegar no Paraguai.

No Paraguai?

–Estamos no Paraguai? Alguém me dopou?

Liam revirou os olhos.

–Não,mesmo assim,você teve a capacidade inútil de dormir oito horas.

Eu devo ter aberto a boca.Oito horas,sendo que eu sequer estava com sono.

–Eu não vou deixar vocês irem sozinhos.Principalmente você.

Droga.

–Principalmente eu?-ele sorriu,malicioso.

–Ah,e-eu conheço você m-mais...

Por que sempre que tenho que mentir eu começo a gaguejar? Que reação inútil!

–Vou fingir que acredito.Ah,e você não vai.Eu convenci Emily a te obrigar a ficar e...tanto faz para a Blair,afinal ela já tem ciência de que estará segura.

Sacudi a cabeça.Não ia ser tão fácil.

–Eu vou.Ninguém pode me impedir.

–Não?

Ops.Acho que eu o desafiei.

–É.Vai fazer o que?

Ficamos nos encarando por alguns segundos.Eu estava suando.Mais uma reação inútil.Ele estava perto demais...quase que...mas não.Ele desviou e encaixou o meu cinto de segurança na caixinha preta.Fez isso com tanta força que me desesperei para tentar desprender,e não consegui.Ele sorriu.

–Até mais.

Beijou a ponta dos meus lábios e me deixou lá,como uma idiota.Não tentei me soltar de propósito.Eles não mereciam que eu os ajudasse. Ouvi risos vindos de trás do meu banco.Emily e Blair.

–Parem de rir.-falei,tanto parecer séria e ficando engraçada.

–Desculpa,mas o Liam mandou bem.Você é teimosa.-Emily disse,ainda gargalhando.

Revirei os olhos.

E assim foram passando os minutos...eu estava jogando Snake no celular dele.Despreocupada até o momento em que percebi que eles tinham ido há mais de trinta minutos.Quarenta,talvez.Olhando a hora,pensei em ir verificar o perímetro. Sai do cinto por baixo,deixando o mesmo fechado.

–Onde você vai?-perguntou Emily,me analisando enquanto eu vestia o casaco.

–Vou ver se eles estão bem.

–Mas está desarmada,é perigoso!-Blair exclamou.

–Posso arranjar uma arma por ai.

Terminando de abotoar o casaco,bufei.

–Eu já volto.

Abri a porta.Eu nem sabia por onde começar.Tantas ruas,tantos lugares que eles poderiam ter ido...coloquei as mãos na cintura.Eles não poderiam ter ido pela terceira rua,afinal ela estava devastada.A primeira rua estava normal,mas haviam corpos pelo chão.Corpos que poderíam voltar à vida.A única opção era a rua central.Caminhei mais ou menos trinta metros até ela.Entrei em uma loja de peças automotivas e roubei o extintor. Essa poderia ser a arma ideal. Ou não.

–Essa não.

Ouvi um murmúrio distante.Passos.Tiros.Liam.

Entrei correndo na rua da esquerda e me deparei com uma horda de mais ou menos vinte deles.Liam atirava,mas eles estavam chegando mais perto.Não vi John.

...

–MALDITOS!

Apertei o gatilho do extintor assim que a maioria virou para me seguir.Tudo o que conseguia ver era uma névoa branca e sangue.Sangue pelo chão e sangue pelo meu cabelo.De onde viera? Só agora notei que estava agrendido-os com o extintor.Liam estava ao meu lado,mas não conseguia vê-lo direito.Não consegui localizar John de novo.Quando dei por mim,estava nocauteando o nada.

–Mich,pare! Eles já estão mortos.

Abri os olhos que fechara por causa da fumaça incômoda.A mesma cessou.A rua estava parada novamente e o silêncio perturbador voltou.Arfei.Eu estava cansada -canda não só da luta,mas de tudo.Liam me abraçou.

–Me desculpa.-ele sussurrou no meu ouvido.

Tudo o que pude fazer foi deixar uma lágrima escapar.

–Onde está o John?-perguntei,esperando uma resposta positiva.

Liam olhou para baixo.

–Ah,droga.-falei,deixando a água jorrar dos meus olhos.Eu estava pisando no braço dele.

–Eu sinto muito.-ele disse,baixo.

Fiquei em silêncio,encarando o nada por algum tempo. O vento uivou de leve.

–Eu estou bem.-me esforcei para dar um sorriso.Sem sucesso.

Liam pegou uma mochila jogada na calçada e segurou a minha mão.Andamos lentamente até onde o helicóptero se localizava. Fomos recebidos por Blair,que abriu a porta com uma expressão de medo.

–O que aconteceu?-ela indagou,afinando a voz.

–Perdemos o John.

Liam largou a minha mão e foi explicar tudo para Blair.Emily estava no banco do piloto novamente.E eu estava ali...viva,porém morta.Aquele foi o limite.Não que John fosse alguém que eu amasse tanto,mas era quem faltava.A pessoa que salvou minha vida duas vezes.Afinal,se eu tivesse atravessado aquela porta,quem sabe o que seria de mim. Quem sabe o que foi de meus tios?

E lá estava eu. Sentada no canto do helicóptero...lamentando pelo mundo. Além disso,como chegaríamos na base se John era o único que sabia o caminho?Senti meu estômago se contorcer de novo.Aquele suor gelado escorrendo pela minha testa. A ânsia atacou mais forte dessa vez.

E,enquanto devolvia os quilos de bolacha de água e sal,sentia o chão tremer. Em decolara...sem sequer saber para onde estava indo. A ideia de perder tudo sem ter nada só me deixou pior. E novamente eu estava encharcada de lágrimas.

Lavei o rosto e enxuguei-o na toalha.Saí do banheiro cambaleando,meu estômago agora estava vazio. Peguei uma caixa de água de coco e bebi,mesmo sabendo que água de coco quente é terrível.Poderia ajudar a me controlar. Assim que sentei,Liam chegou perto de mim e sussurrou.

–Mich, acha que Emily pode achar a base?

Suspirei.

–Não.

Ele se afastou para me encarar. Eu olhei para o chão entre minhas pernas.

–Eu sei que você ficou abalada com tudo isso.Mas eu vou te ajudar,prometo.

Ele tentou me dar um beijo.Recuei.

–Não vai querer fazer isso.-forcei um sorriso.

Ele ignorou o aviso e me deu um selinho. Levantou-se e foi até o banco do co-piloto. É,seria mais fácil se ele lembrasse Emily de que não sabíamos o caminho. Resolvi deitar no colchão e raciocinar um pouco. Mas de repente sou "acordada" aos berros.

–Mich,Blair,corram pra cá!-Liam ordenou,animado.

Fomos sem vontade nenhuma até lá. Liam estava sentado no banco do co-piloto e nós nos esprememos entre os dois bancos para ouvi-lo. Ou ver o que ele tinha para mostrar.

–Acho que encontrei a solução do problema.-ele disse.

Logo vi em suas mãos um papel branco e amassado. Nele haviam escritas e pontilhados.

–Deixa eu ver.

Peguei o mapa das mãos dele. Era mesmo a solução do problema.

–O mapa para a base?-Blair se aproximou de mim.

–É.-disse,fascinada.

Eu quase desmaiei.Que droga é essa de...tudo mudar do nada? A vida gosta de brincar conosco. Às vezes a brincadeira passa dos limites...mas será que meu pai estava certo? Será que a vida sempre sabe dosar e parar quando preciso?

Olhei para trás.Uma turbulência fazia o balanço ficar mais forte.

–Emily!-bati no ombro dela,de leve.

Ela sorriu animada.Espero que toda essa animação não afete em sua profissionalidade.

E...como posso explicar? Primeiro passamos pelo Paraguai,depois pelo Pacífico,depois por várias e várias ilhas...não devíamos estar mortos à essa altura? Pois bem,não estamos. Quando nos demos conta,tínhamos passado da Austrália.Depois de três dias de viagem.Lá estávamos nós,em Madagascar,com Emily dando meia-volta ao perceber que havia atravessado um mar inteiro em vão. Mas não me incomodei.Eu poderia passar mais um mês viajando. Bastava manter o foco na minha família.

Suspirei.Emily havia pousado o helicóptero.Primeiramente,ela disse que estávamos em uma ilha bem perto cujo nome ela não sabia.Depois,inventou uma história de que precisava dar uma olhada no mapa,localizado dentro do baú.Passados trinta minutos olhando o mapa,Em,que estava no banco do piloto concentrada no papel em suas mãos,se virou e chamou o nome de cada um de nós,uma vez.Parecia estar sufocada.Falou lentamente,com a respiração forte: "Blair,Liam,Michaella.". Eu levantei a cabeça e encarei-a.

–Chegamos!

Liam e Blair se abraçaram.Estavam mais próximos um do outro.Eu,encostada no baú e bebendo um suco de uva,cuspi todo o conteúdo no chão.Todos me olharam.

–Parem de me encarar,nós chegamos!

Como sempre,eu fiz a besteira mais besta de todas as besteiras bestas feita por bestões.Abri a porta e pus o pé pra fora,pensando estar em terra firme.A maldita me pousou em cima de um edifício!

–Ai,caramba!-falei,voltando para dentro.

Riram da minha reação. Terra,sintonize.Preciso de uma explicação.

–Mich,eu tive que pousar em cima da base.Surpresa!

Tirei a mecha de cabelo na minha boca e abri a porta lentamente.Olhei para baixo e vi o chão branco...era feito de um material resistente como metal,mas, quando eu pisei,fez barulho de plástico.

–Como vamos descer?-Blair perguntou em uma voz baixa e assustada.

–Não sei.-disse Emily,chegando logo atrás de Liam.

–Você tem certeza de que essa é a base,certo?-perguntou Liam,segurando o braço de Em antes que ela viesse.

–Absoluta.-disse,confiante,soltando seu braço.

Fomos até a ponta do lugar.Era alto...era muito alto.Só de Blair olhar,quase desmaiou e caiu para a frente.Tivémos sorte de Liam estar logo atrás e a puxar.Eu recuei e Emily continou olhando.

–O que foi?-perguntei,apertando os olhos.O sol estava forte demais naquela hora do dia.

Emily me olhou,em dúvida.

–Tem escadas aqui.Acho que são para os recrutas.Parecem seguras e é o único jeito de descer.

Nos entreolhamos.

–Quer saber...-eu disse,pensativa.-FODA-SE.

Pulei,sem ao menos ver onde cairia.Caí em um parapeito.Eu tenho sérios problemas com parapeitos. Depois disso,me agarrei em uma escada e comecei a descer.Não olhei para baixo,nem para cima.Olhava diretamente para os degraus nos quais eu me segurava.Encarei o céu,cada vez mais distante.Cheguei no chão de terra,dentro do campo "anti-mortos".Acima de mim,Emily e Blair. Liam ainda não descera.

–Mich!

Antes que eu olhasse para cima,Emily caiu em cima de mim.Fomos para o chão.

–Emily!-falei,me levantando da terra.

–Ah,foi mal.Essa escada é escorregadia.-ela riu.

Liam e Blair chegaram e Liam estava rindo.

–Eu precisava ter gravado.

Tá,eu tive que rir.

Estávamos todos no chão,ainda encarando a porta.Um portão branco (tudo era branco,até a parede que cercava o lugar).Haviam helicópteros e tanques perto de nós.

–Estão esperando o que?-Em perguntou,já abrindo a porta.

–Em,não!-corri para segurá-la,mas era tarde. Recrutas vieram nos interrogar.

Não antes que eu visse como é a base por dentro.


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Notas finais do capítulo

~le tosse~ Espero que...cof cof,tenham gostado.Simele deve...cof,cof...estar pirando,por causa da base..cof,cof.
Sóri,mas só no próximo capítulo :3
Até lá o/