The Extermination escrita por Velvet Blue


Capítulo 14
Quebra-Cabeça


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais! ♥



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–Ai!

Ouvi um gemido abafado,afinal estava dentro d'água.Sim,o barulho áspero e estrondoso que eu ouvira era a água se chocando pelas paredes do túnel.Abri os olhos sem querer,deixando a água gelada cegá-los.Como eu não me machucara caindo ali?Pensei bem sobre isso nos cinco segundos que levei para subir até a superfície.A profundidade devia ser de mais ou menos três metros.Assim,afundei e voltei com um impulso.

–Ah!-arfei.

Me debati para não afundar.Parecia mais fundo do que três metros agora.

–Tudo bem?-Liam segurou meu braço.Ele boiava com facilidade.

–Sim.-falei,entre engasgos.Logo minha respiração voltou ao normal.

–Nossa,por que tem tanta água aqui?Chuva?

–Deve ter sido a chuva.Mas...como eles entravam aqui antes?

Ele pensou por um segundo.

–Acho que essa água é proposital.Como saímos daqui?

Encarei por cima do ombro dele.Ele seguiu meu olhar,virando-se.Havia uma porta de ferro,parecida com a de um elevador.Na hora que olhei,parecia o portão do Titanic.Pelo qual Jack e Rose passaram...agora só faltava existir uma chave perdida.Mas não.Era necessário a impressão digital da luva da Umbrella para abri-la.

–Mas que droga!-Liam chutou a porta.Não foi com força,a água fez com que seu movimento saísse lento.Mas...por um milagre...

–Ai meu Deus!-falei rapidamente.

A porta se abriu,deixando os vários litros de água escaparem.Não só a água,como nós dois.Cai em cima de Liam e fomos arrastados pela água até a parede da sala seguinte.Olhei em volta e a água já se espalhara,fazendo um lago de alguns centímetros ali.

–Epa.-olhei para baixo e vi Liam rindo.Ri também.

–Sua gorda.-ele gargalhou.

Me levantei,apenas para encará-lo com os braços cruzados.

–Eu estou brincando.-beijou minha testa.

Eu não fiquei brava,era só uma cena que eu costumava fazer.Mas pra que o beijo?

–Bom,vamos.

Olhei a sala em que estávamos.Era branca e tinha alguns assentos cinza.Não tinha nada de interessante;nada que pudesse ajudar.Só algumas mesas e jornais.Era apenas uma entrada normal da Umbrella...uhum.

–Por ali.

Liam apontou uma porta de vidro.A porta estava trancada.Não vira nenhum zumbi ali,então resolvi apenas chutar.A porta se quebrou em pedaços largos e passamos.Ali começava a parte interessante.

–Temos que chegar até os laboratórios.Com certeza lá tem algo.-Liam saiu andando na frente.

Antes,ele agarrou a minha mão.

–Você parece preocupado.-murmurei.

–Eu estou muito preocupado.

–Não precisa disso.Não vamos encontrar nenhum monstro aqui.

Ele me olhou como se eu fosse uma doente mental.Podia ter razão.

Só depois de desviar os olhos dele que notei onde estávamos.Era um corredor largo e azul.As paredes eram feitas de um tipo de plástico.Não plástico,necessariamente.Mas tinha esta aparência.

–Vai ser uma longa jornada.-murmurei,depois olhei nossas mãos entrelaçadas.

Andamos e andamos.As salas eram assustadoramente vazias e modernas.A Umbrella deveria ter mais "graça" quando ainda era habitada.Antes,Liam andava ao meu lado.Mas ao longo do tempo ele ficara ansioso,indo na frente.Mesmo assim,não soltou a minha mão.Ele era bastante protetor.

–Que droga.-ele bufou.Seus passos foram ficando mais lentos,até parar na entrada de uma sala branca.No meio dela havia uma depressão.Para que diabos isso servia?

–Não podemos parar,tem que ter alguma coisa!-rosnei.

Nesse momento,saquei a arma com tal velocidade que parecia automático.Liam ergueu seu machado,andando para trás.Nesse movimento,quase me desequilibrei.Então olhei por cima de seu ombro.A sala ecoou nossas vozes.

–Michaella?

–Emily?

–Steven?

Meus olhos se estreitaram.Eram tantas perguntas cercando minha mente que eu fiquei tonta.Emily estava ali.Viva,intacta.Com seu cabelo levemente ondulado e sedoso,num tom de mel.Seus olhos brilharam ao me ver.Mas ainda tinha outra questão em jogo.Afinal,Steven estava ali também?

–Ah,humanos.Graças a Deus.-Steven colocou a AK-47 (pelo menos parecia ser uma) no chão e ergueu os braços.-Podem ficar tranquilos,estamos no mesmo barco.

Então reconheci-o.O homem que deu o comando para que o maldito John me largasse.Mas que não me deixou passar.Meus dentes trincaram,mas ele parecia inofensivo.Liam estava alheio a tudo,ainda encarando Steven e Emily.Foi então que ela correu até mim.

–Mich,você está viva!É tão bom te ver!-ela me abraçou,entrelaçando os dedos no meu colete preto vagamente peludo.

–Emily!-Acariciei seu cabelo.-Fique tranquila.Vou cuidar de você agora!

Olhei para Steven.Eu já havia percebido que ele cuidara dela por mim.Pisquei e ele sorriu.Logo depois Liam andou até ele e os dois engataram uma conversa.Eu deixaria que ele cuidasse do assunto da base.

–Emily,me diga.Como chegou aqui?-limpei as lágrimas que saíram de seus olhos.

–Ah,Mich.Eu estava procurando por você.Eu precisava de você.

–Mas...mas como chegou aqui,afinal?Quando?Desde quando está tão perto de mim?-sorri.

–É uma longa,muito longa história.

–Vamos ter bastante tempo para isso.Mas,agora...-parei de brincar com o seu cabelo e andei até Liam e Steven.Não me importei de interromper o diálogo sereno entre os dois.

–Sabemos que existe uma base.Na Austrália,sim?

Steven assentiu.

–Sim,nossos recrutas australianos estão nela neste momento.

–E como isso funciona?-Liam disse.

–Os sobreviventes são resgatados pelos recrutas.Lá eles têm comida,roupas e moradia.Bem,a base funciona como um hotel.Cada família tem direito a um quarto.Faríamos um apartamento inteiro,mas existem muitos sobreviventes por ai...agradeço muito por isso.-ele abaixou a cabeça levemente.

–E como fazemos para que esses recrutas venham nos pegar?

–Telefonando.Os cientistas que sobraram da Umbrella cuidaram para que a central de energia da América,pelo menos da América,não fosse desligada.Já devem ter percebido.

–Te...le...fo...nando?-guaguejei.

Meu rosto deve ter ficado vermelho de tanta raiva.

–Em um simples telefonema,todos os nossos problemas poderiam ter sido resolvidos!-virei para sair andando e bater minha cabeça na parede,mas Liam me segurou.

Suspirei.

–Precisamos do número.-nesse momento,um pensamento veio a minha cabeça.-Afinal,por que ainda está aqui?

–Esse é o problema.Eu não sei o número.Ele tem dez digitos;especial para o celular da nossa rede.

–Você não sabe o número?-aquilo me assombrou.

–Sinto muito.Por isso eu ainda não sai daqui.Estou procurando.As salas da Umbrella parecem intermináveis,mesmo para mim.Eu trabalhava no prédio da Umbrella,não nos laboratórios.Foi aqui que encontrei essa menininha.-ele olhou para Emily com um sorriso.

–Ele cuidou de mim esse tempo todo.-ela retribuiu o sorriso de Steven.

Tudo bem.Ver Emily feliz fez com que a minha raiva passasse.Era um peso a menos nas minhas costas saber que ela estava viva.Olhei para Liam,que observava Emily com um sorriso tímido.

–Então essa é a Emily?

–Você me conhece?-ela o olhou confusa.

–Mais ou menos...Liam.

–Acho que já sabe.-ela sorriu a apertou a mão que ele estendeu.

Steven olhou para o coldre largo de Emily e dele tirou uma pistola.

–Não precisa mais disso.Vejo que sua prima (Emily deve ter falado de mim) já está armada.

–Obrigada por se preocupar com ela.-sorri.

–Não foi nada.

O silêncio pairou alguns segundos e Liam o quebrou.

–E então...eu não quero estragar o silêncio...mas...

–Mas o que?-perguntei,ansiosa.

–Steven.-ele dirigiu os olhos para o alto e grisalho guardião da Umbrella.-Você já vasculhou a Umbrella inteira?

–Não.Aquele corredor tem algumas salas que eu não olhei.-ele se virou e apontou um corredor atrás de si.

–Certo.Acho que podemos encontrar algo lá.

Não esperei e entrei no corredor puxando a mão de Emily. Liam e Steven seguiram apressados atrás.O que vi foi quase que uma salvação.Não.Era como a peça do quebra-cabeça que eu precisava.Mas como usá-la a meu favor?


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Notas finais do capítulo

Atenção: eu errei ao dizer que Emily tem 15 anos. Originalmente,ela tem 13.Mas eu mudei por achá-la muito nova..bom,quero que a visualizem com 13,porque pensando bem,13 combina com ela e.e
Beijos,galera



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