Danyel

Era impressão minha ou Laura estava andando mais do que o normal com Matt? Aposto que estavam se pegando. Porque estou falando isso? Eu não sou nada dela. Aliás eu estava feliz sem ela. Nunca precisei dela na verdade.

***

— Ei, acorda! — disse Mateus, me sacudindo. Estávamos estudando (ou tentando né, porque eu não via a mínima diferença entre seno e cosseno) em sua casa. Ouvimos sons de conversas de meninas do quarto ao lado.

— Quem está aí?

— A sua ex. — disse ele, escrevendo. Era verdade. Conseguia a doce voz de Laura.

— Ah ta. — Murmurei, fingindo não me importar. Escutei passos de alguém subindo as escadas, que logo adentrou no quarto. Liam. Um amigo de Mateus que eu odiava em silencio. Ele falou conosco e dei á desculpa que ia ao banheiro. Nunca gostei de Liam. Sempre metido á garanhão, mimado e sadomasoquista. Lavei meu rosto e dentro de 10 minutos que estava me olhando no espelho. Ouvi pequenos gritos vindos do quarto de Caroline.

— Me solta. — Não era a voz de Caroline e sim de Laura. Encostei meu ouvido na porta entreaberta. Liam segurava os pulsos de Laura com tanta força, que era impossível ela se desvencilhar.

— Não banque a difícil, princesa. — Laura fez  uma cara de nojo e pequenas lágrimas desciam por suas bochechas.

— Me solte, agora. — Disse ela, fazendo Liam rir. Já chega! Eu não gostava de Laura, mas aquilo já era demais. Entrei no quarto e ela se assustou com a minha presença.

— Não ouviu ela não? — Falei num tom autoritário. Liam riu.

— Ok. — Ele jogou Laura com muita força contra o enorme espelho que havia ali. Ela caiu inconsciente com milhões de cacos de vidro ao redor de seu corpo e em cima dela. Fui até Laura e percebi que seu braço, sua testa e suas pernas estavam com arranhões e escorrendo muito sangue.

— Laura, pelo amor de Deus. Fala comigo. — Eu balançava seu rosto entre minhas mãos. Nada. Liam não estava mais ali. Filho da mãe. Eu me acertaria com ele mais tarde. Mateus e Caroline chegaram no quarto horrorizados. Caroline começou a chorar e fomos todos juntos para o hospital. Caroline me deu alguns documentos de Laura, que logo foi atendida. Como ela tinha 18 anos, não havia necessidade de chamar seus pais, até porque eles estariam em outro país provavelmente.

***

O médico de Laura se pronunciou, fui até ele juntamente com Mateus e Caroline. Era Marcos. Eu o conhecia, era um ótimo médico.

— E então, como ela está? — perguntei.

— O estado de Laura é grave. Ela perdeu muito sangue e seu tipo sanguíneo é raríssimo de se encontrar. Já entrei em contato com outros hospitais do Rio de Janeiro para ver se encontrava bancos de sangue do tipo dela, mas até agora nada. — Droga.

— Mas qual é tipo sanguíneo dela? — Mateus perguntou.

— AB negativo. — Espera aí!

— Mas o meu tipo sanguíneo é esse. Eu posso doar sangue para ela. — falei, com emoção. Marcos pediu para eu acompanha-lo, onde doaria meu sangue para Laura. Sim, eu estava muito preocupado com ela. Com certeza eu mataria Liam pelo que fez á ela. Que tipo de ser humano faz uma coisa dessas? Eu precisava ajudar a curar Laura. Pedi á Deus que a ajudasse. Ela ficaria bem. Bom, pelo menos eu acho que sim.