Laura

Havia se passado uma semana depois do meu “término de namoro”. Como eu tinha os parentes de Danyel em meu Facebook eles viram, ficaram chocados, perguntaram o porquê, mas me deram a maior força e dizendo que ainda torciam para nós voltarmos. Tive que tirar todas as fotos tínhamos juntos. Meus amigos me deram a maior força. Principalmente Caroline e Matt. Como combinado, Danyel nem olhava na minha cara quando estávamos na escola. Mas era inevitável trocarmos olhares na maioria das vezes. Eu chorava involuntariamente e não comia quase nada. Caroline e Matt já estavam começando a ficar preocupados. Eu não comia nada que eles me ofereciam.

— Você precisa comer. — Disse Caroline, me olhando com aqueles lindos olhos claros. Estávamos no meu sofá, estava de noite e ela me oferecia um sanduiche.

— Mas não quero. Estou bem, Carr. Sério.

— Não, não está.

— Que tal irmos para uma festa? — Até que não era uma má ideia. Concordei e ela disse que me esperaria. Acho que uma festa seria até bom para esquecer meus problemas.

***

Conferi minha maquiagem, minha roupa e minhas sapatilhas e saí com Caroline. A festa seria na casa de Karen. Uma amiga nossa da escola. Chegamos á sua casa e vimos uma multidão de pessoas dançando, conversando e se beijando também. Avistei Danyel com as mãos na cintura de Nayara. Gelei. Galinha miserável! Matt veio até nós, abraçou Caroline e a mim. Ela avistou um “amigo” e saiu sorrindo até ele. Matt percebeu que eu fiquei mal por ter visto Danyel e olhou para mim.

— Qual é, Laura.

— Matt, não precisa ser meu cão de guarda. — Ele deu um meio sorriso. — Você é gato, solteiro e fofo, tem muitas meninas bonitas por aqui. Porque não simplesmente pega uma e dança com ela? — Aconselhei.

— Ok. — Matt me pegou pela cintura e me colocou em seu ombro. Rimos.

— Eu não estava falando de mim! — Ele me largou quando ficamos no meio da pista de dança. Dançávamos, pulávamos e ríamos divertidamente ao som de Who’s That Chick. Gostávamos muito de David Guetta. Decidi não beber, caso Caroline não tivesse condições de dirigir depois. Ok, eu confesso, estava me divertindo muito. Passar momentos com meus amigos me fazia esquecer os meus problemas. Eu e Matt tiramos fotos e colocamos no Instagram. Depois de duas horas conversando e dançando, vi Caroline cambalear e cair no chão rindo, de tão bêbada que estava. Matt me ajudou a sentá-la numa cadeira.

— Vocês são lindos. — disse ela. — Você ficou muito gostosa com essa roupa, amiga. Não concorda, Matt? — Matt ruborizou. Que fofo.

— Ela está delirando, com certeza. — Peguei as chaves do meu carro, Matt me ajudou a coloca-la no carro e foi junto conosco para casa. Decidi que ela dormiria lá, já que seus pais surtariam se a vissem assim. Caroline delirava enquanto eu dirigia falando de unicórnios encantados. Matt e eu ríamos inevitavelmente.

***

— E aí, como ela está? — perguntou Matt, quando cheguei na cozinha. Ele deixava seu copo com água e eu me sentei no balcão, que por acaso estava gelado. Eu havia dado um banho gelado em Caroline e a deixei dormindo em minha cama.

— Está bem. Provavelmente vai acordar com uma grande ressaca amanhã. — falei.

— Pelo menos não estará falando de unicórnios encantados. — Ele se aproximou ingenuamente e rindo junto comigo. Encaixei minhas pernas em sua cintura, o que assustou Matt um pouco. — Laura. — Ele chamou minha atenção.

— Relaxa, Matt. — Alisei seu peitoral, o que fez Matt corar. A timidez dele sempre me fascinava. Ele me olhou e aproximou seus lábios dos meus, dando-me um selinho. Mas eu queria mais. Comecei um beijo urgente e caloroso. Diferente do meu e de Danyel. Matt abraçou minha cintura e eu bagunçava seus cabelos. Soltávamos risos entre nossos beijos e ele pousou suas mãos em minhas coxas delicadamente e seu olhar para minha blusa. — Olhe para mim e não para o meu decote.

— Eu tenho hormônios incontroláveis se você não sabe. — Soltei uma gargalhada e mordi meu lábio inferior. — Fez isso porque está carente?

— Talvez. Acho que sim. Desculpe.

— Não precisa pedir desculpas, princesa. — Ele olhou nos meus olhos e sorriu. — Você terminou um namoro, é normal ficar carente.

— Posso te beijar várias vezes então? — Ele riu.

— Pode. Somos amigos, Láah. — Ele abriu um sorriso convincente.

— Como é bom ter um amigo gato e compreensível com você. — O puxei pela gola de sua camisa, colando nossos lábios novamente. Nossa, Matt beijava muito bem. Depois de beijos calorosos, pegadas fortes e risos, Matt iria embora. Abri a porta da entrada e ele beijou minha testa, dizendo boa noite. Fofo como sempre. Sim, eu estava carente. Ou melhor, eu sempre fui assim. Eu e Matt sentíamos amizade um pelo outro, somente isso. Talvez beijar o meu amigo fosse um método de superação. Só tínhamos ficado. Manteríamos nossa amizade normalmente. Eu precisava superar Danyel. E eu faria isso. Com toda certeza.