Shark escrita por ervilha


Capítulo 20
Capítulo 20 - Lobos


Notas iniciais do capítulo

;3 Para quem ficou com pena do Karl, por ter ficado sem pé.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/36167/chapter/20

                - Karl! – Bella gritava, sussurrando, enquanto caía em cima de mim, depois de se ter jogado em cima do arbusto em que eu estava. – Obrigada por terem aparecido! – Ela ironizava.

                - O que nós podíamos… atchu! – Bárbara interrompera o que estava falando, por ter espirrado.

                - Isso por acaso não é… - Vicent olhava para a cara de Bárbara, virando-a pelo ombro. - … ALERGIA!

                Vicent olhou para trás, e estava um grande lobo ibérico atrás dele. O seu pêlo era castanho-claro, com algumas partes escuras. O seu focinho castanho cheirava o meu sangue, a sua boca ansiava por ele. Bella, que estava só de roupa íntima, tresandava a estrume, segredo que ela nunca quis falar o porquê do cheiro, se levantava, sacrificando-se, confiando no cheiro a fertilizante para afastar o lobo. Sem sucesso, pois o lobo havia se deitado perto de Vicent e não parecia estar incomodado com o cheiro. Depois, o lobo encostou sua cabeça à perna de Vicent e, com um ar meigo, parecia só querer atenção.

                - Veja, Vicent, você conseguiu um amiguinho, que legal. – Bella ria, em tom de sarcasmo.

                Ele acariciou levemente sua cabecinha fofa, e logo o lobo começou cheirando todo mundo. Bárbara, que é muito atenta, notou que era uma fêmea, e parecia estar prenha. No entanto, a loba não deixava a gente tocar na sua barriga, apenas em seu grande corpanzil e na sua cabeça. Depressa ela se botou à-vontade com a gente e se deitou, virando o centro das atenções.

                - Mas, me fala, Bella. – Bárbara puxava um dos cabelos negros de Bella. – Porquê raio você está tresando a estrume? Não tinha banheiros lá dentro? – Ela riu. – E porque raio você está de roupa íntima em cima do meu Karl?

                - Ah, estagiária, você realmente é muito engraçada. Digamos que me rogaram uma praga, para que eu nunca mais tivesse filhos, até a Noite Selvagem ter gémeos. – Bella soltava seus cabelos de entre os dedos da garota. – E… queria que eu estivesse como? Sem a roupa íntima?

                - E o que isso tem a ver com o estrume? – Vicent se metia no meio da conversa. – E, saia de cima do Karl, pelo amor de Deus. – Eu enxotei ela, pelo bem de todos.

                - O ritual dela era à base de estrume, apenas isso. – Se instalou um silêncio constrangedor.

                Então, uma música tocada por uma flauta se instalou por toda ilha. Era uma melodia linda, que parecia acalmar os ânimos até dos leões que Bella havia mencionado. Não se via por lado nenhum quem estava tocando, mas a loba reconheceu e foi correndo ao seu encontro. Bárbara e Vicent a seguiram, enquanto Bella atava umas folhas de volta da minha perna. Depressa deixámos de conseguir ver eles, pois a vegetação é muito densa.

                - Está doendo? – Bella me perguntava, cada vez que pressionava mais em cima do meu pé (ou melhor, da minha falta de pé). – Melhor irmos pedir ajuda naquela cabana. – Ela apontava para uma cabana branca e vermelha, que tinha um sinal “+” no topo, brilhando que nem néon. – Capaz que seja uma barraca médica. Eles lá devem conseguir curar você melhor que eu.

                - Sim, melhor me levar lá.

                - … eu te levar? – Ela olhava para mim com expressão de zoação.

                - Claro, tá esperando eu ir… andando? – Eu respondia com o mesmo tom. – Vai lá perguntar se você pode ser servida e depois pede ajuda para me transportar. – Eu peguei no braço dela, antes que ela se levantasse. – Vista outra coisa, toda da mesma cor, e se confunda com essa tribo. Devem ser imensos, nem vão notar por uma nova.

                - E onde eu vou arranjar roupa toda da mesma cor?!

                - Bom, você pode ficar com minha camisola. Suas calcinhas são vermelhas.

                - Mas sua camisola é branca. – Ela se levantava.

                - Mas meu sangue é vermelho. Vá, lave minha camisola no meu sangue e vá assim.

                Ela afirmou com a cabeça e fez o que eu ordenei. Depois, vestiu a camisola encharcada em sangue com muito esforço e correu para a cruz, antes que os outros de há pouco a distinguissem.

                - Como se chama? Nunca a vi por aqui. – Uma senhora bastante jovem, de uns 20 e poucos anos a atendia. – Qual o animal que vem tratar?

                - Err… eu sou a Gostosa Selvagem. Filha mais nova do monsenhor Selvagem. – Ela disfarçava sua voz por uma mais aguda, para se fazer passar por mais nova. – E eu venho…

                -… espera. Monsenhor Selvagem, como filha mais nova, tem a Tesão Selvagem, que tem uns 15 anos, acho eu. – Ela torcia o nariz. – Como você pode ser a filha mais nova?

                - Eu queria falar… que sou a filha mais nova… de outra mãe! Não da mesma que a Tesão. Mas, a filha mais nova dele não era Noite Selvagem?

                - Noite e Tesão Selvagem são irmãs gémeas. – Ela sussurrava no meu ouvido. – Nessa família, só nasce uma gémea em noites de trovoada… que são muito raras nesse país!

                Bella fez uma expressão aterrorizadora, mas eu nem entendi porquê.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

;D E aí, gente? Obrigado por terem aguentado uns quantos capítulos sem yaoi!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Shark" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.