Maison De Rosalia (Black Rose) Interativa escrita por Izabell Hiddlesworth


Capítulo 19
You Lose


Notas iniciais do capítulo

Oii!! Tudo ok com vocês? Tô deprê kkkkkk Sério, fiquei tristinha :c

Bem, cap. terminado é cap. postado u.u

Boa leitura!! :3



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Os candelabros presos no teto do salão de jantar pareciam dançar bruscamente, junto com a minha cabeça. Shiyo me derrubara de costas no carpete carmim. A verdinha estava sobre mim, apertando meus ombros e literalmente me socando contra o chão. Minha cabeça quicava e fazia meu pescoço doer.


Pude ouvir a voz de Cashmire mandando Kain fazer alguma coisa, Arkane também gritava desesperada no fundo do coro de expressões preocupadas. Um sorriso masoquista aflorou em meus lábios, irritando ainda mais a garota sobre mim.


– Sua vagabunda, como ousa fazer algo assim comigo!? - Shiyo berrava.


Cerrei os olhos, fechei a mão e franzi o cenho. Alguns segundos de sanidade, os últimos do controle de Shiyo e vamos lá. Soquei o rosto da garota com um gancho de esquerda. Ela baixou a guarda e eu aproveitei para jogá-la de lado.


– Que palavra mais pesada - sorri com superioridade. - Eu tenho pena de você, foi tão fraca a ponto de comprar briga comigo.


Shiyo me chutou na barriga. Fui arremessada alguns significativos centímetros para longe dela. Meu rosto se comprimiu em uma contração de dor. Meus olhos queriam se fechar e minha mente implorava uma trégua e um tempo para respirar. Eu tentei me levantar, mas faltaram forças.


A garota se levantara e avançava para mim com os olhos brilhando de ódio. Seus punhos estavam fechados e seus passos eram firmes, ela tinha certeza do que ia fazer. Kain pulou no espaço entre nós duas e esticou o braço para pará-la.


– Shiyo-sama, acho que já foi o suficiente. Vocês são damas, não cadelas de rua - os cabelos de Kain mal se movimentavam em suas costas.


Um grunhido foi audível por parte de Shiyo. Ela se inclinou para o lado, me procurando atrás de Kain. Cashmire e Arkane correram em minha direção, com os semblantes preocupados e irritados.


– Terminamos isso outra hora, b**ch-san - Shiyo provocou mais uma vez.


Arkane nem se abaixou ao meu lado, ao invés disso, deu meia volta e parou de frente para Shiyo. Sua mão se levantou tão rápido que eu só pude ouvir o estalo ardido na bochecha da menor.


– Ouça, aqui não é sua casa para você ficar usando esses termos - Arkane tinha a voz pesada. - Mira-chan também não é nenhuma de suas empregadas para que você a trate desse jeito, não que ela esteja certa. Se você continuar se portando desse jeito, vai ser um problema a menos na mansão.


As palavras foram claras, objetivas e cortantes. Devem ter arrancado um pouco de sangue da garganta de Otoha, mas quem se importa? Cashmire passou a mão em minha testa e disse que haviam alguns galos.


– Pena que a Alex-chan não está aqui, ela poderia cuidar disso - a pequena lamentou.


Ginger limpou a garganta, caminhando até nosso pequeno montinho de discussão e olhando severamente para mim. Ele ajeitou o nó de sua gravata com o símbolo do contrato de Fran e passou os olhos por nós.


– Meiko-sama, seus pais serão informados dessa balbúrdia que a senhorita causou. E a senhorita também será punida - ele informou.


Revirei os olhos, não seria a primeira vez que meus pais receberiam uma ligação - ou o que quer que fosse - falando sobre meu mal comportamento. Eles talvez retornassem e me dessem uma bronca, mas na verdade estariam pouco se lixando pra mim.


– Otoha-sama, acho que a Maison de Rosalia não serve para seu treinamento. Ligaremos para seus pais pedindo que procurem outra instituição para a senhorita.


Shiyo baixou a cabeça. Yuiichi se colocou ao lado dela, passando a mão em seus ombros para tentar acalmá-la. Ginger girou os calcanhares e virou-se para Cashmire.


– Cashmire-hime, devemos levar em conta que, se não fosse pela senhorita, poderíamos ter evitado essa palhaçada - o moreno ergueu as sobrancelhas. - Em parte, a culpa é sua. Seus pais também serão notificados disso.


Cashmire ia argumentar, mas Yusuke se abaixou para tampar-lhe a boca.


– Acho que não é uma boa hora para isso, Cashmire-hime - ouvi ele sussurrar gentilmente.


Ginger voltava a mesa, atendendo ao chamado de Fran. O albino tinha uma certa urgência na voz. Fran estava um pouco zonzo, precisava se deitar e repousar um pouco. Apesar de não ter participado do nosso pequeno barraco, ele tinha arcado com um pouco do estresse e da tensão do ambiente. E, com a sua saúde instável, isso é perigoso para ele.


Me senti um tanto culpada pelas minhas recentes ações. Cashmire levou bronca por minha culpa, o jantar tinha sido arruinado e agora Fran estava passando mal. Mas eu não sentia o mínimo de remorso por ter amassado a cara da alface que atende pelo nome de Shiyo Otoha.


– Vamos para a enfermaria, Mira-sama - Kain me ofereceu um braço.

Encarei-o por alguns segundos, antes de virar o rosto e usar todo o meu esforço para me levantar sozinha.


– Não preciso da sua ajuda - cuspi.


– Faça como quiser - Kain deu de ombros e saiu caminhando na frente, nem se dignando a me esperar.


Cambaleei um pouco até conseguir impôr um ritmo para meus passos. Yusuke pegou Cashmire no colo e a carregou contra a vontade dela para o mezanino.


– Mira-sama, precisa de ajuda? - Ele perguntou.


– Eu estou bem - fui um tanto ríspida. - Não preciso de você.


Yusuke revirou os olhos escuros, suspirou de leve e se inclinou na volta de meu pescoço.


– Sabe, todo mundo tem um limite de paciência e ninguém aqui é seu brinquedinho. Eu não sou obrigado a te suportar, como o Kain-kun é. Então, eu acho que você deveria baixar a crista e procurar ter mais respeito com as pessoas - Yusuke retrucou.


Pude ouvir o baque abafado de Cashmire lhe dando um soquinho na escápula. Ele grunhiu baixinho e me deu as costas, continuando seu caminho até o elevador. As palavras dele me atropelaram velozmente, e eu me sentia no chão, esmagada por meu próprio peso.


Kain me aguardava na virada do corredor que saía do mezanino. Suas mãos se seguravam na frente de seu corpo e seu olhar era impaciente, me lançando lampejos de recusa e repudiação. Apressei meus passos, tentando disfarçar o arrependimento.


– A senhorita não devia ter feito aquilo. Ginger pode pedir que nós nos retiremos - Kain me repreendeu.


Lhe dei um sorriso sarcástico e maldoso, também dei de ombros, como em tantas outras ocasiões. Passei a sua frente e me encaminhei para a enfermaria.


– Nós somos amigos de todos os veteranos. Acha mesmo que Ginger ousaria nos expulsar? Além do mais, ele precisa da autorização da Cashmire e do Fran, e, posteriormente, dos pais deles.


Meu agente abriu a porta da enfermaria para mim, e eu passei por debaixo de seu braço. Me mirei no primeiro espelho que caiu no meu campo de visão. Meu lábio inferior exibia um corte que ainda sangrava. Haviam calos em minha testa e meus braços estavam roxos onde as mãos de Shiyo me agarraram.


– Seu estado está lastimável - Kain proclamou. - E o pior de tudo é que você está ainda pior interiormente.


O que deu em todo mundo hoje? É o dia "mansional" de apontar os defeitos da Mira? Obrigada, vocês são ótimos nisso.


– Calado. Meus pais não te pagam pra ficar me enchendo o saco - me virei bruscamente para ele.


Uma das enfermeiras da mansão entrou na sala. Ela me pediu para que eu me sentasse numa das macas e esperasse ela pegar um kit de primeiros socorros.


– Bem, minhas funções são limitadas até aqui. Boa noite, Mira-sama - Kain fez uma reverência com um certo nojo e se retirou.


Aquela sensação de peso voltou as minhas costas. Eu realmente sinto como se estivesse sendo massacrada por meu próprio peso, por minha própria culpa. Parabéns, Mira. A admissão do erro é o primeiro passo para a redenção.


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Notas finais do capítulo

Fim da parte um do nosso barraco!! kkkk

Vejo vocês nos coments :3

Bjs