Cassidy's P.O.V.

Meu coração parou de bater por um segundo. Do que ele estava falando?

Nem deu tempo de assimilar as coisas, pois Daniel me prensou contra a parede, me segurando pela cintura. Por instinto, coloquei minhas mãos em seu peito, tentando evitar com que chegasse mais perto. Porém foi em vão. Ouvia sua respiração pesada e senti seus lábios quentes roçarem os meus, fazendo com que minhas pernas ficassem bambas. Acredito que se ele não estivesse me segurando, estaria no chão agora.

Não tinha como recuar, e mal conseguia pensar naquele momento. Não conseguia tirar meus olhos dos hipnotizantes dele. Estava quase tendo um ataque de pânico quando ele me beijou. No início fiquei meio sem saber o que fazer, pois parecia que tinha perdido todos os meus sentidos. Ele me beijou passionalmente, com muita vontade. Acabei cedendo. 

Agarrava sua camisa com força, o puxando para mais perto, enquanto ele me prensava ainda mais contra a parede e seu corpo. Entrelacei meus dedos em seu cabelo, passando a mão por seus ombros e pescoço, lentamente. Ele passou a mão para a minha coxa, a apertando e arrancando um leve suspiro de minha boca. 

Aproveitando a abertura de meus lábios, acabou usando como oportunidade para começar um beijo de língua, iniciando uma luta por dominância entre as mesmas.

Ele desceu ambas as mãos para a parte de trás de minhas coxas, me pegando no colo. Automaticamente entrelacei minhas pernas em seu quadril. Daniel nos levou para a cama, sem largar do beijo, deitando por cima de mim logo após.

Nossos corpos estavam colados, Daniel impedia que se separassem, sempre me puxando para mais perto. Nós acabamos largando o beijo, a procura de ar, mas logo depois ele desceu para meu pescoço, beijando, mordendo e chupando cada pedaço visível de pele existente, a procura de meu ponto fraco. Soube que achou quando arrancou um gemido de meus lábios, fazendo-me puxar seus cabelos mais forte, arrancando um dele em seguida. Ele sorriu maliciosamente, com a expressão de que conseguiu o que queria.

Quando estava prestes a reiniciar o beijo, ouvi um barulho de chaves na porta da frente. Ai não. Agora fodeu.

- Que foi? - ele perguntou, preocupado.

- Fodeu - respondi, levantando bruscamente. Ele se levantou logo em seguida.

- Como assim?

- Minha mãe chegou, porra! - sussurrei.

- Quê?

Fiquei pensativa por um instante.

- Janela.

- Eu não vou sair pela janela!

- Ah, por favor, até eu já saí, e estava usando um vestido de festa.

- Tá, eu vou. Mas você vai ter que dizer uma coisa.

- Ai, que foi Daniel.

- FILHA, CHEGUEI! - minha mãe gritou lá de baixo. Puta que pariu.

- Diz que a gente vai se ver de novo - ele sorriu, maliciosamente.

- Ãhn?

- FILHA? - minha mãe insistiu.

- Ai Daniel, por favor, não tenho tempo pra pensar nisso agora, só vai!

- Na-na-não. Quero a resposta - ele se aproximou.

- TÁ, ÓBVIO QUE A GENTE VAI SE VER, TENHO AULA AMANHÃ!

- E daí? Eu já saí do meu trabalho de assistente.

Ouvi o som de passos na escada.

- Ok Daniel, a gente vai se ver, agora pelo amor de Deus, vaza daqui!

E rapidamente ele saiu pela janela, bem a tempo de minha mãe abrir a porta.

- Filha?

- Ah, oi mãe! - falei, tentando parecer o mais natural o possível.

- Estou te chamando há meia hora. Por que não respondeu?

- Desculpa, não ouvi, tava concentrada... lendo - vi que meu livro estava aberto em minha bancada.

- Ah bom. E que bagunça é essa? O que aconteceu com seu cabelo? 

- Eu tava deitada na cama, e sabe que eu sou meio inquieta, daí fico me revirando.

- Uhm.. Tá bom então, vou ali na casa da Adri e volto depois, ok?

- Ok.

Adri é nossa vizinha, só pra constar. E meu bom Jesus. Eu não estava entendendo mais nada já. Fui me olhar no espelho e vi que meu cabelo estava todo bagunçado, reparei na minha cama e estava toda amarrotada. Que estrago.

Mentalmente eu estava um caco. O que tinha acabado de acontecer? Por que deixei que acontecesse? Já estava quase ficando louca quando vi a tela do meu celular brilhar. Era uma mensagem da Ashley, que tinha recebido há quase 20 minutos atrás. Estava escrito: "Desculpa, não posso ir. Deu uns problemas aqui em casa, te explico depois, bjs". Final. Argh, que merda Ashley, por que justo hoje quando eu precisei da sua presença você tá "ocupada"?

Me atirei na cama, sem saber o que fazer ou pensar. Primeiro de tudo, por que Daniel procuraria uma garota como eu? Sem nada demais. Simples. Mas que é isso, aquele garoto sabe o que faz... E muito bem. Ugh, óbvio Cassidy, ele já tem anos de prática. Ao contrário de você, que é uma idiota que só pegou dois caras em 16 anos, sendo que um deles foi um selinho quando você tinha 6 e, o outro, no jogo verdade ou consequência, à força. Que beleza, hein?

Resolvi parar com esses pensamentos atordoantes e desci as escadas em busca de algo para comer. Acabei pegando um cookie e resolvi ficar pela sala assistindo TV. O que não durou muito tempo, porque minha mãe e Adri chegaram e, pouco espalhafatosas que são, começaram a rir alto e conversar justamente onde eu estava. Queriiiidas. Nada contra Adri, ela é um amor de pessoa. Mas fala alto demais! E combinada com a minha mãe então, vish... É sempre bom ter um protetor de orelhas por perto.

Desliguei a TV e voltei para o quarto, para arrumar aquela bagunça toda, ou como gosto de chamar, "rastros" do ocorrido. Quando terminei, fiquei sem saber o que fazer. Tentei ler um livro, mas não conseguia me concentrar. Também tentei ouvir música, só que isso só piorou mais ainda a situação. Tudo me lembrava ele. Então, fiquei deitada na cama, rendida pelos meus próprios pensamentos, esperando o jantar.