Teaching A Lesson escrita por fernanda


Capítulo 12
Capítulo 11




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O dia seguinte, na escola, foi um pouco perturbador. Por mais que tentasse, não conseguia tirar os acontecimentos recentes de minha cabeça. Fiquei quieta na maior parte do tempo. Ashley ficou ao meu lado, tentou perguntar umas duas ou três vezes o que eu tinha de errado, mas fiquei dizendo que estava bem.

A aula finalmente acabou. Me despedi de Ashley e fui embora. Ela me lançou um olhar preocupado, mas ignorei. Depois de andar umas 3 quadras, quando estava passando na frente de um beco, senti alguém agarrando meu braço e logo um puxão.

Estava prestes a gritar, porém esse alguém tapou minha boca antes e me prensou na parede. Pensei e mordê-lo, porém o reconheci. Idiota.

- Qual o seu problema Daniel, tá querendo me matar?! - quase gritei, tirando sua mão de minha boca.

- Sentiu minha falta? - ele perguntou, malicioso.

- Não.

- Ui, tá brava por quê?

- Sério? Você REALMENTE tá me perguntando isso? Você praticamente me sequestra, me prensa na parede e me pergunta por que eu estou brava?! - eu estava quase soltando fogo pela boca.

- Você fica sexy quando está irritada - ele disse, com um olhar provocativo. Só queria me irritar mais ainda, mas isso me deixou meio sem jeito. Mesmo assim não perdi a pose de brava.

- É, aham, vai nessa! Olha, é melhor eu ir in...

E sim, obviamente ele me beijou. Eu acabei retribuindo o beijo, mas depois de alguns segundos o empurrei delicadamente.

- Desculpa, mas to indo pra casa.

Falei e saí de lá apressando o passo, quase correndo. Chegando em casa, peguei as chaves e, quando estava prestes a abrir a porta, ouço uma voz.

- Você anda rápido - disse Daniel, tentando respirar.

- Você me seguiu?!

- Não sei, o que você acha? - aah sarcasmo...

Simplesmente abri a porta e entrei. Não deu tempo de fechar a porta porque ele acabou entrando. Só de ficar perto dele meu corpo arrepiava. Depois do que aconteceu, acho que não conseguiria agir normalmente perto dele.

Ele fechou a porta e eu subi as escadas à caminho do meu quarto, o ignorando completamente. Eu estava mais que assustada. Praticamente tendo um ataque de pânico. E sim, eu sofro disso e de ansiedade.

Joguei minhas coisas em minha cama e me sentei, dando uma olhada no celular. Nova mensagem de Ashley. "Tem certeza que está tudo bem?". Não Ashley. "Sim". Enviado. 

Logo após ter respondido, Daniel tirou o celular de minhas mãos, colocando na bancada. Eu o lancei um olhar de reprovação, mas percebi que ele estava um pouco bravo. Parecia, pelo menos. Então não mantive o contato visual, apenas olhei para as minhas mãos no meu colo.

- Por que você tá me evitando? - ele disse em um tom sério. - Eu sei que você em alguns problemas com intimidade, mas você não acha que já ta na hora de superar? Cassie, você tem 16 anos! E com quantos caras você já ficou? Cinco, seis?

Senti o sangue quente em minhas bochechas. Cinco, seis? Ah, ele não tinha ideia do que estava falando. Continuei com o olhar fixado nas minhas mãos, ainda mais desconfortável. Meus olhos começaram a se encher de lágrimas, mas me impedi de chorar.

- Cassie? - ele me chamou. Colocou dois dedos (indicador e médio) em meu queixo, me obrigando à olhá-lo. - O que foi? - sua voz suavizou. - Me desculpa. É que eu estou indo pra faculdade amanhã, e sei lá... Gostaria de ter umas boas lembranças de você.

- Olha Daniel, - comecei, me levantando e fugindo de seu olhar. - Você realmente não entende. Eu não ligo se eu tenho 11 ou 16 anos, eu ainda não me sinto pronta. Você acha que eu fiquei com cinco ou seis caras? Isso só prova o quanto você não me conhece. Quer saber o verdadeiro número? Dois. Isso mesmo. E em um deles eu tinha 6 anos. O outro foi no jogo verdade ou consequência. E aí? Sentiu agora? Sim, eu sofro de ansiedade e ataques de pânico. Eu simplesmente não consigo. Não sei o que aconteceu entre a gente, eu fico desconfortável à sua volta, eu...

Naquele momento já estava mergulhando em lágrimas. Daniel simplesmente me abraçou e não resisti. Afundei em seu ombro, enquanto ele afagava minha cabeça. Depois de alguns minutos, me recompus e saí de seu abraço.

- Desculpa, mas acho melhor você ir - disse, enquanto enxugava as lágrimas de meu rosto. - Minha mãe quase te pegou aqui ontem, não quero arriscar de novo.

- Tudo bem. Mas se mudar de ideia, vou estar em casa até às 13h.

Ele me deu um beijo na bochecha e saiu. Parecia que tinha tirado um grande fardo de minhas costas. Tudo aquilo estava preso em mim, mas finalmente consegui dizer.

Eu estava confusa. Não sabia o que sentir, pensar... E mudar de ideia diante do quê? Digo, será que ele realmente queria tentar algo comigo? Ah, mesmo se quisesse, eu não poderia. Não conseguiria. Não estava pronta, muito menos confiante pra isso. E para garantir que não ia fazer algo estúpido, deletei todos os resquícios de Daniel da minha vida. Telefone/celular, e-mail, skype, facebook... Tudo. E ainda pedi para Ashley que, mesmo que eu implorasse, ela não poderia me dar nenhum contato de Daniel.

Eu tinha quase certeza de que não ia implorar nem nada, mas de qualquer jeito, uma dúvida sempre resta. E só de pensar que a partir de amanhã não o veria mais, me causava um frio na barriga. De qualquer jeito, não mudei de ideia.

Depois que minha mãe chegou, tive que agir naturalmente. Ela não notou nada. Enquanto jantávamos ela falava sobre seu trabalho. Eu apenas ria e concordava. Mal ouvi o que dizia, minha cabeça estava em outro lugar.

Voltei para meu quarto e arrumei minhas coisas para a escola no outro dia. Li um pouco do meu livro e comecei a ficar com sono. Coloquei o pijama, me enfiei debaixo das cobertas e deixei o sonhos me consumirem.


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