Sobreviva escrita por Marcel Vianna


Capítulo 6
O Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora,não consegui escrever nada, e os livros não ajudaram nem um pouco a escrever, só me distraiam :|



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Senti o meu coração acelerar, não consigo acreditar no que estou ouvindo, ainda bem que não falei para Lucas : “foda-se, nós perdemos eles, vamos seguir em frente.”  Além do mais, já estava sem nenhum pingo de esperança depois de ver a cidade destruída, que nós íamos ter que formar um grupo cheio de desconhecidos, com ninguém para conversar, mas felizmente esse pensamento pessimista desapareceu.

- Tainá é você ? – gritei esperançoso, sempre senti algo mais por Tainá, para mim ela é muito especial, e infelizmente somente dois de meus amigos sabiam disso.

- Aqui ! Estamos aqui ! – respondeu em tom feliz

Virei minha cara sorridente para Lucas, e percebi que não era o único, Lucas também está com cara de idiota surpreso, mas se não estivesse também não saberia o que significava, antes mesmo de pensar, mergulhei o pé no pedal da ré rapidamente mas o carro não parou imediatamente, era velho e já não funcionava muito bem, já era pedir demais depois de ele ter funcionado bem para nos trazer até aqui seguros.

- Você tem uma sorte do caralho hein – falou Lucas

- Por que ?

- Porra, achamos o grupo que podia estar sendo devorados por zumbis agora mesmo e você ainda me pergunta o motivo de ser sortudo

- É, tem razão – concordei – Mas a sorte pode nos abandonar a qualquer hora

Lucas não respondeu, mas começou a fazer cara de idiota de novo e jogou minha mascará para mim e pegou o seu bastão de ferro e saiu do carro deixando o porta malas aberto.

- Valeu por pegar minha machete ! – falei

- Já peguei sua mascará, deixa de ser preguiçoso e pega logo essa porra ! – respondeu

- Tá, tá

Coloquei minha mão dentro do porta-luvas para pegar minha “ arma “ e sair logo do carro, fiquei revirando um pouco para achar o cabo da ferramenta, mas comecei a sentir o toque de papel na ponta do meu dedo, então o segurei e puxei para fora, derrubando minha machete no chão.

- Um retrato... – falei para mim mesmo observando-o

Não achei muito coisa, era uma família, com o pai pelo que me parece, no meio, estava usando um boné, estava com os braços em volta da família, do lado estava sua mulher, eu acho, e do outro duas crianças, eles parecem felizes ai... Me veio na cabeça minha família, a gente era muito unidos, mas agora nem sei aonde meus pais estão nesse mundo de caos... Comecei a virar o retrato para ver se tinha algo atrás, e achei um número de telefone.

- Será que isso aqui é atual ? – falei em tom baixo, mas ai eu reparei mais uma coisa, estava escrito “ se achar isso, ligue urgentemente ! “ – Será que eles estão pedindo ajuda ?

- Marcel ! Vem cá ! – escutei Lucas me chamando e me trazendo de volta a realidade

- Hã ? – falei – Ah é, esqueci – guardei o retrato no meu bolso, peguei minha machete e dei um salto para fora do carro

- Vem estão de esperando – falou

- Ok – respondi ainda pensando naquela família de estranhos

Lucas me levou até os nossos amigos com uma cara feliz, mas eu me peguei de cabeça baixa, refletindo sobre aquele retrato, mas não vejo motivo para não sorrir depois do que aconteceu, estou me sentindo muito melhor com isso, ter achado amigos que considerava mortos, essa sensação é ótima, então abri um sorriso e levantei a cabeça.

Logo de cara encontro com Tainá, nós não somos os únicos que estamos imensamente felizes, ela estava mais feliz que nós dois praticamente, então avançou em cima de mim e me deu um abraço de urso, olhei por cima de seu ombro e vi João, e Lucas rindo e fazendo um “joinha” para mim, eles sabiam que eu sentia algo mais por Tainá então ficaram felizes por mim quando viram que Tainá se preocupa comigo.

Comecei a sentir falta de ar, ela não esta me abraçando por muito tempo, mas ela é forte, mas mesmo assim decidi não falar nada, aproveitar um pouco mais a situação...

- Tainá... – falei quase sem ar – Acho que já está bom...

- Ah, desculpa – respondeu

- Tudo bem – falei rindo

Fiquei olhando em volta por um tempo, olhando novamente o cenário destruído de Niterói, mas aí eu me lembrei que não sou a única pessoa no mundo.

- Ah é, os outros – falei com cara de idiota

- É, vai lá ! - respondeu Tainá rindo

- Ok

Andei  um pouco mais até o resto do grupo, eles estavam um pouco mais longe, não sei, uns 40 passos, não muita coisa, mas também não sei medir distância só olhando, quando me aproximei mais, sem nem mesmo perceber, João está na minha frente, forçando para não começar a rir.

- João ! – falei animado

- Marcel ! – ele respondeu brincando

Ele apertou minha mão, mas eu puxei ele e o abracei dando tapas nas suas costas, o único jeito possível que eu conheço de um homem “ abraçar “ outro sem parecer que os dois são gays       (sem preconceito nenhum).

O soltei e avancei um pouco, e Helena veio em minha direção, e começou a me abraçar, era legal ser abraçado por todo mundo, não sei o porquê, mas você se sente mais próximo dos outros quando percebe que eles realmente sentiram a sua falta.

- Como escaparam de lá ? – perguntou Helena me soltando

- Nós simplesmente andamos... – respondi vendo todos se aproximarem, parecem ter ouvido o que falei

- Como assim simplesmente andaram ? – perguntou assustada – O lugar estava infestado daqueles monstros !

- Não estava não... -  interrompeu Lucas confuso

- É... – concordei no mesmo tom de Lucas – Estava totalmente vazio, só eu e Lucas

- Como ? Fugimos porquê estava ficando infestado de zumbis ! – falou Tainá invadindo a conversa

Logo depois de ter falado isso todos começaram a falar ao mesmo tempo, não dava para escutar quase nada do que falavam.

- Não importa se estava cheio ou não ! – gritei – Estamos todos juntos agora !

Demorou um tempo para todos pararem, mas agora eles estavam olhando para mim, esperando um discurso.

- O quê ? – falei – Era só isso !

- Ufa, achei que ia começar a falar sem parar ! – falou alguém atrás de Bernardo, mas que eu reconheci

- Hã ? Léo ? De onde você surgiu ? – falei espantado

- Ele foi na escola pouco antes de fugirmos – respondeu Tainá

- Ata, entendi

Léo saiu detrás de Bernardo, estava usando uma jeans, como todos aqui, um tênis azul da nike, uma jaqueta escura, uma camisa do Guns n’ Roses, e uma mascará com uma cavereira até o nariz.

- Bela mascará, “Ghost” – falei

- Inveja ? – respondeu

Levantei minha mascará de gás com cara de “ nem fudendo “ e escutei o som de um riso abafado.

- Mas você sabia do que esta acontecendo ?

- Sim, mas como eu estava sozinho em casa, e praticamente sem comida nenhuma, decidi ir para escola quando vi o seu post no facebook

- Sozinho ? E seus pais ?

- Estão viajando, e me deixaram sozinhos aqui, falaram que já confiam em mim para ficar sozinho em casa por duas semanas

- Entendi, é bom te ter no grupo Léo – falei estendendo a mão – Bem-Vindo

- Valeu – respondeu apertando minha mão

- Tudo bem ! Já nos encontramos, e agora ? – falou Bernardo interrompendo – Se ficarmos aqui por muito tempo os zumbis podem nos pegar ! E não da para sete pessoas irem em uma Brasília !

- Verdade, temos que ir logo ! – concordou João

- Falei para pegar um carro mais novo... – implicou Lucas

- Lucas – chamei

- O quê ?

- Vai se fuder...

Lucas abriu um sorriso na boca e se afastou, mas ai eu lembrei de algo importante, se vamos a pé, temos que ficar armados, então puxei a minha chave de fenda e a levantei.

- Quem não tem uma arma ainda ? – perguntei em voz alta

- Armas de fogo ? – perguntou Tainá

- Claro que não ! – respondi – Ninguém tem armas de fogo aqui ! Por enquanto...

- Eu ! – falou Bernardo

- Ok, você fica com a chave de fenda – falei jogando ela com cuidado para ele

Ficamos em silêncio por um tempo, mas Helena fez uma cara de que se lembrou de algo e abriu a boca.

- Nós vamos para a casa do Pedro não é ? – perguntou Helena

- É mesmo ! O Pedro, vamos lá ! – Lucas falou

Todos concordamos, mas quando começamos a andar, um telefone começou a tocar

- Ah, é meu celular – falou Bernardo

- Quem é ? – perguntei

- Deixa eu ver... Ah ! Meu primo !

- Eduardo ?

- Sim, espera um pouco que eu vou atender

Ficamos um momento olhando Bernardo conversando no celular com seu primo, mas ai ele começou a ficar agitado.

- O quê ?! – falou – Você esta vindo pra cá ?!

- Hã ? Seu primo esta vindo ? – falei surpreso

- Sim – falou

- Ele está aonde ?

- Está indo para minha casa

- Fala para ele ir na escola, quando chegar lá vamos dar instruções para chegar na casa do Pedro

- Por que não direto a casa dele ?

- Ele sabe aonde é a casa dele ?

- Não

- Então pronto ! Não vamos gastar bateria dos celulares, e tenho certeza de que ele sabe ir a nossa escola

- Sim, ele sabe – concordou Bernardo, então falou isso para seu primo, e desligou o celular

- Agora vamos – falou João

- Sim

Ficamos andando em silêncio pela causada, olhando a destruição em volta, mas ninguém comentou sobre isso, e quanto mais andávamos, encontrávamos mais e mais zumbis, mas felizmente nenhum deles nos reparou, então podemos andar normalmente, mas bem devagar as vezes.

Esse clima de destruição e fim do mundo, felizmente não abalou as nossas conversas, e ficamos conversando coisas totalmente aleatórias e bizarras como sempre, mas paramos quando chegamos a casa de Pedro, que na verdade era um condomínio de prédios.

- Ah, é um condomínio ! – falei surpreso

- Você nunca veio aqui ? – perguntou Helena surpresa

- Não

- Uau - respondeu

- Ok, Ok... – falei – Qual é o prédio ?

- O do meio, nono andar – respondeu

- Ok, vamos lá...


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Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer ? Descubram no próximo capítulo !



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