Sobreviva escrita por Marcel Vianna


Capítulo 5
Desaparecidos


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora para postar, isso sempre acontece -.-
Para evitar vou tornar " Sobreviva " uma fic semanal.
Até :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/360456/chapter/5

- Mas o que ? - falei assustado - Onde está todo mundo ?

Fiquei olhando em volta, procurando nosso grupo, mas não consegui me mexer, e foi assim por um certo tempo, mas duvido que ninguém ia ficar desse jeito se TODO o seu grupo sumiu no meio do apocalipse, mas mesmo assim, Lucas não teve a mesma reação.

Lucas também me parece assustado, como disse, todo mundo sumiu, nos deixando aqui, sozinhos.

Mas diferente de mim, ele não esta parado, tentando se mexer, e olhando em volta, ele parece estar ficando mais agitado, mais bravo com tudo.

- FILHOS DA PUTA !! - gritou Lucas furioso - NOS LARGARAM NESSA MERDA DE ESCOLA !! - gritou parecendo que seu exército está perdendo uma grande guerra - E AINDA LEVARAM TUDO !!

Eu entendo o porque de Lucas estar irritado, e até concordo com ele, tirando o fato dele estar gritando, como todos sabem, barulho só serve para atrair mais e mais zumbis.

Então para tentar silencia-lo eu o agarrei pelo braço esquerdo e o arrastei para o canto dos bancos onde ficamos antes de entrar naquela escola.

- Calma cara ! Entendo o seu motivo para ficar bravo, mas gritar só vai atrair mais mordedores ! - falei 

- Eles nos largaram nessa escola - falou um pouco mais calmo - Sozinhos e sem nada que pode nos ajudar ! - falou mais irritado - Não da para ficar calmo !! - berrou

Com este barulho, logo virão mais zumbis para cá, buscando carne fresca, e se Lucas continuar assim, nós vamos ser essa porra de carne ! Então sem outra alternativa, me joguei em cima de Lucas para o derruba-lo no chão, imobiliza-lo  e finalmente ficar em silêncio, e não complicar ainda mais a nossa situação, que na verdade já está uma merda.

- Me solta Marcel ! - falou irritado 

- Só vou te soltar se ficar com a porra da boca calada ! - respondi

Antes mesmo de tentar falar mais alguma coisa para ver se consigo silencia-lo, ele conseguiu se virar me puxando no chão ao lado dele e tentando me imobilizar.

- Me solta agora Lucas - falei 

Ele não respondeu, então só me restou mais uma alternativa, lutar contra meu parceiro para deixar ele de boca calada.

Então fui, virei ele e o imobilizei, mas ele revidou, e fez o mesmo, ficamos fazendo a mesma coisa até sair rolando por ai, um tentando imobilizar o outro, mas acaba sempre em que nós nos locomovemos de um lado para o outro, mas nessa situação, eu avistei um papel dobrado em forma de carta em baixo de um dos bancos.

- Espera um pouco - falei - Aquilo ali é uma carta ?

- Hã ? - perguntou Lucas confuso - Onde ?

- Ali ! - falei apontando para sua localização - Embaixo daquele banco do lado desse vaso de flores !

Lucas voltou a ficar de pé, meio tonto depois daquela " briga ", ainda no chão eu pensei " deve ser só um papel que voou e ficou aqui " mas m levantei e fui em sua direção para pega-lo e finalmente descobrir do que se trata.

Peguei o papel olhando-o de forma estranha, pois ele realmente tinha forma de um envelope

- Ei - falei - Isto é mesmo uma carta ! 

- Uma carta ? - perguntou Lucas - Então leia logo ! - falou

- Ok, Ok - falei - Já vou ler

Abri a carta com pressa, afinal estou curioso, quando a termino, já encontrei logo de cara com um pedido de desculpas, o motivo ainda vou descobrir, mas não me parece nada bom, e ainda por cima, essa letra é muito familiar.

Olá, para começar esta carta, eu queria pedir desculpas, por ter sumido desse jeito, sem esperar vocês dois, e ainda levar tudo, mas infelizmente foi preciso, a cidade já esta muito perto de se perder completamente no puro caos, fugimos com toda esta pressa porque estamos escutando inúmeros barulhos de zumbis se aproximando, e como vocês ainda não chegaram, optamos por partir sem vocês, e deixar este bilhete, estamos indo para casa do namorado de nossa amiga Helena ( ela pediu para dizer assim porque pedi no guia ), podemos arranjar um bom veiculo para fugir da cidade antes que ela seja totalmente devastada, afinal ele mora em um condomínio de prédios, com certeza existem muitos carros lá, espero que isso não seja um adeus.

                                 - Tainá

Fiquei em silêncio por um tempo, só segurando o bilhete com uma expressão triste no rosto, sem conseguir me mexer de novo, e nem mesmo falar, fiquei pensativo.

- O que está escrito ai Marcel ? - perguntou Lucas - Essa carta é para nós ?

Fiquei quieto, tentando falar, mas não conseguia falar nem um "oi".

- Hein ? - falou - O que esta escrito ?

De novo, eu não consegui falar uma palavra sequer, mas então senti algo acertando meu rosto, ai então eu percebi que Lucas me deu tapa, e por mais incrível que pareça isso me levou de volta para a realidade.

- O QUE ESTÁ ESCRITO NA CARTA ?? - gritou Lucas impaciente 

- E-Eles...- tentei falar - Eles estão na casa de Pedro, em um condomínio - falei finalmente - Foi isso que Tainá escreveu na carta

- Hã ? - perguntou - Na casa do Pedro ? - falou assustado - Por que eles estão indo lá ?

- De acordo com a carta - falei - Eles estão indo lá para pegar um carro, ou qualquer veículo que tenha no prédio, para sair da cidade - respondi

- Merda - falou - Precisamos alcança-los agora ! - falou

- É mesmo ? - resmunguei 

- Não enche Marcel - respondeu 

Então rapidamente descemos as escadas, e quando chegamos na rua, começamos a correr com o simples mas difícil objetivo de chegar a casa de Pedro antes do nosso grupo, mas ai veio na minha cabeça uma coisa, uma coisa que me fez parar para pensar.

- Espere Lucas - falei - Não sabemos quando eles foram embora, nem a velocidade deles - falei pensativo - Eles podem estar muito próximos dele, ou até mesmo já chegaram lá !

- E o que você quer que façamos ? - perguntou Lucas - Roubar um carro ? - perguntou em um tom de sarcasmo 

- Bem... - falei - Tem um estacionamento aqui perto... - falei - podemos ir lá ver se tem um carro...

- Cara - falou - Sério que você quer roubar um carro de um estacionamento ? - perguntou - Está ficando maluco ?

- Olhe em volta Lucas - falei em resposta - O mundo acabou ! Não se preocupe com isso

- Ta legal, mas não se esqueça - falou em um tom ameaçador - Se nos fudermos por isso - continuou - A culpa vai ser toda sua !

- Ok, Ok - respondi

Então com a ideia aprovada, corremos uns quatro quarteirões, observando as ruas desertas, e alguns prédios que já estão com janelas quebradas e pichações sobre o fim, e fiquei pensando sobre como isso realmente está muito rápido.

Quando finalmente encontramos o estacionamento publico, demos de cara com uns 10 carros estacionados, que para mim já estava muito bom.

- MEU DEUS ! - falou Lucas alegre - TIRAMOS UMA SORTE GRANDE MARCEL !!! -gritou Lucas correndo em direção a um Hyundai ix40 escuro

- Lucas - falei - Esse carro só funciona com as chaves do dono por perto - continuei - E tenho certeza que ele não deixou esse presente para nós 

- Merda... - respondeu desapontado - Então que carro escolhemos ?

Com essa pergunta eu fiquei olhando em volta, procurando por um carro, que não possua essa tecnologia anti-roubo, mas então tem que ser um carro antigo, mas que seja rápido o suficiente para alcançar meus amigos.

- Achei ! - falei alegre - Achei o carro !

Eu acabei de achar uma brasília amarela, um carro que sempre quis ver depois do meu pai ter me mostrado a banda " Mamonas Assassinas " é bem antiga, da época dele mesmo eu acho.

- Esse carro é muito antigo... - falou Lucas - Duvido muito que essa tralha pegue...

- Deixa de ser pessimista Lucas - respondi - Nada que um bom empurrãozinho não resolva.

- Ok, Ok - respondeu - Mas como vamos entrar ?  - perguntou

- Simples - respondi tirando meu casaco e o enrolando  no meu braço, na verdade bem mais na região do cotovelo - É só quebrar a janela

Dei uma cotovelada com todas as minhas forças fazendo em pedaços o que já foi a janela de um carro, desenrolei meu braço, destranquei a porta, guardei minha machete e minha máscara no porta luvas junto com o pedaço de metal que chamamos de bastão que Lucas carrega como arma.

- Agora é só entrar - falei entrando - Abrir esta parte de baixo em que se localizam os fios, e juntar esses dois - falei

- Onde você aprendeu a fazer isso ? - perguntou Lucas assustado

- Sempre mostra na televisão - respondi - E para ter certeza até pesquisei como se faz

- Pra que você pesquisou isso ??

- Para ocasiões como ess... - fui interrompido pelo som do motor se ligando

- Isso ! Conseguimos ! - exclamei feliz

- Não acredito... - falou - Mas tente andar, não vai conseguir

- Eu sei - falei - Vamos ter que empurrar até uma descida

- O que ? - falou - Nem fudendo !

- Preferi ficar aqui e ir a pé ? - perguntei irônico 

Por incrível que pareça, Lucas parou para pensar sobre isso, mas logo concordou

- Tá, você ganhou... - respondeu

Ficamos empurrando o carro até a descida mais próxima do estacionamento, mas infelizmente ela é muito alta, o que torna muito difícil alcançar o carro enquanto desce isso tudo.

- Merda - falou Lucas - Não vamos conseguir alcançar o carro nessa descida - falou sem esperanças

- Relaxa, deixa a porta aberta e vamos lá - respondi abrindo a porta do motorista

- Se não der certo eu juro que vou te espancar até perfurar seu corpo ! - respondeu me ameaçando 

- Tá, tá... - falei - Vamos empurrar logo esta porra

- Quando eu disser nós vamos começar a contar - falei

- Ok

- Um - falei - Dois... - falamos em uníssono - TRÊS JÁ ! - gritamos 

Empurramos o carro com todas as forças que nos restaram, mas infelizmente ela era pouca, então o carro andou somente alguns centímetros e parou, ficando levemente inclinado com a parte de frente para baixo.

- Ok - falei - Agora vai - disse com esperança

- Espero que sim - respondeu Lucas mal-humorado e batendo uma mão na palma da outra

- JÁ ! -gritamos novamente em uníssono, e empurrando o carro descida abaixo

O veículo começou a descer lentamente pela descida a frente, o que nos deu um pouco de esperança nas nossas miseras vidas.

- VAMOS ! - gritei tomando a frente na corrida para alcançar o veiculo que estava cada vez ganhando mais velocidade

Corremos feito loucos atrás do carro, como estamos cansados e sem energia alguma, tropeçamos várias e várias vezes até alcançar a porra do carro, mas finalmente conseguir ficar do lado das portas.

- Quando eu disser " JÁ " - falou Lucas decidido 

- Ok - concordei 

- Três - pausa - Dois - pausa U...

- VAI LOGO PORRA ! - gritei

- JÁ !! - berrou pulando para dentro do carro

Fui fazer o mesmo, pular dentro do carro, só que como sou mais alto que Lucas, e esse carro é pequeno, quando me joguei, recebi uma cabeçada de presente do carro, nada com que se preocupar, só com minha dor de cabeça...

- Se fudeu ! - falou Lucas rindo e fechando a porta do passageiro

- Vai se fuder - respondi colocando minha mão no volante e fechando a porta do meu lado

Segurei firme nele, nunca dirigi um carro antigo assim, só uma vez quando meu pai tentou me ensinar, mas acabou com dois carros e um ferido... EU... Mas felizmente já superei isso e já posso dirigir esse dinossauro.

- Então... - falei - Onde é a casa do Pedro ?

- Você não sabe ?

- Nunca fui lá - respondi

Lucas ficou algum tempo me ensinado a rota certa para chegar lá, mas tudo isso só vai durar um tempo, logo logo vou esquecer, tenho certeza.

- Ok, entendi - falei

Ficamos em silêncio por um tempo, observando este cenário destruído que já foi uma bela cidade

- Nossa - falei - Como foi destruída tão rápido né ? - comentei

- Pois é...

Ficamos calados por mais um tempo até eu avistar cinco vultos andando do meu lado  esquerdo da calçada

- Cassete... - falei - Será que são eles ? - perguntei

- Hã ? - perguntou Lucas confuso

- Ali ! - falei apontando para eles

- Cassete ! - falou ele surpreso - Pode ser ! Se aproxime e abra a janela !

Fiz o que ele disse, e fiquei aproximando com cuidado, pode ser somente alguns zumbis, vimos alguns pelo caminho, pode ser mais alguns, e ainda por cima, eram quatro sem eu e Lucas, não podem ser eles.

Me aproximei mais um pouco e um dos vultos se virou para nós, e consequentemente nos viu

- MARCEL ! LUCAS ! - gritou um deles

Aquela voz me parecia familiar, uma voz que eu reconheço com facilidade, essa era a voz de Tainá !


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muitas palavras para vocês nesse capítulo :3 ( para mim são muitas -.- )



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sobreviva" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.