Sobreviva escrita por Marcel Vianna


Capítulo 7
Apartamentos


Notas iniciais do capítulo

Olá ! Desculpe a GRANDE demora para atualizar a fic, mas eu acabei viajando e voltando com muitas provas então não deu para escrever nada, mas enfim o capítulo está ai !



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- Vamos logo - falei dando o primeiro passo e praticamente guiando o grupo para a provável morte

- Estou com medo... - disse Helena com voz tensa

- Não estar com medo no meio do apocalipse é difícil... - comentou João

- Tem razão... - concordou Helena - Mas isso não mudou nada

- Não era para mudar, só quis comentar... - falou João em um tom sério

Fiquei quieto, mesmo prestando atenção nesta conversa não dei muita atenção, tudo que eu quero saber é o que nos espera dentro daquele prédio, se vai estar tudo calma como aparenta, ou um inferno.

Tudo que sei, é que podemos morrer à qualquer instante, não importa como, ser devorado, atingido por uma bala, tropeçar e cair do prédio... Não é à toa que me vejo como o mais pessimista do grupo.

- Não concorda Marcel ? - disse Tainá, me trazendo a realidade

- Hã ? - falei confuso - Concordar com o oque ? 

- Com a ideia de sobrevivência do grupo - respondeu 

- Claro que não - falei em tom sério - Todos vão morrer, tudo que estamos fazendo é tentar aumentar o tempo de nossas vidas - falei - 16 anos... temos apenas dezesseis anos, não fizemos nada na nossa vida e essa merda acontece...

- Nossa, achei que era o único que pensava desse jeito aqui - falou João com um leve sorriso na cara

- É "nóis" - falei brincando

Finalmente chegamos a porta, ela parece bem mais do que só um pedaço de madeira, ela parecia a porta para o nosso destino, ela pode acabar com a gente, ou simplesmente ser tudo quieto e normal atrás dela, mas isso só vou descobrir quando abri-la. Respirei fundo e fechei os olhos.

- Lá vamos nós... – falei empurrando a porta dupla

Quase não tinha coragem de abrir os olhos, podia ter qualquer coisa lá, mas era isso ou nada,  quando finalmente consegui coragem para olhar lá dentro me surpreendi, não tem nada além de uma recepção pequena normal, com algumas poltronas e três sofás, mesmo tendo algumas coisas no chão, o estado deste lugar esta muito bom comparado ao que eu imaginei.

- Ufa, espera um inferno aqui dentro – falou Bernardo

- Também – concordou Lucas

- Bom, também esperava um desastre, mas ainda não sabemos a situação de Pedro, nem se vamos conseguir algum veiculo para poder escapar – falei

- Deixa de ser assim tão pessimista ! – falou Tainá – Chegamos aqui vivos não é ?

- Chegamos, mas esse lugar ainda pode ser o local em que vamos morrer, continuarei pessimista até quando ficamos protegidos, e ainda por cima, pode ser que isso nunca aconteça ! – falei

- Esse pessimismo ainda vai te matar... – falou Tainá

- Esse seu otimismo também – rebati

- Tudo bem, não vamos começar uma discussão ! – falou Helena – Precisamos decidir o o que fazer !

- Subir, simples assim – falou Léo

- Bom, esse é o plano, mas nem é assim tão simples – falei

- Como assim ? – respondeu

- Temos que ter todo o cuidado possível – falei – Senão morremos

- Precisa ser assim tão pessimista ?

- Sim, preciso – falei – Como vai ser ? Vamos simplesmente andar ?

- Não é melhor o elevador ? – falou Bernardo

- Não, escadas são melhores, não existe o risco de cair por causa de algo que as pessoas fizeram aqui

- Como assim ? – perguntou Tainá

- Imagina o desespero das pessoas quando viram o que estava acontecendo, mesmo sendo bem recente, o estrago que eles podem ter feito no elevador são enormes.

- Vamos pela escada e pronto – decidiu João

- Obrigado – falei

Me virei para a escada que nos leva para o andar de cima e fiz um gesto com a cabeça indicando para avançarmos, puxei minha machete do cinto dei o primeiro passo subindo o degrau, me agachei e fiz o gesto para os outros fazerem o mesmo, comecei a andar devagar e cuidadosamente evitando qualquer tipo de ruído.

- Temos mesmo que andar assim ? – perguntou Helena

- É andar assim ou arriscar fazer barulho

- Arriscar fazer barulho nesse lugar ? – respondeu se levantando – Não exagera

Olhei para trás e vi que era o único idiota ainda agachado, então só me levantei e continuei a andar normalmente até finalmente chegarmos ao andar em que queremos chegar.

- É aqui certo ? – perguntei à Helena

- Sim

- Então vamos – falei abrindo a porta – Eu vou primeiro e falo se está seguro

- Ok - respondeu

Passei pela porta, olhei em volta, está tudo seguro, por enquanto não temos nada com que se preocupar.

- Tudo bem, pode vir ! – falei

- Qual apartamento ?

- O primeiro virando a direita naquele corredor – respondeu

- Não era melhor falar qual é numero do apartamento ? – falei com um sorriso no rosto

- É que eu não lembro – respondeu rindo

Comecei  guiar o grupo até o apartamento de Pedro, ainda atento a qualquer coisa, vai que aparece um zumbi aqui ? Isso é bem possível, continuei meu pensamento até chegar à porta de nosso amigo.

- Tudo bem... – falei – Helena, qual o plano ?

- Que plano ? – respondeu

- De abrir essa porta !

- Eu não tenho nenhum – respondeu meio confusa

- Puta que pariu... – suspirei – Se você nos trouxe até aqui era para ter um...

- Desculpa ! Não tive tempo suficiente para planejar como abrir essa porta, estava tentando me controlar nesse fim de mundo !

- Tudo bem, não estou brigando com você, só achei que tinha um plano...

- Ok, mas mesmo assim me desculpe...

- Não precisa, sei como é isso...

Ela não respondeu simplesmente balançou a cabeça com um gesto de aprovação e se virou para a porta.

- Bom, será que dá para arrombar ? – falei

- Não sei, ela parece ser bem resistente... – respondeu Bernardo colocando a mão na porta

- Não da para fazer do mesmo jeito que você fez na escola ? – perguntou Lucas

- Acho que sim, mas não quero arriscar – falei – Se acontecer qualquer coisa, talvez poderíamos ficar aqui até as coisas melhorarem , se eu destruir a porta não tem como ficarmos protegidos

- Que tal simplesmente batermos na porra da porta ?! – falou João

- Bom, vai que ele está acordado – falou Léo

- São 15:00 horas, ele deve estar – respondeu Lucas olhando o relógio

- Porra, se são 15:00 ele já deve ter percebido a merda que está acontecendo – falei

- Ok, mas vamos bater mesmo assim, vai que ele ainda está lá... – falou Helena esperançosa

- Tudo bem – respondi

Me dirigi a porta e comecei a bater com força na porta, parecia uma eternidade quando finalmente alguém respondeu.

- Já vou ! – gritou alguém atrás da porta

Olhei para trás com cara de felicidade, se alguém está lá dentro, pode ser que Pedro continue lá mas quando a tal pessoa abriu a porta, saiu uma mulher meio idosa, aparentava ter uns 60 anos, mas quando me virei, percebi que todo mundo estava com cara de surpresa, nunca entrei nesse lugar, como ia saber o que está de errado ?

- O Pedro está ? – perguntei

- Quem é Pedro ? – perguntou em tom de duvida

- Pedro, 16 anos, cabelo cacheado, loiro – falei – Ele não está ai ?

- Desculpe meu jovem, mas não tem nenhum garoto com esse nome aqui – respondeu

- Ah então tá, desculpe pelo incomodo tenha um bom dia ! – falei, vai que ela não sabia sobre o fim do mundo, não quero causar a morte de uma velhinha

Me virei com cara de “ que porra está acontecendo aqui ? “ para Helena, e tudo que ela fez foi fechar o rosto

- Você nos deu o apartamento errado – falei o que já era obvio

- Desculpe ! Tem um tempo que eu não venho aqui ! – respondeu – Mas vocês também vieram, como ninguém me corrigiu achei que tinha lembrado qual era...

- Não viemos aqui à mais tempo que você Helena, não vem com essa – respondeu Tainá

Quando Helena falou aqui me veio na cabeça algo, será que estamos no andar errado ? no prédio errado ? Esse pensamento começou a me deixar preocupado, mas não estava com muita coragem de perguntar isso, mas deixei isso de lado, e falei.

- Então podemos estar no andar ou prédio errados ? – falei

- Não, isso eu tenho certeza, é esse prédio, esse andar – respondeu

- Tudo bem, só vamos procurar em outros apartamentos então

Ficamos algum tempo batendo em portas, a maioria não respondia, mas umas ou duas abriam e nos davam a péssima noticia que estamos na porta errada, mas depois de um tempo sobraram apenas duas portas.

- É agora... – falei

Bati na porta que estava do lado direito e João na outra, comecei a escutar passos, senti um pouco de esperança passar por mim, até que a porta se abre, e vejo Pedro atrás dela.

- Pedro ! – falei animado

- Hã ? O que vocês estão fazendo aqui ? – falou olhando para fora

- Entra que vamos te explicar – interrompeu Tainá

- Nem um pouco direta né ? – falei

- Desculpe, mas eu quero entrar logo – respondeu

- Tudo bem – falou Pedro – Entrem

Entramos e ele nos direcionou para o sofá, logo depois ficamos algum tempo explicando para ele tudo que aconteceu, e logo depois ele estava me corrigindo que o nome da minha arma na verdade é cutelo, não machete, mas eu achei a reação dele muito normal para o que acabamos de contar.

- Que merda... – falou preocupado

- Sim...

Ficamos quietos por um tempo, mas do nada Helena falou

- Estou com frio... Esse casaco não está ajudando muito...

- Tudo bem, eu pego um cobertor – falou Pedro

- Não, fica ai, deixa que eu pego – falou Léo – Respira um pouco

- Valeu, está no quarto dos meus pais, acho que eles foram trabalhar...

- Eu te ajudo a procurar – falei – Onde é ?

- Virando o aquele corredor a direita – respondeu

- Valeu

Eu e Léo andamos até o quarto e paramos na porta

- Com frio de casaco... – comentei

Léo concordou e virou a maçaneta, mas do nada, dentro do escuro, pularam dois zumbis de pijamas que acabaram por morder a mão esquerda de meu amigo.


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Notas finais do capítulo

Hááá, surprise modafoca !



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