Sixth Step: One, Two, Three....

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– Bella – Edward falou docemente balançando Bella, tentando acordá-la. Bella gemeu levemente e abriu os olhos. Um sorriso surgiu em seus lábios que logo foram cobertos pelos lábios quentes de Edward.

Eles já haviam passado do primeiro estágio de aceitar a ideia de que a partir de agora a vida de Bella será noventa por cento vivida nas instalações do hospital onde eles terão mais recursos para fazê-la prosseguir com a doença sem muitos danos além do que o do próprio câncer. Mas Bella não se deixaria ficar naquela cama de hospital como havia dito no dia anterior a Edward e o mesmo concordava – mesmo que Edward ainda não concordasse com a ideia de Bella sobre esquecer em vários momentos da sua doença; ela apenas queria se deixar aproveitar como qualquer outra pessoa totalmente saudável.

– Bom dia meu amor – Bella sussurrou depois de tanto se mexer e conseguir espantar a preguiça.

Sentada na cama, ela tomou o café da manhã e conversou com Edward e sua família durante algum tempo, mas logo seus pais foram trabalhar e Edward continuou junto a ela – mesmo que Bella tenha passado meia hora brigando sobre ele estar faltando à escola por causa dela. Mas com apenas um beijo e um simples sorriso torto, Edward fez com que ela se acalmasse e fosse até o pátio do hospital onde alguns dos internados passam a maior parte do tempo e também onde é o local de visita fora do quarto.

Um fraco sol batia nas plantas e bancos que havia no pátio. Bella se sentou em um dos bancos e se deixou aproveitar do sol. Edward permaneceu ao seu lado e então com a cabeça em seu colo onde Bella acariciou seus cabelos enquanto carinhos circulares eram feitos em suas coxas e joelhos.

O sol logo se tornou mais quente, mais gostoso e parecia acariciar todos que estavam ali junto aos dois. E não demorou muito tempo para que a maioria das pessoas estivesse igual a eles: de olhos fechados e com os rostos virados para cima, recebendo toda a vitalidade que apenas o sol pode oferecer.

– Moça... – Edward e Bella escutaram uma voz baixa e infantil dizer. Eles olharam para baixo e viram uma pequena garota com um pano florido na cabeça, de pele morena e olhos tão escuros quanto à noite, mas que brilhavam fortemente.

– Oi pequena – Bella falou enquanto Edward se levantava do seu colo e olhava para a pequena garota.

– Moça, porque você está aqui? – a criança perguntou com as mãozinhas cruzadas em frente ao corpo.

Edward engoliu em seco de repente e Bella apenas abriu um pequeno sorriso.

– Eu tenho câncer nos ossos, pequena. E você? – ela perguntou de volta. – Por que você está aqui?

– Eu tenho leucemia – a garotinha respondeu mantendo o ar leve.

– Qual é o seu nome? – Bella perguntou para a garotinha com um ar diferente de repente.

– Meu nome é Leah. E o seu nome?

– Meu nome é Bella, Leah. Vem aqui – ela disse batendo levemente em seu colo. Leah posicionou as pequenas mãos nos joelhos de Bella que a ajudou a subir, mesmo que isso tivesse lhe causado um pequeno incomodo pelo esforço. – Leah, esse é o meu namorado, Edward – Edward acenou de leve com um sorriso. Ele estava um pouco fascinado pela criança. Mesmo tão nova e sabendo exatamente sobre sua situação estava ali, sorrindo e conversando com Bella como se além de não ter nada ainda fossem melhores amigas. – Leah, eu acabei de lembrar que o meu namorado não sabe dançar valsa e você parece ser uma bailarina e já me falaram que bailarinas são maravilhosas valsando – Bella comentou sorrindo.

– O que...? – Edward disse olhando sem entender para Bella. Onde ela queria chegar?

– Sim, eu sou uma bailarina! – Leah falou animada balançando os pezinhos cobertos com duas sapatilhas azuis.

Bella se levantou junto a Leah e arrastaram Edward pela mão. Leah arrastou Edward até o meio do pátio e começou a ordená-lo.

– Costas retas, queixo para cima e mãos posicionadas – ela disse colocando as mãos de Edward envolta do seu pequeno corpo. – Agora para esquerda e direita na minha contagem – ela sussurrou olhando para cima e voltou o rosto para baixo. – Um, dois, três. Um, dois, três. Um, dois, três... Um, dois, três... – e assim eles passaram o restante do dia.

Enquanto Leah ensinava Edward a valsar, Bella sorria de uma orelha a outra e observava como Edward lidava com a pequena Leah e instintivamente levou uma mão a barriga. Ah... como a dor apertava seu peito toda vez que se lembrava da pequena vida que se fora. E como ela queria falar para Edward que por pouco tempo ela teve a chance de ter um pequeno ser, sangue seu e de Edward, em seu ventre. Uma pequena lágrima caiu em seu rosto, mas ela estava de certa forma feliz porque talvez o pequeno ser, metade Bella metade Edward, nem viesse a nascer e se caso nascesse, ela acabaria deixando para Edward cuidar sozinho, algo que não é justo.

E ao passar da tarde Edward foi se dando conta do que Bella queria mostrá-lo. Ela queria que ele deixasse de se preocupar tanto com o estado de saúde em que ela está agora. Ela apenas quer que ele se deixe aproveitar os momentos que irão passar e que deixe de pensar se é bom ou não para ela, se o seu câncer a prejudicaria ou não. Mas ele sabe que não tem como deixar de se preocupar com a saúde dela, mas sabe que Bella irá continuar tentando. E a cada dia será um passo de cada vez.