POV Cinthia:

Já eram 11:30, estava até agora TENTANDO ensinar Liza a cozinhar...mas, foi uma perda de tempo. Ela não sabia nem fritar um ovo. Então desistimos e encomendamos comida pronta e só aquecemos. Estávamos comendo quando o celular de Elizabeth começou a tocar.

POV Elizabeth:

Eu e Cinthia estávamos comendo quando meu celular toca, era Cristian, então atendi:

Ligação ON:

–Alô?

–Oi querida, a reunião começa daqui a 45 minutos e eu preciso do meu projeto, eu esqueci ele em cima da mesa de jantar, você poderia trazer para mim? – Cristian disse meio preocupado, mas manteve a calma. As vezes eu gostaria de ser como Cristian, não esquentar a cabeça com qualquer coisa.

–Ah! Claro, já estou indo.

–Obrigado, te amo.

–Também te amo.

Ligação OFF.

–Cristian quer que eu leve o projeto que ele esqueceu, ele precisa para reunião. – eu disse para Cinthia enquanto guardava o celular, e pegava o os papéis deixados por Cristian em cima da mesa.

–Ah, deixa que eu levo para você. – ela disse pegando os papeis de minha mão. – Você pode ficar aí, lavando a louça. – ela disse com um sorriso debochado.

–Ok, ok. Eu lavo enquanto você vai, é só pedir para Joseph que ele te leva, ele sabe onde fica.

–Ok, beijos, até. – ela disse saindo com os papeis na mão.

–Até!

POV Cinthia:

Já estava na frente da empresa de Cristian, agora era só achar ele. Enquanto isso Joseph ficou me esperando no estacionamento.

Fui até a recepcionista e perguntei onde estava Cristian Miller, ela me indicou para que o procurasse na sala B2, e foi o que eu fiz. Entrando lá vejo Cristian sentado na frente de uma mesa procurando alguma coisa nas gavetas, a mesa estava repleta de papeis, além de papéis também tinha um notebook e um retrato, que chegando mais perto consegui identificar era ele e elizabeth e um menininho que aparentava ter 7 anos com cabelos negros, devia ser Castiel, mas estava tão diferente na foto...

–Trouxe suas papeladas, mocinho esquecido! – eu disse entregando os papeis para ele.

–Ah! Muito obrigado, sem esses papeis eu acabaria mortinho. – ele disse soltando uma leve risada

–Então é aqui que o Sr. Miller trabalha? – eu perguntei debochando.

–Sim, aqui é o meu cafofo digamos. Está meio bagunçado mas...- ele iria terminar de falar quando o interrompi

–Meio? – eu disse o fitando e logo soltando uma gargalhada ele riu também.

–Ok, muito bagunçado, mas nunca tenho tempo de arrumar então...- antes de ele terminar a frase alguém bate na porta da sala. – Pode entrar. – diz Cristian.

–Você conseguiu o projeto? – a pessoa disse enquanto entrava, eu estava virada de costas então não pude saber quem era, mas pela voz rouca e grossa era um homem.

–Ah sim sim, a Senhorita trouxe para mim – ele disse apontando para mim e logo soltando um sorriso debochado pelo uso de ‘’senhorita’’ – A propósito Cinthia esse é Rafael meu sócio. Rafael essa é Cinthia minha irmã. – me virei para cumprimenta-lo quando... Não! Não! Não pode ser ele! Rafael? Sim, era ele o homem alto moreno de olhos azuis que eu não via a 16 anos, por que tinha me largado com nossa filha e nunca mais voltado. Pensei que nunca mais o veria...paralisei total naquele instante, e pela reação de Rafael ele também se lembrara de mim. Naquele momento eu senti raiva, ódio, nojo daquele ser por ter me deixado sozinha no momento que eu mais precisei, mesmo sempre prometendo que nunca me deixaria, depois a tristeza e a magoa vieram com tudo me fazendo lembrar que todas as coisas que ele me disse e prometeu eram falsas, ele disse que me amava, que nunca iria fazer nada para me machucar ou magoar, e olha onde estamos. Logo meus olhos se encheram de água eu podia estar com uma raiva imortal daquele ignorante ou até mesmo triste por ele ter mentido para mim, mas no fundo ver ele de novo depois de tantos anos era uma sensação boa também, afinal, eu o amava, mesmo depois de tudo continuei o amando. Mas não seria por isso que eu o perdoaria tão rápido.

Ele só me fitava com os olhos, ele parecia triste, arrependido, mas nada que ele me falasse ou fizesse iria mudar o que ele fez comigo. Afinal, eu que tive que cuidar de nosso filha por 16 anos, eu fiquei e assumi toda a responsabilidade enquanto o covarde fugiu por medo. Como se eu não estivesse com medo, eu estava apavorada, eu era jovem, eu não queria uma criança, mas não fugi de minha obrigação. Falo como se Juh fosse uma pedra no meu caminho mas não... na verdade a MINHA filha foi a melhor coisa que aconteceu comigo, podia ter sido com ele também, mas o idiota nem ao menos quis ve-la depois que nasceu, nem ao menos me deu uma explicação, apenas...fugiu.