Ichigo acordou com alguém mexendo em seus cabelos, a pessoa brincava com eles tão entretidamente que nem percebeu que ela havia acordado. Ela se mexeu na cama, pra mostrar que já havia acordado, a pessoa parou de brinca com seu cabelo.

-É melhor você tomar um café da manhã bem reforçado e ir pra casa descansar, você está com febre alta. – Disse a pessoa, fazendo com que Ichigo percebesse que era uma voz masculina.

         Ela realmente não se sentia muito bem, estava quente, sentia dor em todo o corpo e tinha ânsia de vomito (NAT: Que nojo, eu pensei numa coisa dessas? Eu tenho tanto nojo disso... *leva porrada de leitor stressado*). Ichigo tentou ficar em pé, perdeu equilíbrio e ia de encontro ao chão se Shirogane não a segurasse, fazendo com que ela ficasse vermelha.

-Tá tudo bem, Ichigo? – Perguntou ele realmente preocupado (NAT: O.O)

-Eu to bem, só tropecei, mas ta tudo bem. – Mentiu Ichigo saindo dos braços do rapaz.

-Você não consegue nem parar em pé direito, não vou deixar que vá pra casa sozinha nesse estado, vou levá-la de moto, assim chegamos mais rápido.

-Não precisa se preocupar comigo, eu to bem, só tropecei e... – Dizia Ichigo até ser interrompida.

-Já disse que não vai sozinha, pode desmaiar no caminho, ai quem vai agüentar te levar pra casa? – Falou Shirogane, irritando a ruiva.

-Você quer dizer que eu sou gorda, Shirogane? – Perguntou a ruiva, fazendo com que Shirogane se orgulhasse do bom trabalho em stressa-lá.

-Vai se arrumar logo, eu vou preparar a moto (NAT: Gente, o Shirogane já estava arrumado, mas tinha voltado pra cama).

-Tá bom, já to indo lá. – Respondeu a ruiva, pegando suas roupas.

         Ichigo se arrumou, escovou os dentes e desceu para encontrar Shirogane.

-Pronto, cheguei, podemos ir? – Perguntou Ichigo, percebendo que o céu ainda estava um pouco escuro. – Que horas são?

-São cinco da manhã. – Respondeu Shirogane enquanto subia na moto. – Ponha o capacete – Jogou um capacete vermelho pra Ichigo.

-Quem em sã consciência me acorda às cinco da manhã? – Murmurou Ichigo colocando o capacete.

-Eu ouvi isso. – Respondeu Shirogane. Às vezes Ichigo não sabia como ele ouvia tudo, parecia que tinha ouvidos de gato... Mas afinal, ela ERA um gato...

-Vamos logo. – Disse Ichigo fugindo do assunto, antes que ele começasse a gritar na rua. Ichigo subiu na moto e foram embora. Chegaram na casa de Ichigo e ela o convidou pra entrar.

-Quer entrar? Posso fazer um chocolate quente pra nós. – Disse a menina com a maior educação do mundo.

-Eu agradeço, mas você tem que descansar, agora deite debaixo de três cobertas grossas e só saia de lá em casos realmente necessários, ouviu bem? – Disse Shirogane, fazendo cara de doutor.

         Começou a chover e um pode-se ouvir um grito alto de Ichigo devido a um trovão.

-Nyaaah, não quero ficar sozinha, tenho medo de trovões, além disso, tenho que trabalhar.

-Não se preocupe, o café não vai abrir por pelo menos uma semana.

-Por quê? – Indagou a menina surpresa.

-Porque durante toda essa semana vai haver chuvas fortes, podendo chegar à coisa pior, então é melhor as pessoas evitarem sair de casa.

-Bom, então já que a chuva já começou, é melhor você não ir pro café agora, pode ser perigoso. – Disse Ichigo correndo da chuva e abrindo a porta de casa para que eles entrassem.

-Vou fazer um chocolate quente pra nós, fique a vontade. – Disse a menina enquanto sumia pela porta da cozinha.

         Minutos depois, Ichigo apareceu com uma bandeja cheia de coisas: pão, leite, chocolate, manteiga, requeijão, frutas de vários tipos, especialmente morangos, açúcar, e barras de chocolate.

-É isso que você come no seu café da manhã? – Perguntou Shirogane surpreso.

-O que tem de mais?

-É por isso que está pesada...

-Toma logo o seu café da manhã, antes que eu jogue na sua cara de mimado. – Disse Ichigo com uma expressão sombria.

-Vou comer só porque você está doente e se deu ao trabalho de fazer esse café da manhã. – Respondeu Shirogane com indiferença.

         Eles comeram tudo que tinha na bandeja, sobrando apenas uma barra de chocolate (NAT: O.O Que fominhas, nem me deram um pouco, esganados) e Ichigo perguntou:

-Então, até que não sou má cozinheira, né?

         Shirogane estava com um pedaço de chocolate na mão e estava colocando na boca, olhou pra Ichigo, se aproximou dos lábios dela com o chocolate na boca e deu um beijo doce pelo chocolate e selvagem pelo seus lábios e sua língua. Ichigo correspondeu ao beijo e quando terminaram Shirogane falou:

-Você não respondeu a minha pergunta.

-Que pergunta?

-Que eu fiz ontem, antes de você desmaiar.

-Ah, aquela pergunta.

-É. Então, o que vai ser?

-Sinceramente, pensei que você me odiasse, mas depois desses dois meses acontecendo tanta coisa e esses dois dias em que você não saiu de perto de mim... Tenho que ser sincera com você: eu amava muito o Masaya, mas ele ma traiu e isso destruiu o meu coração, não sei se posso te amar assim como você me ama, não posso dar o que você com certeza quer. – Disse Ichigo, com um tom de voz melancólico, que fez com que Shirogane sentisse uma pontada de dor no peito.

-Eu não quero isso que você pensa, e eu sei que você sofreu por causa daquele imbecil, mas quem sabe eu posso te ajudar a esquecer ele, eu posso esperar por você o tempo que for preciso, posso estar ao seu lado, mesmo que não me ame, tenho certeza que com o tempo você vai acabar sentindo alguma coisa, e, a cima de tudo, eu jamais a odiaria, afinal, como posso odiar alguém que amo desde a primeira vez que vi? – Falando isso, Shirogane pegou a mão de Ichigoe a levou ao rosto, dando um leve beijo.

-Você tem certeza que pode esperar? Não quero te fazer sofrer, você é especial pra mim, mas eu ainda não sei como. – Ichigo levou a mão ao rosto de Shirogane e acariciou seu rosto. Shirogane ao sentir o toque gelado da mais nova, estremeceu. Ela ia retirar suas mãos, quando sentiu mãos quentes como o fogo segurando-as.

-Você está com febre, é melhor ir pra cama descansar, vou te fazer companhia pra que não tenha medo dos trovões. – Dizendo isso, Shirogane pegou a menina no colo e subiu as escadas, deixando-a no quarto.

-Não precisava, mas obrigada. – Agradeceu a menina corada.

-É claro que precisava, não vou deixar que faça esforço nenhum. – Shirogane abaixou o corpo e deu um beijo suave e carinhoso, sim, carinhoso, o que ele disse que nunca mais daria. Pararam o beijo e Ichigo se aproximou do ouvido de Shirogane e disse:

-Eu aceito, então faça o favor de me conquistar.

         Shirogane saltou de felicidade por dentro, mas por fora deu apenas um sorriso de canto que Ichigo achava tão maravilhoso, se afastou e sentou no chão, encostado na cama, perto da cabeça de Ichigo.

-Por que não senta na cama? O chão é duro e gelado. – Falou a menina com a voz falhando de tanto sono.

-Não se preocupe comigo, só deite e durma, eu vou ficar bem. – Respondeu isso e encostou a cabeça perto da cabeça da Ichigo, pegando no sono também.