Ad Limina Portis escrita por Karla Vieira


Capítulo 7
Explicações


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil perdões. Fiquei sem tempo e sem inspiração com a quantidade de coisas do colégio para fazer, vestibular, etc, e não consegui escrever nada por muito tempo, e tudo o que consegui foi esse capítulo minúsculo, mas explicativo. Espero que vocês gostem e me perdoem.



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Marie Jean POV – Entardecer de 03 de Novembro.

- Como assim, Kensi é uma polimorfa? O que são Os Portões da Morte? Para o quê fomos escolhidos? Por quê...? – Comecei a perguntar. Ethan estava pálido, encarando a parede. Andrew e Fred estavam sérios, empalidecendo. Harry e Kensi estavam tão confusos quanto eu.

- Calma, filha. – Disse minha mãe. – Uma pergunta de cada vez. Polimorfo é aquele que consegue assumir a forma de qualquer ser vivo, a hora que bem entender. E você já viu o que Kensi consegue fazer.

E então ela se calou, respirando fundo, como se escolhesse suas próximas palavras.

- Os Portões da Morte são, literalmente, portões. – Disse Ethan, de repente. – São uma entrada para a outra dimensão, onde cada coisa quando morre, vai. Alguns chamam de inferno, outros de mundo inferior, que seja. A cada quinhentos anos, os portões se abrem sozinhos, e dizem que Mortem, ou seja, a Morte, escolhe um grupo de pessoas para fechá-los.

- Então, a cada quinhentos anos, várias pessoas tentam encontrar os portões achando que são os escolhidos. Mas encontram várias provações durante o caminho que mostram se são ou não os eleitos, de fato. – Disse Amelia.

- E que provações são essas? – Perguntou Fred, ajeitando-se no sofá e colocando uma compressa de gelo no joelho.

- Elas vão por em evidência seus medos, inseguranças e defeitos, e ver se são capazes de passar por cima de tudo para salvar vocês mesmos e o resto do mundo. – Explicou Amelia, sentando-se em uma poltrona. – Vão de acordo com cada pessoa, e ninguém nunca sabe exatamente o que é. Só se sabe que fica nos arredores da Irlanda, no litoral. Creio eu que nos Cliffs of Moher.

- Consta nos livros algo sobre como fechar os portões? – Perguntei. Minha mãe balançou a cabeça, negando. Olhei para Ethan, assustada. Ele estava sério, olhando para o chão, pensando.

- Meu avô fez uma profecia sobre isso. – Disse ele. – Nunca fez muito sentido para mim, até agora.

- Você pode dizer qual é? Por favor? – Perguntou Amelia.

- Eu decorei... “Nas trevas, o sino do inferno tocará; os eleitos, a Morte escolherá; no sacrifício final, o coração solitário perecerá; e no lacre final, o terror ele conterá”. – Recitou, como se estivesse em transe. A temperatura no cômodo pareceu diminuir em dez graus, e o silêncio pesava, permanecendo por um bom tempo. – Eu nunca pensei que fosse algo para se levar a sério, já que ele vivia fazendo poemas e essas coisas, e nunca faziam sentido. Eu era uma criança, não entendia nada disso.  Quando fiz uns sete anos, me explicaram que ele era médium e oráculo.

Assenti, tentando absorver tantas informações.

- E as Portas da Morte não são só isso. – Disse Andrew, de repente. – Dizem que quem completa a jornada, chega até lá vivo, a Mortem concede apenas um desejo, e que esse desejo pode ser qualquer coisa... Vida eterna, riqueza infinita, ressurreição de alguém... Então, sempre há gente indo atrás desses portões, cheios de ambição. E isso pode ser um problema.

- Então... O que nós faremos? – Perguntou Kensi.

- Vamos fechar as Portas da Morte. – Disseram Fred, Andrew e Ethan em uníssono, totalmente sérios e pálidos.

Ethan Williams POV – Amanhecer de 06 de Novembro.

Marie estava abraçada a mãe dela fazia uns bons dez minutos. As duas estavam se despedindo, pois afinal, estávamos saindo em viagem. E talvez, nunca voltaremos.

- Então... Meninos... Vocês estão levando tudo que precisam?  - Perguntou Amelia, com tom choroso. – Dinheiro, roupas, armas?

- Sim, pegamos tudo. – Respondi, abraçando Marie lateralmente. Andrew fechou o porta-malas do carro, enfeitiçado para ser maior do que realmente é, e se aproximou.

- Prontos? – Perguntou ele, abraçando Kensi.

Assentimos.

- Vem cá, um minuto, Ethan. – Chamou Amelia, se afastando um pouco.

- Sim?

- Escute. Eu quero te agradecer por estar na vida de Marie. Eu não sei o que essa garota seria sem você. Depois que você chegou, ela mudou muito, e para melhor. – Fiquei constrangido, corando levemente e sorrindo de canto. – E eu quero que você me prometa, não importa o que aconteça, você vai cuidar dela e protegê-la. E, principalmente, vai trazê-la sã e salva para casa.

- Você tem minha palavra. Eu morreria por ela. De novo. – Respondi, olhando de canto para Marie, que conversava baixinho com Kensi. Voltei a olhar para Amelia, e ela sorria.

- Agora vai. Vai salvar o mundo e trazer minha menina de volta para casa.

Amelia me puxou para um abraço, e logo eu e os outros estávamos partindo. Iríamos até a costa, onde pegaríamos uma balsa e iríamos para a Irlanda. Pelo menos, era o que eu esperava.

As janelas do carro estavam abertas, fazendo com que o ar frio da manhã batesse de encontro aos nossos rostos. Fred, que dirigia, ligou o rádio e You Only Live Once dos Strokes começou a tocar. Cheguei a sorrir.

- Vejam pelo lado positivo da coisa. – Eu comecei a dizer, e me olharam. – Pelo menos, não teremos de ir ao colégio, estaremos sozinhos viajando pelo país. Isso não tem um cheiro de liberdade?

Marie sorriu.

- Eu sempre quis sair dessa cidade pequena e conhecer o resto do mundo. É um bom começo.  – Comentou ela, concordando. – Podemos esquecer, por alguns momentos, que temos essa responsabilidade em mãos e simplesmente aproveitar, não é?

Todos assentiram, sorrindo levemente.

Pena que aproveitaríamos por pouco tempo. 


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Notas finais do capítulo

E então?



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