Não Olhe Para Trás escrita por Mnndys


Capítulo 25
Em apuros




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Volto para casa, só me troco e estou pronta para sair de novo. Preciso me distrair, não quero pensar em Ethan e nem naquelas malditas cartas. Penso em fazer comprar, isso me acalmaria.

- Quero sair. – Digo assim que encontro papai subindo as escadas.

- E o que te impede? – Ele pergunta confuso.

- Carter. Eu não o quero comigo. – Falo.

Papai coça a cabeça.

- Isso não está em discussão. – Ele diz.

- Eu só quero sair por duas horinhas sem alguém seguindo até mesmo cada pensamento meu. – Reclamo.

- Vou falar com Christian. – Papai está considerando.

Fico esperando na sala enquanto ele está no escritório em uma ligação com Christian.

Meu telefone tem tocado algumas vezes. Não quero atender Ethan.

Papai sai do escritório e meu celular volta a tocar. Dessa vez é o nome de Christian que aparece na tela. Franzo a testa sem entender.

- Me diz exatamente o que quer. – Christian fala quando atendo.

- Andar no shopping, fazer compra sozinha. Não é pedir muito. – Digo.

- Mia você sabe que eu não deixaria Carter com você se não fosse para te proteger.

- Jack Hyde está preso! – Protesto. – Você tem informação de mais alguém querendo te prejudicar? – Pergunto a ele.

- Não. Mas...

- Mais nada Christian, é só por hoje.

- Só por hoje entendeu? – Ele diz se dando por vencido.

- Obrigada.

Papai fala com Carter antes que eu saia. Me sinto aliviada e livre por poder tirar meu carro da garagem sozinha, sem ninguém me seguindo.

Paro em uma lanchonete antes de ir para o shopping, quero tomar um suco. Estou sentada quando uma mulher chega e fala comigo.

- Mia não é? – Ela pergunta.

- Isso. – Digo confusa. Ela tem traços familiares, mas não me lembro de onde a conheço.

- Sou Elizabeth fizemos o ginásio no mesmo colégio. – Ela fala. Não tenho muitas lembranças dela. Vagamente me recordo dela pelos corredores, estava dois anos a minha frente, nunca conversamos, mas lhe dou um sorriso. – Posso me sentar aqui? – Pergunta.

Maldita etiqueta!

- Claro. – Falo sem muita animação.

- Tudo bem? – Ela me pergunta. – Você parece chateada, nada parecida com a Mia que conheci.

- Estou tem um dia ruim. – Falo. – E então o que você faz agora? – Pergunto tentando desviar a atenção de mim.

- Trabalho na SIP. – Diz.

- Minha cunhada é editora chefe. – Falo.

- Anastásia? – Ela diz.

- Ela mesma, bem você deve saber que ela está casada com Christian Grey. – Digo.

- Quem não sabe não é? – Fala. – Eu só não havia ligado o nome a você.

Dou um sorriso forçado para ela.

Meu celular volta a tocar em cima da mesa.

- Não vai atender? – Elizabeth pergunta.

- Não. – Falo instantaneamente. – Você deveria estar na SIP agora não é? Está de folga? – pergunto sem mostrar que estou começando a me incomodar com a presença dela.

- Dei uma saída e passei pra tomar um café. – Fala. – Foi uma grande coincidência te encontrar. Quando voltar direi a Ana que estive conversando com você.

- Ela provavelmente ficará surpresa com o fato de nos conhecermos. – Falo casualmente.

- Provavelmente sim. – Ela concorda.

- Vou ao banheiro. Com licença. – Falo e me levanto em seguida.

Tinha como o dia ficar pior?

Decido voltar para a mesa e avisar a Elizabeth que estou indo, ela podia até não ser uma pessoa chata, mas eu não estava para conversas, não hoje.

- Tenho que ir. – Digo assim que me aproximo da mesa.

- Você nem terminou de fazer seu lanche. – Ela fala. – Espero que eu não esteja te atrapalhando.

Sou obrigada a forçar um novo sorriso e me sentar. Falo com ela sobre gastronomia e viagens, enquanto termino de comer.

- Foi muito bom te ver Mia. – Ela diz se levantando. – Preciso voltar ao trabalho.

- Foi um prazer. – Digo e me levanto também. – Já vou indo também.

Caminho com ela até o estacionamento.

- Tchau Elizabeth – Falo enquanto abro a porta do meu carro.

- Receio que vamos ter que passar mais algum tempo juntas. – Ela fala e eu não entendo.

Me viro para perguntar para ela o que queria dizer, mas dou de cara com um homem que pressiona um pano contra o meu nariz.

Quero gritar, mas não posso. Minha cabeça começa a ficar zonza e meu corpo está completamente amolecido, de repente tudo fica escuro.

- Olá vadiazinha. – Aquele homem diz quando eu volto a ter consciência.

Olho pelo vidro do carro tentando saber onde estou, tem muitos prédios antigos e abandonados ao redor, não reconheço esse lugar.

O homem a minha frente retira o pano que estava em minha boca.

- Quem é você? – pergunto com a voz um pouco sonolenta.

Ele ri.

- Já deve ter ouvido falar de mim. Jack Hyde. – Ele fala.

Meus olhos se forçam a ficar abertos em surpresa. Isso parece divertir Jack Hyde, que está sorridente.

Elizabeth ainda está no carro.

- É hora de fazermos uma ligação. – Jack fala.

Imagino que deve querer dinheiro. Para quem vai ligar. Papai? Christian? Ele está com meu celular nas mãos.

- Tem varias ligações perdidas do Ethan. – Jack diz friamente. – Ele é insistente, você deve ser realmente uma puta muito boa para enlouquecer ele assim. – Me enoja o modo como ele fala. – Eu poderia descobrir isso por mim mesmo. – Diz passando a mão em meu corpo.

- Christian vai te matar se você encostar em mim. – Falo destemidamente.

Jack ri, ele não tinha medo de Christian.

- Christian não esta aqui para me impedir de foder você agora mesmo se eu quiser e depois te matar.

- O que você quer? – pergunto para ele.

- Só me divertir um pouco. – Diz. – E é claro um pouco de dinheiro.

Jack cochicha algo com Elizabeth em seguida e ela sai do carro.

Estou com raiva de mim mesma por ter insistido para sair sem Carter essa tarde, se eu não fosse teimosa provavelmente não estaria nesta situação.

É a primeira vez que sinto medo de verdade na vida, medo de nunca mais ver todas as pessoas que amo. Estou em pânico por dentro, mas me forço a não demonstrar. Não daria esse gostinho a Jack Hyde.

- Talvez eu devesse filmar nós dois juntos e mandar para o seu namoradinho ou para o seu irmão. – Ele continua falando.

- Você não vai tocar em mim! – Grito.

A mão de Jack pega meu pescoço de repente.

- Não grita comigo vadiazinha. – Ele fala. – Eu faço com você o que eu quiser.

Em um segundo a boca dele está junto a minha, ele tenta forçar a língua contra os meus lábios, mas eu o mordo.

A mão de Hyde atinge com força meu rosto, sinto arder o local do tapa, mas não demonstro a dor. Faço questão de cuspir em seguida para mostrar meu nojo.

Meu medo estava dando lugar a raiva.

- Tão rebelde como a cunhada. – Ele diz. Está falando da Ana. – Por falar na vadia vamos fazer uma ligação.

Porque ele ia ligar para Ana e não para Christian, ele quem é meu irmão.

Jack procura alguma coisa dentro de uma mochila, tira uma garrafa de água e uma cartela de remédios. Não sei o que é, mas ele me força a beber e depois coloca a mordaça de volta.

Começo a sentir meu corpo relaxar ao mesmo tempo em que sinto muito sono.

- Bem, Olá, Ana! Quanto tempo não nos falamos. – É a ultima coisa que me lembro de Jack falar com o telefone nas mãos.


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