Se Eu Morrer Jovem... escrita por Isabell Grace


Capítulo 9
Capítulo Oito - Cato




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Eu sentia um frio na barriga tão grande que por um momento eu achei que meu coração tivesse parado. Não, não e não. Era só o que eu conseguia pensar. Não podia ser ela, não era verdade, era um sonho, um pesadelo. Mas infelizmente eu sabia que aquilo era real. Aquela garota cheia de ideias malucas, aquela garota com o sorriso mais lindo do mundo, aquela garota que pensou em fugir comigo hoje mais cedo tinha sido selecionada para participar dos Jogos Vorazes, o que ela mais temia.

Ela cruzou o caminho até o palco sem demonstrar medo nenhum, mas eu sabia que por dentro ela estava morrendo de ódio de tudo aquilo.

Foi então que me toquei do segundo problema: seu adversário. Sinnel, meu melhor amigo. Ele iria se voluntariar não importando quem fosse a garota. Ele poderia se aliar a ela e depois mata-la quando ela estivesse dormindo ou quando sobrassem apenas os dois, ele faria isso sem nenhuma dó. E eu não iria aguentar ver isso, vê-la morrer nas mãos dele ou ele nas mãos dela.

Eu tinha que fazer alguma coisa e rápido porque Sophie já ia chamar o tributo masculino. Então quando ela diz:

- E quem será o nosso rapaz?

Eu grito sem pensar duas vezes:

- EU ME OFEREÇO COMO TRIBUTO!

Imediatamente um grupo de quatro pacificadores me acompanha até o palco e sou recebido por Sophie.

- Qual é o seu nome, querido?

- Cato Sain.

- Então, aqui estão os tributos do Distrito 2. Cato Sain e Clove Medrick. Vamos lá, cumprimentem-se.

Eu me virei e apertei a mão dela como se estivéssemos acabado de nos conhecer. Ela me olhava fixamente nos olhos. Eu sabia no que ela estava pensando. Sabia que ela estava com raiva de mim por ter feito o que fiz. Agora ela devia estar pensando como vai ter coragem de me matar ou como eu vou poder mata-la. Mas eu não ia fazer isso.

Olhei novamente para a multidão e encontrei os olhos de Sinnel, estavam piores do que os de Clove. É claro, eu tinha roubado a chance e oportunidade dele de ir lutar nos jogos e ele queria isso mais do que ninguém.  Eu sei que ele ia me odiar pra sempre, que nunca ia me perdoar. Mas isso pouco importava agora. Eu não ia voltar pra casa nunca mais.

Eu tinha certeza de que era o único dos 24 tributos que não estava indo lá pra ganhar e sim pra proteger a pessoa que ama. É, eu amava ela, mais do que ninguém, talvez tanto quanto minha irmãzinha, mas eram tipos de amores totalmente divergentes. Mas eu me toquei disso apenas agora, no último segundo. E eu tinha que protegê-la. A garota das facas, que nunca erra. A garota que eu amo.

Clove ia voltar, eu não. 


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Notas finais do capítulo

Hoje a noite tem mais um porque esse tá bem pequeno.