Se Eu Morrer Jovem... escrita por Isabell Grace


Capítulo 7
Capítulo Seis - Cato


Notas iniciais do capítulo

Como prometido tá ai o capítulo 6. Esse capítulo é pra vocês verem um pouco de como Cato e Clove não pensavam tão diferente da Katniss e do Gale, que meso morando no 2, as coisas não eram tão diferentes do 12.



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É dia de Colheita. Esse é o meu primeiro pensamento quando acordo de manhã. Daqui a algumas horas um aerodeslizador iria chegar com o pessoal da Capital para a cerimônia na praça do Edifício da Justiça. Imagino que Sinnel nem deva ter dormido essa noite por conta da ansiedade. E a garota que pensa em se voluntariar também não. Seja lá quem ela for porque ainda não sei quem é. Por um milésimo de segundo passou pela minha cabeça que nenhuma se voluntariasse e acabasse tendo um sorteio, mas tem muitas garotas no Distrito 2 e uma com certeza iria querer, então logo descartei a hipótese.

Levantei-me da cama e me arrumei com qualquer roupa que tinha na gaveta, iria deixar uma melhor para a hora da Colheita.

Sai de casa meio sem rumo, então pensei logo em passar na casa de Sinnel ou de Clove, escolhi a segunda opção. Sinnel devia estar ansioso e consequentemente mais insuportável do que ontem. De qualquer forma estar com ela era sempre melhor do que estar com ele.

Passei pela janela do quarto dela e a gritei como fazia todas as manhãs antes de irmos para o centro de treinamento, mas dessa vez ela já estava vestida e pronta pra sair.

As ruas estavam um pouco vazias. Provavelmente as pessoas estavam em casa se preparando para a Colheita.

- Quero te levar em um lugar. – eu disse a ela – Não vou lá tem muito tempo.

- Aonde?

- Vem comigo, é uma surpresa.

Pego a mão esquerda dela e continuamos caminhando juntos. Quando chegamos perto de um morro paro e me posiciono na frente dela.

- Ok, feche os olhos – eu digo – Não vale espiar.

- Não vou, prometo.

- Confia em mim?- pergunto. Por um momento ela abre os olhos olhando fixamente nos meus.

- É claro que confio, Cato. – ela dá um meio sorriso de lado e fecha os olhos novamente.

Então, pego sua outra mão e começamos a subir o morro. Eu a guio até lá no alto. Quando chegamos eu a faço se sentar no chão de grama e me sento do seu lado.

- Tudo bem, pode abrir os olhos agora.

O lugar era uma montanha, dava pra ver o Distrito todo de lá. A praça, o centro de treinamento, a minha casa, a de Clove, a floresta e até a Aldeia dos Vitoriosos onde viviam os ganhadores dos Jogos Vorazes, era lá onde eu ia morar quando ganhasse o 3° Massacre Quaternário.

- É muito bonito, Cato. Eu nunca soube desse lugar aqui.

- Eu vinha aqui quando era bem mais novo. Antes de a Emily nascer, antes de conhecer você e antes de eu começar a pensar nessa loucura toda de jogos.

- Também acha isso uma loucura e idiotice total, não é? –balanço a cabeça concordando – Por que faz isso então, Cato? Por que quer ir para esses jogos?

- Eu já disse, Clove. Não tem outro jeito de se ser alguém por aqui se não for ganhando isso.

- Podia ser de outra forma, sabia?

- Qual? – perguntei

- Não sei. A gente podia se esconder por ai, talvez na floresta, talvez pudéssemos achar um caminho pra chegar a outro distrito. Você levaria a Emily. Eu não tenho mais ninguém mesmo. Seriamos mais livres.

Por um momento ficamos em silêncio. Eu comecei a pensar no que ela dissera. Apesar de ser uma ideia um pouco maluca e pouco provável, talvez ela pudesse estar certa. Viver livre não parecia uma ideia tão ruim assim, mas antes que eu pudesse responder qualquer coisa, ela disse:

- Fugir. – ela deu uma leve risada de si própria – Que bobagem, né?

Mas eu queria ter respondido que fugiria com ela.


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