- Estamos chegando! – Sophie disse animada – Venham ver, vocês vão adorar a Capital.

Corremos para a janela e conseguimos ver milhares de pessoas com aqueles visuais típicos e esquisitos, parecidos com o de Sophie. Elas acenam para nós como se fossemos ídolos de uma geração. Sinto-me obrigada a sorrir e acenar para eles como se eu estivesse adorando tudo aquilo, mas a atenção que nos davam era realmente bem legal. Cato fazia o mesmo.

- Tudo bem, venham aqui os dois. – Enobaria chamou – Precisamos falar uma coisa antes de desembarcarem. – Saímos da janela e nos sentamos nas poltronas – A partir de agora, infelizmente, vocês não são mais vocês mesmos. Têm que se mostrarem bastante fortes e dispostos a fazer tudo para ganharem os jogos. Vocês são carreiristas, têm que se portarem como tais. Colocarem medo nos outros tributos.

- Temos que ser como valentões. – Cato afirmou.

- Exatamente. – ela continuou – É por isso que vocês dois não podem mostrar nenhum tipo de amor que sentem um pelo outro enquanto estiverem no treinamento, uma amizade no máximo. Deixem pra fazer isso à noite quando estiverem sozinhos.

- Estratégia de casal não dá certo pra carreirista. – Brutus disse – Faz parecer com que sejam fracos.

- Clove, se perguntarem, diz que não se voluntariou porque pretendia ir para o próximo ano, mas que de qualquer forma está feliz pela oportunidade de poder vir nesse ano. Nunca diga que é porque não gosta dos jogos. – Enobaria aconselhava e eu apenas concordava com a cabeça. – E você Cato, de jeito nenhum diga para ninguém, além de nossa equipe, que se voluntariou pra salvar ela. Vocês dois, a partir de agora, na frente das câmeras são pessoas sem nenhum tipo de sentimento além de vontade de ir para os jogos. Estamos entendidos?

- Sim. – respondemos ao mesmo tempo.

Desembarcamos numa espécie de sala, muito grande, era em um edifico. Várias pessoas trabalhavam para receberem os tributos. Conhecemos nossa equipe de preparação Jostel, Fannie e Leslie. Tinha também Cap, o meu estilista e Joanie, a estilista de Cato. Eles iriam começar a trabalhar conosco amanhã de manhã para o desfile de tributos, que seria mais a noite.

- Querem conhecer o salão de treinamento? – Sophie perguntou – Acho que os tributos do 1 estão lá.

- Vão lá. – Brutus disse – É uma ótima oportunidade de começar a interagir com eles.

Sophie nos acompanhou até salão no subsolo do edifício. Cato e eu olhamos em volta. Era muito grande e tinham várias estações com armas e alvos em diferentes pontos.

Ao longe, no fundo do salão vejo a garota do 1, Glimmer, treinando arco e flecha, ela errava raras vezes, acertava a maioria. O garoto, Marvel, estava sentado em um banco, perto dela, analisando algumas lanças. Devia ser a especialidade dele.

Sophie fecha a porta nos deixando a sós com eles.

- Olá. – Marvel diz em um tom já amigável, como se nos conhecemos há algum tempo – Vocês devem ser do Distrito 2, não é? Cato e Clove, certo?

- Certo. – Cato disse – E vocês, Marvel e Glimmer? – Glimmer para de atirar as flechas no alvo, parecendo perceber somente agora a nossa presença.

- Isso. – Marvel responde.

- Distrito 2. – Glimmer nos olha de cima a baixo, analisando. – Legal. Devemos nos aliar, não é? Nossos mentores aconselharam aliarmos a vocês. É sempre uma boa estratégia.

- Óbvio. – respondi com um tom superior ao dela – A aliança vai nos fazer mortíferos.

Não sei por que, mas não tinha ido muito com a cara daquela garota, tinha alguma coisa nela que eu não gostava. Era como se ela estivesse me desafiando. Mas por questão de sobrevivência eu tinha que me aliar a ela e ao mesmo tempo ficar de olhos abertos. Pelo menos o garoto parecia simpático.

- Aliados? – Marvel perguntou esticando a mão para Cato.

- Aliados. – ele respondeu a apertando. Fiz o mesmo com Glimmer e depois com Marvel. Cato apertou a mão de Glimmer e ela lhe deu um sorriso conquistador.

- Vou adorar ser sua aliada. – ela disse a ele.

Agora eu entendia porque eu não gostava dela.