O Passado do Seu Coração escrita por Kuchiki Manu


Capítulo 5
Capítulo 05 - Destino inevitável.




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Nós tememos o que não podemos ver”

 

(Bleach - Volume: 01)

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CAPITULO 05 – DESTINO INEVITÁVEL

 

Hogyoku...? Hougyoku. Hougyoku!

 

Sim, conhecia muito bem esse nome, na verdade, já chegou a ficar bem perto dessa criação, no momento em que esta esteve adormecida - ocultamente - dentro de seu corpo.

 

O motivo da traição de Aizen. A causa dos problemas da Soul Society. O motor da transformação mais avançada que um shinigami poderia sofrer. O que um shinigami poderia alcançar.

 

Algo que almejava poder. Ultrapassa limites.

 

A criação mais brilhante, e mais perigosa, de Urahara Kisuke.

     

    - O Hougyoku é uma substância que pode quebrar os limites impostos a um shinigami. Em poucas palavras, ela pode 'quebrar a barreira' do poder. - disse Mayuri após alguns segundos de silêncio.

 

Rukia desviou a atenção do papel em suas mãos, fitando o louco capitão.

     

    - Todo shinigami tem um limite. Por mais que treine e procure aperfeiçoar suas habilidades, haverá um momento em que ele chegara a uma barreira imposta pelo seu potencial. Sendo assim, a sua evolução é interrompida. Esse é o limite. - Mayuri continuou, começando a andar em círculos – As anotações que encontrei deixam bem claro que esta é a função do Hougyoku. Agora, há uma questão que não está bem esclarecida...

    - E qual seria essa questão? - Byakuya perguntou seriamente.

 

Mayuri parou.

     

    - O que? O que essa substância causa em um shinigami para que ele quebre a barreira? - respondeu com outra pergunta, em um tom meio curioso e indignado – As anotações mostram que o Hougyoku quebra os limites, mas não diz qual é a conseqüência deste ato no corpo do shinigami. Qual será o resultado...? Isto não é respondido com clareza.

    - Mas algo tão importante não deveria estar presente nas anotações? - comentou Rukia.

    - Era o que eu achava. Revirei por várias vezes os arquivos, mas nada do que encontrei dizia o que eu queria. Mostra a composição, a função do Hougyoku; mas não o seu resultado. - crispou os lábios irritadamente – Isso me revolta! Não gosto de lacunas em minhas pesquisas. Uma criação tão brilhante deveria ter suas informações guardadas com cuidado, isto é fundamental, e creio que Urahara Kisuke sabia disso... - disse a ultima frase com um ar obvio, e ao mesmo tempo estranho. Como se não fosse algo comum de acontecer.

 

Rukia percebeu a mudança de expressão, se vendo no intuito de perguntar:

     

    - O que você quer dizer?

    - Não irei tomar conclusões precipitadas. O que encontrei já serve como base para o inicio da experiencia. - Mayuri mudou o foco da conversa - Irei utilizar os estudos básicos da quebra dos limites dos poderes de um shinigami, em função de chegar a resposta de como quebrar a barreira do tempo. Estudando a composição do Hougyoku... - sorriu – Eu poderei superar esse limite.

 

Rukia não pode deixar de sentir um calafrio ao ver aquele sorriso sombrio no rosto do capitão do 12º esquadrão. Aquele homem é louco! Concluiu mais uma vez que estava em uma situação muito critica para ter procurado a ajuda dele. A que ponto foi chegar...

     

    - Agora, isso não foi o único motivo de eu tê-la chamado, Kuchiki Rukia. - Kurotsuchi mais uma vez falou – Como segundo passo na experiencia... Quero que me mostre o local da sua luta contra o 'hollow que controla o tempo'.

 

~o~o~o~

 

O sol começava a nascer no horizonte no momento em que se aproximaram aos territórios do 13 esquadrão. Graças ao shunpo e a proximidade do local, não levou muito tempo. O silêncio era constante enquanto andavam.

     

    - Foi aqui. - informou Rukia parando.

 

Logo em seguida, Byakuya e Mayuri fizeram o mesmo.

 

Mayuri fez questão de levar alguns de seus subordinados. Uma tarefa difícil, já que ele não confiava em ninguém, mas necessária. Ele olhava o local com certa curiosidade, chegando a conclusão de que era apenas um local utilizado para treinamento. Não tinha nada de anormal, mas ele já sabia que era isso que iria encontrar.

     

    - Vamos seus, incompetentes! Mapeiem todo o lugar! - disse Mayuri aos seus três subordinados, que o obedeceram de imediato.

 

Rukia observava tudo. Porém, a sua mente estava preocupada com outro assunto...

 

...Hougyoku.

 

O que Mayuri disse de certa forma era suspeito. Como os papéis não diziam o resultado do Hougyoku? Talvez Urahara tivesse levado com ele, mas... Não. Não tinha certeza. O fato de estar naquele lugar, fazia com que todos os seus palpites entrassem em conflito.

 

Agora, sabia o que o Hougyoku fazia. Um pouco, no entanto, poderia ser de grande ajuda, não é? Um dos resultados eram os Espadas, servos de Aizen. Quem sabe isso poderia ajudar Mayuri, mas... Também poderia prejudica-la. Provavelmente ele iria perguntar como ela sabia dessas coisas, e dizendo isso, seria uma grande revelação. Poderia causar suspeitas, poderia até mudar o seu futuro. O fato de descobrirem Aizen como traidor antes do tempo, causaria um futuro totalmente diferente do seu. Sabia muito bem disso.

 

Era repugnante. Se sentia incapaz e inútil por saber informações tão importantes, que poderiam livrar a Soul Society de um futuro trágico, e mesmo assim não poder dize-las. Tudo pelo seu próprio beneficio.

 

Literalmente tinha em mãos o futuro da Soul Society, mas também a sua própria existência. A existência daqueles que conviviam ao seu lado. Tinha o poder – de com apenas uma palavra – mudar a história de vidas.

 

Esse era um poder muito grande, ao qual nunca desejou ter.

 

Sentia-se sufocada. Não sabia o que fazer. Queria gritar, mas não tinha forças. Estava encurralada nos próprios pensamentos.

     

    - Você está bem? - ouviu uma voz pergunta-la.

 

Era Byakuya. Ao olha-lo, viu que ele não desviou a atenção dos subordinados de Mayuri, que avaliavam o lugar. Com isso, notou que perto de outras pessoas, aquele Byakuya, de alguma forma, voltava a ser o seu Nii-sama.

     

    - Estou. - respondeu em meio a um suspiro.

 

Alguns instantes de silêncio predominaram.

     

    - Quando voltarmos... - Byakuya falou mais uma vez – Quero que me mostre algo.

    - Hã? - Rukia o olhou indagativa, se lembrando do que ele havia dito horas atrás – B-Byakuya-sama, se for sobre a Hisana nee-sama, eu... eu...

    - Não é isso. - ele a cortou – Eu apenas quero ver suas habilidades.

 

Minhas Habilidades!?

     

~o~o~o~

 

    - Eu não posso fazer isso.

    - Claro que pode. - Hisana sorriu ao ver o estado de Rukia – Byakuya-sama não irá lutar a sério.

    - Mas... Isso é errado. - Rukia tremia enquanto segurava a espada de madeira – E-Eu não posso.

    - Venha, Rukia. Eu apenas quero que me mostre o que pode fazer. - disse Byakuya, já em meio a sala de treinamento e com sua espada em mãos.

 

A garota foi seguindo em direção a ele. Contrariada, claro. Como poderia enfrenta-lo!? Mesmo que fosse apenas um treinamento, como ele disse, isso não era algo comum. “Eu contra o Nii-sama!? Isso é loucura!”

 

Hisana se assentou no canto da sala, em um espaço seguro e um pouco distante. Sabia que Byakuya não iria lutar a sério. Ele só queria ver como Rukia se saia como shinigami, e confessava, ela também queria saber o que a irmã poderia fazer.

     

    - Me ataque. - disse Byakuya ficando em posição de defesa.

 

Rukia não se moveu. O olhava com os orbes arregalados, repetindo em sua mente que não era capaz. Não por medo, mas sim por respeito.

     

    - Você está com medo? - ele falou novamente – Pelo que sei, esta espada de madeira não corta.

 

Ela sentiu passar um fio de irritação ao ouvir aquela pequeno sarcasmo.

 

Ele não é o Nii-sama! Ele não é! Parece, mas não é! Ainda não. - repetindo várias vezes isso, tentava criar coragem para avançar contra Byakuya. E conseguiu.

 

Byakuya deu um leve sorriso ao ver Rukia o atacando. Defendeu-se sem dificuldade, acompanhando cada movimento que ela fazia. Parecia que estavam em câmera lenta. Percebia cada investida antes mesmo de ela fazer.


    - Os seus ataques estão muito calculados. - comentou enquanto defendia os golpes – Isso é necessário, mas não ao ponto de eu predestinar todos os seus movimentos.

 

Rukia mais uma vez tentou ataca-lo, de uma direção diferente, e como antes, Byakuya defendeu. Será que os seus movimentos eram tão repetitivos? Ou será que não conseguia encara-lo como um oponente?

     

    - Agora defenda. - ele informou, avançando contra ela.

 

A espada em suas mãos tremeu através das investidas que recebia. Uma expressão de desconcerto e espanto tomou conta de Rukia. Os movimentos de Byakuya eram rápidos, tanto que estava perdendo o equilíbrio. Não tinha como evitar...!

     

    - Argh! - repentinamente Rukia caiu no chão.

    - Rukia! - Hisana logo se aproximou dela, tocando os ombros da irmã. - Você está bem?

    - Estou. - ela respondeu, começando a se levantar.

 

Byakuya apoiou a espada nos ombros, enquanto arqueou uma sobrancelha ao olhar para Rukia.

 

Ela percebeu.

     

    - Me desculpe, Byakuya-sama. - disse Rukia – Acho que não sou capaz de-

    - Não diga isso. - ele a interrompeu – Você se saiu bem. O que falta é você ter controle e me encarar como um oponente.

    - E-Eu... Eu não posso. - desviou o olhar.

    - Byakuya-sama, não acha que... - Hisana tentou argumentar, mas...

    - Não, Hisana. Não se preocupe. Eu apenas quero ver o que Rukia pode fazer.

 

Hisana o fitou, logo em seguida dirigindo o olhar para a irmã. Ela não era uma shinigami? Não foi isso o que Rukia disse? Não havia problema.


    - Então... Vou buscar algo para comermos. Acho que você deve estar com fome, Rukia. Passou a noite fora...

    - S-Sim. Acho que sim. - a garota respondeu.

 

A verdade é que desde que chegou ali, não havia comido nada. Antes não tinha fome, talvez por causa do acontecido não conseguia pensar em nada ou nas necessidades de seu corpo, mas agora...

     

    - Tudo bem. - Hisana sorriu gentilmente – Volto em um minuto.

 

Rukia seguiu a irmã até que ela deixasse a sala. Naquele momento, parecia a coisa mais interessante do mundo.

     

    - Não sei o motivo de você ter tanto respeito por mim... - a voz de Byakuya chamou sua atenção – Mas neste momento, quero que me veja com outros olhos. Como uma pessoa que quer lhe ajudar.

 

Ela o olhou surpresa. O que ele estava dizendo!?

     

    - Como futuro capitão, é sempre bom que eu treine cada vez mais. Não sei se você tem alguém que lhe ajude em seu futuro, mas... Acho que este treinamento será um beneficio para mim e para você. Eu não estou lutando a sério, eu só quero ajuda-la...

    - Byakuya-sama... - ela abriu a boca, mas as palavras ficaram presas em sua garganta.

    - Venha. Me ataque. - ele ficou em posição de defesa.

 

Rukia continuou com a expressão de espanto, digerindo cada palavra dita por ele. Era tão estranho o modo como ele falava, o tom que usava... Um Byakuya totalmente diferente. O seu Nii-sama nunca se importou com ela em relação ao combate. Sempre teve a impressão de que ele queria afasta-la deste campo. Byakuya não confiava nela.

 

Sentia-se inútil. Um fardo carregado pelo Nii-sama. Na maioria das vezes ele a salvava, mostrando o quanto ela era... fraca. Mesmo assim, ele nunca mostrou interesse em ajuda-la a melhorar. Parecia que ele não via potencial nela.

 

Porém, agora era diferente. Aquele Byakuya queria lhe ajudar a melhorar. Queria ser o seu instrutor. Ele estava lhe oferendo ajuda a ser uma guerreira melhor. A se ver livre de proteção, algo que a incomodava cada vez que lutava.

 

Rukia tomou um olhar determinado.

 

Ichigo, Renji, Ukitake Taichou... Nii-sama. Eu irei lutar ao lado de vocês. Mas não sendo protegida.”

     

    - Estou indo. - ela avisou em um tom confiante.

 

Byakuya percebeu a mudança, movimentando os lábios e deixando escapar um sorriso satisfatório.

 

O som abafado das espadas se chocando tomou conta da sala de treinamento. Agora Rukia não estava relutante. Atacava com o seu melhor. Sabia que Byakuya não estava lutando a sério e que nem sentia dificuldade, porém, queria mostra-lo o que poderia fazer.

     

    - Bom. - ele falou após alguns minutos.

 

Rukia sorriu ao ouvir aquela curta palavra de aprovação. Não pode segurar a emoção que sentiu ao ver um pequeno reconhecimento. Só com aquilo, já sentia-se capaz de enfrentar dez 'menos grande' ao mesmo tempo.

 

Ele percebeu a mudança no rosto dela.

     

    - Agora... Será que você consegue defender?

    - Hã? - murmurou curiosa.

 

Logo, percebeu que Byakuya não estava mais a sua frente. Pra onde ele foi?

     

    - Isso. - a voz dele soou em suas costas.

 

Rukia se virou espantada, podendo perceber a espada de madeira contra o seu pescoço. Ele utilizou o shunpo. Tão rápido!

     

    - Você tem que estar preparada para tudo. - ele começou – O seus reflexos tem que ser mais ágeis. E isso quer dizer... Utilizar o shunpo a qualquer momento. - tirou a espada da direção de Rukia – Isso poderemos resolver da próxima vez. - passou por ela, seguindo a um ponto da sala.

 

Rukia colocou a mão no pescoço. Ele estava certo. O shunpo não era muito o seu forte. Tinha momentos que ficava cansada á toa, utilizando apenas algumas vezes. Com certeza era uma de suas fraquezas em meio a luta. Tinha sorte por, pelo menos, ser boa em kidou.

     

    - Percebi a sua fraqueza no momento em que fomos ao 12º esquadrão... - Byakuya começou.

 

Ela se virou para olha-lo, presenciando algo que a deixou em estado de choque. Minha Nossa!

     

    - Se for de sua vontade, poderemos treinar o seu shunpo. - continuou enquanto retirava a parte superior do kimono, deixando o tórax exposto.

 

A Kuchiki ficou paralisada. O que ele estava fazendo!?

 

Tudo bem, conseguia se lembrar que no incidente no banheiro (ao qual tentava apagar de suas memórias) ele estava desta forma. Só que ficou tão desesperada, que nem se importou. Na verdade, nem ligou para o modo como ele estava. Tudo o que queria é que ele saísse de lá.

 

No entanto, agora era diferente. Só havia ela e Byakuya ali, e nada de anormal para lhe chamar a atenção.

 

Não pode desviar o olhar. Tinha a visão em direção as costas dele. Agora sabia o porque das mulheres de Sereitei suspirarem ao vê-lo. Nunca reparou muito, mas... Byakuya era tão bonito. Ei! O que você esta pensando, Rukia!? Pare com isso. Pare!

     

    - Aconteceu alguma coisa? - ele a despertou de seus devaneios.

    - N-Não. Não. - respondeu rapidamente, virando o rosto meio corada. Aquilo não era apropriado.

 

Byakuya a olhava indagativo, enquanto amarrava o outro kimono que pegou, já limpo.

     

    - Como disse, posso lhe ensinar a utilizar o shunpo. - repetiu terminando de amarrar o fio do kimono. - Se você desejar.

 

Ela viu que era um momento seguro para olha-lo novamente. Ainda bem.

     

    - Er... Tudo bem. - disse em meio a um suspiro aliviado.

    - Você tem certeza que...

    - Então, como você está se saindo, Rukia? - a voz doce de Hisana interrompeu Byakuya.

 

Os dois a olharam. De imediato, Byakuya sorriu ao ver a esposa.

     

    - Está tudo bem. - ele disse em um tom doce.

    - Que bom. - Hisana sorriu, elevando um pouco a bandeja com um pedaço de bolo e chá que segurava. - Trouce isso para você, Rukia. Espero que goste e...

 

De repente, Rukia ficou espantada ao ver Hisana cambalear um pouco, tombando para frente. Porém, a única coisa que tocou o chão foi a bandeja que ela segurava. Rápido!

 

Em um piscar de olhos, Byakuya, que estava ao seu lado, apareceu ao lado de Hisana a tomando nos braços, impedindo que ela tocasse o chão.

 

Extremamente rápido!

     

    - Hisana, você está bem? - ele estava preocupado.

    - Estou, Byakuya-sama. Foi apenas uma tontura. - a mulher respondeu, levando uma das mãos a cabeça.

 

Rukia correu um pouco, ficando próximo a eles.

     

    - Hisana-sama...

    - Não se preocupe, Rukia. Eu estou bem. - Hisana tentou parecer convincente, mas Rukia pode perceber uma certa diferença em seu rosto. Fraqueza?

    - Você não está bem. - Byakuya falou em um tom sério, carregando-a – Irei mandar chamar Unohana Taichou para que a examine.

    - Byakuya-sama, você não precisa...

    - Não me questione, Hisana. - ele a cortou – Apenas descanse.

 

Rukia observou cada passo de Byakuya, enquanto ele tinha Hisana em seus braços, deixando a sala em pouco tempo.

 

De repente, uma pergunta veio em sua mente...

 

... Há quanto tempo eles estão casados?

 

~o~o~o~

 

Unohana não demorou a chegar na mansão. Apesar de Byakuya não ser um capitão, os demais já o respeitavam como um. O seu pedido era algo a ser feito em poucos minutos.

 

Rukia teve que esperar em um dos locais da mansão, até o momento em que Retsu fosse embora, o que não havia acontecido. Quanto tempo estava esperando, ou se escondendo? Não sabia.

 

Mesmo assim, aquele momento a sós fez com que pudesse colocar algumas peças de seu quebra-cabeça em ordem. Uma peça que queria evitar, mas que acabou sendo inevitável de ser utilizada após aquele momento.

 

Quanto tempo Byakuya e Hisana estavam casados?

 

O motivo de querer saber? Lembrava-se perfeitamente do que o Nii-sama havia lhe dito.

 

Foram cinco anos. Cinco anos que Byakuya e sua irmã ficaram casados, antes de ela falecer graças a uma doença.

 

Esse era o seu medo. Há que momento estava? Será que estava próximo? Será que Hisana... Não. Não poderia tomar conclusões precipitadas. O melhor era ter certeza.

 

Poderia perguntar a Hisana quanto tempo, não é? Sabendo disso, poderia se localizar melhor e também se preparar para o que poderia vir.

 

Apesar de não querer saber sobre este assunto, era necessário.

     

    - Novamente, não foi?

 

Rukia levou um pequeno susto, fitando o capitão que entrou na sala.

     

    - Ginrei-sama?

    - Novamente Hisana quase desmaiou, não é verdade?

    - Sim. - abaixou a cabeça ao responder.

    - Hmm. Byakuya tem que tomar cuidado com a saúde da esposa.

 

Ela nada respondeu ou se moveu diante o comentário.

     

    - O que faz aqui? - indagou Ginrei.

    - Ah, é que... Eu não posso deixar que a Unohana Taichou me veja.

    - É verdade. Havia me esquecido de sua situação. - ele deu de ombros – Mas saiba que Unohana Taichou já se foi. Se você quiser ir ver sua irmã...

 

Até que fim!

     

    - Ah, claro. Obrigada, Ginrei-sama.

    - Hmm. - logo Ginrei deixou a sala.

 

Rapidamente Rukia se levantou, saindo em direção ao quarto de Hisana. A ansiedade de poder ter a chance de saber a verdade, o que poderia acontecer, incomodava a sua mente.

 

Queria saber. Precisava!

 

O que iria enfrentar? Para o que deveria se preparar?

 

Rukia se aproximou do quarto de Hisana, diminuindo os paços e andando com mais cutela. Ao ter uma visão melhor da porta, acabou percebendo que esta estava semi-aberta. Foi mais um motivo para tentar se tornar invisível, principalmente quando ouviu vozes vindo de dentro do quarto.

 

Olhando pela pequena brecha, pode ver que era Byakuya e Hisana. Ela estava deitada, enquanto ele se encontrava sentado ao lado dela, segurando sua mão.

     

    - Está melhor? - ele perguntou.

    - Sim.

    - Unohana Taichou disse que não é nada, foi apenas uma fraqueza de seu corpo. Mas advertiu que você tem que tomar mais cuidado. Evitar sair.

 

Hisana sorriu docemente.

     

    - Agora que encontrei Rukia, acho que não precisarei mais deixar a mansão. O que eu mais quero é ficar perto dela.

 

A Kuchiki, á poucos centímetros da porta, escutava cada palavra, fazendo o possível para não ser percebida em sua audácia de invadir a privacidade do casal. Sua mente mandava ela sair, mas o corpo não deixava. Estava travado.

 

Pode ver Byakuya segurando fortemente a mão da esposa, massageando com o polegar. O olhar dele estava diferente. O que era? Nunca o havia visto daquela forma.

     

    - Você se preocupa demais, Byakuya-sama. - disse Hisana, pousando as mãos sobre as dele.

    - Você sabe que sim. Eu... Eu não sei o que eu faria, Hisana. Você é a pessoa mais importante pra mim. Sem você... - suas palavras foram sessadas, ao sentir uma das mãos da esposa tocar o seu rosto.

    - Por favor, não fique desse jeito. - ela disse – Byakuya-sama já fez tanto por mim. Não quero lhe causar mais problemas.

    - Não diga isso. - ele tomou uma voz mais rígida – Tudo o que eu fiz foi pouco por você, Hisana. Você merece mais.

    - Byakuya-sama já me deu tudo o que eu precisava. Mais do que eu esperava receber. Obrigada.

    - Você sempre me agradece, sem haver necessidade. - deu um leve sorriso.

 

Logo, Byakuya tocou o rosto da esposa, fixando o olhos acinzentados no rosto dela. Uma imagem que jamais desejava perder.

     

    - Eu te amo, Hisana. - confessou mais uma vez, de muitas outras que já havia dito.

 

Ele aproximou os lábios nos dela, tomando-a em um beijo.

 

Rukia deu um passo para traz em receio, mas não foi o suficiente para ir embora. Precisava olhar mais uma vez.

 

Seu erro. Ao fazer isso, pode ver Byakuya levar uma das mãos ao início do kimono de Hisana, fazendo com que este deslizasse pelos ombros dela.

 

Já bastava. Estava mais do que na hora de sair dali.

 

Em passos silenciosos, começou a se afastar indo em direção ao jardim, que até agora, havia se tornado o seu confidente. Seu abrigo.

 

Sem saber ao menos o porque, o coração parecia estar apertado. Aos poucos ia se fechando, diminuindo o tamanho. Porque? Não sabia explicar aquela sensação. O que estava sentindo?

 

Levou as mãos ao rosto, cobrindo o mesmo e respirando profundamente.

 

Talvez soubesse o porque de estar daquele jeito. Não queria se convencer de que fosse verdade, mais a descoberta que teve a pouco, fazia com que o seu ser tivesse aquela reação.

 

Não estava preparada. Rezava com todas as forças para que aquele não fosse o momento.

 

Se Hisana morresse enquanto ela estava naquele lugar, não saberia como reagir ao ver reação de Byakuya ao perde-la. Não saberia como conforta-lo. Não estava preparada para encarar aquilo.

 

Ele amava Hisana mais do que a própria vida.

 

Sabendo disso, não suportaria vê-lo morrer aos poucos... por dentro.

 

 

Continua...

 


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Notas finais do capítulo

Pobre Rukia. Ela esta em uma situação dificil, não é?
Bom, já devem ter percebido que acima de tudo, a Rukia esta agindo com cautela e cuidado. Qualquer delise, pode prejudica-la. Ela asta encurralada, literalmente. '

Agora, queria agradecer a todos que me deixaram um review ou que leram. Muito obrigado, gente! Não sabem o quanto eu fico feliz ao ler o review de vocês e saber que estão gostando!

Um review deixa uma autora feliz, eu sou uma das provas disso! XD

Enfim, o que estão achando? O que a Rukia vai fazer?
Qualquer coisa é só perguntar, terei o prazer de responder. E se tiver alguma reclamação sobre a estrutura da fic, linguagem, erros e vocabulario... É só dizer também. Quem sabe você me ajuda a melhorar a fic?

Não esqueça de deixar um review!

Beijos! ;*