O Passado do Seu Coração escrita por Kuchiki Manu


Capítulo 6
Capítulo 06 - A beira do precipício [Não caia!]


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Estou aqui com mais um capitulo. (Demorou muito? ôo)
Espero que não achem ele muito tedioso, mas...

Boa Leitura!



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"Pensamos que a flor sobre o precipício é bonita,

pois nossos pés param imediatamente antes da beirada,

ao invés de seguir em frente além dos céus

como aquela flor."

 

(Bleach – Volume:12)

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CAPITULO 06 – A BEIRA DO PRECIPÍCIO [NÃO CAIA!]

 

Um dia passou. E outro. E outro. Dias passaram.

 

Rukia caminhava silenciosamente pelos corredores da mansão. Mais familiarizada com o lugar, mas não ao ponto de se sentir totalmente confortável. O estranho ainda era uma palavra muito forte em sua situação.

 

Era mais uma manhã calma. O nascer do sol naquele lugar não era diferente. Com os dias que passou ali, percebeu que nada mudou. Era sempre algo admirável de se ver. Gostava disso. Essa era uma das poucas coisas que estava limitava a fazer.

 

Limite, algo que começou a ser constante em sua rotina.

 

Não saía da mansão. Não poderia ser vista por outras pessoas. Mayuri não solicitou sua presença. Apenas mandava pequenas cartas, relatórios, fazendo simples perguntas e informando que tudo estava em pleno controle e de acordo com o planejado. Conseguia perceber um certo ego nas palavras de Mayuri apenas lendo o que ele dizia.

 

Ginrei as vezes falava com ela. Byakuya não fez nada que lhe causa-se tanta surpresa; apenas continuava com o seu 'normal' (em relação aquela época, claro). Normal.

 

Em meio a tudo, Hisana era a pessoa que mais convivia com ela. Sentia-se confortável perto da irmã, um pouco, mas não algo despercebido. Na monotonia da mansão, cercada pelas coisas que sempre eram as mesmas, objetos e plantas; o mais agradável era ficar com Hisana, ou simplesmente, a sós.

 

Nunca pensou que iria ficar entediada. Problemas poderiam vir, sabia disso, e procurava se manter equilibrada em relação as possibilidades. Uma solução seria sair, andar pelos campos verdes de Sereitei, no entanto, a parede do 'limite' a impedia. Detestava isso, mas forçava-se a permanecer.

 

Como agora, respeitando a rotina imposta, chegou em frente a porta do quarto de Hisana. Bateu de leve, esperando a resposta. Recebeu.

     

    - Com licença, Hisana-sama. - falou ao entrar nos aposentos da irmã. Esta estava sentada na cama. - Desculpe o incomodo, mas gostaria de saber se iremos tomar café juntas hoje.

    - Não é incomodo algum, Rukia. - ela respondeu com a voz doce – E é claro que vamos. - sorriu se colocando de pé.

 

Logo sairão do quarto, andando pelo mesmo corredor onde Rukia viera.

     

    - Como dormiu essa noite? - Hisana perguntou.

    - Bem. - Rukia respondeu enquanto andava olhando para o chão.

    - Que bom. - sorriu mais uma vez, mas ao olhar para Rukia, percebeu diferença. Guardou para si o que notou.

 

Chegaram na sala onde tomariam o café, com a porta aberta com vista para o jardim e o cheiro das cerejeiras exalando. Sentaram-se, e em seguida as empregadas da mansão começaram a servir.

     

    - Kuchiki Byakuya-sama e Ginrei-sama sairão cedo pela manhã. - uma das empregadas falou no momento em que colocava o chá na mesa – Mas Byakuya-sama mandou informa-lhe que logo voltaria.

    - Sim. Obrigada por avisar. - disse Hisana a mulher, que fez uma reverência e se retirou, deixando as irmãs a sós.

 

Rukia logo pegou um dos bolinhos presentes a mesa. Descobriu que os dessa época eram bem mais saborosos do que os de sua verdadeira casa. Talvez o cozinheiro fosse diferente?

     

    - Percebi que você esta meio... triste nesses últimos dias, Rukia. - a voz de Hisana fez com que a garota não prestasse atenção somente ao que comia – Sei como se sente. Não deve ser fácil ficar longe de casa, mas... Creio que não seja somente por isso. Há algo que falta para você?

 

A garota engoliu um pedaço de bolo preso na garganta. Fitava a irmã, que a olhava atentamente esperando uma resposta. Poderia ser sincera até que ponto? Não se esqueça do maldito limite.

     

    - N-Não é nada. - começou – A senhora e Byakuya-sama estão sendo gentis me acolhendo e...

    - É o mínimo que podemos fazer.

    - Sim, agradeço por isso, mas... - dirigiu o olhar para o jardim – É algo meu. Eu apenas... sinto falta de sair. Ver as pessoas. Falar com os meus amigos... – que não estavam ali, a mente veio lhe lembrar – É apenas uma bobagem.

    - Não é bobagem. - Hisana falou. Rukia a olhou novamente – Diferente de mim, acho que você não gosta de apenas ficar na mansão. Deve ser difícil fazer algo que não queira.

 

Rukia abaixou a cabeça, fitando a xícara e o liquido dentro dela.

 

Hisana estava certa. Era sua natureza não ficar apenas em um lugar. A prova era que não permanecia todas as noites na mansão Kuchiki, dormindo também no 13º esquadrão, visitando Renji, ou simplesmente ajudando Ukitake Taichou. Outras vezes ia ao mundo real visitar Ichigo, escutar as histórias de Inoue... Era algo presente em sua vida e que gostava de fazer. Algo que não era mais feito naquele momento.

     

    - Vamos achar uma maneira de mudar isso. - a irmã despertou-a de seus pensamentos – Lhe garanto, Rukia. - sorriu.

     

A Kuchiki menor ficou olhando-a. Como ela faria isso? Duvidava do fragmento de esperança que as palavras de Hisana criaram dentro de si. Como?

 

De repente o som de passos pode ser escutado do lado de fora. A pessoa que os fazia se mostrou em pouco tempo.

     

    - Bom dia, Byakuya-sama. - disse Hisana ao ver o marido na porta. Rukia fez o mesmo.

    - Bom dia. - ele falou com sua voz calma e séria. Somente ele falava daquela maneira.

 

Byakuya sentou ao lado de Hisana. Mesmo que não fosse comer, resolveu se juntar a elas. Teria algo a dizer...

     

    - Falei com o comandante Yamamoto a pouco tempo, junto com meu avô. - Byakuya começou – Tudo esta como planejado. Receberei o posto de capitão do 6º esquadrão em poucas horas.

    - É hoje? - a pergunta escapou da boca de Rukia.

    - Sim. Logo após Ukitake ofereceu um jantar em sua casa e espera que eu e você estejamos lá, Hisana. - olhou para a esposa ao lado.

    - Claro. Ficarei honrada. - ela disse educadamente, como sempre.

 

Rukia voltou a olhar para a xícara. Única coisa que poderia fazer agora. Não tinha o que falar, e nem teria o porquê. Estava tão ligada ao seu 'lazer', que não pode perceber um par de olhos azuis em sua direção.

     

    - Byakuya-sama, o senhor poderia me fazer um favor?

    - Sim. O que você quer? - ele perguntou a esposa.

    - Poderia Rukia acompanha-lo no jantar a casa do Ukitake-san?

 

Rukia levantou a cabeça em choque. O que!?

     

 

~o~o~o~

 

    - Por favor, Hisana-sama. Não faça isso. É muito... Muito perigoso. - implorava Rukia a irmã, que a ignorava, olhando apenas para os kimonos expostos pela pequena sala.

    - Qual deles você gostou, Rukia? - perguntou provando que não se importava com o que ela dizia. Uma belo kimono rosa claro era o dono de sua atenção.

    - Hisana-sama, por favor. - Rukia tentou mais uma vez – Capitão Mayuri disse que eu não posso andar em meio as pessoas de Sereitei. Se alguém me ver, ou se eu interferir em algo, pode... Pode mudar o meu futuro, entende? Não se preocupe comigo. O que eu disse foi-

    - Rukia, venha comigo por favor. - ela a surpreendeu, puxando Rukia pelas mãos, que não teve outra alternativa a não ser segui-la.

 

Em poucos passos ficaram frente a um grande espelho. Rukia percebeu que era por causa da sala onde os kimonos eram guardados, tendo a possibilidade de visualiza-los ali mesmo. Os nobres sempre eram práticos e não tinham pena em usufruir do luxo destinados a eles. Mas isso não era importante agora, não é?

 

Por que estava ali?

     

    - Olhe para o espelho, Rukia. - pediu Hisana, ficando ao lado de Rukia.

 

Ambas fitaram seus reflexos. Um ao lado do outro, podendo ser confundidos como uma perfeita réplica. Semelhanças notáveis e surpreendentes.

 

Elas eram idênticas.

 

Algumas diferenças poderiam ser notadas como: Hisana chegava a ter os cabelos mais 'rebeldes' do que os de Rukia, era até um pouco mais alta (apenas alguns centímetros, Rukia não deixava escapar este detalhe), ou simplesmente o olhar, o que era pouco notado. O entusiasmo em contraste com o calmo. O fervor em contraste com a fragilidade. - diferenças difíceis de serem distinguidas, por assim dizer.

 

Somente uma pessoa muito observadora poderia saber de cara quem era quem.

     

    - Viu? - disse Hisana sorrindo – Você acha que irão perceber?

    - Hisana-sama, apesar de tudo eu...

    - Faça isso por mim, Rukia. Eu não quero ver você infeliz ou entediada durante este tempo que ficaremos juntos. Quanto tempo vai levar? Um mês? Um ano? Quem sabe. - tocou os ombros da pequena – Eu apenas quero lembrar deste momento. Quero ficar ao lado da minha irmã que veio do futuro e vê-la sorrindo. Um sorriso sincero. O que estou fazendo agora é pouco e creio que não será o bastante para tirar este... tormento de suas costas, mas apenas aceite. Vá. Se divirta. Byakuya-sama aceitou minha proposta. Isso me deixaria muito feliz, acredite.

 

Rukia continuou estática, com os olhos mergulhados nos orbes de Hisana. Palavras que emanavam sinceridade. Ela apenas queria o seu bem e... não sabia como fazer isso. Sempre falava que era pouco, mas...

 

Ela apenas queria o seu bem.

     

    - Então... Você aceita essas poucas horas de liberdade que lhe ofereço, Rukia?

 

Alguns segundos de silêncio, até que...

     

    - Sim.

 

~o~o~o~

 

Não. Não! Onde estava com a cabeça quando aceitou esta idéia absurda!?

 

Os dedos começavam a doer pelas vezes que os estalava em nervosismo. Os próprios pés eram os donos de sua atenção, mesmo que estivessem praticamente coberto pelo longo kimono que usava. Azul com detalhes em prata, era assim que ele era.

 

Sabia que a cerimônia de nomeação era feita entre os capitães remanescentes. Apenas eles. Agora a personalidade gentil de Ukitake fez com que ela se estendesse.

 

Um jantar... Ukitake Taichou sempre foi agradável com todos, não é? E confirmou que a amizade (achava que se aproximava disso) que tinha com Byakuya era de muitos anos. Qual era o segredo de Ukitake? Como ele conseguia...?

 

Suspirou. Ousou olhar pela pequena janela da carruagem. As ruas escuras pela noite... Será que não poderia fugir? Voltar? Seria uma ótima opção. Depois poderia inventar uma desculpa e... Tarde demais.

 

Pode ver a carruagem atravessar o portão da mansão de Ukitake. Não tinha mais saída. A luminosidade das luzes da mansão á cercava agora.

 

Byakuya disse que a esperaria na entrada. Este foi o combinado... E o viu lá a sua espera.

 

Droga! Nii-sama jamais aceitaria fazer isso. Por que ele tinha que ser diferente?

 

A porta da carruagem se abriu. Era agora.

 

Mas... Nii-sama? Os olhos azuis ficaram atentos em direção a Byakuya. A roupa de shinigami, acompanhada da capa branca de capitão. O keiseikan agora estava em seus cabelos, não ficando mais soltos como antes. As luvas em suas mãos... Ele estava igual.

 

No entanto, era apenas a aparência por fora. A personalidade continuava com suas diferenças. Não poderia esquecer disso. Mas faltava algo nele... Onde estava o cachecol?

     

    - Ocorreu tudo bem na sua vinda? - disse Byakuya quando foi recebe-la. Estendeu uma das mãos para ajuda-la a sair. Ela aceitou.

    - S-sim. - falou ao descer da carruagem – Obrigada.

    - Sim. - estendeu o braço mais uma vez. Rukia o olhou curiosa, não entendendo o porque – Lembre-se que aqui você é a Hisana.

 

Ele estava certo.

 

Rukia engoliu seco, enlaçando as mãos nos braços de Byakuya. Nunca havia andado com o Nii-sama daquela forma. O seus sentidos não puderam ignorar a situação, então suas bochechas ficaram ruborizadas. Droga!

     

    - Antes de entrarmos... - ele começou – Todos aqui conhecem Hisana, então procure ser discreta em seus atos. Hisana permanece calada em meio a estes jantares, mas isso não quer dizer que você precise. Apenas pense antes de falar.

 

Rukia assentiu. Na verdade, achava que iria ficar mais calada do que Hisana agora. Não iria abusar. Estava caminhando para o precipício, mas não iria pular de cabeça. A vista no topo já bastava.

     

    - E saiba que não fui o único a ser promovido capitão hoje. - continuou o Kuchiki.

 

Ela o olhou curiosa. Outro capitão? Mas... Essa não!

 

Rukia parou.

     

    - O que há de errado? - ele perguntou.

    - Byakuya-sama, e-eu não posso. - Rukia deu um passo para trás – Não posso. Melhor eu voltar para a mansão Kuchiki. Sinto muito.

    - Por que? Não compreendo...

    - O capitão que assumiu junto com o senhor... Ele... - engoliu seco – Ele é o Ichimaru Gin, não é?

    - Sim. - ele confirmou, olhando-a confuso.

 

Rukia viu que estava certa. Como pode ser tão estupida? Como não pode se lembrar disso? Agora a sua queda era quase inevitável. Ele era a pessoa com mais chances de notar. Aqueles olhos estranhos, apesar de parecerem cerrados, escondiam o perigo por trás das pálpebras.


    - É muito perigoso. - deu mais uma passo para traz, olhando para os lados para certificar se alguém os olhava – Esse homem é perigoso. Não posso correr riscos. – se afastou do Kuchiki, dando de ombros – Sinto muito, Byakuya-sama. Agradeço, mas eu não... - suas palavras foram cessadas.

 

Um toque em suas mãos impediu que continuasse a falar, e muito menos caminhar. Virou a cabeça vagarosamente, dando de encontro com a sua pequena mão sendo segurada pela de Byakuya. Ele não deixou ela continuar.

     

    - Não vá. - ele falou.

 

Ela, por um momento, ficou imóvel. Até que a razão a despertou.


    - Me desculpe, Byakuya-sama. - afastou sua mão – Eu agradeço ao senhor e a Hisana-sama por terem me ajudado a sair, mas... Isso não é necessário. Eu não sou deste lugar. Não posso correr o risco de me descobrirem e... Ele vai notar. Acredite.

 

Byakuya ficou calado, olhando para Rukia seriamente. Conseguia ver no rosto dela a preocupação. Conseguia até ver... medo?

 

Rukia abaixou a cabeça, levando uma mão á um de seus ombros.

     

    - Não se preocupe. - a voz dele chamou sua atenção – Eu compreendo o que está sentindo, mas... Não precisa se preocupar.

    - Byakuya-sama, por favor...

    - Eu vou proteger você. - continuou, olhando nos olhos dela – Apenas fique ao meu lado. Não deixarei que nada aconteça com você, Rukia.

 

Ela se viu imóvel. As palavras dele rondavam em sua cabeça. O fato de pela primeira vez ver a sinceridade sair dos lábios de Byakuya, faziam o seu corpo entrar em choque.

 

A surpresa a desesperava. A surpresa a...encantava.

 

Mesmo que aquilo não fosse normal em sua realidade, a reação que o seu interior estava tendo chagava a espantar... Como? O que estava acontecendo?


    - E faça isso também... - ele cortou o silêncio de olhares – Por Hisana. É um sofrimento para ela ver você desse jeito. Ela não quer você triste durante este tempo que estão juntas, Rukia. Ela me disse isso. E não é somente Hisana que vê o seu incomodo por estar presa, eu percebi também; por isso aceitei que viesse no lugar dela.

 

Hisana...

     

    - Por favor... - Byakuya ofereceu sua mão mais uma vez – Fique.

 

~o~o~o~

 

    - Hisana-san, que bom que você veio. - um sorriso predominou no rosto de Ukitake no momento em que o casal adentrou o salão de sua casa.

 

Rukia sorriu timidamente. Estava na hora de utilizar o seu talento em 'atuar', apesar do nervosismo.

 

Byakuya continuou com a sua expressão calma.

     

    - Acho que está orgulhosa de seu marido, não é?

 

Marido...! - Foco, Rukia. Foco.

     

    - Sim, Ukitake Taich... Digo, Ukitake-san. - sorriu forçadamente.

 

O capitão do 13º esquadrão ficou surpreso pelo modo como ela o iria chamar. Taichou? É. Talvez Hisana já esteja sendo educada demais. Só pode ser o Byakuya a fazer com que ela fale desse jeito!

     

    - Ukitake, iremos sentar ao lado de Lorde Ginrei.

    - Ah, claro. Fiquem á vontade. - abriu passagem para que o casal passasse - Logo o jantar será servido.

 

Começaram a andar em direção onde Ginrei estava (e Rukia no momento não sabia). Sinceramente não sabia nem quem estava ali. Sentia vários olharem em sua direção, por isso achou melhor ignorar as pessoas envolta. Isso poderia ajudar no seu preparo... por enquanto.

     

    - Iremos ficar ao lado do meu avô. Ukitake reservou uma mesa somente para nós, então você estará mais a vontade. - ele falou olhando brevemente para ela.

    - Ah... Tudo bem. - Rukia respondeu.

 

Continuaram a andar. Rukia ao lado de Byakuya, tentava manter uma postura. Apesar de Hisana ser uma mulher com personalidade simples e calma, o sobrenome nobre andava ao lado dela. Até agora estava indo tudo bem. Mas haviam acabado de chegar, não é? Só tinha que pensar positivo. Talvez...

     

    - Ora, ora. Kuchiki Taichou e sua esposa.

 

Rukia arregalou os olhos. Não!

     

    - Ichimaru. - Byakuya falou ao vê-lo em sua frente.

    - Vim lhe parabenizar, Kuchiki Taichou. É uma honra ter me tornado capitão ao seu lado.

    - Agradeço a sua consideração, Ichimaru. Lhe parabenizo também. - disse educadamente.

 

Rukia não ergueu o olhar. O corpo ficou travado. A mesma reação...

 

Concluiu que não importava o lugar, o tempo, o ambiente; sempre teria a mesma reação. Sempre ficaria daquele jeito, como se o ar envolta estivesse mais pesado e que cortasse seus pulmões. Era como um veneno de cobra, letal e maligno, acabando com a vida de sua vitima aos poucos.

 

Detestava aquele homem.

     

    - Como vai, Hisana-chan? - Gin se dirigiu a ela.

 

Dessa vez, Rukia não pode ignora-lo. A aparência estranha de Ichimaru predominou em seus olhos, mas não conseguiu sorrir teatralmente como fez com Ukitake. O rosto ficou sério, sem expressão; enquanto o rosto de Gin era adornado com o sorriso. Um sorriso permanente e sinistro.

 

Ichimaru não mudou.

 

Ele a estudou com os seus olhos estranhos. O silêncio fazia com que “Hisana” se tornasse uma estatua para ser contemplada. Como toda 'arte', há sempre algo que predomina em sua beleza. Algo único. Porém...

     

    - Você está bem, Hisana-chan? - insistiu o novo capitão.

 

Instintivamente o corpo de Rukia encolheu. Era a sua reação de segurança, enquanto sentia-se envolta pelo veneno mascarado.

     

    - Ela está. - Rukia sentiu os seus ombros serem envoltos pelo braço de Byakuya.

 

Levantou a cabeça para olhar o rosto dele, e viu que ele fitava Ichimaru. Um olhar gélido, congelante, impenetrável. O olhar de seu Nii-sama.

 

Outra hora poderia corar incomparavelmente e se afastar o quanto antes; mas naquele momento... Aquele era o gesto de proteção que precisava para se manter lúcida.


    - Tem certeza? - Gin estava sarcástico. Byakuya não respondeu – Você é que sabe, Kuchiki Taichou. Ela é sua esposa. - tirou os olhos dela. Alivio de Rukia. - Agora se me derem licença, irei me retirar. Infelizmente não poderei ficar para o jantar. Tenho assuntos a resolver. Então desejo uma ótima noite para vocês. Bye, bye!- o sorriso cresceu mais uma vez, até que Gin foi se afastando do foco de visão de Byakuya.

 

De imediato o Kuchiki sentiu os ombros de Rukia relaxar.

     

    - Você está bem? - perguntou a ela.

    - Sim. - ela respondeu em meio a um suspiro preso em sua garganta.

 

Ele voltou a sua posição de antes, começando a andar novamente. Rukia o acompanhou mais uma vez.

     

    - Obrigada... Byakuya-sama.

    - Não há o que agradecer. - respondeu sem olha-la – Ali está meu avô.

 

Em poucos passos chegaram ao local onde Ginrei estava. Rukia logo podê ver onde estava o cachecol branco que antes havia sentido falta no pescoço de Byakuya. Continuava a ser usado pelo seu avô, claro! Antes era dele. Como não se lembrou da história do 'cachecol de gerações do Clã Kuchiki?'

     

    - Vejo que você aceitou vir. - o Kuchiki mais velho falou para Rukia no momento em que ela se sentou com Byakuya – Pensei que não viria.

    - Eu também. - falou sincera.

    - Ela estava preocupada. - disse Byakuya fechando os olhos.

    - Não há motivos para se preocupar. Quando á vi se aproximar, por um estante pensei que era Hisana. Inacreditável.

 

Rukia sorriu levemente. Pelas poucas vezes que conversou com Ginrei, acabou gostando da personalidade dele. Sentia-se honrada em poder conhece-lo.

 

 

    - Mas aproveite, menina. - ele continuou - Não é tão agradável ficar presa na mansão. Aproveite a oportunidade de ver outras pessoas. Tudo irá correr bem.

 

Era o que Rukia tentava se convencer.

     

    - Obrigada.

 

Tudo vai correr bem...

 

     

     

    Continua...

 


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Notas finais do capítulo

Mais uma aventura para Rukia, apenas pelo prazer de não se sentir presa. Mas concordem comigo, a liberdade é uma palavra muito forte, não é? E a Rukia não é do tipo de pessoa que fica presa em um lugar e faz o que os outros esperam. =)

E como diz o titulo do capitulo, a Rukia tecnicamente esta na beira do precipio para ver a beleza da paisagem, agora só tem que tomar cuidado para não cair.

Ah, e o Gin apareceu!

[SPOILER]
Pra quem não sabe, a Rukia menciona no meio da conversa que ela teve com o Gin, que ele e o Byakuya foram promovidos juntos. (não me lembro o numero do capitulo, mas se quiser saber é só perguntar que eu vou me informar)
Tudo bem que eu adiantei a promoção do Byakuya, mas não pude ir contra este fato do mangá.
[/FIM DO SPOILER]

Perceberam o avanço de convivencia da Rukia e as pessoas a sua volta? Os relacionamentos?

Muita coisa vai acontecer ainda. Pessoas para aparecer... (vou parar por aqui! HAHA! )

Enfim, queria agradecer pelos comentarios e as pessoas que estao acompanhando a fic. Fico feliz em saber que estão gostando e dando suas opiniões sobre a historia. Muuito obrigada mesmo!


E agora? Reviews? Hehe!


Fiquem com Deus!