Certamente com a minha inocência deixei passar despercebido muitos outros momentos fofos e tendenciosos dele, apenas nesse primeiro bimestre. Talvez. Não vou relatar, de qualquer forma, aqueles que me despertaram a atenção, porque capítulos transcorreriam apenas nesse assunto. Ok, ok, eu sei que vocês só estão lendo isso por causa desses pequenos trechos da minha história. Não sou de me render, mas acho que não me delongaria muito se contasse um desses...

       Então lá vai... Estávamos eu e ele conversando no pátio quando uma menina passou pela gente:

          — Nossa! Que perfume forte e ainda por cima doce, está até me fazendo mal! — ele se manifestou

          — O que eu sei é que não é o meu!

          — Eu sei que não é você, eu conheço o seu perfume... — ele disse, agora olhando em meus olhos

       Ah tá bom, que lixo! Eu sei que você leitor deve estar pensando isso, eu sei, eu sei ta bom? Mas sei lá, talvez tenha sido os olhos azuis dele que me olhavam, ou então o jeito que ele falou comigo... Porém olhe, ele podia ter me dado muitas outras respostas como: "é lógico que não é, senão eu estaria sentindo desde cedo", " não babaca! Você não reparou na menina que acabou de passar?"  Sem mais reclamações! Contei o que vocês queriam, deixem de ser ingratas...

       Vamos a parte que justifica o título do capítulo, então, Gustavo e eu sempre conversávamos entre as aulas, os professores saiam e até que o outro chegasse sempre transcorria um tempinho. Eram nesses momentos que discutíamos as mais variadas coisas, claro, já disse a vocês que éramos bons alunos, portanto durante a aula falávamos também, mas eram dúvidas e exercícios apenas... Me lembro bem, entre a 3ª e 4ª aula ele se dirigiu a mim e não parecia muito confortável, mas disse que me faria uma pergunta. Ao início desta a professora adentrou a sala e ele desistiu de fazê-la. Depois de passar 50 minutos curiosa, o sinal toca e eu me viro rapidamente na direção de Gustavo:

          — Pergunta vai... Pergunta!

          — Tá bom, tá bom... Então o que você acha de namoro no colegial? Você acha que as pessoas perdem muito o foco? — enfim a pergunta

          — Olha, eu acho que sim... As pessoas ficam muito preocupadas com quando vão sair, que foto dos dois vão postar na internet. Ai não sei. — porque que eu respondi isso? Também não sei, será que eu eu queria justificar pra ele o porquê de eu não ter um namorado até aquela altura? Talvez. 

          — É, acho que você tem razão, um amigo da minha mãe disse que acontece isso com a filha dele — e o assunto morreu ai

       Eu achei estranho, não a pergunta em si, mas o incômodo que ela causava nele e a importância que dava a ela... Como eu disse, eu era muito inocente, hoje depois de minha amigas me infernizarem tanto comecei a ver com outros olhos e dúvidas alastram-se em minha mente: será que ele gosta de mim? Será que esta pergunta tinha como objetivo descobrir se eu estava disposta a namorar? Não sei, até hoje não conheço as respostas... O que vocês, leitores, que adoram palpitar a minha narrativa, acham?