Aquele primeiro grupo de amigas não era muito o meu estilo, elas eram desesperadas por nota e também gostavam de baladas e festanças, eu me sentia deslocada no meio delas...Concientizei-me, então, que já tinham se passado dois meses no colégio e eu só tinha ele como amigo. Pelo fato de ser um menino, meu pai não gostava muito da ideia, ele sempre foi ciumento, mas as complicações decorrentes desse fato são assunto para outro capítulo.

Comecei a pensar se era isso que eu queria: ter ele como único amigo. O problema é que era impossível conciliar a nossa amizade com uma outra qualquer porque ele não se dava bem com mais ninguém e dividir o meu tempo também não era solução porque sabia que enquanto eu não estivesse com meu amigo ele estaria sozinho. Portanto, eu teria que escolher entre ele e outro grupo de amigos.

Mesmo em meio a essa dúvida ele conseguiu me fazer optar por ele. Na verdade ele fazia isso todos os dias, estar com o Gustavo era muito confortante, mas dessa vez tinha sido o seu ápice.

Depois da aula, fomos deixar as nossas mochilas para comermos alguma coisa, e no trajeto uma "amiga" minha puxou assunto comigo enquanto ele continuou caminhando, talvez tenha até demorado a se dar conta da minha ausência.

Se você se questionou a respeito das aspas, elas não estão aí por acaso, essa menina já estava me tirando do sério. Ela era minha amiga e o foi por muito tempo, desde a outra escola, mas não concordava com as atitudes que ele vinha tomando na época. No dia anterior ela já tinha conversado comigo e me irritado muito, quando ela apareceu então, bastaram duas frases dela para mexer comigo. Dessa vez não estava nem me irritando, o que ela me falou realmente me magoou, simplesmente me fez perceber que não tinha mais nela uma amiga.

Não, não é uma digressão eu vou chegar no Gustavo! Que pressa, parece que vocês só gostam do que tem a ver com ele. Depois que ela terminou de falar eu não sabia o que fazer, não sou daquelas que estouram e saem discutindo, nem daquelas que conseguem virar as costas em uma saída triunfante. Eu estava perdida... Quando eu percebo quem está do meu lado, (Pronto, fiquem felizes!) era ele, Gustavo:

— Malu, a lili está te procurando... — ele só me chamava assim perto da civilização, quando estávamos sozinhos era Dona Maria só para encher o saco haha

— A Aline? O que ela quer comigo?

— Ela não me disse, mas é melhor você ir falar com ela — me despedi da minha "amiga" e fui com o Gustavo, mas pra frente eu estranhei e perguntei por ela.

— E aí cadê a Aline?

— Ah não, era Lídia, eu disse lili.

— De qualquer forma o que a Lídia quer falar comigo? Ela quase nem fala comigo...

— hahahha...Sério mesmo que você acreditou? Não tem ninguém querendo falar com você!

— Como? Muito engraçado não acha? Eu não acredito...hahahaha — eu não entendi absolutamente nada

— Mas não era piada. Eu estava andando e vi que você tinha ficado pra trás, deixei minha mala e fui te procurar... Você estava falando com uma amiga sua, fiquei te olhando e me pareceu que você não estava gostando muito da conversa, então eu resolvi te tirar dessa e esse foi o jeito que eu arrumei.

— Ah muito obrigada! — muita vontade de dar uma braço muito apertado nele, quem faz uma coisa dessa? Mas eu não estava com ânimo, aquela menina tinha abusado da minha paciência. Ele não teve coragem de perguntar sobre o que era a conversa que me incomodava e eu também não contei porque a história era longa e o que mais eu queria era esquecê-la.