A Escolhida escrita por Jamie Hazel


Capítulo 17
Capítulo 16 - Japão parte 1


Notas iniciais do capítulo

Konbanwa, minna-san!* Então, acho que vocês estão me odiando agora , me perdoem pela demora mas eu estive muito ocupada aprendendo todo o possível sobre o Japão para poder escrever melhor para vocês. E, mesmo assim, não consegui terminar o capítulo hoje. Como acabei atrasando demais a postagem, decidi postar pelo menos a primeira parte dele (por isso o tamanho) e amanhã ou sábado postarei a parte dois. Gomennsasai* >.
*Boa noite, gente!
*Desculpe



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Deitada na cama macia com um trilhão de travesseiros, eu me senti culpada. Embora o quarto fosse de Mellany, algo nele me lembrava de coisas ruins, principalmente nossa antiga foto rasgada. Engoli meu corpo no cobertor e estremeci.

Olhei para a comida que deixaram ao lado da cama: sopa de batatas, queijo e uma variedade de pacotes de biscoitos. Quase me sentia cansada demais para comer. Quase. Tomei a sopa e comi o queijo, mas guardei todos os biscoitos para levá-los quando saísse dali.

Perguntas sem respostas rodeavam minha cabeça. De acordo com os maiores filósofos, isso seria algo bom mas, para mim, está sendo angustiante. Mesmo que seja a tal escolhida, o que tenho que fazer? Salvar o mundo?! Acho que não, já que não sou nenhum tipo de heroína como “a mulher maravilha”. Diria que estou mais para a psicótica que pretende resgatar a prima das garras de um demônio-monstro.

Fui até a porta e encostei a orelha nela. Tudo que consegui ouvir foi o barulhinho irritante da chaleira no fogão. Respirei fundo e disse a mim mesma que eles deviam estar descansando.

Eu ainda usava o mesmo vestido branco da manhã. Abri o armário para procurar novas roupas mas, em vez disso, deparei-me com meu reflexo no espelho de corpo inteiro que havia no lado interno da porta. Suspirei.

Eu estava linda.

Ainda era meu rosto, com os olhos de meu pai e o contorno do queixo que herdei de minha mãe, mas tudo estava melhor. Minha pele brilhava com um frescor impressionante. As maças do rosto estavam mais vermelhas e salientes. Era nisso que me transformei. A angústia e mágoa de antes não transparecia no meu rosto, apesar de ainda existir. Meu olhar estava mais firme, mais potente. Revirei o rosto.

Concentrei minha atenção no guarda-roupa de Mellany. Várias peças estavam penduradas ali, algumas coloridas e outras mais neutras. Escolhi uma camisa azul turquesa de botões e fechei a porta. Minha calça jeans branca estava largada sobre a poltrona então resolvi usá-la.

Logo que terminei de me vestir, sai do quarto para procurar Nicholas e Dennis. Encontrei-os sentados no escritório sem nenhum sinal de David.

– Onde está David? – perguntei assim que entrei.

– Ele foi á biblioteca para conseguir um mapa melhor de Tóquio. – respondeu Nicholas, sério.

– Tóquio?! É para lá que nós vamos?

– Não exatamente. Ainda não temos certeza de que a montanha fica lá. – Dennis concluiu, levantando a cabeça para me fitar.

Suspirei e me aproximei para observar os papéis que eles estavam lendo. A maioria deles eram mapas do Japão, todos de cidades bastante conhecidas.

– Duvido que seja em Tóquio. – comentei baixinho. Mas, Dennis escutou e pareceu se interessar.

– Por quê? – ele perguntou, sem entender.

– Porque Tóquio é uma grande metrópole. A área urbana maior do mundo, lotada de tecnologia avançada e grandes prédios. Não é óbvio? Estamos procurando uma montanha então deveríamos começar por onde tenha mais vegetação que urbanização.

Nicholou parou de ler e veio até onde eu estava.

– Muito inteligente. Procurei em alguns livros e sites por alguma montanha com esse nome, mas não encontrei. Então, comecei a pensar que essa montanha não tenha o mesmo nome para o resto do mundo.

– Como assim? – perguntou Dennis.

– Acho que devemos ter em mente que a montanha Akama é um nome fictício na lenda e originalmente, é denominada de outra forma. Só precisamos descobrir qual é.

– Só descobrir, é? Acho que isso não será uma tarefa tão fácil assim, Nicholas. – debochou Dennis, rindo.

Ficamos em silêncio por um tempo até passos ecoarem pela casa. David havia chegado. Poucos segundos depois, ele havia entrado no escritório com uma papelada na mão e um sorriso no rosto. Não posso culpá-lo por estar feliz, afinal, deve estar com saudades da filha.

Ele tirou seu casaco e pendurou-o em um cabide na parede. E então, foi até a mesa e despejou algumas folhas sobre ela.

– Encontrei três possíveis cidades. – disse enquanto ajeitava seus óculos redondos no lugar.

– Deixe-me ver. – Nicholas pegou os papéis para ver. – Akita, Shizouka e Joetsu.

– Eu ia conseguir um mapa de Tóquio, mas não acho que seja lá. Essas três cidades são as mais possíveis de acharem a montanha, já que todas incluem grandes vegetações.

– Shizouka. – eu disse.

– O que foi, Sarah? – perguntou Nicholas.

– É essa a cidade da montanha.

– Muito esperta. – comentou David enquanto mexia em seus bolsos. – Então, o monte Fuji deve ser a tal montanha.

Assenti com a cabeça e prossegui:

– Ela é localizada no centro da ilha Honshu, perto do monte Fuji. Apesar de não ser uma cidade que engloba o monte, acho que é nossa melhor opção, já que as pequenas cidades que envolvem o monte, Gotemba, Fujiyoshida e Fujinomiya, não devem ter aeroportos.

Dennis e Nicholas me olhavam assustados.

– Como sabe de tudo isso? – perguntou Dennis, aparentemente encantado.

– Eu... eu não sei. – corei e abaixei a cabeça.

– O monte Fuji é a montanha mais alta da ilha de Honshu e de todo Japão. Também é uma atração turística muito visitada. – contou David que entregava o mapa da ilha á Nicholas. – Mas, devem tomar cuidado. Ele é um vulcão ativo, apesar de ter pouco risco de erupção. Vão de noite, quando os turistas tiverem ido e fiquem seguros.

Nós três assentimos e fomos buscar nossas coisas para partir.

Subi as escadas e adentrei mais uma última vez no quarto de Mellany. Olhei ao redor para tentar gravar a imagem em minha mente. O quarto rosa estava diferente hoje, senti um cheiro forte de flores e fui até a janela aberta.

Lá embaixo, no quintal, eu vi uma senhora de chapéu regando margaridas. Ela virava ligeiramente, de vez em quanto, sorrindo para um velhinho que a observava sentado em uma espreguiçadeira. O senhor levantou devagar e foi até a velhinha. Não demorou muito para que os dois estivessem regando as flores e se ajudando. Pareciam felizes. Sorri com esse pensamento e decidi deixá-los em paz. Fechei a janela e joguei minhas coisas na bolsa enquanto sonhava em um dia que pudesse fazer o mesmo.

Logo depois, nós três estávamos nos despedindo de David.

–Lembrem-se de que para onde vocês irão é frio, levem agasalhos. – advertiu David. – E, Sarah, eu agradeço muito que você tenha vindo e mais ainda por ajudar minha filha.

Formei um sorriso leve e estendi a mão para David.

– Foi um prazer. – eu disse. Mas ele ignorou minha mão e me puxou para um abraço. Pela primeira vez, não recuei.

– Obrigado pela estadia. – Nicholas acenou de longe.

– Até depois, senhor. – Dennis disse apertando a mão de David.

E então, fomos de táxi em direção ao aeroporto novamente.

[...]

Observações do capítulo: todas as informações sobre o Japão são verdadeiras.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem, espero que não tenha ficado muito cansativo... Bom, como disse, a parte dois logo vai vir e se passará no Japão então, estou torcendo para que fique decente(ainda tenho muito que aprender).
PS: Os próximos capítulos conterão palavras, frases e expressões em Japonês escritas tanto em Hiragana* quanto Katakana* mas, terá legenda logo em baixo de cada frase ou palavra.
*É um dos alfabetos japoneses, usado para escrever palavras de origem estrangeira.
*Também é um dos alfabetos japoneses só que é usado para escrever palavras de origem japonesa.