BELLA POV.

Voltei depois do almoço um pouco mais calma. Não totalmente, só um pouco. Adentrei o prédio e fui direto para a minha sala, em questão de menos de dez minutos, Angelina Jolie estava em minha sala.

- Boa tarde Srta. Swan. – dissera, totalmente educada.

- Boa tarde Sra. Jolie. – disse da mesma forma – Olha, sem formalidades, ok? – ela sorrira tímida – Me chame de Bella. – sorri sincera a ela.

- Tudo bem, pode me chamar de Angelina. – disse sorrindo mais abertamente.

- Angelina, sei que é desconfortável o motivo que veio nos procurar, mas eu tenho que saber de tudo, realmente tudo que a levou a pedir o divórcio. – disse séria.

- Tudo bem, Bella. Eu lhe contarei tudo. – disse tomando fôlego.

Dei-lhe um sorriso encorajador e ela contou toda a história. Pelo que pude perceber, Angelina amava seu marido com todas as forças. E só pediram realmente o divórcio porque a relação já estava chegando ao cúmulo do desrespeito, mas era somente um caso de sentar e conversar que ambos resolviam seus assuntos.

Mas, como as coisas estavam recentes, não quis dizer o que pensava. Na próxima reunião que tiver eu comento com ela.

EDWARD POV.

Depois de um almoço não digerido e sim engolido, logo estava de volta ao prédio. Entrei em minha sala e em menos de dois minutos o galã Pitt estava sentado de frente para mim.

- Boa tarde Sr. Pitt. – disse o cumprimentando.

- Boa tarde, Sr. Cullen. – retribuiu.

- Sem formalidades, por favor, me chame de Edward. – disse sorrindo.

- Ok, pode me chamar de Brad mesmo. – sorriu forçado.

- Então, - pausei – pode me contar o que realmente houve para vocês terem chegado a esse ponto na relação? – eu era bem direto nesses assuntos, nada de rodeios.

- Bom Edward, as coisas começaram a complicar de uns meses pra cá... – ele começara a me contar toda a trajetória de seu casamento.

Pelo que pude observar, Brad amava Angelina. Não era só jogo de marketing como a maioria da população pensava. Ele estava bem chateado, não queria que chegasse ao fim. Brad só estava aqui porque Angelina disse que recorreria aos advogados e o mesmo não ficaria por trás também. Ele amava os filhos também e não queria ficar longe de seus pequenos, mais um motivo para entrar na briga.

Não iria expor a minha opinião no caso, ainda não era a hora de perguntar se ele tinha certeza disso, o deixarei pensar primeiro. Quando ele saíra da sala, foi no mesmo momento em que Angelina saíra da sala de Bella também, coincidência? Não, eu acho que não. 

Eles ficaram se encarando por alguns segundos, olho no olho, sorri com isso. Bella também esboçou um sorriso, acho que ela partilhava da minha opinião também. Srta. Jolie despertara para a realidade e se virara para sua advogada.            

- Muito obrigada, Bella. Até a próxima semana. – disse dando um pequeno abraço em Bella.

- Estamos aqui para isso, até Angelina. – disse Bella.

A mulher eleita a mais sexy do mundo olhou mais uma vez para o Brad, que ainda observava todos os seus movimentos, e saíra dali, se dirigindo ao elevador. Bella olhara para mim e, não entendi o significado desse olhar, voltara para sua sala. Brad deu um suspiro e me olhara.

- Obrigada por tudo Edward, até mais. – disse se despedindo.

- Vai dar tudo certo, Brad. Até. – disse a ele.

Brad sorrira triste e fora para os elevadores. Entrei de volta a minha sala e sentei-me em minha cadeira confortável. É... Acho que esses dois se resolvem, não vai ser necessário enfrentar Bella nos tribunais, apesar de que eu acho que seria divertido! Ainda fiquei trabalhando em uns relatórios, tinha que colocar amanhã cedo na mesa do Ben.

Quando dei por mim, já passava das nove da noite. Desliguei tudo e peguei minhas coisas, quando estou a trancar a minha sala, Bella também trancava a sua. Coincidência mais uma vez? Não creio! Queria falar com ela, mesmo.

BELLA POV.

Depois da conversa com a Angelina e de ver Edward, fui terminar meus relatórios para amanhã cedo, queria chegar a minha casa e dormir! Quando olhei no relógio já passava das nove da noite, arrumei minha sala e peguei minhas coisas. Ao fechar a porta de minha sala, Edward também fechava a dele. Eu realmente tinha que saber umas coisas sobre o Brad, espero que ele me ajude. 

- Boa noite, Edward. – disse cordialmente.

- Boa noite, Bella. – ele retribuiu.

Fomos andando juntos até o elevador e eu apertei o botão do mesmo. Ficamos em silêncio até o bendito chegar, que mais pareceram horas. O elevador chegou e nós adentramos o mesmo. Edward apertou o botão que nos levaria a garagem e a porta do elevador fechou.

- Dia cheio, não? – eu tinha que puxar conversa.

- Demais. – respondeu sorrindo torto.

- Edward, você acha que eles ainda se amam? – o peguei de surpresa, tenho certeza.

Ele arregalou suas órbitas verdes que eu achava perfeita, e arqueara uma de suas sobrancelhas, eu realmente o peguei de surpresa.

- Er... – hesitara – Eu acredito que sim.

- É. – concordei - Eu também achei isso ao conversar com a minha cliente. – disse satisfeita.

Edward deu uma sonora gargalhada. Eu virei palhaça agora, foi?!

- Por que ri? – o indague séria.

- Foi engraçado o modo que você disse “minha cliente”. – disse sorrindo.

Sorri também. Era inevitável não sorrir com ele, apesar de tudo eu ainda amava aquele sorriso. COMO É QUE É BELLA?! AMA O QUE?! VOCÊ NÃO AMA NADA! OUVIU?! NADA! Gritava a minha consciência.

Acho que Edward percebera a minha confusão, por que ele parara de rir e me olhara confuso.

- O que foi? – me indagara.

- Nada. – disse, meio incerta. 

Ele deu de ombros e voltou a olhar pra frente. Ai! Que elevador que não chega logo! Nós ainda passávamos pelo quinto andar! Coisa mais lerda! De repente o elevador estanca. Pára literalmente. OH MY GOD! O ELEVADOR PREGOU?!

- O que aconteceu? – perguntei já com histeria em minha voz.

- Não sei se você percebeu, mas o elevador parou. – disse totalmente calmo.

- Eu sei disso idiota, mas por quê? – o olhei suplicante.

- E eu que vou saber? – me olhou entediado.

- AAAAAAAAAAAAAAAH! EU NÃO QUERO FICAR PRESA AQUI! SOCORRO! – berrava com o todo o vapor.

- Calma histérica! – disse Edward tapando minha boca com uma de suas mãos – É só pegar o interfone que tem aqui e falar com o porteiro. – onde ele acha tanta calma? 

Não estava gostando dessa aproximação. Tudo bem que eu sou claustrofóbica, mas com ele atrás de mim tapando minha boca não era nada legal. Sentir seu hálito fresco perto do meu ouvido já era demais. Depois de séculos, meu cérebro raciocinou e eu mordi a palma de sua mão o fazendo tirá-la de minha boca imediatamente.

- SUA LOUCA! NÃO PRECISA ME MORDER! – esbravejara em cima de mim.

- POUCO ME IMPORTA! EU TENHO CLAUSTROFOBIA! FAZ O FAVOR DE LIGAR LOGO PRO PORTEIRO POR ESSE INTERFONE! – berrei. 

Já estava me descabelando e Edward me olhara com medo, já pegando o interfone. Ele ficou lá falando com o porteiro, mas eu nem me interessei pela conversa, estava desesperada demais. O ar já estava ficando escasso e eu me tremia inteira, queria a todo custo sair dali... Sentia-me tonta, o desespero já tomava conta de mim... 

EDWARD POV.

Eu realmente fiquei com medo de Bella, não sabia que ela era claustrofóbica. Falei com o porteiro, mas o mesmo não tinha como nos tirar daqui, para a minha infelicidade, teríamos que esperar até o amanhecer para sairmos daqui. Assim que desliguei o interfone, Bella estava cambaleando e percebi que ela se tremia inteira.

- Bella, você está... – não pude terminar a frase, pois ela desmaiou.

A sua sorte é que eu estava a sua frente e pude pegá-la antes que chegasse ao chão. Deitei-a no chão com sua cabeça em meu colo e pude constatar que a mesma não estava respirando! Oh Deus! Ainda bem que eu sabia primeiros socorros e a minha única solução era fazer uma respiração boca-boca.

Coloquei gentilmente sua cabeça no chão e fui para sua lateral, ainda bem que o elevador era grande. Bella era linda até dormindo... Perfeita, mas não era hora para pensar essas coisas.

 Acariciei seu rosto e aproximei meus lábios dos dela. Como eu senti falta desses lábios quentes e macios dos meus. Foco Edward, foco. Entreabri sua boca e fui fazendo a respiração boca-boca como me ensinaram.

BELLA POV.

Não sabia que tinha desmaiado, ao despertar, senti lábios macios em cima dos meus. Quando abri os olhos lentamente, pude perceber que era Edward. EDWARD! O correto seria: eu empurrá-lo de cima de mim e lhe dar uns belos tabefes, mas quem disse que eu seria correta agora?

Entrelacei meus braços ao redor do pescoço de Edward, creio que ele se assustou de início, mas logo se rendeu aos meus beijos. Nossas línguas se entrelaçaram de forma única e precisa. Edward me puxou para cima, ficando sentada e ele também, não quebramos o contato físico.

O beijo era intenso, uma mistura de vários sentimentos reunidos em um só momento. A saudade era imensa! As mãos de Edward passeavam minhas costas, numa dança sincronizada. Eu, sem perceber, já estava no colo dele, minha saia já estava levantada, aparecendo um pouco da minha coxa.

Como eu sentia falta daquela boca em contato com a minha! Por que eu perdi tanto tempo sem ela? Porque você não confia mais nele, respondeu minha consciência. Claro... ERA POR ISSO! Separei-me violentamente dele, já ficando de pé. 

- O-O que você pensa que está fazendo? – exasperei-me para ele e gaguejando um pouco.

- Respiração boca-boca? – foi mais uma pergunta do que uma resposta.

- Vou fingir que isso não aconteceu. – disse bem séria para ele – Conseguiu falar com o porteiro? – disse ríspida, eu não cairia naquele jogo de novo.

- Consegui, ele disse que não tem como nos tirar daqui. Temos que esperar até amanhã. – disse sério e ainda sentado.

Desesperei-me mais ainda. Comecei a chorar e a ficar nervosa de novo. Edward percebera e se levantara. Veio até mim e me abraçara, como eu estava num momento frágil, acabei que o abracei forte e as lágrimas caíram mais rápidas.

- E-eu q-quero s-sair d-daqui... – solucei em seu peito.

- Calma Bella, vamos sair daqui. – disse me consolando. 

EDWARD POV.

Eu queria que Bella não tivesse aquela reação ao nosso beijo, fiquei com raiva de início, mas vê-la chorando por medo de estar ali, me sensibilizou e fui até ela, a fim de consolá-la.

- E-eu q-quero s-sair d-daqui... – soluçara em meu peito.

- Calma Bella, vamos sair daqui. – a consolei.

Nós nos sentamos no chão e eu a coloquei entre minhas pernas. Bella chorara mais um pouco em meu peito, ainda abraçada a mim. Quando dei por mim, os soluços dela cessaram e a mesma já estava ressonando tranqüila. Sorri ao vê-la tão frágil em meus braços. Abracei-a mais forte, mas sem acordá-la e encostei minha cabeça na parede, fechando os olhos. Adormeci sem perceber.