BELLA POV.

- Bella? – eu reconheci aquela voz masculina instantaneamente.

- Be-Ben? – perguntei, gaguejando.

- Sim, sou eu. – pude ouvi-lo rir de leve e eu somente ofeguei, tamanha a surpresa – Creio que deva estar muito surpresa com a minha ligação, além de confusa, é claro.

- Com toda a certeza. – disse, a minha voz estava mais firme.

- Bom, estou ligando para tentar me redimir com você. – disse, com sua voz suave como o conheci.

- Se redimir comigo? – o indaguei, chocada com a afirmação.

- Sim, Bella. – ele suspirou – Sei que fiz coisas terríveis com você e quero ter a chance de me desculpar... Pelo menos em prol dos nossos anos de amizade. – e suspirara mais uma vez.

- Olha Ben, o que você fez comigo e com o Edward... – hesitei – Foi puro egocentrismo e crueldade da sua parte, mas... – suspirei pesadamente – Eu posso tentar aceitar as suas desculpas.

- Eu entendo todo o seu rancor e tudo mais. – ele concordou comigo – Sei que não mereço o seu perdão e nem sua amizade de volta, mas nesses meses que eu fiquei longe de tudo e de todos... Eu coloquei a mão na minha consciência. – ele dizia tudo sinceramente, eu acho.

- Que bom pra você, Ben. – disse – Eu acho ótimo que você tenha se arrependido e tudo mais, só que é bastante delicada a situação, sabia?

- Sei sim, mas se você me desse à oportunidade de te explicar, ou pelo menos me justificar...

- O que você fez não tem justificativa, Benjamin. – o interrompi, ríspida.

- Concordo plenamente, Bella. – suspirara – Será que algum dia você poderá me perdoar?

- Sinceramente... – tomei fôlego – Não sei, Benjamin.

- Ok... – ouvi-o bufar – Podemos conversar pelo menos, Bella? – pediu-me – Eu somente lhe peço isso, por favor...

- Não sei, Benjamin. – suspirei – Eu estou grávida de praticamente oito meses, não posso ficar perambulando sozinha por aí. – inventei essa desculpa.

- Sim, eu sei que você está à espera de uma menina. – disse.

- Como sabe que eu espero uma menina? – o indaguei, alarmada.

- As notícias voam, Bella. – e ele riu.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, o suficiente para que eu ponderasse os prós e os contras nessa conversa que ele queria ter comigo. Apesar de que, eu sabia perfeitamente a desculpa que ele me daria para ter feito toda essa barbaridade comigo, mas eu queria ouvir da boca dele e depois lhe dar uns belos tapas na cara.

- Tudo bem. – bufei – Vamos conversar.

- Que ótimo, Bella! – o senti entusiasmar – Nos encontramos aonde?

- Tem uma cafeteria muito boa próxima ao condomínio do Edward, pode ser lá?

- Claro. – ele disse, eufórico – Nos encontramos daqui a vinte minutos? – perguntou.

- Ok, então. – confirmei.

- Ótimo. – riu – Nos encontramos lá.

Eu apenas confirmei mais uma vez e encerramos a ligação. Troquei de roupa, peguei minha bolsa e os óculos escuros, então saí de casa.

Eu fui andando até a cafeteria, eram só alguns minutos de caminhada e seria bom para exercitar as minhas pernas que estavam muito inchadas. Cheguei ao local do encontro com cinco minutos de antecedência do combinado e procurei uma mesa que tivesse uma boa vista para a entrada da cafeteria. Sentei-me e pedi um machiatto de caramelo, minha boca encheu d’água só de imaginar...

Enquanto eu esperava o meu machiatto o Benjamin chegou, ele estava trajando uma roupa esporte, bem informal, já que eu estava acostumada a vê-lo de paletó e gravata. Quem não o conhecia e o via assim, nunca imaginaria o que ele foi capaz de fazer comigo e com o Edward e só de me lembrar que eu ia casando com ele, me arrepiei.

Ele me viu e sorriu timidamente, eu apenas o encarei. Benjamin caminhava em minha direção e eu senti um frio na barriga, como se algo de ruim fosse acontecer. Senti Violet mexer desesperadamente dentro de mim. Coloquei minhas mãos instintivamente sob a barriga e respirei fundo, tentando me acalmar e acalmá-la.

Era uma verdade absoluta: tudo que eu sentia a bebê sentia também, então eu tinha que ficar calma. O Calahann se aproximara de onde eu estava sentada, fiz menção de me levantar para cumprimentá-lo, eu sou educada, mas ele me impediu e se sentou rapidamente.

- Não quero que se esforce, Bella. – ele disse, ralhando – Você está para ter neném.

Não disse nada, apenas assenti. Tomei mais um gole do meu machiatto e suspirei, Benjamin me encarava com seus olhos claros instigantes.

- Eu não sei por onde começar, Bella. – ele suspirou e estalou os dedos.

- Pelo começo é uma idéia. – disse, tentando não ser irônica.

- Bella, desde o dia que eu te a primeira vez pela C&A... Eu me apaixonei por você. – ele dizia com a voz baixa – Difícil de acreditar, eu sei, mas eu nunca fui bom em demonstrar os sentimentos. – suspirou – Então, eu comecei a ser seu amigo e a me aproximar de você gradativamente. – ele me encarava agora – E eu estava achando ótimo isso, porque era mais fácil para eu ter uma intimidade com você. – riu sem humor.

- Eu não posso negar que não percebi, Benjamin. – eu disse e mais um gole do machiatto.

Ele me encarou sem expressão alguma, mas não disse nada.

- Bem, então o Cullen chegou. – ele suspirou – Nunca que eu ia imaginar que você era a Bella dele. – ele riu – Ele ficava tão patético falando de você, mas dormia com todas as garotas do campus.

- As coisas mudaram agora. – disse ríspida.

- Claro, claro... – ele sorriu – Agora vocês formarão uma família, terão uma filha e tá tudo lindo. – debochou, aonde ele queria chegar.

Eu me calei e continuava a encará-lo.

- Mas é óbvio que eu não vou deixar. – ele deu um sorriso, insano.

- Como é? – exaltei-me.

- Você vai se acalmar, querida. – ele continuava com o mesmo sorriso no rosto – Toda essa agitação não faz bem para a nossa filha.

- Você está ficando maluco? – exaltei-me novamente.

- Bella, acalme-se agora. – ele me olhou sério e abriu o casaco, eu pude ver um revolver que ele trazia consigo.

 Eu ofeguei e fiquei quieta. Meus batimentos cardíacos aceleraram mais ainda, ele tinha uma arma. Benjamim fechara o casaco novamente e depois chamara a atendente, pediu a conta e a mesma trouxe, ele tirara uma nota de vinte dólares e colocara em cima da mesa.

- Agora você vai comigo e não tente nenhuma gracinha. – ele disse ríspido – Me dê sua bolsa, querida.

Eu dei a bolsa a ele e nós saímos da cafeteria. Ninguém notou nada de estranho, cada pessoa voltada para sua própria bolha. Nós saímos da cafeteria, eu queria correr de volta pra casa. Meu Deus, Edward! Ele vai pirar! Eu sou muito burra mesmo.

Fomos andando em direção ao carro dele, o mesmo me colocara dentro e depois entrara. Benjamim deu partida em seu carro e pegamos a estrada rapidamente.

EDWARD POV.

Depois de um dia tenso no novo escritório já era à hora de voltar pra casa. E isso era o que me deixava mais calmo, pois sabia que assim que pusesse os pés no apartamento, encontraria as duas mulheres da minha vida a minha espera. Entrei em meu carro, dirigi pelas ruas agitadas de Nova Iorque e cheguei ao meu destino em questão de poucos minutos.

Estacionei o carro na garagem e saí do mesmo, pegando minhas coisas e depois ativei o alarme. Peguei o elevador e logo já estava no meu andar, abri a porta de casa e encontrei somente o silêncio no apartamento. Cadê a Bella? Eu só espero que a mesma não esteja perambulando por aí com aquele barrigão de oito meses, ela já não pode estar carregando a Violet para todo o canto.

Tirei o celular do bolso e disquei o número do celular dela. Estava fora de área, estranho. Disquei o celular da Alice, provavelmente ela estaria com a minha irmã.

- Oi maninho. – disse a nanica assim que atendera.

- Hei baixinha. – sorri – A Bella por um acaso está com você?

- Não. – ela disse prontamente – Nós saímos pela manhã e eu a deixei aí, ela me disse que não iria sair nem nada.

- Hm... Ok. – suspirei – Vou ligar pra Jullie.

- Nem adianta, ela está comigo. – riu.

- Estou preocupado agora. – falei sério – Onde aquela maluca se meteu? Já está de noite e ela com aquele barrigão e se cansando todo o tempo, o celular dela está fora de área.

- Preocupante mesmo. – ela disse séria também – Qualquer coisa nos ligue, Ed.

- Ok. – eu disse e depois encerramos a ligação.

Eu bufei irritado. Só a Bella mesmo pra me deixar dessa maneira. Fui para o banheiro, estava a fim de tomar um banho, depois comeria algo. Eu ainda acreditava que Bella tinha a consciência de que estava grávida de oito meses e não podia ficar perambulando por aí, logo deve estar abrindo a porta de casa, mas iria escutar umas boas assim que fizesse isso.

A água quente batia em meu corpo e me relaxava, eu terminei meu banho calmamente, mas assim que estava terminando de me secar, o telefone de casa começou a tocar. Atendi pela extensão que tinha no meu quarto com a Bella.

- Alô? – eu disse.

- Olá, Edward. – e eu reconheci a voz que a há meses não ouvia.