Pov. Rosalie

Eu amava muito meu pai. Carlisle fez de tudo pra me criar sozinho.

Eu era realmente grata por seus esforços para que eu estudasse.

Não havia pai melhor que ele.

Carlisle sofria de pressão alta, mas eu não sabia que ele havia parado de tomar seus remédios.

Quando Emmett o encontrou desmaiado no corredor, eu achei que morreria se soubesse que meu pai, meu herói, estava morto.

Mas graças a Deus ele estava vivo. Mas não estava bem.

Meu pobre pai sofreu um infarto e por pouco não se foi. Ele deu entrada na emergência do hospital de Phoenix e ficaria internado ali até que sua pressão e coração melhorassem.

Eu ficaria com ele ali, pra sempre se fosse necessário, até que melhorasse por completo.

Emmett e Kebi estavam na sala de espera e eu estava sentada ao lado do leito de meu pai, esperando ansiosamente que ele acordasse.

-Rose... – meu pai sussurrou meu nome fraco.

-Não fale pai, você tem que descansar.

-Filha, eu acho que já chegou a hora de te contar algo. Não poso ir com isso guardado comigo.

-Você não vai pra lugar algum pai. Você vai ficar bem, vai ficar comigo, Kebi e Kellan. Precisamos de você. Eu preciso. - eu chorava incessantemente agarrada a mão de meu pai.

-Já chegou minha hora, filha. Mas você precisa saber de uma coisa. É importante.

-Não, pai, não chegou coisa nenhuma. O senhor é forte, vai ficar bem.

Eu não queria aceitar. Eu não podia aceitar.

Meu pai iria sobreviver.

-Rose me deixe falar. – ele falava com muita dificuldade, não queria que ele se esforçasse. – Filha, você tem...

De repente ouço um suspiro longo do meu pai e um barulhinho incessante e contínuo vindo de uma das máquinas ligadas a ele.

-Pai! Pai fala comigo! Por favor! – eu implorava já agarrada a seu corpo imóvel.

Uma equipe médica entrou no quarto com um aparelho cardíaco para tentar ressuscitá-lo, mas não adiantou.

Meu pai já havia morrido.

Eu não suportava o fato de não ter mais Carlisle ao meu lado.

Duas enfermeiras me tiraram da sala.

Emmett viu meu desespero e correu pra me abraçar.

-Ele morreu Emmett. Meu pai morreu. Ele se foi pra sempre. – eu chorava desesperadamente agarrada a meu marido.

-O vovô moleu? – Kebi começou a chorar junto. Doía-me tanto ver minha menininha assim. Não queria que ela soubesse dessa maneira, mas eu estava tão triste que não conseguia raciocinar e explicar para ela o que houve.

-O vovô foi para o céu meu anjo. Agora abrace a mamãe bem forte. Ela precisa de você. Todos nós estamos tristes. – Emmett disse me abraçando mais forte e Kebi agarrou meu pescoço com toda a força que conseguiu fazer com seus bracinhos.

Ficamos ali um bom tempo, chorando juntos.

Só a união de minha família poderia me dar forças nessa hora.

O cardiologista veio falar comigo. Disse que a equipe fez o que pode, mas infelizmente não conseguiram trazer meu pai de volta.

Eu assinei os papéis do hospital e depois fomos para casa.

A casa do meu pai.

Como conseguiria ficar ali, mesmo que só por aquela noite, sem Carlisle junto comigo?

Eu simplesmente não conseguia comer nada.

-Rose você tem que comer. Ficou o dia inteiro no hospital e não comeu nada. Lembre-se do bebê.

-Emmett não desce nada pela minha garganta. Não adianta insistir. – Me levantei da mesa e fui para o quarto de hóspedes.

Deitei-me encolhida na cama e chorei.

-Rose? Amor? Por favor, não chore. – Emm disse deitando junto comigo e me abraçando.

 -Eu não consigo. Fiquei tanto tempo sem ver e falar com meu pai e agora ele morreu.

-Ele se foi feliz só pelo fato de você ter vindo visita-lo.

-Ele queria me contar algo no hospital.

-Sobre?

-Não sei. Começou a falar e... – nem consegui terminar e mais lágrimas tomaram meu rosto e fecharam minha garganta.

Emmett me abraçou forte.

-Ele disse: ‘’ Filha, você tem... ’’ e só. Não sei o que queria dizer com isso.

-Se for algo importante um dia descobriremos.

-Onde está Kebi?

-Deixei-a deitada no sofá. Ela também está muito triste com a morte do avô, mas ela não entende muito bem o que está acontecendo.

-Traga-a para cá. Quero ficar junto com ela.

-Vou busca-la. – Emmett beijou minha bochecha e foi pegar nossa filha.

Logo meu marido voltou com nossa princesa nos braços e se deitou na cama.

Ficamos os três ali, abraçados. Minha filha estava com olhinhos inchados de chorar.

-Mamãe, por que o vovô moleu?- Kebi perguntou chorando outra vez.

-Por que ele ficou muito dodói, meu amor.

-Mas eu fiquei dodói, a papai e a senhora também e ninguém moleu.

-É diferente, filha. A gente tomou remédio e sarou. Seu avô não tomou o remédio dele e aí ficou muito doente. Mas ele está lá no céu olhando pra gente. Ele te amava muito, viu?!

-Eu também amava muito o vovô.

-Nós todos vamos sentir muito falta dele. –Emmett disse.

-Eu já estou com saudades. – Eu disse.

-Mamãe, eu vou cuidar da senhora e do papai e vocês nunca vão ficar dodói. E do Kellan também. Não vou deixar vocês moler.

-É morrer, meu amor. E eu sei disso. Você sempre cuida da gente. – Só minha filha pra me fazer sorrir numa hora dessas.

Nós passamos a noite ali, juntos, e dormimos.

No outro dia seria o enterro do meu pai.

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Voltamos pra casa na hora do almoço. Minha tia Kate, irmã de Carlisle, veio para o enterro e resolver sobre a casa. Eu era a única herdeira de meu pai, mas como já tinha minha casa em Port Angeles, resolvi deixar a casa para tia Kate já que ela morava em um apartamento pequeno com seu marido Garrett.

Ela estava abalada com a morte de Carlisle, mas tentava não demonstrar para não me deixar mais nervosa e triste do que estava.

Comi pouco, pois meu apetite ainda não voltara. Eu sabia que tinha que me alimentar por Kellan, mas a falta que sentia do meu pai inundava minha mente só de estar naquela cozinha onde ele preparou sua ultima refeição para nós.

Passei toda tarde com minha família e com Alice, que havia vindo pra me dar apoio. Ele pegara um avião até Phoenix só pra me dar forças nessa hora difícil.

Eu nunca saberia agradecer a Alice por ser uma amiga tão maravilhosa.

Jasper ficou em casa com Mackenzie. Eu concordava que velórios não eram lugares pra crianças.

Kebi só estava lá porque não tinha como a deixar. E desde que recebeu a noticia não parava de chorar. Ela se acalmava, parecia esquecer, mas era só alguém falar algo relacionado ao avô e ela logo começava.

Odiava ver minha princesa aos prantos.

Eu e tia Kate separamos as roupas de meu pai que seriam destinadas as doações e o resto ficariam por conta dela. Peguei algumas fotos que encontrei e guardei para mim. Guardaria todas as lembranças possíveis de meu pai.

Não via a hora de voltar para casa e poder descansar. Tentar esquecer um pouco que fosse, essa dor da perda.