Caso ela não segredasse o céu azul pós-pluvial de minhas falanges

O meu sábado seria mais do que um dia cinza

O dia em que mais uma legião se despede de mim

Seria algo mais que apenas o sétimo dia da semana

Dia útil e inútil; não diferente de mim

E então, sem atrasos ou adiantamentos,

Veria novamente as mãos de cal adentrarem por sob os pulsos rosas da jaqueta

Sairíamos do sofá vermelho que anoitecia verde

E decerto caminharíamos com frio por ruas com feios nomes

Todavia, tanto viu de mim que não se aguentou em tanto fel

Foi então que os gestos de seu antebraço induziram um adeus

Leve, fraco e jorrando insatisfação

O alívio de quem já não suportava o melancólico da quinta rua com nome de radialista no bairro

As bocas separadas por vinte trilhões de quilômetros

Os fones emprestados permaneceram com ela

E a jaqueta cinza feita de algodão não saiu do quarto dele

No entanto, essa besteira não passou de dois meses.

Verdade. Mas isso consta apenas no Facebook dela.

O outro lado continua ouvindo aquela música indie pop que deprime qualquer um.

Pois é. As coisas acontecem de uma forma muito idiota.

Entretanto a gente consegue segurar esse fardo sobre as costas.

Aí, apenas aí, neste exato momento, você vai ter saído da Terra do Nunca.

E, para a sua infelicidade plena, será o fim dos seus dias de ouro.

Nesta hora, você terminou de escrever seu primeiro álbum.

Porém, eu sei que esse acorde você conhece de cor.