What Would You Do If I Said I Love You? escrita por Dê Tribbiani


Capítulo 12
I'm sorry, I'm really a mess right now


Notas iniciais do capítulo

And I don't want you back, I just want to have what you took from me.



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Eu o encarei, pasma e me desprendendo bruscamente de seus braços. Ele estava certo e aquilo me assustava mais do que provavelmente deveria. Senti meu estômago revirar de dor, mas a dor estava simplesmente em meu sub-consciente.

Sem uma palavra, eu girei nos calcanhares tentando correr, não permitiria que o que Rick disse se concretizasse. Me lembrar para sempre dele como a melhor coisa que aconteceu e me arrepender eternamente de tê-lo deixado.

Eu senti as lágrimas mornas escorrerem, enquanto eu andava para longe e senti uma pedra mais sólida envolvendo o escudo ao redor de meu coração que me protegia de todos aqueles sentimentos. Enxuguei as lágrimas com a ponta dos dedos, fazendo um pequeno arranhão abaixo do olho direito.

–Ah, fala sério, July! -Rick andava atrás de mim.

Eu solucei e ele segurou meu braço com força. Aquilo despertou uma raiva frustrante e insuportável dentro de mim.

–Me solta! Você não tem nada a ver comigo, nem com a minha família. No máximo nos divertimos, mas nunca vou me lembrar deste dia como o melhor, ou ao menos um bom. -Falar assim fazia com que mais lágrimas saíssem de meus olhos. -E mais! Nunca mais sequer pense em me procurar ou algo do gênero, nem mesmo se eu tiver um ataque cardíaco. -Deus, eu era tão bipolar que quase soltei uma risada tensa. -E, por favor, me solta.

Ele parou de apertar tanto o meu braço e eu sacudi este, me libertando por fim.

–Sinto muito. -Murmurei sentindo meus olhos incharem. Eu estava muito desacostumada à chorar e não devia ser nada bom começar de novo e em excesso.

Encarei Rick, parado à minha frente, o rosto sujo de cinzas devido ao acidente e os olhos lampejando com algo que identifiquei como raiva. Aquilo fez com que meu estômago se comprimisse, me fazendo lacrimejar mais enquanto me virava para longe dele.

–July.

Eu não me virei de volta para ele e apressei o passo.

–July!

Agora eu me via correndo como uma tonta, acreditando que se eu me afastasse dele eu finalmente estaria salva. De tudo, das decepções, das tragédias que faziam com que eu não tivesse mais minha família, da insegurança, do calor abrasador que emanava dele, rompendo o frio ao meu redor bastante característico.

Quando sai do clube praticamente me joguei sobre um táxi amarelo que buzinou.

Corri até a janela do motorista. Este parecia ser apenas dois ou três anos mais velho do que eu. Olhos cinzas brilhantes sob os cabelos pretos cortados de forma desordenada, mas de certa forma bastante originais de uma maneira meio boa.

–Ei, garota. Não faça isso, é perigoso. Ainda mais para uma garota tão linda como você. -Ele riu.

–Rá rá. -Me joguei no banco de trás, ainda enxugando as lágrimas.

–Onde? -Ele questionou, ligando o carro de novo.

Murmurei o endereço, descansando a cabeça no banco.

Ele acelerou e nós seguimos o caminho em silêncio. Até que ele tentava puxar assunto, mas este sempre morria. Apenas ouvi com clareza que seu nome era Nath, mas minha cabeça estava muito ocupada.

Quando chegamos eu joguei uma nota de cinco para ele, que me encarou, despreocupado.

–Aqui o trocado. -Disse estendendo duas notas de dois.

–Fica com o troco. -Respondi entredentes, me arrastando para fora do táxi.

–Não. É mais do que a metade do que me deu. Pega. -Ele empurrou as notas amassadas em minha mão.

Eu as encarei, os números minúsculos escritos de forma estranha na nota. Com certeza era um telefone.

–Seu celular? -Pergunto.

–Aham. -Ele sorri, re-ligando o motor.

–Não tinha um jeito melhor que não fosse riscar o dinheiro?

–Não, desculpa, lagoon.

–"Lagoon"? -Repito.

–Sim, lagoa, sabe? O cabelo azul, legal. Me lembra uma lagoa perto daqui. Chamam-na de Lagoon Bay. Ah, e boa noite.-Ele sorri, exibindo os dentes perfeitamente brancos que valorizavam mais ainda os lábios rosados. Então Nath e o táxi sumiram na noite.

Ah, não. Era noite. Quantas horas deveriam ser? Me embrenhei no jardim, o qual eu já conhecia um pouco, até avistar a casa. Quando entrei fui recepcionada por uma Andie preocupada e meio estranha.

–Ei, o que você estava fazendo, anjo? -Ela diz.

–Sai para o clube daqui. Está tarde? -Digo enquanto atravesso o cômodo para ir para o meu quarto.

–Não. Está com fome? -Questiona, me seguindo.

–Nem um pouco. Vou para o meu quarto, Andie.

–Certo. -Ela suspira, indo para a cozinha.

Quando finalmente entro no meu quarto tranco a porta logo atrás de mim antes de desabar em lágrimas. Fico sentada, as costas ainda apoiadas na porta, tentando me conter. Olho para as notas amassadas em minhas mãos. O número de telefone em especial. Enxugo as lágrimas pacientemente tentando impedir que elas manchem o número e coloco as notas cuidadosamente em minha penteadeira. Eu não sabia ao certo o que ia fazer, só sabia que precisava fazer algo antes que fosse tarde.

Disquei os números no meu telefone, errando três vezes antes de acertar e ouvir os quatro primeiros toques do telefone chamando.

–Alô! -Diz a voz animada de Nath.

–É a... Lagoon. -Digo, forçando um sorriso.

–Ah, oi! Bem rápida hein?

Acontece uma breve e tensa pausa.

–Eu preciso de um amigo, Nath. -Digo, por fim.

–Estou ouvindo. -Sua voz soou mais distante.

–Preciso que venha aqui, amanhã. Sem que eu precise te pagar. -Falo, afastando meu cabelo que se colava às bochechas devido às lágrimas.

–Certo. Estarei aí...?

–July.

–Estarei aí, July. -Ele diz. -Espera, amigo?

–É, amigo. -Fecho os olhos, sem saber o que falar depois.

Ouço seu suspiro.

–Melhor do que nada.

–Por favor. -Peço choramingando.

–Certo. Vou estar aí sem falta às nove horas da manhã.

Então ouvi o toque do celular indicando que a chamada estava finalizada. Nunca me sentira mais sozinha.




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