What Would You Do If I Said I Love You? escrita por Dê Tribbiani
Nossos lábios estavam selados, porém os seus continuavam tensos nos meus. Eu suspirei, decepcionada. Mas não havia nenhum problema que ele não correspondesse meu beijo, estávamos em meio à chamas. Ele nunca entenderia que eu jamais me sentira tão completa.
-Não vou deixar você morrer. -Ele murmurou, se afastando.
Eu pensei que ele fosse me empurrar para a saída, mas não o fez; não precisou. Uma rajada fria nos assolou vinda de um extintor de incêndio. Olhamos para o lado ao mesmo tempo. Um grupo enorme de bombeiros estava nos encarando com vários extintores e uma mangueira.
-Mas que diabos, por que pararam na frente da saída...? -Uma bombeira estreitou os olhos e depois os arregalou, como se tivesse compreendido. -Planejavam morrer juntos ao invés de apenas um se salvar. -Seu rosto se encheu de doçura.
Eu pensei que ela ia falar algo como "que fofo", mas um outro bombeiro bem grande a interrompeu:
-Não deviam ter feito isso. Se apressassem-se talvez tivessem passado pela saída, os dois. -Ele disse.
A mulher deu um empurrão discreto nele.
-É raro achar jovens fofos como eles. Deixe assim. -Ela murmurou.
Eu agora procurava algum lugar para me esconder. Qualquer lugar.
Rick se antecipou na linha de pensamentos, levantando-se e andando até a linha de bombeiros.
-Melhor nossos nomes não saírem em matéria alguma. Se não vocês terão sérios problemas com a justiça. -Ele disse.
Um bombeiro se apressou em confrontar Rick.
-Quem é você para falar sobre justiça, garoto? Salvamos a vida de você e da sua namorada.
-Mas não podem falar nossos nomes, entendam. Por favor, se forem fazer notícias coloquem-nos em anonimato. -Ele murmurou, mais calmo.
O bombeiro olhou de mim para Rick, levemente desconfiado.
-Bom, se manter em anonimato é um direito seu. -Ele anotou em um bloco que tirou do bolso. -Hmm, sabem o que causou o incêndio? -Ele perguntou. -Mas agora que estamos falando sobre isso, será que os dois jovens não estavam brincando com velas ou fogos? -Ele ergueu uma sobrancelha.
Balancei a cabeça freneticamente, finalmente me manifestando na conversa.
-De modo algum! -Eu disse, andando até a linha de bombeiros.
-Não tem a mínima ideia? -Ele perguntou.
Rick balançou a cabeça negativamente.
-Certo. Vocês vão fazer um interrogatório segunda. -O bombeiro disse, anotando.
-Vão falar aos meus pais que eu estava aqui? -Eu perguntei.
-Se você quiser. -A bombeira que havia falado antes murmurou.
-Não precisa. Ele vai ficar preocupado com meu problema cardíaco e essas coisas. -Dei de ombros, fingindo indiferença.
Rick murmurou para mim:
-É uma péssima atriz, pequena.
Eu trinquei os dentes para conter um sorriso. Estava tão feliz em ainda ter ele por perto de um modo tão estranho e desconhecido.
-Tá certo. -O bombeiro disse. -Vocês podem andar sozinhos para casa ou querem ajuda?
-Não precisa, eu levo ela. -Rick me tomou pela mão, me guiando para longe do quiosque e dos bombeiros.
Enquanto andávamos para longe do cenário de desastre eu abracei a cintura dele como jamais acreditei que faria um dia com alguém. Era péssimo admitir, mas ele podia ter quebrado meu coração naquele momento se afastasse-se de mim.
Mas ele me segurou com ternura, puxando meu rosto para cima.
-Ainda não passamos pelo pior, hein? -Ele murmurou, selando nossos lábios e acariciando meu rosto o qual eu ainda sentia ferver.
-O que falta ainda? -Murmurei.
-Bem, você vai fugir. Vai ir embora porque você não aguenta pensar em poder se ferir. E aí nós lembraremos quando ficarmos velhos e sem-graça como se fossem os dias mais emocionantes de todos os tempos. Onde "morreríamos felizes".
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