What Would You Do If I Said I Love You? escrita por Dê Tribbiani


Capítulo 10
Wide Awake




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Aquilo foi como um choque, me puxando do transe de seus lábios. Se eu iria ficar? O que eu mais queria era dizer "sim" e puxá-lo para mim, me prender por espontânea vontade em seus braços. Mas eu não podia. Simplesmente não conseguia mover meus lábios novamente para fazer qualquer coisa. Era como me obrigar à colocar minha mão no fogo de propósito. Mas era como se um mecanismo me repelisse dele, me puxando para longe e para o frio. Para a realidade em que eu vivera durante tanto tempo e que agora me parecia bastante banal quando eu tinha a opção de ficar com Rick bem à minha frente.

Ele ainda esperava minha resposta e minhas mãos tremiam freneticamente em seu pescoço. Eu soltei uma golfada de ar, mas nada saia. Me forcei com tudo o que sobrava em mim para responder.

-Rick, sabe que... 

A sirene acima de nós tocava agora de modo desesperado. Rick não olhava mais para mim, olhava para cima, para todas as direções. Eu apenas girei o rosto e encontrei o fogo, à meio metro de nós.

-Que diabos...? -Ele começou, mas já estava me segurando pela cintura e me puxando do corredor. 

Rick era rápido, muito. Ele com certeza havia me deixado ganhar a corrida, mas talvez estivesse realmente movido pela adrenalina agora. Mesmo com ele me carregando à toda velocidade possível o fogo agora estava à centímetros de meu nariz.

-Rick! -Gritei, em pânico. -Me solta e foge, droga! Eu estou obviamente te atrasando! -Bati em suas costas, mas ele ignorou. -Me solta, Rick! Dei um chute em seu estômago e ele finalmente soltou minha cintura por instinto.

Eu corria agora ao lado de um Rick ressentido e levemente machucado, esticando minhas pernas ao máximo. 

O fogo não cessava atrás de nós, engolindo a grama verde e bem-tratada do campo. 

Eu começava a pensar que talvez não tivesse sido uma ideia tão boa ter nocauteado Rick quando meus pés arderam devido à proximidade de milímetros do fogo. As lágrimas agora saiam em excesso de meus olhos. 

Então eu finalmente parei de correr. Ele também parou, quando viu as chamas lamberem minha perna.

-Não, July! Não seja estúpida. -Ele choramingou, me puxando por cima dos ombros.

-Eu vou morrer de qualquer jeito, mais cedo ou mais tarde. Prefiro que seja aqui, com você. Feliz, de uma forma estranha, mas ainda assim. -Murmurei.

-Você não vai morrer, July! Não agora! 

-Vou sim. Bem aqui. Vê? O fogo está bem ali. -Apontei, inebriada pela fumaça.

Ele havia me levado para um tipo de quiosque perto do campo e me colocou perto de uma entrada pequena para um tipo de saída minúscula para casos de incêndio que deveria ser usada quando a saída mais próxima estivesse interditada.

-Vai na frente, estou bem atrás de você. -Ele disse.

Balancei a cabeça freneticamente.

-Não. Não! Só tem espaço para um pela saída. Você vai! -Eu disse, o empurrando para a porta. Ele era bem mais forte

-Eu não vou deixar você morrer, July. -Ele murmurou.

-Por quê? Mal nos conhecemos, Rick. Você não pode me amar ou algo do gênero, então por quê?

-Porque vale mais a pena para o mundo que você fique viva do que eu ficar vivo. Eu não vou fazer nada para mudar a sociedade. Você pode. Eu não tenho ninguém. Nem família, nem amigos. Nada.

Eu acariciei sua bochecha com o polegar, puxando-o para mim, para os meus lábios.


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