3 da manhã.

Este é o horário que marcava no relógio ao lado da cama de Rose. Ela não estava conseguindo dormir.

Sentindo a garganta seca, ela levantou de sua cama e foi até a cozinha da TARDIS, uma cozinha que, na opinião dela, era uma ótima cozinha, para pegar um copo d’água.

Quando voltava para seu quarto com o copo na mão, Rose tropeçou e se desequilibrou, derrubando o copo e espalhando cacos de vidro e água pelo estreito corredor, que dava acesso dos quartos a cozinha, bem na frente na porta do quarto do Doctor.

- Droga... – resmungou baixinho enquanto se abaixava para catar os pedaços de vidro

Tomou cuidado, pois estava descalça, mas acabou por escorregar na água que havia se esparramado pelo chão e acabou caindo e cortando a perna, do pé até, quase, o joelho.

- Ahh! – ela exclamou ao ver o sangue escorrendo de sua perna, o corte parecia feio.

- Rose? – chamou uma voz preocupada de dentro do quarto em frente ao acontecimento, era o Doctor – Está tudo bem?

- Ahm... Sim, sim. – Rose mentiu, não queria que ele a visse apenas de camisola. Especialmente com aquela camisola, que era bastante curta – Só um pequeno acidente com um copo de vidro. – a voz dela mostrou um visível sinal de preocupação

- Você se machucou?

Rose hesitou.

- Um pouquinho, é só um corte, nada demais. – mentiu, estava saindo bastante sangue.

Era impressão dela ou ela ouviu passos em direção à porta?

- Sei... – ele disse, sua voz parecendo vir de algum lugar mais perto.

E então, Doctor abriu a porta e quando se deparou com Rose sentada em volta de vários cacos de vidro e com a perna sangrando, não sabia se sorria por ver a loira em tais trajes, ou se ficava preocupado pelo enorme ferimento em sua perna. “E que pernas...” pensou ele.

- Rose! – ele disse optando pelo preocupado

- Não é nada... – ela tentou dizer, mas esqueceu tudo o queria falar ao perceber que ele estava sem camisa – Wow... – ela deixou escapar, felizmente ele fingiu que não ouviu

- Deixe me ver. – ele falou se ajoelhando e olhando a perna dela – Nunca notei o quanto esse corredor era apertado... – falou quando ficaram bastante próximos um do outro – Bem... Venha, vou te levar para a enfermaria.

Antes de dar a chance de Rose se levantar, ele a pegou no colo e começou a andar com ela nos braços.

- Você não... – ela começou a protestar, mas não conseguiu pensar em nenhum argumento para não deixá-lo a carregar, principalmente quando ele levantou uma sobrancelha e a encarou.

“Por que aquilo tinha que ter acontecido justamente agora?” Rose se perguntava, assim como o Doctor. O clima andava um pouco estranho entre eles desde que ele havia, na manhã anterior, confessado que a amava. Quer dizer... Ele disse isso indiretamente, e Rose deu a entender o mesmo. Mas nenhum estava realmente certo sobre os sentimentos do outro, e isso os matava de ansiedade!

Quando chegaram à sala branca que era a enfermaria, o Doctor a colocou em uma maca e Rose começou a rir.

- O que foi?

- Você vai ser o meu médico, Doctor? – ela falou brincando e ele sorriu

- Eu vou ser o seu médico, Rose Tyler. – falou e a loira corou, sem responder nada

O último dos Timelords começou a limpar a ferida, e percebeu que Rose sufocou um grito.

- Desculpe, mas eu tenho que limpar.

- Tudo bem, é que arde. – ela explicou – Você não tem algum tipo de tecnologia alienígena para limpar a ferida? Uma que não arda?

- Bom... Nenhuma segura o bastante para eu usar em você.

- Ah! – ela gemeu – Então acabe logo com isso.

- Ok, ok. Reclamona...

Rose bufou e revirou os olhos, aguentando a dor.

- Acabou?

- Acabei de limpar. Está bem feio... Quase 20 anos e não sabe que não pode brincar com copo de vidro?

- Muito engraçado, Doctor.

- Eu sei. Bem, eu vou ter que dar pontos. Mas vou anestesiar sua perna antes! – ele acrescentou ao ver a cara de espanto dela

- Melhor... – ela disse – Você sabe fazer isso, certo?

- Rose, eu tenho mais de 900 anos, eu viajo pelo tempo e espaço. Você realmente acha que eu não sei dar alguns pontos?

- Bem... Sinceramente? Eu não tenho certeza.

- Shhhh... Fique parada. – ele disse a humana obedeceu, confiando nele, ele passou as mãos pelas pernas dela, a deixando arrepiada. Doctor pegou uma seringa em uma das gavetas – Não vai doer, prometo. - e injetou na perna de Rose, que não sentiu nada. Mas ficou levemente incomodada, e bastante aliviada, por não sentir sua perna

Com a precisão de um médico experiente, o Timelord costurou a perna da loira rapidamente. Quando terminou, cortou a linha e o ferimento desapareceu.

- C-como?

- Tecnologia alienígena. – ele falou e piscou para Rose, ela riu

- É para me impressionar?

- Nahh... Não preciso disso. – ele falou e a pegou no colo novamente, desta vez Rose apenas riu.

No estreito corredor, eles ficaram com o rosto a uns dois centímetros um do outro. Doctor parou de andar e olhou nos olhos de Rose, então acabou com a distância entre eles com um beijo.

Ele não tinha muita certeza se era isso que ela queria, mas ele não conseguiu se controlar. Para o alívio dele, ela correspondeu o beijo. Só se separaram quando ela precisou de mais ar.

- Wow... – ela falou e mordeu o lábio, como costumava fazer

- Eu acho que você vai precisar de acompanhamento médico essa noite. – ele falou com um sorriso nos lábios, e Rose riu

- Está muito apressadinho, Doctor.

- Você acha? – ele perguntou preocupado que tivesse feito algo errado

- A boa notícia é que eu também estou apressada. Então eu concordo com você... Eu vou precisar de acompanhamento médico esta noite. E talvez em outras noites...

Os dois sorriram e voltaram a se beijar enquanto o Doctor a levava para o seu quarto e... As coisas foram um pouco “agitadas” naquela noite na TARDIS.